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Comparação do volume pulmonar fetal por meio da ultra-sonografia bidimensional e tridimensional

Comparison of fetal lung volume by two- and three-dimensional ultrasonography

RESUMO DE TESE

Comparação do volume pulmonar fetal por meio da ultra-sonografia bidimensional e tridimensional

Comparison of fetal lung volume by two- and three-dimensional ultrasonography

Autor: Edward Araujo Júnior

Orientador: Prof. Dr. Luciano Marcondes Machado Nardozza

Co-orientador: Prof. Dr. Claudio Rodrigues Pires

Dissertação de Doutorado apresentada ao Departamento de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo _ Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM), em 26 de fevereiro de 2007, para obtenção do título de Doutor em Ciências.

OBJETIVO: comparar os métodos bidimensional, multiplanar e VOCALTM no cálculo do volume pulmonar fetal, avaliar a reprodutibilidade intraobservador, obter uma nova constante a ser incorporada à equação bidimensional e aplicar a equação recalculada em fetos com comprovada hipoplasia pulmonar pós-natal.

MÉTODOS: REALizou-se um estudo de corte transversal com 51 gestantes normais entre a 20ª e a 35ª semanas. Para o cálculo do volume pulmonar fetal pelo método bidimensional, utilizou-se a fórmula da elipsóide (X . Y . Z . 0,52). Com o método multiplanar, utilizou-se uma seqüência de múltiplos planos com intervalos de 2,0 mm. Para o método VOCALTM, utilizou-se ângulo de rotação em 300. Na comparação das técnicas e avaliação da reprodutibilidade intraobservador, utilizou-se o coeficiente de correlação intraclasse (ricc), o teste t de Student (pt*) e os gráficos de Bland-Altman. Para a determinação de uma nova constante, utilizaram-se regressões lineares de primeira ordem, sendo que o volume pulmonar tridimensional se portou como variável dependente e a idade gestacional e o volume bidimensional como variáveis independentes. De forma a se validar a nova equação, esta foi aplicada em 11 fetos com comprovada hipoplasia pulmonar letal.

RESULTADOS: Os métodos multiplanar e VOCALTM mostraram-se fortemente correlacionados (ricc=0,943 e 0,940 para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente), além de concordantes, tanto o direito (pt*=0,061) quanto o esquerdo (pt*=0,202). Os volumes médios obtidos pelo método bidimensional mostraram-se superestimados tanto em relação ao método multiplanar (23,8 mLx 18,2 mL pt*<0,001 e 16,1x14,3 mL pt*=0,008; para o pulmão direito e esquerdo, respectivamente), quanto pelo VOCALTM (24,0 mL x 16,3 mL pt*< 0,001 e 19,1 ml X 13,7 mL pt*=0,002; para o pulmão direito e esquerdo, respectivamente). Em relação à variabilidade intraobservador, as técnicas multiplanar (pt*=0,64) e VOCALTM (pt*=0,22) mostraram boa reprodutibilidade para o pulmão direito, ao contrário do método bidimensional (pt*=0,31). Para o pulmão esquerdo, as três técnicas mostraram boa reprodutibilidade (bidimensional pt*=0,57; multiplanar pt*=0,43 e VOCALTM pt*=0,63). Por regressão polinomial de primeira ordem, obteve-se uma nova constante para o pulmão direito (0,152) e para o pulmão esquerdo (0,167). Em relação à fórmula não recalculada, a nova equação apresentou maior sensibilidade (18,1%) na predição de hipoplasia pulmonar letal.

CONCLUSÕES: OS Métodos multiplanar e VOCALTM mostram-se adequados para a avaliação do volume pulmonar de fetos normais. A equação bidimensional recalculada de cálculo do volume pulmonar fetal mostra-se como alternativa promissora à ultra-sonografia tridimensional na predição de hipoplasia pulmonar.

Palavras-chave: Feto; Medida do volume pulmonar; Diagnóstico pré-natal; Hipoplasia pulmonar; Ultra-som tridimensional

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jun 2007
  • Data do Fascículo
    Mar 2007
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