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As empresas zumbis do México são iguais às do resto do mundo?

Resumo

Objetivo

Este artigo tem como objetivo analisar as características do setor e o comportamento estratégico das empresas que afetam as empresas zumbis.

Referencial teórico

O artigo foi trabalhado sob a visão do paradigma estrutura-conduta-desempenho da organização industrial, pois permite explicar o resultado de uma empresa por meio de um comportamento influenciado por fatores externos e internos.

Metodologia

Para a análise dos dados, o painel de dados com técnica de erros padrão corrigidos foi utilizado para um conjunto de dados de 99 empresas registradas na Bolsa Mexicana de Valores entre 2013 e 2017.

Resultados

Entre os principais resultados, fica evidente que o comportamento estratégico afeta as empresas zumbis. Por outro lado, descobrimos que a competitividade no mercado afeta negativamente a empresa zumbi, ao passo que as barreiras à entrada a afetam positivamente. Os resultados nos permitem identificar semelhanças e diferenças em relação ao restante das empresas zumbis do mundo; assim, os resultados foram revisados considerando o ambiente latino-americano e sua política institucional.

Implicações práticas e sociais da pesquisa

As empresas zumbis têm conotação negativa; entretanto, podem se tornar necessárias para manter o negócio em atividade econômica para os países em desenvolvimento. Além disso, é do interesse dos CEOs, porque a figura do zumbi pode ser útil para a sobrevivência. Além disso, o estudo pode representar um pano de fundo para os regulamentos de falência de empresas.

Contribuições

A contribuição mais importante é o fato de esta ser uma das pesquisas pioneiras para analisar o comportamento estratégico e seus efeitos na empresa zumbi. Além disso, pode ser uma das primeiras a estudar essas empresas na América Latina, o que possibilitou identificar diferenças com as empresas zumbis do resto do mundo devido a elementos ambientais como a política institucional.

Palavras-chave:
Empresas zumbis; comportamento estratégico; efeito do setor; erros padrão corrigidos pelo painel

Abstract

Purpose

This paper aims to analyze the industry characteristics and the strategic behavior of companies that affect zombie companies.

Theoretical framework

The study was based on the structure-conduct-performance paradigm derived from industrial organization theory, because it allows us to explain a firm’s results through behavior influenced by external and internal factors.

Design/methodology/approach

For the data analysis, the corrected standard errors technique was used on a data set of 99 companies registered in the Mexican Stock Exchange during the period from 2013 to 2017.

Findings

Among the main findings, it is evident that strategic behavior affects zombie companies. On the other hand, we found that market competitiveness negatively affects zombie companies, while barriers to entry positively affect them. The results allow us to identify similarities with and differences from other zombie firms in the world, based on the Latin American environment and its institutional policy.

Practical & social implications of the research

Zombie firms have a negative connotation; however, they may become necessary to keep businesses operational in developing countries. Also, the study may provide a background to regulations on firm bankruptcy.

Originality/value

The most important contribution is that this is a pioneering investigation that analyzes strategic behavior and its effect on zombie companies. Also, this may be one of the first studies to examine these companies in Latin America, making it possible to identify differences from zombie firms in the rest of the world due to environmental elements such as institutional policy.

Keywords
zombie firms; strategic behavior; industry effect; panel-corrected standard errors

1 Introdução

Empresas zumbis são organizações que continuam operando por meio de subsídios ou apoio na forma de empréstimos contínuos, projetos supervalorizados ou concessões em pagamentos de juros (McGowan, Andrews & Millot 2017b; Tan, Huang & Woo, 2016Tan, Y., Huang, Y., & Woo, W. T. (2016). Zombie firms and the crowding-out of private investment in China. Asian Economic Papers , 15(3), 32-55. doi: 10.1162/ASEP_a_00474
https://doi.org/10.1162/ASEP_a_00474...
). O apoio se dá porque a falência envolve custos sociais e econômicos; como resultado, as instituições oficiais implementam políticas protecionistas e ações de sobrevivência para protegê-las e evitar esses problemas (Campa & Camacho, 2014Campa, D., & Camacho, M. (2014). Earnings management among bankrupt non-listed firms: Evidence from Spain. Revista Española de Financiación y Contabilidad, 43(1), 3-20. https://doi.org/10.1080/02102412.2014.890820
https://doi.org/10.1080/02102412.2014.89...
). Isso significa que as empresas zumbis dependem de outras instituições, porque suas atividades, resultados e ações não são suficientes para que possam passar sem apoio, entrando em um ciclo vicioso (Amato & Fantacci, 2016Amato, M., & Fantacci, L. (2016). Failures on the market and market failures: A complementary currency for bankruptcy procedures. Cambridge Journal of Economics , 40(5), 1377-1395. doi: 10.1093/cje/bew029
https://doi.org/10.1093/cje/bew029...
; Hoshi, 2006Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-5876.2006...
; Uchida et al., 2015Uchida, H., Miyakawa, D., Hosono, K., Ono, A., Uchino, T., & Uesugi, I. (2015). Financial shocks, bankruptcy, and natural selection. Japan and the World Economy , 36, 123-135. doi: 10.1016/j.japwor.2015.11.002
https://doi.org/10.1016/j.japwor.2015.11...
).

A literatura especializada está em desenvolvimento. No entanto, existem estudos que se concentram em diferentes países da Comunidade Europeia (Urionabarrenetxea, San-José & Retolaza 2016Urionabarrenetxea, S., San-Jose, L., & Retolaza, J.-L. (2016). Negative equity companies in Europe: Theory and evidence. Business: Theory and Practice , 17(4), 307-316. doi: 10.3846/btp.17.11125
https://doi.org/10.3846/btp.17.11125...
), no Japão (Caballero, Hoshi & Kashyap, 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
), na China (Shen & Chen, 2017Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chieco.2017.05...
; Tan et al., 2016Tan, Y., Huang, Y., & Woo, W. T. (2016). Zombie firms and the crowding-out of private investment in China. Asian Economic Papers , 15(3), 32-55. doi: 10.1162/ASEP_a_00474
https://doi.org/10.1162/ASEP_a_00474...
), na Espanha (Urionabarrenetxea, Garcia-Merino, San-José & Retolaza, 2018Urionabarrenetxea, S., Garcia-Merino, J. D., San-Jose, L., & Retolaza, J. L. (2018). Living with zombie companies: Do we know where the threat lies? European Management Journal. doi: 10.1016/j.emj.2017.05.005
https://doi.org/10.1016/j.emj.2017.05.00...
) e em diferentes membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) (McGowan et al., 2017b); eles constituem a base da estrutura da empresa zumbi. A principal contribuição desses primeiros trabalhos foi descobrir que as empresas zumbis afetam negativamente os mercados, porque diminuem a atratividade do setor usando recursos financeiros e humanos que as empresas regulares poderiam usar (Hoshi, 2006Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-5876.2006...
; McGowan et al., 2017b).

Até o momento, a literatura se concentrava nos aspectos econômicos e financeiros que deram origem às empresas zumbis – e que constataram que choques econômicos estimulam sua proliferação (Caballero et al., 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
; Hoshi, 2006Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-5876.2006...
). Também foi descoberto que uma maneira recorrente de apoia essas empresas é por meio de produtos benevolentes como os “empréstimos perenes” (posteriormente conhecidos como empréstimos zumbis). O empréstimo perene é um produto financeiro que é continuamente renovado pelo financiador (Uchida et al., 2015Uchida, H., Miyakawa, D., Hosono, K., Ono, A., Uchino, T., & Uesugi, I. (2015). Financial shocks, bankruptcy, and natural selection. Japan and the World Economy , 36, 123-135. doi: 10.1016/j.japwor.2015.11.002
https://doi.org/10.1016/j.japwor.2015.11...
) e permite que a empresa pague os valores da dívida abaixo do normal (Broz & Ridzak, 2017Broz, T., & Ridzak, T. (2017). Lending activity and credit supply in Croatia during the crisis. Journal of Policy Modeling , 39(6), 1102-1116. doi: 10.1016/j.jpolmod.2017.08.004
https://doi.org/10.1016/j.jpolmod.2017.0...
).

Outros autores descobriram que, por meio de ações específicas, como melhorar a eficiência da produção ou a venda/modernização de ativos fixos obsoletos, as empresas zumbis poderiam melhorar sua situação (Iwaisako, Fukuoka & Kanou, 2013Iwaisako, T., Fukuoka, C., & Kanou, T. (2013). Debt restructuring of Japanese corporations: efficiency of factor allocations and the debt-labor complementarity. Hitotsubashi Journal of Economics , 54(1), 119-135. Retrieved from https://www.jstor.org/stable/43296264
https://www.jstor.org/stable/43296264...
; Nakamura & Fukuda, 2013Nakamura, J.-I., & Fukuda, S.-I. (2013). What happened to “zombie” firms in Japan?: Reexamination for the lost two decades. Global Journal of Economics , 02(02), 1-18. doi: 10.1142/S2251361213500079
https://doi.org/10.1142/S225136121350007...
; Tan et al., 2016Tan, Y., Huang, Y., & Woo, W. T. (2016). Zombie firms and the crowding-out of private investment in China. Asian Economic Papers , 15(3), 32-55. doi: 10.1162/ASEP_a_00474
https://doi.org/10.1162/ASEP_a_00474...
). Os resultados permitiram que a literatura desse enfoque aos aspectos operacionais; Urionabarrenetxea et al. (2016Urionabarrenetxea, S., San-Jose, L., & Retolaza, J.-L. (2016). Negative equity companies in Europe: Theory and evidence. Business: Theory and Practice , 17(4), 307-316. doi: 10.3846/btp.17.11125
https://doi.org/10.3846/btp.17.11125...
, 2018Urionabarrenetxea, S., Garcia-Merino, J. D., San-Jose, L., & Retolaza, J. L. (2018). Living with zombie companies: Do we know where the threat lies? European Management Journal. doi: 10.1016/j.emj.2017.05.005
https://doi.org/10.1016/j.emj.2017.05.00...
) encontraram muitas organizações que persistem com esse problema, independentemente das crises econômicas, argumentando que as ações e seu funcionamento são uma parte essencial da condição zumbi. McGowan et al. (2017aMcGowan, M. A., Andrews, D., & Millot, V. (2017a). Insolvency regimes, zombie firms and capital reallocation [OECD Working Papers No. 1399]. Retrieved from Organisation for Economic Co-operation and Development. https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/5a16beda-en.pdf?expires=1624981811&id=id&accname=guest&checksum=85F15FD185CA06AA252E98330FB54C99
https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/...
, 2017b) apoiam o anterior, mostrando a existência de empresas zumbis em países como Reino Unido, Alemanha, Áustria e França. Não há referência a economias com severos danos por eventos macroeconômicos. Assim, é necessário analisar os aspectos gerenciais, pois eles podem complementar a compreensão do fenômeno das empresas zumbis.

Falando de América Latina, essa região representa um ambiente atraente para esses estudos. A gestão empresarial é um tema complexo (Maquieira, Preve & Sarria-Allende, 2012Maquieira, C. P., Preve, L. A., & Sarria-Allende, V. (2012). Theory and practice of corporate finance: Evidence and distinctive features in Latin America. Emerging Markets Review , 13(2), 118-148. doi: 10.1016/j.ememar.2011.11.001
https://doi.org/10.1016/j.ememar.2011.11...
) e suscetível a crises econômicas internacionais (Cabrera, Coronado, Rojas & Romero-Meza, 2018Cabrera, G., Coronado, S., Rojas, O., & Romero-Meza, R. (2018). A Bayesian approach to model changes in volatility in the Mexican stock exchange index. Applied Economics , 50(15), 1716-1724. doi: 10.1080/00036846.2017.1374536
https://doi.org/10.1080/00036846.2017.13...
). O México é um mercado representativo que foi afetado pela volatilidade dos mercados internacionais e sofreu crises econômicas recentes. Cabrera et al. (2018)Cabrera, G., Coronado, S., Rojas, O., & Romero-Meza, R. (2018). A Bayesian approach to model changes in volatility in the Mexican stock exchange index. Applied Economics , 50(15), 1716-1724. doi: 10.1080/00036846.2017.1374536
https://doi.org/10.1080/00036846.2017.13...
mostram que o ambiente macroeconômico tem impacto direto sobre as organizações listadas na Bolsa Mexicana de Valores (BMV) e consideram a BMV um ambiente onde empresas zumbis podem ser encontradas.

Historicamente, a BMV é um dos mercados de capitais mais recentes entre as economias mais fortes da América Latina. Sua criação e desenvolvimento foram retardados pelos diversos fatores sociais, econômicos e políticos pelos quais o México passou (Moreno-Lázaro, 2015Moreno-Lázaro, J. (2015). The stock exchange the state and economic development in Mexico 1932-1976*. Revista de Historia Economica - Journal of Iberian and Latin American Economic History, 33(2), 321-350. doi: 10.1017/S021261091500018X
https://doi.org/10.1017/S021261091500018...
). Além disso, a BMV foi usada de forma anormal pelo Estado. O Estado vem intervindo fortemente e utilizando-a como canal de financiamento, direcionando recursos, geralmente, para grandes empresas ineficientes ou organizações privatizadoras como empresas extrativistas de matérias-primas (as primeiras empresas registradas na BMV). Esse tipo de empresa também recebeu prioridade e favorecimento na alocação de financiamentos (Moreno-Lázaro, 2015Moreno-Lázaro, J. (2015). The stock exchange the state and economic development in Mexico 1932-1976*. Revista de Historia Economica - Journal of Iberian and Latin American Economic History, 33(2), 321-350. doi: 10.1017/S021261091500018X
https://doi.org/10.1017/S021261091500018...
, 2017Moreno-Lázaro, J. (2017). La Bolsa de Valores de México durante el porfiriato y la revolución, 1885-1934. América Latina en la Historia Económica , 24(1), 98-139. doi: 10.18232/alhe.v24i1.729.
https://doi.org/10.18232/alhe.v24i1.729...
). No entanto, à medida que a intervenção diminuía, as empresas industriais começaram a aderir, e o lançamento da BMV deu-se na segunda metade do século XX, o que lhe permitiu funcionar de forma semelhante à bolsa do resto do mundo (Moreno-Lázaro, 2015Moreno-Lázaro, J. (2015). The stock exchange the state and economic development in Mexico 1932-1976*. Revista de Historia Economica - Journal of Iberian and Latin American Economic History, 33(2), 321-350. doi: 10.1017/S021261091500018X
https://doi.org/10.1017/S021261091500018...
, 2017Moreno-Lázaro, J. (2017). La Bolsa de Valores de México durante el porfiriato y la revolución, 1885-1934. América Latina en la Historia Económica , 24(1), 98-139. doi: 10.18232/alhe.v24i1.729.
https://doi.org/10.18232/alhe.v24i1.729...
). A BMV se tornou uma das bolsas de valores mais eficientes entre os países emergentes e se classificou entre as 25 principais bolsas mundiais (Cervantes, Montoya & Cueto, 2014Cervantes, M., Montoya, M. A., & Cueto, D. C. (2014). Momentum Effect on the Mexican Stock Exchange (SSRN Scholarly Paper ID 2392467). Retrieved from Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract=2392467
https://papers.ssrn.com/abstract=2392467...
; Cetorelli & Peristiani, 2013Cetorelli, N., & Peristiani, S. (2013). Prestigious stock exchanges: A network analysis of international financial centers. Journal of Banking & Finance , 37(5), 1543-1551. doi: 10.1016/j.jbankfin.2012.06.011
https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2012....
).

No que diz respeito à gestão empresarial, o México apresenta particularidades como o atraso na implementação de práticas internacionais (Kemme & Koleyni, 2017Kemme, D. M., & Koleyni, K. (2017). Exchange rate regimes and welfare losses from foreign crises: The impact of the US financial crisis on Mexico. Review of International Economics , 25(1), 132-147. doi: 10.1111/roie.12259
https://doi.org/10.1111/roie.12259...
), políticas protecionistas para com os investidores (Juárez, Daza & González, 2015Juárez, G. L., Daza, A. S., & González, J. Z. (2015). La crisis financiera internacional de 2008 y algunos de sus efectos económicos sobre México. Contaduría y Administración , 60(Suppl. 2), 128-146. doi: 10.1016/j.cya.2015.09.011
https://doi.org/10.1016/j.cya.2015.09.01...
) e alta concentração de estrutura societária (Fassler & Flores Vargas, 2016Fassler, K. W., & Flores Vargas, D. R. (2016). Determinants of firms’ ownership concentration in Mexico. Contaduria y Administracion , 61(2), 224–242. doi: 10.1016/j.cya.2015.05.015
https://doi.org/10.1016/j.cya.2015.05.01...
). Esses elementos da administração de negócios podem influenciar as empresas zumbis.

Por fim, a revisão da literatura sobre empresas zumbis discutida até o momento permitiu identificar uma lacuna na literatura a ser abordada neste artigo: estudar o comportamento estratégico e como ele afeta a empresa zumbi. Embora o comportamento estratégico seja um elemento central nas ciências administrativas, a literatura especializada em empresas zumbis não o estudou suficientemente. Por outro lado, também é pertinente estudar as características do setor, uma vez que são um elemento recorrente nos antecedentes empíricos. Por essas razões, este artigo visa analisar as características do setor e o comportamento estratégico das empresas que afetam as empresas zumbis. A principal contribuição da pesquisa é a inclusão da variável estratégia de negócios juntamente com as características do setor para analisar seus respectivos efeitos nas empresas zumbis. Isso contribui para a literatura especializada em empresas zumbis ao agregar a perspectiva estratégica de negócios comum nas ciências da gestão, porém, ainda não utilizada para estudar empresas zumbis. Além disso, esta pesquisa pode ser a base para o uso futuro de novas perspectivas para estudar empresas zumbis.

Este artigo está estruturado em cinco capítulos a partir desta introdução. O capítulo 2 apresenta o referencial teórico que permite compreender essas empresas. O capítulo 3 explica o método usado para análise estatística. Os resultados são descritos no capítulo 4. O capítulo 5 apresenta a discussão. No capítulo final, as conclusões são apresentadas.

2 Referencial teórico

2.1 Empresas zumbis

Caballero et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
definiram as empresas zumbis como organizações que recebem subsídios em seus financiamentos por meio de isenção ou concessão no pagamento de juros. Não necessariamente porque tenham problemas de liquidez ou em suas operações, porém, podem obter benefícios por meio dessa forma de subsídio (Lee, 2017Lee, H. J. (2017). Creative Destruction Mechanism of Korean Industry from the Perspective of Industrial Dynamics. Retrieved from http://s-space.snu.ac.kr/handle/10371/136840
http://s-space.snu.ac.kr/handle/10371/13...
). Este artigo usa Caballero et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
como critério para identificar as empresas zumbis.

Outras características recorrentes são a orientação das operações no curto prazo (Hoshi, 2006Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-5876.2006...
; Imai, 2016Imai, K. (2016). A panel study of zombie SMEs in Japan: Identification, borrowing and investment behavior. Journal of the Japanese and International Economies , 39, 91-107. doi: 10.1016/j.jjie.2015.12.001
https://doi.org/10.1016/j.jjie.2015.12.0...
; Tan et al., 2016Tan, Y., Huang, Y., & Woo, W. T. (2016). Zombie firms and the crowding-out of private investment in China. Asian Economic Papers , 15(3), 32-55. doi: 10.1162/ASEP_a_00474
https://doi.org/10.1162/ASEP_a_00474...
), a má alocação de recursos (Caballero et al., 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
), a posse de ativos improdutivos (Shen & Chen, 2017Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chieco.2017.05...
) e a baixa produtividade (Imai, 2016Imai, K. (2016). A panel study of zombie SMEs in Japan: Identification, borrowing and investment behavior. Journal of the Japanese and International Economies , 39, 91-107. doi: 10.1016/j.jjie.2015.12.001
https://doi.org/10.1016/j.jjie.2015.12.0...
; McGowan et al., 2017b; Shen & Chen, 2017Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chieco.2017.05...
). Além disso, Hoshi (2006)Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-5876.2006...
e Urionabarrenetxea et al. (2016Urionabarrenetxea, S., San-Jose, L., & Retolaza, J.-L. (2016). Negative equity companies in Europe: Theory and evidence. Business: Theory and Practice , 17(4), 307-316. doi: 10.3846/btp.17.11125
https://doi.org/10.3846/btp.17.11125...
, 2018Urionabarrenetxea, S., Garcia-Merino, J. D., San-Jose, L., & Retolaza, J. L. (2018). Living with zombie companies: Do we know where the threat lies? European Management Journal. doi: 10.1016/j.emj.2017.05.005
https://doi.org/10.1016/j.emj.2017.05.00...
) mostraram que as empresas zumbis tendem a ser grandes organizações com maior poder de barganha e valor econômico significativo, razão pela qual os credores preferem oferecer condições menos rígidas.

Outro destaque é que existem setores não competitivos ou altamente controlados pelo Estado que favorecem a existência dessas empresas (Caballero et al., 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
). Essa característica ocorre porque os setores favorecem a permanência de empresas estagnadas ao promover a passividade da organização ao invés de pressioná-las a evoluir para competir (Caballero et al., 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
; Fukuda & Nakamura, 2011Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-9701.2011...
; McGowan et al., 2017b).

Em relação aos efeitos das empresas zumbis nos mercados, Caballero et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
, Fukuda e Nakamura (2011)Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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e Hoshi (2006)Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
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mencionam que elas restringem a competitividade do setor ao evitar um processo de destruição criativa e competir por fatores de produção como trabalho e capital, obstruindo organizações saudáveis.

A literatura mostra que existem elementos do setor e das características operacionais das empresas que levam à situação zumbi. Por esse motivo, o artigo trabalha com o paradigma estrutura-conduta-desempenho (SCP, structure-conduct-performance) como um arcabouço analítico para determinar as características do setor e o comportamento estratégico que afeta as empresas zumbis.

O SCP define empresas como organismos complexos, compostos por um conjunto de elementos, mecanismos e intenções articuladas para alcançar operações sustentáveis ​​e viáveis ​​(Miles, Snow, Meyer & Coleman, 1978Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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). Além disso, as organizações interagem com outras para realizar suas atividades; assim, o comportamento voltado para a adaptação ao seu ambiente é influenciado pelas características da empresa e do setor (Hall e Saias, 1980Hall, D. J., & Saias, M. A. (1980). Strategy follows structure! Strategic Management Journal, 1(2), 149-163. doi: 1002/smj.4250010205
https://doi.org/1002/smj.4250010205...
; Miles et al., 1978Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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).

No entanto, a configuração da empresa é limitada por preferências e controle sobre seus recursos e estrutura (Albertos & Kuo, 2018Albertos, J. F., & Kuo, A. (2018). The structure of business preferences and eurozone crisis policies. Business and Politics , 20(2), 165-207. doi: 10.1017/bap.2017.35
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), o que indica que a conduta estratégica depende de sua percepção ambiental e dos próprios recursos e capacidades. O paradigma SCP analisa as características do setor e as ações realizadas pelas empresas para entender por que as organizações são um caminho seguro (Bain, 1968Bain, J. (1968). Industrial organization. (2nd ed.). New York: John Wiley and Sons.; Mason, 1939Mason, E. S. (1939). Price and production policies of large-scale enterprise. The American Economic Review , 29(1), 61-74. Retrieved from https://www.jstor.org/stable/1806958
https://www.jstor.org/stable/1806958...
). Portanto, serão analisados a seguir o comportamento das empresas e do setor em que atuam.

2.2 Comportamento empresarial

O comportamento da empresa é definido por “escolhas estratégicas” que são feitas com base nas percepções do(s) gestor(es) (Caves, 1980Caves, R. E. (1980). Industrial organization, corporate strategy and structure. Journal of Economic Literature , 18(1), 64-92. doi: 10.1007/978-1-4899-7138-8_16
https://doi.org/10.1007/978-1-4899-7138-...
; Miles et al., 1978Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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). O comportamento da empresa é estratégico, porque inclui a articulação de políticas, ações e recursos para atingir as metas, objetivos e a missão estabelecida (Rumelt, Schendel & Teece, 1991Rumelt, R. P., Schendel, D., & Teece, D. J. (1991). Strategic management and economics. Strategic Management Journal , 12(S2), 5-29. doi: 10.1002/smj.4250121003
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). A partir deles, as empresas fazem adaptações e adquirem formas ou posições para sobreviver (Caves, 1980Caves, R. E. (1980). Industrial organization, corporate strategy and structure. Journal of Economic Literature , 18(1), 64-92. doi: 10.1007/978-1-4899-7138-8_16
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; Ghemawat, 2002Ghemawat, P. (2002). Competition and business strategy in historical perspective. Business History Review , 76(1), 37-74. doi: 10.2307/4127751
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).

Alguns autores desenvolveram diferentes categorias de comportamento estratégico empresariais, como as estratégias genéricas de Porter (1996)Porter, M. E. (1996). What Is Strategy? Harvard Business Review , 74(6), 61-78. Retrieved from https://www.hbs.edu/faculty/Pages/item.aspx?num=10698
https://www.hbs.edu/faculty/Pages/item.a...
ou a tipologia de Miles et al. (1978)Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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, que resumem como uma empresa compete e obtém melhores retornos em relação aos concorrentes (Porter, 1980Porter, M. E (1980). Competitive Strategy: Techniques for Analyzing Industries and Competitors. New York: Free Press.) ou definem como agir para sobreviver em um mercado (Miles et al., 1978Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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).

As classificações de Miles et al. (1978)Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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e Porter (1980)Porter, M. E (1980). Competitive Strategy: Techniques for Analyzing Industries and Competitors. New York: Free Press. concordam entre si, como na estratégia de diferenciação e de prospecção; de nicho de mercado e analisador; de eficiência de custo ou defensivo – ambos são modelos reconhecidos, testados e aceitos como representantes do comportamento estratégico, aplicáveis ​​a diferentes ambientes (Higgins, Omer & Phillips 2015Higgins, D., Omer, T. C., & Phillips, J. D. (2015). The Influence of a firm’s business strategy on its tax aggressiveness. Contemporary Accounting Research , 32(2), 674-702. doi: 10.1111/1911-3846.12087
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). A Figura 1 representa o comportamento estratégico como uma linha contínua com comportamento defensivo em uma extremidade e comportamento proativo na outra.

Figura 1
Visão do comportamento estratégico de Anwar e Hasnu (2016)Anwar, J., & Hasnu, S. A. F. (2016). Business strategy and firm performance: A multi-industry analysis. Journal of Strategy and Management , 9(9), 361-382. doi: 10.1108/JSMA-09-2015-0071
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e Miles et al. (1978)Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. Jr. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review. Academy of Management, 3(3), 546–562. Scopus. doi: 10.5465/AMR.1978.4305755
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.

Em relação às evidências empíricas, não há consistência nos resultados. Por um lado, Nakamura e Fukuda (2013)Nakamura, J.-I., & Fukuda, S.-I. (2013). What happened to “zombie” firms in Japan?: Reexamination for the lost two decades. Global Journal of Economics , 02(02), 1-18. doi: 10.1142/S2251361213500079
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mostraram que as empresas que optam por ser eficientes em termos de custos melhoram sua situação, enquanto os esforços proativos não tiveram um efeito favorável sobre a condição de zumbi. Urionabarrenetxea, et al. (2018)Urionabarrenetxea, S., Garcia-Merino, J. D., San-Jose, L., & Retolaza, J. L. (2018). Living with zombie companies: Do we know where the threat lies? European Management Journal. doi: 10.1016/j.emj.2017.05.005
https://doi.org/10.1016/j.emj.2017.05.00...
descobriram que empresas intensivas em conhecimento têm maior probabilidade de ser empresas zumbis. Por outro lado, Shen e Chen (2017)Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chieco.2017.05...
mostraram que empresas estagnadas, sem interesse em melhorias operacionais, se distanciam da inovação, tecnologia e proatividade; no entanto, Lee (2017)Lee, H. J. (2017). Creative Destruction Mechanism of Korean Industry from the Perspective of Industrial Dynamics. Retrieved from http://s-space.snu.ac.kr/handle/10371/136840
http://s-space.snu.ac.kr/handle/10371/13...
argumentou que investir em P&D é uma forma eficaz de abandonar a categoria de empresa zumbi. Os estudos que sustentam a relação entre um comportamento estratégico proativo e a empresa zumbi argumentam que essas empresas são baseadas em projetos ou atividades que requerem um maior investimento financeiro e, portanto, apresentam maior risco; o que significa que se o desenvolvimento das atividades falhar ou apresentar algum inconveniente, o cumprimento das obrigações será difícil.

Como os estudos empíricos sobre empresas zumbis são escassos, optou-se por utilizar estudos que associam o comportamento estratégico à probabilidade de fracasso (Li & Liu, 2009Li, D., & Liu, J. (2009). Determinants of Financial Distress of ST and PT Companies: A Panel Analysis of Chinese Listed Companies (SSRN Scholarly Paper ID 1341795). Retrieved from Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract=1341795
https://papers.ssrn.com/abstract=1341795...
; Pereira & Jardim, 2013Pereira, E. T., & Jardim, C. (2013). Corporate bankruptcy of Portuguese firms. Zagreb International Review of Economics and Business, 16(2), 39-56. Retrieved from https://www.researchgate.net/publication/258763924_Corporate_Bankruptcy_of_Portuguese_Firms
https://www.researchgate.net/publication...
). Jermias (2008)Jermias, J. (2008). The relative influence of competitive intensity and business strategy on the relationship between financial leverage and performance. The British Accounting Review , 40(1), 71–86. doi: 10.1016/j.bar.2007.11.001
https://doi.org/10.1016/j.bar.2007.11.00...
e Simerly e Li (2000)Simerly, R. L., & Li, M. (2000). Environmental dynamism, capital structure and performance: A theoretical integration and an empirical test. Strategic Management Journal , 21(1), 31-49. doi: 10.1002/(SICI)1097-0266(200001)21:1<31::AID-SMJ76>3.0.CO;2-T
https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(...
encontraram maior probabilidade de não cumprimento de obrigações financeiras em empresas proativas do que em empresas de baixo custo, corroborando o argumento acima, Ortiz-Villajos e Sotoca (2018)Ortiz-Villajos, J. M., & Sotoca, S. (2018). Innovation and business survival: A long-term approach. Research Policy , 47(8), 1418-1436. doi: 10.1016/j.respol.2018.04.019
https://doi.org/10.1016/j.respol.2018.04...
encontraram relação positiva entre comportamento proativo e risco de falência.

Por outro lado, Bentley, Omer e Sharp (2013)Bentley, K. A., Omer, T. C., & Sharp, N. Y. (2013). Business strategy, financial reporting irregularities, and audit effort. Contemporary Accounting Research , 30(2), 780-817. doi: 10.1111/j.1911-3846.2012.01174.x
https://doi.org/10.1111/j.1911-3846.2012...
argumentaram empiricamente que empresas proativas têm melhor controle sobre suas finanças; portanto, a probabilidade de falência é menor. Nessa linha, Vicente-Lorente (2001)Vicente‐Lorente, J. D. (2001). Specificity and opacity as resource-based determinants of capital structure: Evidence for Spanish manufacturing firms. Strategic Management Journal , 22(2), 157-177. doi: 10.1002/1097-0266(200101)22:2<157::AID-SMJ152>3.0.CO;2-2
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explicam que os investimentos neste tipo de empresa são particulares, logo uma implementação adequada irá facilitar o cumprimento da dívida. Nogueira, Fernández-López, Calvo e Rodeiro-Pazos (2018)Nogueira, M. Á., Fernández-López, S., Calvo, N., & Rodeiro-Pazos, D. (2018). Firm characteristics, financial variables and types of innovation: Influence in Spanish firms’ survival. International Journal of Entrepreneurship and Innovation Management , 22(1–2), 57-79. doi: 10.1504/IJEIM.2018.089714
https://doi.org/10.1504/IJEIM.2018.08971...
acrescentam que essas empresas mantêm uma quantidade menor de ativos ociosos, sendo que as empresas destinaram a maior parte dos recursos financeiros para a produção. Como resultado, a hipótese é apresentada da seguinte forma:

  • H1: O comportamento estratégico afeta a empresa zumbi.

2.3 Características setoriais

Segundo o SCP, o setor apresenta características que influenciam a empresa e seus resultados, como quantidade ofertada e demandada, elasticidade, índice de inflação e ciclo econômico e também aspectos relacionados às características do produto, ao grau de tecnologia, ao nível de inovação, à disponibilidade de materiais, ao ciclo de vida do produto (Shapiro, 1989Shapiro, C. (1989). The Theory of Business Strategy. The RAND Journal of Economics , 20(1), 125-137. doi: 10.2307/2555656
https://doi.org/10.2307/2555656...
; Sheel, 2016Sheel, A. (2016). SCP-relevance and class-effect in performance – A comparative analysis of restaurants and petroleum firms. International Journal of Hospitality Management , 52, 33-45. doi: 10.1016/j.ijhm.2015.09.012
https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2015.09.0...
). Caballero et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
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e Hoshi (2006)Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
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encontraram uma maior existência de empresas zumbis em setores específicos, o que sugere que as características setoriais influenciam essas organizações.

Os setores diferem uns dos outros. Suas empresas tendem a ser estruturalmente diferentes daquelas de um setor diferente (Ohlson, 1980Ohlson, J. A. (1980). Financial ratios and the probabilistic prediction of bankruptcy. Journal of Accounting Research , 18(1), 109-131. doi: 10.2307/2490395
https://doi.org/10.2307/2490395...
); assim, cada setor tem características específicas que têm uma influência particular (Mohammed, Ismail & Muhammad, 2015Mohammed, N., Ismail, A. G., & Muhammad, J. (2015). Evidence on market concentration in Malaysian dual banking system. Procedia - Social and Behavioral Sciences , 172, 169-176. doi: 10.1016/j.sbspro.2015.01.351
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
). É por isso que geram um efeito diferente para cada empresa (Ren, Hu & Cui, 2018Ren, C. R., Hu, Y., & Cui, T. H. (2018). Responses to rival exit: Product variety, market expansion, and preexisting market structure. Strategic Management Journal , 40(2). doi: 10.1002/smj.2970
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), destacando que existem irrupções, como inovações ou regulamentações, que alteram as estruturas e condições do mercado, o que gera mudanças nas organizações (Demsetz, 1973Demsetz, H. (1973). Industry structure, market rivalry, and public policy. Journal of Law and Economics , 16(1), 1-9. doi: 10.1086/466752
https://doi.org/10.1086/466752...
).

Dentre essas características, está o nível de competitividade de mercado como uma das mais influentes (Levin, Cohen & Mowery, 1985Levin, R. C., Cohen, W. M., & Mowery, D. C. (1985). R & D Appropriability, Opportunity, and Market Structure: New Evidence on Some Schumpeterian Hypotheses. The American Economic Review , 75(2), 20–24. Retrieved from https://www.jstor.org/stable/1805564
https://www.jstor.org/stable/1805564...
); que se refere à capacidade das unidades de competir entre si em um determinado mercado (Gutiérrez Rodríguez & Almanza, 2016Gutiérrez Rodríguez, R. E., & Almanza, C. A. (2016). Una aproximación a la caracterización competitiva de los sectores productivos industrial y floricultor del municipio de Madrid Cundinamarca, Colombia. Suma de Negocios , 7(16), 82-93. doi: 10.1016/j.sumneg.2016.02.006
https://doi.org/10.1016/j.sumneg.2016.02...
). Cool, Dierickx e Jemison, (1989)Cool, K., Dierickx, I., & Jemison, D. (1989). Business strategy, market structure and risk-return relationships: A structural approach. Strategic Management Journal , 10(6), 507-522. doi: 10.1002/smj.4250100602
https://doi.org/10.1002/smj.4250100602...
e Martin (1983)Martin. (1983). Market, Firm, and Economic Performance: An empirical analysis (Working paper No. 84). Retrieved from https://www.ftc.gov/system/files/documents/reports/market-firm-economic-performance-empirical-analysis/wp084.pdf
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utilizam a participação de mercado como uma forma simples de conhecer o nível de competitividade do setor (Keil, 2017Keil, J. (2017). The trouble with approximating industry concentration from Compustat. Journal of Corporate Finance , 45(C), 467-479. doi: 10.1016/j.jcorpfin.2017.05.019
https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2017....
). A participação de mercado refere-se à parcela das vendas totais realizadas no setor correspondente a uma empresa (Schmalensee, 1989Schmalensee, R. (1989). Chapter 16 Inter-industry studies of structure and performance. In R. Schmalensee, & R. D. Willig (Eds.), Handbook of Industrial Organization (Vol. 2, pp. 951-1009). Amsterdam: Elsevier.) e está relacionada ao grau de concentração de mercado (Bain, 1968Bain, J. (1968). Industrial organization. (2nd ed.). New York: John Wiley and Sons.; Cool et al., 1989Cool, K., Dierickx, I., & Jemison, D. (1989). Business strategy, market structure and risk-return relationships: A structural approach. Strategic Management Journal , 10(6), 507-522. doi: 10.1002/smj.4250100602
https://doi.org/10.1002/smj.4250100602...
; Mueller, 1983Mueller, D. (1983). The determinants of persistent profits. An Empirical Study. Bureau of Economics, U.S. Federal Trade Commission. https://www.ftc.gov/sites/default/files/documents/reports/determinants-persistent-profits/198306determinantsprofits.pdf
https://www.ftc.gov/sites/default/files/...
).

A associação entre o grau de concentração e a competitividade de mercado é inversa, pois organizações com alta cota de participação terão “poder de mercado” e uma influência mais significativa no setor, afetando negativamente o restante do mercado e restringindo sua capacidade de competir (Boulding & Staelin, 1990Boulding, W., & Staelin, R. (1990). Environment, market share, and market power. Management Science , 36(10), 1160-1177. doi: 10.1287/mnsc.36.10.1160
https://doi.org/10.1287/mnsc.36.10.1160...
; Edeling & Himme, 2018Edeling, A., & Himme, A. (2018). When does market share matter? New empirical generalizations from a meta-analysis of the market share-performance relationship. Journal of Marketing , 82(3), 1-24. doi: 10.1509/jm.16.0250
https://doi.org/10.1509/jm.16.0250...
). Aprofundando-se na competitividade do mercado, Ailawadi, Farris e Parry (1999)Ailawadi, K. L., Farris, P. W., & Parry, M. E. (1999). Market share and ROI: Observing the effect of unobserved variables. International Journal of Research in Marketing , 16(1), 17-33. doi: 10.1016/S0167-8116(98)00012-3
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e Jacobson (1988)Jacobson, R. (1988). Distinguishing among competing theories of the market share effect. Journal of Marketing , 52(4), 68-80. doi: 10.2307/1251634
https://doi.org/10.2307/1251634...
descreveram que organizações com alto “poder de mercado” tendiam a negociar melhores condições com seus parceiros comerciais desenvolvendo relacionamentos mais benéficos, como o caso das empresas zumbis.

Boulding e Staelin (1993)Boulding, W., & Staelin, R. (1993). A Look on the cost side: Market share and the competitive environment. Marketing Science , 12(2), 144-166. doi: 10.1287/mksc.12.2.144
https://doi.org/10.1287/mksc.12.2.144...
mencionam que o sucesso nos negócios pode fazer com que as organizações percam o interesse em realizar outros tipos de ações que aumentem a lucratividade. Chamaram-nas de “gordas e felizes”, descreveram-nas como portadoras de uma espécie de estagnação ou passividade em relação ao desenvolvimento e evolução da organização (Edeling & Himme, 2018Edeling, A., & Himme, A. (2018). When does market share matter? New empirical generalizations from a meta-analysis of the market share-performance relationship. Journal of Marketing , 82(3), 1-24. doi: 10.1509/jm.16.0250
https://doi.org/10.1509/jm.16.0250...
). Keil (2018)Keil, J. (2018). Is There a Causal Effect of Concentration on Persistent Profitability Differentials? (SSRN Scholarly Paper ID 2879163). Retrieved from Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract=2879163
https://papers.ssrn.com/abstract=2879163...
argumenta que o conforto nos negócios pode surgir da falta de competição no mercado. Pode-se concluir que o caso descrito por Boulding e Staelin (1993)Boulding, W., & Staelin, R. (1993). A Look on the cost side: Market share and the competitive environment. Marketing Science , 12(2), 144-166. doi: 10.1287/mksc.12.2.144
https://doi.org/10.1287/mksc.12.2.144...
é semelhante às características das empresas zumbis, pois Caballero et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
https://doi.org/10.1257/aer.98.5.1943...
, Fukuda e Nakamura (2011)Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-9701.2011...
e Shen e Chen (2017)Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chieco.2017.05...
mostraram que um setor com maior competição possui menos empresas zumbis, explicando que setores concentrados são propícios à existência dessas empresas.

Como os estudos sobre empresas zumbis são limitados, optou-se por revisar os artigos que estudam o efeito do nível de competitividade de um setor em suas empresas. Mueller (1983)Mueller, D. (1983). The determinants of persistent profits. An Empirical Study. Bureau of Economics, U.S. Federal Trade Commission. https://www.ftc.gov/sites/default/files/documents/reports/determinants-persistent-profits/198306determinantsprofits.pdf
https://www.ftc.gov/sites/default/files/...
mostrou evidências empíricas de que uma maior concentração de mercado afeta negativamente as organizações; da mesma forma que Keil (2018)Keil, J. (2018). Is There a Causal Effect of Concentration on Persistent Profitability Differentials? (SSRN Scholarly Paper ID 2879163). Retrieved from Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract=2879163
https://papers.ssrn.com/abstract=2879163...
, Khan, Ahmad e Gee (2016)Khan, H. H., Ahmad, R. B., & Gee, C. S. (2016). Market structure, financial dependence and industrial growth: Evidence from the banking industry in emerging Asian economies. PLOS ONE , 11(8), e0160452. doi: 10.1371/journal.pone.0160452
https://doi.org/10.1371/journal.pone.016...
e Martin (1983)Martin. (1983). Market, Firm, and Economic Performance: An empirical analysis (Working paper No. 84). Retrieved from https://www.ftc.gov/system/files/documents/reports/market-firm-economic-performance-empirical-analysis/wp084.pdf
https://www.ftc.gov/system/files/documen...
. Noman, Gee e Isa, (2017)Noman, A. H. M., Gee, C. S., & Isa, C. R. (2017). Does competition improve financial stability of the banking sector in ASEAN countries? An empirical analysis. PLOS ONE , 12(5), e0176546. doi: 10.1371/journal.pone.0176546
https://doi.org/10.1371/journal.pone.017...
mostraram que uma maior concentração de mercado aumenta o risco de falência, e Edeling e Himme (2018)Edeling, A., & Himme, A. (2018). When does market share matter? New empirical generalizations from a meta-analysis of the market share-performance relationship. Journal of Marketing , 82(3), 1-24. doi: 10.1509/jm.16.0250
https://doi.org/10.1509/jm.16.0250...
especificaram que é mais significativa em países em desenvolvimento.

No entanto, outros estudos descobriram que a concentração de mercado beneficia as organizações (Gallagher, Ignatieva & McCulloch Khan, 2016; Lee & Yang, 2016Lee, Y.-C., & Yang, Y.-H. (2016). Analysis of industrial structure, firm conduct and performance: A case study of the textile industry. Autex Research Journal , 16(2), 35-42. doi: 10.1515/aut-2015-0017
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); a meta-análise de Szymanski, Bharadwaj e Varadarajan (1993)Szymanski, D. M., Bharadwaj, S. G., & Varadarajan, P. R. (1993). An analysis of the market share-profitability relationship. Journal of Marketing , 57(3), 1-18. doi: 10.2307/1251851
https://doi.org/10.2307/1251851...
conclui que a participação de mercado está, em média, 20% relacionada ao desempenho da empresa. Com base na revisão empírica apresentada, a seguinte hipótese é apresentada:

  • H2: Um nível mais alto de competitividade de mercado desencoraja as empresas zumbis.

Outro fator influente nos setores é o grau de barreiras de entrada (Ellickson, 2015Ellickson, P. B. (2015). Market structure and performance. In J. D. Wright (Ed.), International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences (2nd ed., Vol.14, pp. 549-554). Oxford: Elsevier.), que são as dificuldades que novos concorrentes têm em entrar no mercado (Ho, 2015Ho, P. H. K. (2015). Analysis of competitive environments, business strategies, and performance in Hong Kong’s construction industry. Journal of Management in Engineering , 32(2). doi: 10.1061/(ASCE)ME.1943-5479.0000399
https://doi.org/10.1061/(ASCE)ME.1943-54...
). Outra forma de encará-las é como custos associados à entrada no mercado (Kimenyi Lee e Shughart, 1990Kimenyi, M. S., Lee, J., & Shughart, W. F. II. (1990). Price-cost margins and industry structure in developing countries: The case of Korea*. Bulletin of Economic Research, 42(3), 197-210. doi: 10.1111/j.1467-8586.1990.tb00670.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-8586.1990...
). Segundo Bain (1968)Bain, J. (1968). Industrial organization. (2nd ed.). New York: John Wiley and Sons., elas atuam como um filtro para empresas que desejam competir (Mueller, 1983Mueller, D. (1983). The determinants of persistent profits. An Empirical Study. Bureau of Economics, U.S. Federal Trade Commission. https://www.ftc.gov/sites/default/files/documents/reports/determinants-persistent-profits/198306determinantsprofits.pdf
https://www.ftc.gov/sites/default/files/...
).

As barreiras de entrada podem ser estruturais ou comportamentais (Hsu, Tsai & Yang, 2008Hsu, S.-K., Tsai, M.-F., & Yang, C.-H. (2008). Market structure, external exposure and industry profitability: Evidence from Taiwan. International Economic Journal , 22(2), 201-214. doi: 10.1080/10168730802079805
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). O primeiro refere-se à natureza idiossincrática do mercado, ou seja, às capacidades ou recursos específicos das empresas para competir. Alguns exemplos são o valor do investimento inicial necessário (Ma, Weng & Yu, 2015Ma, M., Weng, J., & Yu, L. (2015). Market size, scale economies, and tourism market structure: A case of historic water town tourism in China. Tourism Management , 49, 119-137. doi: 10.1016/j.tourman.2015.02.014
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2015.0...
; Wernerfelt & Montgomery, 1988Wernerfelt, B., & Montgomery, C. (1988). Tobin’s q and the importance of focus in firm performance. The American Economic Review , 78(1), 246-250.), a especificidade e tecnificação dos produtos oferecidos, os tipos de ativos necessários ao processo de produção (Stiegert, Wang & Rogers, 2009Stiegert, K. W., Wang, S.-S., & Rogers, R. T. (2009). Structural change and market power in the US food manufacturing sector. Agribusiness , 25(2), 164-180. doi:10.1002/agr.20193
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) ou o tipo de regulação (Hsu et al., 2008Hsu, S.-K., Tsai, M.-F., & Yang, C.-H. (2008). Market structure, external exposure and industry profitability: Evidence from Taiwan. International Economic Journal , 22(2), 201-214. doi: 10.1080/10168730802079805
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).

A segunda classificação refere-se às ações da empresa, como estratégias que irão forçar novos concorrentes a se igualarem, caso desejem entrar ou permanecer no mercado (Stiegert et al., 2009Stiegert, K. W., Wang, S.-S., & Rogers, R. T. (2009). Structural change and market power in the US food manufacturing sector. Agribusiness , 25(2), 164-180. doi:10.1002/agr.20193
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). Estes são o investimento em marketing (Stiegert et al., 2009Stiegert, K. W., Wang, S.-S., & Rogers, R. T. (2009). Structural change and market power in the US food manufacturing sector. Agribusiness , 25(2), 164-180. doi:10.1002/agr.20193
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), economias de escala (Bain, 1968Bain, J. (1968). Industrial organization. (2nd ed.). New York: John Wiley and Sons.; Ho, 2015Ho, P. H. K. (2015). Analysis of competitive environments, business strategies, and performance in Hong Kong’s construction industry. Journal of Management in Engineering , 32(2). doi: 10.1061/(ASCE)ME.1943-5479.0000399
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; Ma et al., 2015Ma, M., Weng, J., & Yu, L. (2015). Market size, scale economies, and tourism market structure: A case of historic water town tourism in China. Tourism Management , 49, 119-137. doi: 10.1016/j.tourman.2015.02.014
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; Porter, 1980Porter, M. E (1980). Competitive Strategy: Techniques for Analyzing Industries and Competitors. New York: Free Press.) e o nível de diferenciação dos produtos (Mueller, 1983Mueller, D. (1983). The determinants of persistent profits. An Empirical Study. Bureau of Economics, U.S. Federal Trade Commission. https://www.ftc.gov/sites/default/files/documents/reports/determinants-persistent-profits/198306determinantsprofits.pdf
https://www.ftc.gov/sites/default/files/...
).

De acordo com as evidências empíricas, Christmann, Day e Yip (1999)Christmann, P., Day, D., & Yip, G. S. (1999). The relative influence of country conditions, industry structure, and business strategy on multinational corporation subsidiary performance. Journal of International Management , 5(4), 241-265. doi: 10.1016/S1075-4253(99)00015-0
https://doi.org/10.1016/S1075-4253(99)00...
asseguram que o nível de barreiras à entrada está positiva e significativamente relacionado ao desempenho do negócio. Autores como Kimenyi et al. (1990)Kimenyi, M. S., Lee, J., & Shughart, W. F. II. (1990). Price-cost margins and industry structure in developing countries: The case of Korea*. Bulletin of Economic Research, 42(3), 197-210. doi: 10.1111/j.1467-8586.1990.tb00670.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-8586.1990...
, Schivardi e Viviano (2011)Schivardi, F., & Viviano, E. (2011). Entry barriers in retail trade. The Economic Journal , 121(551), 145-170. doi: 10.1111/j.1468-0297.2009.02348.x
https://doi.org/10.1111/j.1468-0297.2009...
e Yao, Song e Song. (2018)Yao, M., Song, C., & Song, Z. (2018). State ownership, political connections and entry barriers: Evidence from China. Applied Economics Letters , 25(17), 12501254. doi: 10.1080/13504851.2017.1414928
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confirmam essa relação. Por outro lado, Collard-Wexler (2014)Collard-Wexler, A. (2014). Mergers and sunk costs: An application to the ready-mix concrete industry. American Economic Journal: Microeconomics , 6(4), 407-447. doi: 10.1257/mic.6.4.407
https://doi.org/10.1257/mic.6.4.407...
mostrou que as barreiras de entrada prejudicam o desempenho do mercado, assim como Lee e Yang (2016)Lee, Y.-C., & Yang, Y.-H. (2016). Analysis of industrial structure, firm conduct and performance: A case study of the textile industry. Autex Research Journal , 16(2), 35-42. doi: 10.1515/aut-2015-0017
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; Tong e Saladrigues (2018)Tong, Y., & Saladrigues, R. (2018). The predictability of financial, accounting-based, and industrial factors on the success of newly incorporated Spanish firms. Intangible Capital , 14(1), 127-145. doi: 10.3926/ic.1106
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mostraram uma relação semelhante com a probabilidade de sobrevivência empresarial na Espanha. D. McGowan (2014)McGowan, D. (2014). Do entry barriers reduce productivity? Evidence from a natural experiment. Economics Letters , 125(1), 97-100. doi: 10.1016/j.econlet.2014.08.014
https://doi.org/10.1016/j.econlet.2014.0...
descobriu que um nível mais alto de barreiras de entrada ajuda a evitar processos de destruição criativa; em outras palavras, elas incentivam empresas ineficientes a permanecerem no mercado. Resultados semelhantes são oferecidos por Maican e Orth (2018)Maican, F. G., & Orth, M. (2018). Entry regulations, welfare, and determinants of market structure. International Economic Review , 59(2), 727-756. doi: 10.1111/iere.12286
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no setor de alimentos da Suécia. Com base na revisão empírica apresentada, a seguinte hipótese é apresentada:

  • H3: Um nível mais alto de barreiras à entrada incentiva as empresas zumbis.

3 Metodologia

3.1 Seleção de amostra e coleta de dados

A amostra selecionada para este trabalho são empresas listadas na BMV entre 2013 e 2017. Das 147 empresas listadas para análise estatística, foram eliminadas 27 empresas financeiras, pela dificuldade de compará-las com as demais. Das 120 empresas restantes, optou-se por extrair dessa análise 21 empresas que não atendiam a um critério da variável empresa zumbi, que será explicada posteriormente. A amostra final foi composta por um total de 99 empresas. A fonte de dados são os relatórios anuais publicados pela BMV.

3.2 Variáveis da pesquisa

Para a empresa zumbi foi utilizado o método desenvolvido por Hoshi (2006)Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
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conhecido como EIR, que representa a extensão em que o pagamento de juros reais (R) excede o pagamento de juros mínimo exigido (R*). Os pagamentos mínimos de juros são o custo preferencial hipotético da dívida – e Caballero, et al. (2008)Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
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definiu a fórmula da seguinte forma:

R * i , t = r s t 1 . B S i , t 1 + 1 5 r l t , j . B L i , t 1 [1]

Entre eles, o BS representa o passivo de curto prazo, menos contas a pagar e impostos a pagar; Bl é o passivo de longo prazo; rs representa o percentual médio de juros de curto prazo; rl o percentual médio de juros de longo prazo (os juros tomados por referência foram os CETES, que são instrumentos de dívida emitidos pelo governo e têm custo preferencial). Depois, é necessário comparar R* em relação a R, usando a seguinte fórmula:

E I R = R i , j R * i , j R i , j + R * i , j 2 [2]

O EIR assume valores entre -2 e 2, com as empresas zumbis no lado negativo e as empresas não zumbis no lado positivo. É preciso dizer que existe a possibilidade de que a medição esteja errada, colocando como zumbi empresas saudáveis que merecem condições preferenciais ou empresas que geram lucros suficientes para pagar a dívida rapidamente. No entanto, Hoshi (2006)Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
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analisa a eficácia de seu método, concluindo que é adequado e descartando a probabilidade de erro como muito baixa.

Apesar disso, para reduzir a probabilidade de erro, optou-se por aplicar os critérios de Fukuda e Nakamura (2011)Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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, que compararam a geração de lucros de uma empresa com relação ao custo hipotético da dívida, definindo que aquelas que geram lucros superiores a os juros não podem ser zumbis, ou seja, EBITDA> P*. Por conta disso, decidi que as empresas que atendessem a essa condição fossem retiradas para evitar erros de medição.

Para o comportamento estratégico, o método de pontuação é aplicado (Evans e Green, 2000Evans, J. D., & Green, C. L. (2000). Marketing strategy, constituent influence, and resource allocation: An application of the miles and snow typology to closely held firms in chapter 11 bankruptcy. Journal of Business Research , 50(2), 225-231. doi: 10.1016/S0148-2963(99)00036-3
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; Smith Guthrie e Chen, 1986Smith, K. G., Guthrie, J. P., & Chen, M.-J. (1986). Miles and snow’s typology of strategy, organizational size and organizational performance. Academy of Management Proceedings , 1986(1), 45-49. doi: 10.5465/ambpp.1986.4978509
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) e medido por informações financeiras. Neste artigo, o comportamento estratégico é formado por quatro medidas que representam ações relacionadas à forma como uma empresa se comporta no setor. Cada quantificação permite a identificação de diferentes comportamentos estratégicos; por exemplo, uma empresa proativa deve ter uma orientação maior para a inovação (Tabela 1).

Tabela 1
Dimensões que definem o comportamento estratégico

Consequentemente, como Evans e Green (2000)Evans, J. D., & Green, C. L. (2000). Marketing strategy, constituent influence, and resource allocation: An application of the miles and snow typology to closely held firms in chapter 11 bankruptcy. Journal of Business Research , 50(2), 225-231. doi: 10.1016/S0148-2963(99)00036-3
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propuseram, cada empresa foi classificada da mais fraca para a mais forte para cada indicador, usando uma classificação de quintil. Por fim, foram atribuídos pontos entre 0 e 4 de acordo com o quintil alcançado (0 para o quintil mais baixo e 4 para o mais alto), esclarecendo que a pontuação é inversa para a CIR. Dessa forma, é obtido um proxy que representa o comportamento estratégico, onde, à medida que seu valor aumenta, a empresa será mais proativa; caso contrário, representaria um comportamento defensivo (Figura 2).

Figura 2
Valores do comportamento estratégico.

Para a competitividade de mercado, foi utilizada a participação de mercado relativa (Li, Nie, Zhao & Li., 2017Li, Y., Nie, D., Zhao, X., & Li, Y. (2017). Market structure and performance: An empirical study of the Chinese solar cell industry. Renewable and Sustainable Energy Reviews , 70, 78-82. doi: 10.1016/j.rser.2016.11.064
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; Martin, 1983Martin. (1983). Market, Firm, and Economic Performance: An empirical analysis (Working paper No. 84). Retrieved from https://www.ftc.gov/system/files/documents/reports/market-firm-economic-performance-empirical-analysis/wp084.pdf
https://www.ftc.gov/system/files/documen...
; Wu, Gao & Gu, 2015Wu, P., Gao, L., & Gu, T. (2015). Business strategy, market competition and earnings management: Evidence from China. Chinese Management Studies , 9(3), 401-424. doi: 10.1108/CMS-12-2014-0225
https://doi.org/10.1108/CMS-12-2014-0225...
). A participação de mercado é uma medida que mostra a escala que cada empresa representa em um determinado setor (Szymanski et al., 1993Szymanski, D. M., Bharadwaj, S. G., & Varadarajan, P. R. (1993). An analysis of the market share-profitability relationship. Journal of Marketing , 57(3), 1-18. doi: 10.2307/1251851
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; Varadarajan & Kaul, 2018).

P a r t i c i p a ç ã o d e m e r c a d o = X i j X j [3]

Em que Xij representa as vendas da empresa i no setor j e Xj significa as vendas do setor j. O resultado é multiplicado por -1, porque a participação de mercado é uma medida inversa da competitividade de mercado; em outras palavras, uma concentração maior (menor) implica menor (alta) competitividade.

Para as barreiras de entrada, a medida selecionada é o grau de investimento de capital necessário para competir (Ma et al., 2015Ma, M., Weng, J., & Yu, L. (2015). Market size, scale economies, and tourism market structure: A case of historic water town tourism in China. Tourism Management , 49, 119-137. doi: 10.1016/j.tourman.2015.02.014
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; Wernerfelt e Montgomery, 1988Wernerfelt, B., & Montgomery, C. (1988). Tobin’s q and the importance of focus in firm performance. The American Economic Review , 78(1), 246-250.). De acordo com Wernerfelt e Montgomery (1988)Wernerfelt, B., & Montgomery, C. (1988). Tobin’s q and the importance of focus in firm performance. The American Economic Review , 78(1), 246-250., representa o capital necessário para entrar em um setor, e ajudará a identificar as organizações que exercem mais poder no setor em que atuam. A seguinte fórmula foi usada para calcular a variável:

C u s t o d e i n v e s t i m e n t o = C C i j P i j [4]

Em que CCij representa o patrimônio líquido da empresa i no setor j e Pij Produção ou valor de vendas da empresa i no setor j. À medida que aumenta o custo do investimento, mostra-se que será necessário um maior montante de capital para se obter uma unidade de produção, ou seja, um alto grau de barreira à entrada. Já os valores baixos apresentam menor grau de barreiras à entrada, indicando que a empresa exigiu menos investimento de capital para determinada produção.

A natureza da variável da empresa zumbi é inversa, o que significa que uma situação de zumbi maior implica em um valor negativo maior. Os resultados podem ser confusos; para facilitar a interpretação dos resultados, a Tabela 2 mostra o alinhamento entre a hipótese e o sinal esperado para apoiá-la. Em resumo, um impacto positivo na variável dependente, neste caso, será com um sinal negativo do parâmetro. Uma descrição mais aprofundada da medição das variáveis ​​é encontrada no Apêndice.

Tabela 2
Alinhamento de hipóteses com a medição de variáveis

3.3 Análise de dados

Para a análise estatística, o software STATA foi usado em um painel de dados. Segundo Cameron e Trivedi (2010)Cameron, A., & Trivedi, P. (2010). Microeconometrics using stata (Ed. rev.). Texas: Stata Press Publication., a base de dados forma um painel curto (N > T) e balanceado com 99 empresas ao longo de cinco anos. O teste Breush-Pagan (valor p de 0,000) e o teste Pesaran para painéis curtos (Pesaran, 2004Pesaran, M. H. (2004). General Diagnostic Tests for Cross Section Dependence in Panels (SSRN Scholarly Paper ID 572504). Retrieved from Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract=572504
https://papers.ssrn.com/abstract=572504...
) confirmam que o modelo de dados em painel é preferível a um pool de dados (Hoyos & Sarafidis, 2006Hoyos, R. E. de., & Sarafidis, V. (2006). Testing for cross-sectional dependence in panel-data models. Stata Journal , 6(4), 482-496. doi: 10.1177/1536867X0600600403
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). Consequentemente, o teste de Hausman (valor p de 0,000) indica que o modelo de efeitos fixos é melhor do que o de efeitos aleatórios para este estudo. Em seguida, a autocorrelação e a heterocedasticidade foram avaliadas pelo teste de Wooldridge (valor p de 0,6299) e teste de Wald (valor p de 0,000). Esses testes evidenciaram que o painel apresenta heterocedasticidade, obrigando a utilização de alternativas para a análise dos dados em painel.

Seguindo as recomendações de Beck e Katz (1995)Beck, N., & Katz, J. N. (1995). What to do (and not to do) with time-series cross-section. American Political Science Review , 89, (3), 634-647. doi: 10.2307/2082979
https://doi.org/10.2307/2082979...
, Gujarati e Porter (2004)Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2004). Econometria básica (4a ed.). São Paulo McGraw Hill. e Reed e Ye (2011)Reed, W. R., & Ye, H. (2011). Which panel data estimator should I use? Applied Economics , 43(8), 985-1000. doi: 10.1080/00036840802600087
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, optou-se por uma análise de dados em painel por OLS com erros de painel padrão corrigidos (PCSE). De acordo com Alabede (2018)Alabede, J. O. (2018). Economic freedom and tax revenue performance in sub-Saharan Africa. Journal of Financial Reporting and Accounting , 16(4), 610-638. doi: 10.1108/JFRA-04-2017-0024
https://doi.org/10.1108/JFRA-04-2017-002...
, Bailey e Katz (2011)Bailey, D., & Katz, J. N. (2011). Implementing panel-corrected standard errors in R: The PCSE Package. Journal of Statistical Software , 42(CS1), 1–11. doi: 10.18637/jss.v042.c01
https://doi.org/10.18637/jss.v042.c01...
, Millo (2017)Millo, G. (2017). Robust standard error estimators for panel models: A unifying approach. Journal of Statistical Software , 82(3), 1-27. doi: 10.18637/jss.v082.i03
https://doi.org/10.18637/jss.v082.i03...
e Yahya e Ghazali (2017)Yahya, F., & Ghazali, Z. B. (2017). Effectiveness of board governance and dividend policy as alignment mechanisms to firm performance and CEO compensation. Cogent Business & Management , 4(1), 1-20. doi: 10.1080/23311975.2017.1398124
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, o PCSE produz estimativas mais precisas em painéis heterocedásticos, incluindo painéis curtos, para teste de hipóteses. O modelo econométrico apresenta a seguinte fórmula:

E m p r e s a z u m b i i t = β + β C o m p o r t a m e n t o e s t r a t é g i c o t - β C o m p e t i t i v i d a d e i t + β B a r r e i r a s d e e n t r a d a i t + ҽ i t [5]

Os erros padrão corrigidos para painel com heterocedasticidade são obtidos como as raízes quadradas dos elementos diagonais da matriz:

c o v β = X T X 1 X T Φ . I T X X T X 1 [6]

Onde Φ é uma matriz N x N como o elemento (i, j) estimado por:

Φ = t T = 1 ê i , t ê j , t ) T [7]

4 Resultados

A primeira coisa a notar é que, das 99 empresas, 38% estão incorridas como empresa -mbi há pelo menos um ano de estudo. A Tabela 3 mostra o número e o percentual de empresas zumbis em cada setor incluído no estudo. O que mais chama a atenção é que os setores com maior propensão para essas empresas (sem considerar o setor de energia) são telecomunicações, saúde e indústria.

Tabela 3
Distribuição de empresas zumbis por setores da BMV

Outra análise é a comparação entre as empresas zumbis e não zumbis em cada setor. Os valores das médias entre os grupos foram comparados, resultando em diferenças significativas no comportamento estratégico e barreiras à entrada. A Tabela 4 detalha as médias entre os grupos divididos por setor e mostra que, na maioria dos setores, as empresas zumbis têm um comportamento estratégico mais proativo do que aquelas que não são classificadas como zumbi. Além disso, essas empresas monopolizam o mercado em que participam e possuem barreiras para limitar a entrada de novos concorrentes.

Tabela 4
Análise comparativa entre empresas zumbis e não zumbis

Por fim, o resultado da análise inferencial é apresentado na Tabela 5. Quatro modelos foram realizados para incluir duas variáveis de controle (idade da empresa e tamanho da empresa). O modelo 1 consiste apenas nas variáveis de estudo, enquanto o modelo 2 e o modelo 3 têm uma das variáveis de controle. O modelo 4 é o completo quanto à inclusão de variáveis.

Tabela 5
Resultados da análise do painel de dados

Os diferentes modelos apresentam significância estatística e mostram consistência para o sinal e valor dos coeficientes. Da mesma forma, valores de R2 em torno de 15%, que se assemelham aos estudos empíricos de Fukuda e Nakamura (2011)Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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, Imai (2016)Imai, K. (2016). A panel study of zombie SMEs in Japan: Identification, borrowing and investment behavior. Journal of the Japanese and International Economies , 39, 91-107. doi: 10.1016/j.jjie.2015.12.001
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e McGowan et al. (2017b), que apresentam coeficientes entre 0,02 e 0,07, enquanto Jiang, Li e Song (2017)Jiang, X., Li, S., & Song, X. (2017). The mystery of zombie enterprises – “stiff but deathless”. China Journal of Accounting Research , 10(4), 341–357. doi: 10.1016/j.cjar.2017.08.001
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e Shen e Chen (2017)Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
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obtiveram valores entre 0,14 e 0,2036 ao incluir variáveis ​​de natureza operacional.

Deve-se destacar que a lacuna na literatura não se trata apenas de investigar empresas zumbis na América Latina, mas também de incluir a perspectiva de comportamento da organização que possa lançar luz sobre o fenômeno. Por esse motivo, e considerando o objetivo do artigo (analisar as características do setor e o comportamento estratégico das empresas que afetam as empresas zumbis), será revisto o resultado de cada variável.

Em relação ao comportamento estratégico, a H1 (O comportamento estratégico afeta a empresa zumbi) – é sustentada pelo resultado empírico (Fukuda & Nakamura, 2011Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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; Shen & Chen, 2017Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
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; Urionabarrenetxea et al., 2016Urionabarrenetxea, S., San-Jose, L., & Retolaza, J.-L. (2016). Negative equity companies in Europe: Theory and evidence. Business: Theory and Practice , 17(4), 307-316. doi: 10.3846/btp.17.11125
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). No entanto, além de verificar a significância estatística, a direção do efeito para a empresa zumbi é positiva, o que concorda com os estudos que afirmam que as empresas priorizam a eficiência operacional para melhorar a situação zumbi. O resultado obtido mostra que, à medida que uma empresa opta por se afastar da abordagem da eficiência, ela se aproxima da situação zumbi.

Para entender melhor, é necessário finalizar a revisão do resultado. Em relação à H2 (Um nível mais alto de competitividade de mercado desencoraja as empresas zumbis), é sustentada pelo resultado empírico, porque o coeficiente tem um efeito negativo e significativo, o que significa que a existência de mais e melhores concorrentes em um setor afeta negativamente as empresas zumbis, e é consistente com a literatura anterior e estudos empíricos (Caballero et al., 2008Caballero, R. J., Hoshi, T., & Kashyap, A. K. (2008). Zombie lending and depressed restructuring in Japan. American Economic Review , 98(5), 1943-1977. doi: 10.1257/aer.98.5.1943
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; Fukuda & Nakamura, 2011Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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; Shen & Chen, 2017Shen, G., & Chen, B. (2017). Zombie firms and over-capacity in Chinese manufacturing. China Economic Review , 44, 327-342. doi: 10.1016/j.chieco.2017.05.008
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). Vale ressaltar que Khan et al. (2016)Khan, H. H., Ahmad, R. B., & Gee, C. S. (2016). Market structure, financial dependence and industrial growth: Evidence from the banking industry in emerging Asian economies. PLOS ONE , 11(8), e0160452. doi: 10.1371/journal.pone.0160452
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e Khan, Ahmad e Chan (2018)Khan, H. H., Ahmad, R. B., & Chan, S. G. (2018). Market structure, bank conduct and bank performance: Evidence from ASEAN. Journal of Policy Modeling , 40(5), 934-958. doi: 10.1016/j.jpolmod.2018.02.001
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mostraram resultados opostos, argumentando que organizações que estão em mercados pouco competitivos tendem a ter melhor desempenho e melhores capacidades para atuar nesses setores.

A H3 (Um nível mais alto de barreiras à entrada estimula empresas zumbis) não é corroborada pelo resultado obtido; apesar de ser estatisticamente significativo, o sentido do efeito é oposto, ou seja, no contexto mexicano, as barreiras à entrada ajudam a evitar esse tipo de empresa. Os resultados indicam que uma barreira de entrada baixa impede a presença de empresas zumbis. Por fim, a Tabela 6 sintetiza as hipóteses com seus respectivos contrastes pelos resultados estatísticos analisados ​​neste capítulo.

Tabela 6
Teste de hipóteses

5 Discussão

Antes de iniciar a discussão do artigo, vale ressaltar que o estudo se limita ao México. As empresas da BMV são muitas das empresas mais valiosas do país. No entanto, isso não significa que sejam as mais competitivas, uma vez que o Estado tem utilizado esta instituição como mecanismo de canalização de investimentos; outro ponto a destacar é que o período considerado para o estudo representa um período de estabilidade econômica para o país, o que mostra um efeito mais claro das variáveis ​​estudadas (Moreno-Lázaro, 2015Moreno-Lázaro, J. (2015). The stock exchange the state and economic development in Mexico 1932-1976*. Revista de Historia Economica - Journal of Iberian and Latin American Economic History, 33(2), 321-350. doi: 10.1017/S021261091500018X
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, 2017Moreno-Lázaro, J. (2017). La Bolsa de Valores de México durante el porfiriato y la revolución, 1885-1934. América Latina en la Historia Económica , 24(1), 98-139. doi: 10.18232/alhe.v24i1.729.
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).

Os resultados obtidos nesta pesquisa sugerem que as empresas zumbis, no México, são diferentes daquelas inicialmente descritas na literatura. No início, constatou-se que uma empresa zumbi era resultado de crises econômicas e financeiras; assim, elas receberam ajuda para evitar a falência e a perda de empregos. Este trabalho, entretanto, está dentro da literatura atual, que atribui maior peso aos fatores relacionados à gestão empresarial como as causas mais importantes do fenômeno zumbi. Isso pode ser atribuído ao atraso na implementação das melhores práticas de gestão empresarial e outras características das empresas mexicanas, como concentração de propriedade ou ser uma empresa familiar.

Nesse sentido, os antecedentes empíricos não são consistentes com o efeito do comportamento estratégico; o resultado deste artigo coincide com Fukuda e Nakamura (2011)Fukuda, S.-I., & Nakamura, J.-I. (2011). Why did “zombie” firms recover in Japan? World Economy , 34(7), 1124-1137. doi: 10.1111/j.1467-9701.2011.01368.x
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e Urionabarrenetxea et al. (2016)Urionabarrenetxea, S., San-Jose, L., & Retolaza, J.-L. (2016). Negative equity companies in Europe: Theory and evidence. Business: Theory and Practice , 17(4), 307-316. doi: 10.3846/btp.17.11125
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. Eles previram que empresas inovadoras e proativas são aquelas que se tornam empresas zumbis – talvez porque os projetos dessas organizações tenham um maior grau de incerteza (Jermias, 2008Jermias, J. (2008). The relative influence of competitive intensity and business strategy on the relationship between financial leverage and performance. The British Accounting Review , 40(1), 71–86. doi: 10.1016/j.bar.2007.11.001
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; Simerly & Li, 2000Simerly, R. L., & Li, M. (2000). Environmental dynamism, capital structure and performance: A theoretical integration and an empirical test. Strategic Management Journal , 21(1), 31-49. doi: 10.1002/(SICI)1097-0266(200001)21:1<31::AID-SMJ76>3.0.CO;2-T
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). Além disso, Ortiz-Villajos e Sotoca (2018)Ortiz-Villajos, J. M., & Sotoca, S. (2018). Innovation and business survival: A long-term approach. Research Policy , 47(8), 1418-1436. doi: 10.1016/j.respol.2018.04.019
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comprovaram que o risco de falência nessas empresas é maior.

Uma característica a considerar é que, na região latino-americana, a promoção da inovação nas empresas é tida pelas instituições como motor de desenvolvimento e equidade social. Assim, a implementação de instrumentos que incentivam e auxiliam na realização dessas ações é altamente provável (Albornoz, 2013Albornoz, M. (2013). Innovación, equidad y desarrollo latinoamericano. Isegoría, (48), 111-126. doi: 10.3989/isegoria.2013.048.06
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; Brito & Vasconcelos, 2006Brito, L. A. L., & Vasconcelos, F. C. de. (2006). Las empresas latinoamericanas: Factores determinantes de su desempeño. Retrieved from https://repositorio.cepal.org/handle/11362/1947
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), mesmo Lin e Chang (2009)Lin, J., & Chang, H.-J. (2009). Should industrial policy in developing countries conform to comparative advantage or defy it? A debate between Justin Lin and Ha-Joon Chang. Development Policy Review , 27(5), 483-502. doi: 10.1111/j.1467-7679.2009.00456.x
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discutem que em alguns casos são concedidos subsídios para a realização de atividades de inovação. Isso reforça a ideia de uma seleção de comportamentos estratégicos que não estejam de acordo com as capacidades da empresa, ou deixem de implementar a estratégia de negócios.

O outro bloco de fatores estudado está relacionado ao setor de atuação das empresas. A esse respeito, verificou-se que as barreiras à entrada têm um efeito oposto ao esperado; isso significa que mais barreiras afetam negativamente as empresas zumbis. Quanto mais for fácil entrar em um mercado, mais haverá empresas zumbis. Para entender por que, pode-se analisar o papel das instituições na América Latina. Em muitas ocasiões, promovem o investimento dos agentes econômicos em setores específicos, oferecendo benefícios ou facilidades para o desenvolvimento da atividade, ou seja, reduzindo artificialmente as barreiras de entrada e permitindo a entrada de empresas menos capacitadas e comprometidas (Lin & Chang, 2009Lin, J., & Chang, H.-J. (2009). Should industrial policy in developing countries conform to comparative advantage or defy it? A debate between Justin Lin and Ha-Joon Chang. Development Policy Review , 27(5), 483-502. doi: 10.1111/j.1467-7679.2009.00456.x
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). Essas políticas obrigam a atividade empreendedora a setores que normalmente não seriam preponderantes na economia, priorizando setores onde o uso intensivo de capital é necessário e não exatamente onde há especialização produtiva (Lin e Chang, 2009Lin, J., & Chang, H.-J. (2009). Should industrial policy in developing countries conform to comparative advantage or defy it? A debate between Justin Lin and Ha-Joon Chang. Development Policy Review , 27(5), 483-502. doi: 10.1111/j.1467-7679.2009.00456.x
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; Sunkel, 2009Sunkel, O. (2009). En busca del desarrollo perdido. Problemas del Desarrollo. Revista Latinoamericana de Economía, 37(147). doi: 10.22201/iiec.20078951e.2006.147.7632
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).

Por outro lado, a competitividade de mercado apresentou um comportamento igual ao antecipado pela literatura; a competitividade afeta negativamente a empresa zumbi. Por outro lado, a medida utilizada apresentou informações adicionais; constatou-se que as empresas concentram ou monopolizam o mercado, limitando as empresas a competir com elas. Esse comportamento é um tanto semelhante ao das empresas “gordas e felizes” descritas por Boulding e Staelin (1993)Boulding, W., & Staelin, R. (1993). A Look on the cost side: Market share and the competitive environment. Marketing Science , 12(2), 144-166. doi: 10.1287/mksc.12.2.144
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, porque as empresas zumbis mexicanas dominam seus respectivos mercados e criam uma posição confortável.

Por fim, outro aspecto a destacar são os tipos de setor em que se inserem as empresas zumbis (por exemplo, construtoras, extrativistas de matérias-primas, telecomunicações e empresas de energia), que são indústrias fundamentais para a economia do país, por contribuírem para o desenvolvimento. de infraestrutura, oferecendo os serviços necessários à população (construção, energia, imóveis), e sendo intermediários ou prestadores complementares. Portanto, é fundamental manter essas empresas ativas.

Pelo exposto, as empresas zumbis da América Latina levam a crer que, em primeiro lugar, não são necessariamente agentes negativos para as economias (esclarecendo que um estudo teria que medir o impacto que essas empresas geram em outras organizações). No entanto, tornam-se necessárias para a existência de mercados que ofereçam o que a sociedade demanda na forma de bens e serviços. Por outro lado, há indícios de que a figura de uma empresa zumbi é um mecanismo adquirido voluntariamente como um comportamento para realizar operações ou porque é vantajoso para ela sobreviver.

6 Conclusões

O objetivo do estudo foi analisar o efeito das estratégias empresariais e das características setoriais sobre as empresas zumbis no México, o que foi proposto pela literatura anterior, onde as características setoriais foram analisadas acima de tudo. Em relação à estratégia de negócios, elementos tradicionalmente isolados têm sido utilizados nas ações operacionais e não uma visão mais completa da estratégia de negócios. Para atender ao objetivo principal, foram utilizadas empresas listadas na BMV e, por meio de uma análise em painel de dados, foram obtidos os resultados empíricos. Um bônus é ser um dos pioneiros no estudo dessas empresas na América Latina e, portanto, contribuir com a literatura e o debate sobre a gestão da região.

Dentre os principais achados que é possível citar primeiro, mostra-se que o estudo sobre empresas zumbis deve ser abordado sob as diferentes perspectivas das ciências administrativas, visto que os resultados mostram uma diferença em relação às empresas zumbis de outros países. O fato de uma estratégia encorajar o comportamento zumbi pode ser devido à implementação estratégica deficiente ou a um déficit na implementação da estratégia. Além disso, pode ser devido à ação dos líderes, o que sugere um problema de agência. Estudar a implementação estratégica, por exemplo, porque se considera que o tipo de estratégia em si, não dá um resultado específico. No entanto, o processo que isso implica pode levar ao fracasso. O que foi dito até agora apoia a ideia de que as empresas zumbis são independentes da situação macroeconômica, como se acreditava originalmente.

Por outro lado, o papel da instituição, mencionado algumas vezes na discussão, é um elemento que pode contribuir para a compreensão do fenômeno; por isso, torna-se mais um caminho recomendado para dar continuidade à pesquisa. As linhas de pesquisa propostas mostram que as empresas zumbis como tema de pesquisa são um campo novo e de interesse para as ciências administrativas. Entender a diversidade de empresas e as formas e comportamentos que essas unidades econômicas adquirem para competir ou sobreviver.

Para encerrar o artigo, é necessário mencionar que sua principal limitação para a análise é o fato de a amostra de empresas utilizada não representar toda a população empresarial mexicana. Foram estudadas apenas empresas com características específicas (cadastradas na BMV); por isso, uma maior diversidade de empresas deve ser analisada para complementar os resultados obtidos neste estudo. Além disso, como futura linha de pesquisa, propõe-se estudar empresas zumbis a partir de diferentes perspectivas teóricas das ciências administrativas, como o isomorfismo institucional (devido ao papel do setor na empresa zumbi), bem como a inclusão de variáveis ​​como corporativa governança. Por fim, o estudo deve ser replicado em outros países da região para estender a interpretação à empresa zumbi na América Latina.

Apêndice

MEDIDAS DA PESQUISA

Para a empresa zumbi foi utilizado o método desenvolvido por Hoshi (2006Hoshi, T. (2006). Economics of the living dead. Japanese Economic Review , 57(1), 30-49. doi: 10.1111/j.1468-5876.2006.00354.x
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, p. 36) conhecido como EIR. Em primeiro lugar, é necessário calcular o pagamento de juros de referência hipotético (R*), da seguinte forma:

R * i , t = r s t 1 . B S i , t 1 + 1 5 r l t , j . B L i , t 1 [1]

Dentre eles, o BS representa o passivo de curto prazo, menos contas a pagar e impostos a pagar; Bl é o passivo de longo prazo; rs representa a porcentagem média de juros de curto prazo; rl o percentual médio de juros de longo prazo (os juros tomados por referência foram os CETES, que são instrumentos de dívida emitidos pelo governo e têm custo preferencial). Depois, é necessário comparar R* em relação ao pagamento de juros reais (R) utilizando a seguinte fórmula:

E I R = R i , j R * i , j R i , j + R * i , j 2 [2]

EIR assume valores entre -2 e 2, com as empresas zumbis no lado negativo e as empresas não zumbis no lado positivo.

Para o comportamento estratégico, o método de pontuação é aplicado (Evans & Green, 2000Evans, J. D., & Green, C. L. (2000). Marketing strategy, constituent influence, and resource allocation: An application of the miles and snow typology to closely held firms in chapter 11 bankruptcy. Journal of Business Research , 50(2), 225-231. doi: 10.1016/S0148-2963(99)00036-3
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; Smith et al., 1986Smith, K. G., Guthrie, J. P., & Chen, M.-J. (1986). Miles and snow’s typology of strategy, organizational size and organizational performance. Academy of Management Proceedings , 1986(1), 45-49. doi: 10.5465/ambpp.1986.4978509
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), medido por informações financeiras. Neste artigo, o comportamento estratégico é formado por quatro medidas descritas na Tabela A1.

Tabela A1
Dimensões que definem o comportamento estratégico

Cada empresa foi classificada da mais fraca para a mais forte para cada indicador usando uma classificação de quintil. Por fim, foram atribuídos pontos entre 0 e 4 de acordo com o quintil alcançado (0 para o quintil mais baixo e 4 para o mais alto), esclarecendo que a pontuação é inversa para o CIR.

Para competitividade de mercado, a participação de mercado relativa foi usada. A participação de mercado é uma medida que mostra a escala que cada empresa representa em um determinado setor.

P a r t i c i p a ç ã o d e m e r c a d o = X i j X j [3]

Em que Xij representa as vendas da empresa i no setor j e Xj significa as vendas do setor j. O resultado é multiplicado por -1, porque a participação de mercado é uma medida inversa da competitividade de mercado; em outras palavras, uma concentração maior (menor) implica menor (alta) competitividade.

Para as barreiras de entrada, a medida selecionada é o grau de investimento de capital necessário para competir. A seguinte fórmula foi usada para calcular a variável:

C u s t o d e i n v e s t i m e n t o = C C i j P i j [4]

Em que CCij representa o patrimônio líquido da empresa i no setor j e Pij a produção ou valor de vendas da empresa i no setor j.

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Editor responsável:

Prof. Dr. Eduardo Armando

Revisores:

Domingo Ribeiro-Soriano; Jordana Marques Kneipp

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2021

Histórico

  • Recebido
    19 Jun 2020
  • Aceito
    03 Mar 2021
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