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Cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer em uma intervenção psicoeducacional

Family caregivers of elderly with Alzheimer's disease in a psychoeducational intervention

Resumos

OBJETIVO: Investigar o impacto de uma intervenção psicoeducacional dirigida a cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer (DA) em relação às avaliações desses cuidadores sobre ônus e benefícios das tarefas de cuidar. MÉTODOS: Cuidadores familiares de idosos (n=21) que participavam de um grupo psicoeducacional foram entrevistados antes e após a intervenção, composta por 15 sessões, realizadas durante duas horas semanais. Foi aplicado um questionário sociodemográfico, um roteiro sobre o contexto do cuidado e o inventário de ônus e benefícios associados ao cuidado, que abarcam domínios psicológico, social e físico. RESULTADOS: Os cuidadores apresentaram aumento de respostas nos domínios psicológico positivo e social positivo sobre a percepção da situação de cuidar após a participação no grupo. Ao comparar os valores que correspondem às diferenças entre pré e pós-teste dos domínios psicológico, social e físico entre sexo, idade, renda, tempo de convívio e relação de parentesco, observou-se que não houve diferença estatisticamente significativa. Os cuidadores do sexo masculino, com idade superior a 60 anos e os que cuidavam há mais de 12 meses foram os que apresentaram benefícios em mais domínios; 90% dos cuidadores cônjuges não dividiam a tarefa de cuidado e 80% dos cuidadores irmãos, netos e sobrinhos dividiam essa tarefa com alguém. Esses foram os que apresentaram aumento da percepção de benefícios em todos os domínios avaliados. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados sugerem que a intervenção psicoeducacional pode contribuir para avaliação positiva dos cuidadores sobre a situação de cuidar no âmbito psicológico e social. Parece, porém, não colaborar com a diminuição do ônus físico percebido pelo cuidador.

Cuidadores; Saúde da Família; Medicina do Comportamento; Doença de Alzheimer; Bem-estar; Psicoeducação


OBJECTIVE: To investigate the impact of a psychoeducational program aimed at family caregivers of elders with Alzheimer's disease (AD) in relation to assessments of these caregivers about the benefits and burdens of care METHOD: Family caregivers of elderly patients (n=21) participating in a psychoeducational group were interviewed before and after the intervention, consisting of 15 sessions, for two hours weekly. The following instruments were used: plug sociodemographic characteristics of the participant; script to evaluate the context of care; Inventory of Burden and Benefits of the Care, encompassing the psychological, social and physical domains. RESULTS: Caregivers reported an increase of positive responses in the psychological and social domains on the perception of the situation to take care after participation in the group. By comparing the values that correspond to the differences between pre-and post-test of the psychological, social and physical domains between sex, age, income, length of conviviality and kinship, it was observed that there was no statistically significant difference. However, male caregivers, over the age of 60 and those who cared for more than 12 months showed benefits in more areas; 90% of spousal caregivers did not share the task of care and 80% of siblings, grandchildren and nephews caregivers shared this task with someone. These were presented to the increased perception of benefits in all areas evaluated. CONCLUSION: The results suggest that a psychoeducational intervention can contribute to positive evaluation of caregivers on the situation of caring within psychological and social. However, it seems not to work with reduced physical burden perceived by caregivers.

Caregivers; Family Health; Behavioral Medicine; Alzheimer Disease; Well-Being; Psychoeducational


ARTIGOS ORIGINAIS ORIGINAL ARTICLES

Cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer em uma intervenção psicoeducacional

Family caregivers of elderly with Alzheimer's disease in a psychoeducational intervention

Lais de Oliveira LopesI; Meire CachioniI,II

IPrograma de Pós-graduação em Gerontologia, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, Brasil

IICurso de Gerontologia, Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

Correspondência Correspondência: Meire Cachioni Email: meirec@usp.br

RESUMO

OBJETIVO: Investigar o impacto de uma intervenção psicoeducacional dirigida a cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer (DA) em relação às avaliações desses cuidadores sobre ônus e benefícios das tarefas de cuidar.

MÉTODOS: Cuidadores familiares de idosos (n=21) que participavam de um grupo psicoeducacional foram entrevistados antes e após a intervenção, composta por 15 sessões, realizadas durante duas horas semanais. Foi aplicado um questionário sociodemográfico, um roteiro sobre o contexto do cuidado e o inventário de ônus e benefícios associados ao cuidado, que abarcam domínios psicológico, social e físico.

RESULTADOS: Os cuidadores apresentaram aumento de respostas nos domínios psicológico positivo e social positivo sobre a percepção da situação de cuidar após a participação no grupo. Ao comparar os valores que correspondem às diferenças entre pré e pós-teste dos domínios psicológico, social e físico entre sexo, idade, renda, tempo de convívio e relação de parentesco, observou-se que não houve diferença estatisticamente significativa. Os cuidadores do sexo masculino, com idade superior a 60 anos e os que cuidavam há mais de 12 meses foram os que apresentaram benefícios em mais domínios; 90% dos cuidadores cônjuges não dividiam a tarefa de cuidado e 80% dos cuidadores irmãos, netos e sobrinhos dividiam essa tarefa com alguém. Esses foram os que apresentaram aumento da percepção de benefícios em todos os domínios avaliados.

CONCLUSÃO: Os resultados apresentados sugerem que a intervenção psicoeducacional pode contribuir para avaliação positiva dos cuidadores sobre a situação de cuidar no âmbito psicológico e social. Parece, porém, não colaborar com a diminuição do ônus físico percebido pelo cuidador.

Palavras-chave: Cuidadores. Saúde da Família. Medicina do Comportamento. Doença de Alzheimer. Bem-estar. Psicoeducação.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To investigate the impact of a psychoeducational program aimed at family caregivers of elders with Alzheimer's disease (AD) in relation to assessments of these caregivers about the benefits and burdens of care

METHOD: Family caregivers of elderly patients (n=21) participating in a psychoeducational group were interviewed before and after the intervention, consisting of 15 sessions, for two hours weekly. The following instruments were used: plug sociodemographic characteristics of the participant; script to evaluate the context of care; Inventory of Burden and Benefits of the Care, encompassing the psychological, social and physical domains.

RESULTS: Caregivers reported an increase of positive responses in the psychological and social domains on the perception of the situation to take care after participation in the group. By comparing the values that correspond to the differences between pre-and post-test of the psychological, social and physical domains between sex, age, income, length of conviviality and kinship, it was observed that there was no statistically significant difference. However, male caregivers, over the age of 60 and those who cared for more than 12 months showed benefits in more areas; 90% of spousal caregivers did not share the task of care and 80% of siblings, grandchildren and nephews caregivers shared this task with someone. These were presented to the increased perception of benefits in all areas evaluated.

CONCLUSION: The results suggest that a psychoeducational intervention can contribute to positive evaluation of caregivers on the situation of caring within psychological and social. However, it seems not to work with reduced physical burden perceived by caregivers.

Key words: Caregivers. Family Health. Behavioral Medicine. Alzheimer Disease. Well-Being. Psychoeducational.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento demográfico das populações é um fenômeno irreversível das sociedades modernas. Os idosos cada vez mais serão um contingente significativo no total da população brasileira, o que acarreta novas demandas sociais, econômicas e de saúde. Nesse contexto, aumenta a incidência de doenças crônico-degenerativas. A doença de Alzheimer (DA), considerada em alguns países como uma epidemia, causa grande impacto na estrutura familiar, trazendo sobrecarga emocional a todo o núcleo, sendo, portanto, considerada uma doença familiar, que impõe a necessidade de programas e medidas de apoio, tanto para o doente quanto para os cuidadores. 1

A literatura gerontológica e a experiência clínica vêm mostrando que diversas são as dificuldades enfrentadas pelos cuidadores de idosos demenciados, como por exemplo, a aceitação do diagnóstico, lidar com o estresse cada vez maior, administrar os conflitos dentro da família e ainda planejar o futuro.2 A necessidade de cuidados ininterruptos, o difícil manejo das manifestações comportamentais, somados às vivências dos laços emocionais, tanto positivos como negativos, vivenciados no convívio anterior à instalação da doença, provocam desgaste físico, mental e emocional.3

A sobrecarga dos cuidadores é um dos mais importantes problemas causados pela demência.4 Atualmente, sabe-se que os cuidadores de pacientes com DA possuem pior saúde emocional quando comparados aos não cuidadores.5 De acordo com Robison e colaboradores,6 são inúmeros os fatores que afetam o bem-estar dos cuidadores de idosos, como fatores demográficos, características particulares sobre a situação do cuidador, status socioeconômico, necessidades não atendidas pelos serviços de cuidado de longa duração, tempo de cuidado, entre outros.

De acordo com Fernandes & Garcia,7 cuidadores possuem altos níveis de sintomas depressivos, ansiedade, baixa autoestima, culpa, ressentimento e irritabilidade emocional. Resultados semelhantes também foram encontrados em uma meta-análise realizada por Pinquart & Sorensen,8 mostrando que os cuidadores de idosos são mais estressados, deprimidos, e possuem menores níveis de bem-estar subjetivo, de saúde física e de senso de autoeficácia em comparação aos não cuidadores.

Em decorrência da sobrecarga da tarefa de cuidar, os cuidadores também podem desenvolver sintomas físicos, como hipertensão arterial, desordem digestivas, doenças respiratórias e maior propensão a infecções.9,10 Outra consequência da maior sobrecarga emocional vivenciada pelo cuidador é a maior hospitalização dos pacientes, aumento de institucionalizações e maior mortalidade entre os cuidadores de idosos.11

Embora haja maior relevância nos estudos sobre o impacto negativo do cuidado, algumas pesquisas revelam que prestar cuidado a alguém também pode gerar benefício para o cuidador, pois essa tarefa pode representar um significado para aquilo que se faz, ou seja, o cuidador percebe que há benefícios como resultados dessa experiência.12 Estudos mostram que cuidadores relataram percepção de reconhecimento social, sentimento de retribuição, reciprocidade, crescimento pessoal, prazer em servir, maior aproximação ao familiar e senso de reciprocidade.13,14 De acordo com Poulin,15 entre os cuidadores de idosos, prover ajuda ou cuidado a alguém promove bem-estar, maior afeto positivo e satisfação com a vida. Oferecer cuidado traz maior bem-estar do que receber cuidado, como verificado no estudo conduzido por Schwartz & Sendor16 sobre trabalhos voluntários.

Assim, compreende-se que cuidar não pode ser considerada uma experiência homogênea. Pearlin e colaboradores17 consideram que os agravos na saúde física e mental do cuidador e sua percepção sobre seu papel e sobre as tarefas de cuidar dependem das interações entre condições de contexto (por exemplo, a composição da família e a disponibilidade de recursos formais) e as condições objetivas de saúde, dependência física e cognitiva daquele idoso que necessita de cuidado. A percepção de sobrecarga e de privação social depende não só das condições objetivas, mas também da avaliação cognitiva que o cuidador realiza sobre elas, com base em critérios pessoais e de normas sociais. Para a melhor adaptação à situação do cuidado, os cuidadores utilizam mecanismos de enfrentamento baseados nos recursos de personalidade e de regulação emocional, bem como recursos sociais, por meio de redes de apoio e suporte social.

Nesse sentido, para contribuir na adaptação à condição do cuidado e promover aumento de bem-estar em cuidadores de idosos, intervenções psicoeducacionais têm se mostrado eficazes na redução da sobrecarga e depressão, melhora do bem-estar subjetivo, aumento de habilidades e conhecimentos dos cuidadores sobre como lidar com as demandas do cuidado.18

Essa modalidade de apoio tem como objetivo transmitir conhecimento e informações acerca do processo de doença, visando ao desenvolvimento de habilidades e estratégias de enfrentamento para a situação vivenciada.19 Para Figueiredo e colaboradores,20 é uma abordagem baseada em métodos experimentais e científicos, partindo do pressuposto de que as cognições gerenciam as emoções e os comportamentos, ou seja, o componente cognitivo precede o componente afetivo, uma vez que ocorre transferência de informação e de descarga emocional.21 Dessa forma, educar os pacientes e familiares torna-se fundamental, pois as informações sobre a patologia contribuem para que esses identifiquem os pensamentos e comportamentos distorcidos que geram aflição e sofrimento.

Em uma meta-análise conduzida por Chien et al.,22 os resultados mostraram que os grupos psicoeducacionais têm efeito significativamente maior no bem-estar psicológico e depressão, comparado aos grupos educacionais e de suporte. Intervenções psicoeducacionais não apenas fornecem informações práticas para o atendimento ao paciente, tais como habilidades de cuidados, formas de autoajustamento, conhecimento para lidar com questões legais, facilitando a busca de recursos disponíveis que podem reduzir a sobrecarga dos cuidadores mais rapidamente, mas também focam no estado psicológico e emocional dos cuidadores, bem como contribuem para o estabelecimento de uma rede social de apoio.

De acordo com Dunkin & Anderson-Hanley,23 os cuidadores de pacientes com doença de Alzheimer deveriam ter total conhecimento sobre o processo dessa doença. Alguns conflitos entre pacientes e cuidadores se devem ao pouco conhecimento sobre os sintomas da demência e a evolução da doença, e devido à percepção dos cuidadores em achar que os pacientes podem controlar os sintomas da DA.

Nesse sentido, considera-se a psicoeducação uma abordagem relevante, à medida que tem como função ensinar os membros familiares e os cuidadores formais sobre a doença em si, os tratamentos, as necessidades do paciente quanto às capacidades de desenvolvimento e habilidades, além de promover a convivência harmônica.24 Tal intervenção se torna cada vez mais importante à medida que há carência de informações básicas ou treinamento formal adequado aos familiares e a comunidade para o manejo diário adequado dos indivíduos, tornando-os uma sobrecarga para a família, o que pode acarretar em prejuízos tanto para o paciente quanto para a sociedade.25

Considerando os objetivos da modalidade psicoeducacional e o complexo contexto do cuidado, este estudo visou investigar o impacto deste tipo de intervenção dirigido a cuidadores familiares de idosos com DA em relação às avaliações desses cuidadores sobre ônus e benefícios inerentes às tarefas de cuidar, comparando os resultados antes e após a intervenção.

MÉTODOS

A presente investigação foi do tipo quase-experimental, realizada em um grupo com 21 cuidadores de idosos com diagnóstico de doença de Alzheimer, que acompanhavam semanalmente seus familiares em atividades de estimulação cognitiva e reabilitação física no Centro de Reabilitação e Hospital-Dia para Idosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Esses cuidadores foram convidados a participar de um grupo psicoeducacional realizado no mesmo período em que seus familiares estavam em atendimento. A intervenção foi composta por 15 sessões, com duração de duas horas semanais. Os cuidadores foram avaliados no primeiro e último dia de intervenção.

A coleta foi realizada nos cuidadores participantes do grupo psicoeducacional para cuidadores de idosos com DA que ocorreu em 2011. Participaram deste estudo apenas os cuidadores que tiveram presença assídua no grupo, com presença mínima em 13 encontros.

Grupo de intervenção psicoeducacional para cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer

O grupo de intervenção psicoeducacional reuniu-se semanalmente, durante 15 sessões, com o intuito de conhecer o processo da doença e compreender as diversas realidades do cuidado. Caracterizava-se como um espaço de aprendizagem mútua; de promoção de rede de apoio para o enfrentamento do processo da doença; e da busca de melhorias para o bem-estar emocional do cuidador. Foi desenvolvido com base na perspectiva teórica definida por Brown,21 a qual considera que no trabalho psicoeducacional o componente cognitivo precede o componente afetivo, uma vez que ocorrem transferência de informação e descarga emocional.

Os encontros iniciavam-se com uma abertura sobre como havia sido a semana anterior; em seguida era abordado um tema alusivo ao processo da doença; posteriormente, era aberto o diálogo livre para perguntas, reflexões, relatos e trocas de experiências sobre condutas para lidar com os problemas diários do ato de cuidar. Os cuidadores expunham suas angústias e medos, falando sobre a sobrecarga emocional que os acometia. No primeiro e último encontro, foram aplicados os instrumentos de pesquisa.

Os temas abordados no grupo de intervenção psicoeducacional são apresentados No quadro 1 e se relacionam a cinco eixos de conhecimentos:


• Cérebro e o processo demencial: no segundo encontro, foram explanados conceitos básicos de envelhecimento, como a diferença entre senescência e senilidade, alterações orgânicas e funcionais decorrentes do envelhecimento; informações sobre a estrutura do cérebro e suas principais funções. No terceiro encontro, foram apresentados os principais processos de demências e suas manifestações na estrutura cerebral.

• Demência tipo Alzheimer: no quarto encontro, foram explicadas detalhadamente as alterações cerebrais que ocorrem no processo demencial tipo Alzheimer e o detalhamento de todas as fases que compreendem a DA. No quinto encontro, foi apresentada a história da descoberta da DA e a evolução das descobertas científicas relativas ao processo da doença. No sexto encontro, foram apresentados vídeos de divulgação internacional sobre apoio e rede de serviços existentes para cuidadores de idosos com DA. O objetivo foi discutir a importância da construção de uma rede nacional de informações acerca do processo, tratamentos e redes de apoio.

• Tratamento farmacológico e não farmacológico: no sétimo encontro, foram exibidas informações sobre os principais medicamentos disponíveis para o tratamento farmacológico e sua eficácia em cada fase do processo. No oitavo e nono encontros, foram fornecidas informações sobre a estimulação cognitiva realizada no programa e a especificidade da intervenção de cada área de atuação, ressaltando a importância da equipe multiprofissional para o tratamento adequado do paciente com DA.

• Alterações fisiológicas e comportamentais refletidas no cotidiano: no décimo encontro, foram apresentadas formas para o manejo adequado para cada demanda do cuidado, no contexto familiar e domiciliário, como por exemplo, formas de manter os vínculos familiares, diminuir os conflitos entre os membros, cuidados no dia a dia em relação ao ambiente físico da casa - disposição de móveis e situações de risco - vestuário adequado, cozinha, banho, cuidados pessoais; resolução de problemas para cada demanda; a importância da regularidade do estilo de vida nas fases da doença. No décimo primeiro encontro, foram discutidas questões sobre atividades de lazer, cuidados na direção de automóveis, administração financeira e situações de risco fora do ambiente domiciliar. Resolução de problemas para cada demanda e discussão sobre ocupação do tempo livre em casa e no ambiente externo. Ainda neste eixo, no décimo segundo encontro foram apresentados aspectos nutricionais fundamentais na evolução do quadro demencial e sugestões de cardápios saudáveis. No décimo terceiro encontro, foi discutido o declínio da capacidade física no decorrer do processo da DA e a importância da manutenção da atividade física.

• Cuidado: no décimo quarto encontro, foi apresentado um vídeo que propiciava uma reflexão sobre as emoções e sentimentos que abarcam o cuidado. Em seguida, foram discutidas as peculiaridades do cuidado formal e do informal.

Em todos os encontros, os conteúdos desenvolvidos foram abordados por meio de apresentação expositiva, relato de casos e exibição de filmes que embasavam as discussões entre os participantes. Após a apresentação do conteúdo, abria-se ao grupo a oportunidade para o relato de suas experiências e a partilha de seus sentimentos e emoções referentes ao ato de cuidar, momento que ensejava oportunidades para contribuir no bem-estar subjetivo e na regulação emocional. No término do programa, todos os cuidadores receberam uma apostila em formato digital, com todo o conteúdo de cada tema. O material utilizado nos 13 encontros foi elaborado pelas graduandas do curso de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

Processo de avaliação da intervenção psicoeducacional

No primeiro dia de intervenção, todos os cuidadores familiares que estavam presentes responderam a um protocolo de instrumentos. Ao término das 15 sessões, foram entrevistados apenas os cuidadores que tiveram presença assídua no grupo, com presença mínima em 13 encontros, para evitar possível viés nos resultados da pesquisa. Os instrumentos aplicados foram:

• Ficha de caracterização sociodemográfica do participante: objetivava levantar o perfil dos sujeitos envolvidos na pesquisa, no que se refere aos dados pessoais, tais como idade, gênero, escolaridade, ocupação e renda.

• Roteiro sobre o contexto do cuidado: por meio de cinco questões qualitativas e quantitativas, este instrumento pretendeu verificar a relação entre cuidador/idoso.

• Inventário de ônus e benefícios associados ao cuidado:26 esse inventário é composto por 48 itens, que tem como objetivo identificar os benefícios e ônus percebidos na situação de cuidado, abarcando os domínios psicológico (positivo e negativo), social (positivo e negativo) e físico (positivo e negativo), que visam levantar as avaliações subjetivas dos participantes sobre suas experiências ao prestar cuidados. As opções de respostas são "sim" ou "não". No quadro 2, são apresentados os domínios conceituais do inventário, com os respectivos itens e palavras-chave. Os números à esquerda dos itens designam a ordem de apresentação.


Análise dos dados

As informações obtidas mediante a aplicação dos instrumentos foram submetidas à análise estatística descritiva e a testes não paramétricos. Para comparação das variáveis numéricas entre dois grupos, utilizou-se o teste de Mann-Whitney, e para comparação das variáveis numéricas entre três ou mais grupos, o teste de Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%, ou seja, p<0,05.

Aspectos éticos da pesquisa

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (042/2011) e respeita as exigências cabíveis da Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Todos os cuidadores participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

O perfil sociodemográfico da amostra está apresentado na tabela 1. Os cuidadores do sexo feminino representavam 66,7% e tinham idade média de 59,6 anos. A situação trabalhista dos cuidadores foi dividida em ativos e não ativos: os primeiros correspondiam aos cuidadores empregados; aos que são aposentados, mas trabalham e às donas de casa; os não-ativos são os desempregados, aposentados e pensionistas. A média do tempo de cuidado oferecido ao familiar foi de 27,3 meses. Em relação ao grau de parentesco, 57% eram os cônjuges que forneciam o cuidado, seguidos de filhos e outros familiares, como irmãos, netos e sobrinhos. Todos os idosos cuidados tinham o diagnóstico clínico da doença de Alzheimer, e estavam na fase leve ou moderada da doença (52,4% e 47,6%, respectivamente).

Segundo a tabela 2, os resultados mostraram que houve aumento da frequência de respostas nos domínios psicológico positivo, social positivo e físico negativo após participação na intervenção. Em contrapartida, houve diminuição da frequência de respostas no domínio psicológico negativo e se manteve a frequência de respostas no domínio social negativo. Os deltas correspondem aos valores que representam cada domínio, ou seja, o delta é a diferença entre a frequência de respostas no segmento positivo e no segmento negativo de cada domínio.

As comparações das diferenças entre o pré e pós-teste dos domínios psicológico, social e físico entre grupos divididos em sexo, idade, renda, relação de parentesco e tempo de cuidado mostraram que não houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis investigadas (tabela 3). Observou-se, contudo, que as mulheres foram as mais oneradas em todos os domínios, não apresentando aumento dos benefícios após a participação no grupo. Os cuidadores com idade abaixo de 60 anos apresentaram aumento do ônus nos domínios social e físico; já os idosos cuidadores tiveram aumento apenas do ônus físico.

Cuidadores com renda menor ou igual a cinco salários mínimos apresentaram maior beneficio em relação aos domínios psicológico e social, enquanto que os cuidadores com renda acima desse valor tiveram aumento dos benefícios referentes ao domínio social após a participação no grupo.

Em relação ao tempo de cuidado, aqueles que cuidam há mais de 12 meses se beneficiaram mais que os cuidadores que cuidam há menos tempo. Os primeiros tiveram aumento dos benefícios psicológicos e sociais, enquanto os outros apresentaram maior benefício somente no domínio psicológico.

Ao comparar cônjuges, filhos e outros parentes dos idosos com DA, os resultados mostraram que não houve diferença significativamente estatística entre os grupos nos domínios psicológico, social e físico (tabela 4). Observou-se aumento de ônus nos domínios psicológico e físico entre os cuidadores cônjuges e de ônus no domínio social entre os filhos. Os outros parentes se beneficiaram em todos os domínios após a participação no grupo.

DISCUSSÃO

O perfil sociodemográfico dos participantes deste estudo se assemelha aos resultados encontrados nas literaturas nacional e internacional, segundo as quais a maioria dos cuidadores é composta por mulheres, cônjuges ou filhos, idosos ou na meia-idade.27-32

A intervenção psicoeducacional mostrou aumentar a percepção dos cuidadores em relação aos benefícios no domínio psicológico e no domínio social, mas não se mostrou eficaz para reduzir o ônus físico causado pela sobrecarga das tarefas de cuidar.

Em relação ao domínio psicológico positivo, observou-se aumento de frequência de respostas nos seguintes itens: considerar com mais naturalidade a velhice e dependência do idoso; sentir-se próximo ao idoso; cuidar por amor; encontrou um novo sentido para a vida depois da doença; sentir-se satisfeito por cumprir o dever de cristão; sentir-se mais forte e capaz para encarar as dificuldades; sentir-se responsável pelo idoso; sentir-se poderoso cuidando. No domínio psicológico negativo, houve diminuição de respostas nos itens: compaixão pelo idoso, dificuldade da família em aceitar as dificuldades, e sentimento de impotência e de ressentimento.

Esses resultados das avaliações do cuidador são condizentes com o propósito da psicoeducação. À medida que se compreende o processo da doença, espera-se que o cuidador considere essa condição como uma realidade que independe da vontade do idoso demenciado, de forma que não o culpabilize pelos comportamentos inadequados, diminuindo os afetos negativos pelo idoso cuidado. Espera-se, também, que o cuidador se apodere de tal conhecimento recebido para lidar melhor com a situação, tanto no aspecto prático das demandas diárias, como no controle emocional.20,21

Além do impacto da intervenção psicoeducacional, destaca-se a frequência de respostas positivas no domínio psicológico (62,2% antes e 64,76% pós-intervenção). Embora a literatura gerontológica enfoque mais os aspectos negativos do cuidado do que os positivos, alguns estudos revelam que a família e amigos envolvidos na prestação de cuidados informais têm orgulho de exercer esse papel, e percebem muitos aspectos positivos na relação entre cuidador e idoso. No estudo de Sommerhalder,26 os benefícios psicológicos foram os mais citados, com predominância para sentimentos de responsabilidade, utilidade e fortaleza; novo significado para a vida; satisfação em cuidar; cuidar por amor; mudança na crença da relação velhice/dependência; proximidade e sentir-se bem consigo; cumprimento do dever cristão; e reconhecimento do idoso.

Dados do National Survey of Informal Caregiver, realizado nos Estados Unidos com 1.149 cuidadores informais, mostraram que cerca de 70% dos cuidadores de idosos que estavam no final da vida concordaram ou concordaram fortemente com a afirmação de que cuidar "faz-me sentir bem comigo mesmo" e "permite-me apreciar mais a vida", e 76% dos cuidadores informais relataram "sentir-se útil e necessário".33

Em relação à frequência de respostas no domínio social positivo após a participação no grupo psicoeducacional, houve melhora nos relacionamentos familiares e aumento da percepção de que cuidar é um exemplo de solidariedade para os mais jovens. No domínio social negativo, houve diminuição de respostas no item que retrata a falta de tempo para ficar com a família e amigos, mas aumentou a frequência de respostas referentes ao item "conflito familiar". Esses resultados mostram que cuidar é uma experiência complexa, pois as avaliações dos cuidadores sobre a situação pode ser positiva e negativa, concomitantemente.13

No domínio físico, a frequência de respostas dos itens "cansaço físico" e "falta de tempo para descansar" aumentou após a participação no grupo. Tais resultados são condizentes com a literatura, já que se trata de cuidadores de idosos com diagnóstico de doença de Alzheimer, patologia neurodegenerativa progressiva, que demanda cuidados de maneira crescente, gerando maior desgaste físico e maior tempo dedicado do cuidador ao idoso demenciado. De acordo com Luzardo et al.,3 à medida que a doença vai progredindo, o paciente necessita cada vez mais de auxílios na realização das atividades de vida diária. Nos estágios mais avançados, é necessário que o cuidador ajude a realizar as atividades básicas de vida diária, como tarefas de cuidado pessoal. Dentre as tarefas realizadas pelos cuidadores de idosos com DA, as atividades instrumentais de vida diária, como administrar medicamentos, auxiliar no vestuário e preparar a alimentação, são as que mais requerem ajuda do cuidador.

Os resultados mostraram que as mulheres tiveram menos avaliações positivas nos domínios psicológico e físico quando comparados aos homens. Cuidadoras mulheres tendem a sofrer mais, possivelmente pelas diferenças de tarefas entre o cuidador do sexo masculino e o do feminino. As mulheres assumem frequentemente tarefas desgastantes, como a higiene do paciente, além de terem que gerenciar outros tipos de tarefas, como cuidar dos filhos e da casa.23 No estudo realizado por Ho et al.,10 em que foi avaliada uma amostra de 492 cuidadores, as cuidadoras mulheres reportaram pior saúde física e emocional quando comparadas aos cuidadores do sexo masculino. Em uma meta-análise de 229 estudos, conduzida por Pinquart & Sorensen,34 sobre diferenças entre gêneros de cuidadores, demonstrou-se que os cuidadores do sexo feminino são os que referem mais horas dedicadas ao cuidado, altos níveis de sobrecarga e depressão, e menores níveis de saúde física e de bem-estar subjetivo do que os cuidadores homens.

Em relação à idade, 80% dos cuidadores com idade acima de 60 anos eram cônjuges dos pacientes com demência, e 75% dos cuidadores com idade abaixo de 60 anos eram os filhos e outros parentes, como irmãos, sobrinhos e netos. Isso explica, em parte, por que houve aumento de ônus social entre os cuidadores mais jovens. Filhos cuidadores geralmente exercem outros papéis, trabalham fora de casa e ainda têm filhos que precisam ser cuidados, causando maior sobrecarga.

A divisão de tarefas pelos cuidadores mais jovens é denominada na literatura como "cuidadores sanduíches": são os que cuidam simultaneamente de seus pais ou sogros e filhos com idade abaixo de 18 anos.35 Estudo realizado por Rubin & White-Means36 mostrou que "cuidadores sanduíches" experimentam maior estresse e tensão; menos tempo para si mesmo; para participar da vida social e para o lazer; vivem no limite do que podem suportar; sentem-se onerados, tanto física como emocionalmente. Em contrapartida, cuidadores mais velhos provavelmente não reportaram aumento do ônus social, porque são aposentados, têm tempo disponível para realizar atividades junto aos seus parceiros e não têm outros papéis sociais como os filhos cuidadores.37

Cuidadores com renda acima de cinco salários mínimos reportaram diminuição do delta psicológico, sugerindo maior ônus psicológico; já os cuidadores com renda abaixo desse valor tiveram aumento do ônus físico após a participação da intervenção. Esses resultados sugerem que cuidadores com mais recursos financeiros são mais insatisfeitos com a situação em que vivem, talvez porque tivessem altas expectativas para esse momento da vida, que não incluíam exercer o papel de cuidador. Pode ser também que, perante um quadro neurodegenerativo sem prognóstico de cura, cuidadores de alta renda se sentem impotentes diante dessa situação. Por outro lado, cuidadores de baixa renda têm maior ônus físico, porque carecem de estruturas adaptadas para realizar as atividades que demandam o cuidado, usufruem de serviços de rede pública de saúde e transportes públicos, que geralmente não são rápidos e adequados para a locomoção de pacientes idosos com déficits cognitivos, que gera maior desgaste físico para o cuidador.

A percepção de ônus e benefícios entre os cuidadores também diferiu em relação ao tempo de cuidado. Os que cuidavam há menos de 12 meses apresentaram aumento do ônus social após a participação no grupo. Por conta do pouco tempo de cuidado, conflitos familiares e dificuldade de adaptação à nova situação podem ser comuns. De acordo com o modelo proposto por Lawton et al.,38 o impacto do cuidado muda ao longo do tempo. Há um processo de adaptação à situação do cuidado, ou seja, o senso de ônus e estresse é alto no início, mas posteriormente diminui, à medida que o cuidador se torna mais competente para realizar as tarefas de cuidar e estabelece novos patamares de equilíbrio para si próprio.

Quanto ao grau de parentesco, filhos e cônjuges avaliam de forma diferente a situação de cuidar, como já comentado. Observou-se que outros parentes cuidadores (irmãos, netos e sobrinhos) foram aqueles que tiveram aumento de benefícios em todos os domínios estudados. Ao realizar o teste qui-quadrado, verificou-se que 80% dos cuidadores "outros" dividem a tarefa de cuidar com alguém e 90% dos cuidadores cônjuges não dividem essa tarefa (p=0,01). Esse resultado explica o aumento dos benefícios nos domínios psicológico, social e físico entre os "outros", à medida que receber o apoio de outrem facilita a realização das atividades de cuidado e diminui o comprometimento total do papel de cuidador, trazendo menor sobrecarga física, emocional e mais tempo para dedicação a outras tarefas.

Em relação à percepção dos cônjuges sobre a situação de cuidar, os resultados revelaram que houve aumento do ônus psicológico e físico ao comparar as avaliações pré e pós-teste da intervenção. Como já citado, cuidadores cônjuges foram aqueles que se dedicaram ao cuidado praticamente sem ajuda (90%), acarretando, portanto, maior desgaste físico. Alguns estudos mostram que cuidadores cônjuges reportam piores condições de saúde e menores níveis de bem-estar.37,39,40 De acordo com Ostwald,41 um forte senso de obrigação de cuidar de um cônjuge pode ser uma grande barreira para realizar o autocuidado, a menos que os cuidadores sejam ajudados a realizar comportamentos que promovam a saúde, necessários para cumprir as obrigações e responsabilidades para os que recebem cuidados.

Em suma, os resultados deste estudo mostraram que o grupo psicoeducacional pode colaborar para aumentar o senso positivo sobre a situação de cuidar. Embora não tenha contribuído para reduzir o ônus físico, gerado pela crescente demanda de cuidado, já que intervenções destinadas aos cuidadores de idosos com demência não impedem o curso de progressão da doença.42

Os resultados de percepção de ônus e benefícios se diferenciaram entre grupos de cuidadores. Pressupõe-se que a dedicação e o impacto do cuidado diferenciam-se entre os diversos graus de parentesco, idade, sexo, renda e tempo de cuidado. As diferenças estatísticas não significativas entre grupos de cuidadores podem estar relacionadas com as limitações do estudo: amostra pequena e impossibilidade prática de fazer um acompanhamento após a intervenção. Outra limitação do estudo foi a não avaliação do grau de dependência do idoso cuidado, variável que pode contribuir para a compreensão dos resultados, principalmente no que se refere à percepção de ônus físico.

É importante destacar a importância de grupos psicoeducacionais destinados aos familiares cuidadores, já que esses são um recurso importante no manejo do paciente e representam uma porta de entrada para a eficácia do tratamento e diminuição de gastos. Proporcionar bem-estar para o cuidador pode contribuir na redução dos custos indiretos relacionados com os cuidadores e também postergar e/ou evitar a institucionalização do paciente.43

CONCLUSÃO

Os dados deste estudo mostraram que há percepções positivas e negativas associadas ao cuidado e que intervenções psicoeducacionais podem contribuir para o aumento de benefícios psicológicos e sociais em cuidadores familiares de idosos com doença de Alzheimer.

Os resultados preliminares deste estudo iniciaram uma linha de trabalho que requer mais pesquisas para apoiar os resultados encontrados, para que possa contribuir na implementação de programas de intervenção mais abrangentes, adaptados às necessidades psicológicas e emocionais dos cuidadores.

AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro recebido, e ao Hospital-Dia Geriátrico do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, por ceder o espaço para o estudo.

Recebido: 13/8/2012

Revisado: 19/3/2013

Aprovado: 02/4/2013

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  • Correspondência:

    Meire Cachioni
    Email:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Nov 2013
    • Data do Fascículo
      Set 2013

    Histórico

    • Recebido
      13 Ago 2012
    • Aceito
      02 Abr 2013
    • Revisado
      19 Mar 2013
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