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ESTÁGIO DE MEDICINA COMUNITÁRIA EM ÁREA RURAL

Resumo:

O autor descreve a implantação do Internato Rural da Faculdade de Medicine da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, seus objetivos e pressupostos, bem como realiza uma avaliação de seus 18 meses de existência.

Summary:

The implementation of the rural elective rotation of the School of Medicine of Rio Grande do Sul is described, as well as the objectives and underlying assumptions of the rotation, and an evaluation of its performance during 18 months.

INTRODUÇÃO

A Comissão de Carreira da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com vistas à “formação de um médico geral, habilitado a atuar de forma integral junto às principais necessidades de saúde do país”55. Departamento de Medicina Preventiva. Projeto: Estágio Rural em Medicina Comunitária. Po.A., mimeogr., junho/85., implantou em 1980 um novo currículo de curso médico. Para tal foram acrescidas ao currículo as disciplinas de Sócio-Antropologia da Saúde, Diagnóstico de Saúde da Comunidade, Acompanhamento de Família e, a partir de junho de 1985, o Estágio em Medicina Comunitária. Todos com vistas a redefinir o profissional egresso da Faculdade de Medicina/ UFRGS.

O Estágio de Medicina Comunitária apresenta a característica de ser um estágio realizado em unidades de atendimento a nível de cuidados primários à saúde da rede estadual da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente (SSMA/RS), ser obrigatório, em tempo integral, trimestral e destinado aos acadêmicos de décimo semestre, tendo o mesmo ficado sob responsabilidade do Departamento de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Medicina do Trabalho, que já desenvolvia atividades de ensino/serviço em regiões de periferia urbana da Grande Porto Alegre.

Durante o processo de elaboração e implantação do Estágio, a equipe responsável pelo mesmo, levando em consideração a inexistência de atividades de ensino voltadas ao processo saúde-doença em área rural, propôs que se implementasse um Estágio em Medicina Comunitária em Zona Rural (doravante denominado Internato Rural).

O presente trabalho descreve a implementação do Internato Rural da Faculdade de Medicina/UFRGS, integrante do Estágio em Medicina Comunitária, seus objetivos e pressupostos, bem como realiza uma breve avaliação após 18 meses de implantação do mesmo.

A IMPLANTAÇÃO DO INTERNATO RURAL

O Estágio de Medicina Comunitária, abrangendo atividades em oito áreas de periferia urbana e uma área em zona rural (o Internato Rural), teve como pressupostos iniciais a conceitualização de medicina comunitária como “uma prática médica orientada para a saúde coletiva, reconhecendo-se as variáveis sociais, biológicas e psicológicas na determinação do processo saúde-doença. A medicina comunitária atua neste processo por meio de condutas promocionais, preventivas e curativas através de ações integradas de saúde, realizadas por equipes multiprofissionais, cujas características são o uso de tecnologia apropriada, participação das comunidades envolvidas em todos os níveis destas ações e valorização de práticas médicas alternativas”22. CRUZ, R.F.X. et alii. Estudo sobre vacinação em uma comunidade rural - Itapuã, Município de Viamão. Arq. Med. Prev., 4: 47-51, jan/junho 1982. e como objetivo básico “adequar a formação de recursos humanos que utilizem de forma ampla, crítica e criativa o conhecimento e tecnologia disponíveis para o enfrentamento dos problemas de saúde mais prevalentes e significativos que ocorrem na população”77. GARRATA, V. Contra o monopólio da saúde. RJ, Achiamé, 1983..

No momento de elaboração da proposta de implantação do Estágio, se colocavam como objetivos gerais sensibilizar o acadêmico de Medicina para cooperar com a proposta de medicina comunitária e capacitar o mesmo para trabalhar com Ações Integradas de Saúde, a nível de serviços, em áreas de periferia urbana e/ou zona rural e, como objetivos específicos, os de conhecer a realidade de saúde das populações de periferia urbana e/ou zona rural; analisá-las criticamente; atuar na promoção, prevenção e cura do processo saúde-doença com as populações envolvidas e avaliar as ações de saúde desenvolvidas no Estágio66. Departamento de Medicina Preventiva. Projeto: Programa de Apoio à implantação do Estágio em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS - uma proposta de integração ensino­serviço. Po.A., mimeogr., s.d..

A estratégia para a efetivação do Internato Rural especificamente, envolvia o reconhecimento da área e de núcleos populacionais, levantamento das condições de saúde da população, via uma proposta de pesquisa participante; elaboração de um Programa Mínimo de Estágio em Zona Rural; realização de um estágio preliminar, com o objetivo de verificar a viabilidade do estágio, corrigir o programa mínimo; e, finalmente, implantação da infra-estrutura de apoio ao Estágio (acomodações, alimentação, etc.)66. Departamento de Medicina Preventiva. Projeto: Programa de Apoio à implantação do Estágio em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS - uma proposta de integração ensino­serviço. Po.A., mimeogr., s.d..

A área escolhida para a realização do Projeto Piloto (Estágio Experimental) foi o Distrito de Itapuã, um dos sete Distritos do Município de Viamão (Grande Porto Alegre/RS). Este Distrito a presenta cerca de 375km2 de superfície, com uma população residente de 4.225 habitantes (Censo de 1980), sendo que 22,11% destes na sede distrital. O Estágio Experimental e, posteriormente, o Internato Rural, teria sua atuação restrita à área do Projeto Itapuã (PROREXT/UFRGS-PAPPS/KELLOG), projeto de extensão universitária multidisciplinar, integrando nove unidades da UFRGS (Farmácia, Veterinária, Agronomia, Geologia, Biblioteconomia, Antropologia, Educação, Instituto de Pesquisas Hidráulicas e Medicina) e que atua em uma área fundamentalmente rural, com 165km2 de superfície, abrangendo cerca de 1.075 habitantes e composta principalmente por pequenos proprietários (10 a 50 hectares de terra) que dedicam-se, em sua maioria, à produção leiteira1010. UFRGS - Pró-Reitoria de Extensão - Departamento de Geografia. Itapuã - análise preliminar do espaço geográfico. Po.A., Editora da Universidade, 1982 (textos para discussão/7).. Salienta-se o fato da população apresentar-se disoersa, sem nenhum agrupamento populacional, e da Faculdade de Medicina estar desenvolvendo atividades de extensão universitária desse 198122. CRUZ, R.F.X. et alii. Estudo sobre vacinação em uma comunidade rural - Itapuã, Município de Viamão. Arq. Med. Prev., 4: 47-51, jan/junho 1982.),(1111. PORT, A.M. Uma experiência de atendimento clínico-psiquiátrico em área rural. Itapuã, R.S. Arq. Med. Prev. , 6:7-37, jan/dez 1984.),(1212. POZATTI, M.L. O espaço extracurricular como espaço de transformação na Universidade - reflexões sobre uma experiência na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grand e do Sul. Arq. Med. Prev. , 7:97-9, jan/jul 1985.),(1313. XAVIER F°, E.F. Informações preliminares sobre assistência comunitária em um distrito rural próximo de Porto Alegre. Trabalho apresentado na 34.a Reunião Anual da SBPC; 1982, mimeogr., 10p. nesta área.

ESTÁGIO EXPERIMENTAL DE MEDICINA COMUNITÁRIA EM ZONA RURAL

Em dezembro de 1983 se estruturou a equipe que seria responsável pela implantação do Estágio em Medicina Comunitária, constituído (naquele momento) por doze membros, entre docentes, discentes voluntários e monitores do Departamento de Medicina Preventiva/UFRGS.

Os objetivos iniciais delimitados pelo grupo eram o reconhecimento da área de atuação e sua dinâmica, a criação da infra-estrutura necessária para a implementação do Estágio em Zona Rural e o planejamento pedagógico do mesmo88. Grupo de Estudos. Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Estágio Experimental de Medicina Comunitária em Itapuã. Po.A., mimeogr., junho/85.. Posteriormente, tais objetivos foram mais especificados, tendo em vista o objetivo geral de “realizar atividades de medicina comunitária com a população rural do município de Viamão que permitam estabelecer critérios docentes, de serviços e administrativos para o funcionamento de um estágio rural obrigatório”44. Departamento de Medicina Preventiva. Estágio Rural em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS: uma proposta. Po.A., mimeogr., s.d.. Assim, os objetivos específicos, já para o Estágio Experimental, eram de “capacitar o estudante de medicina para trabalhar em ações integral as de saúde na zona rural do RS; conhecer as características mais prevalentes do processo saúde-doença que demanda a população rural; realizar ações de atenção primária ambulatorial de saúde, levando em consideração as condições biofísicas e sócio-culturais da área rural; e analisar criticamente as atividades realizadas a fim de obter informação permanente do estágio rural comunitário”44. Departamento de Medicina Preventiva. Estágio Rural em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS: uma proposta. Po.A., mimeogr., s.d..

Para a execução de tais objetivos foi elaborada uma estratégia de ação que, para o ano de 1984, previa uma aproximação para com a realidade local, sendo realizadas “diversas atividades, como cursos para a população, trabalhos com as crianças da escola e visitas às lideranças locais”, ao mesmo tempo que se realizava uma pesquisa antropológica e, “paralelamente, os resultados do trabalho prático eram avaliados em reuniões, onde o conhecimento obtido era organizado teoricamente e eram estudados temas relacionados à questão agrária, educação, extensão rural, epidemiologia e outros”88. Grupo de Estudos. Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Estágio Experimental de Medicina Comunitária em Itapuã. Po.A., mimeogr., junho/85.. O material reunido com tais atividades, ao final de 1984, foi sintetizado, viabilizando a estruturação do Estágio Experimental.

O Estágio Experimental foi realizado por doze acadêmicos, participantes do grupo de trabalho, durante os meses de janeiro e fevereiro de 1985. Com a intenção de que as atividades desenvolvidas fossem as mesmas planejadas para o estágio curricular e seu aperfeiçoamento, os acadêmicos passavam toda a semana na área, retornando aos fins de semana, quando apenas dois alunos permaneciam no local88. Grupo de Estudos. Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Estágio Experimental de Medicina Comunitária em Itapuã. Po.A., mimeogr., junho/85..

Tal estágio foi viabilizado economicamente por recursos advindos do Programa de Apoio Pedagógico aos Profissionais da Saúde - PAPPS (CAPES/MEC/UFRGS - KELLOG), que financiou a alimentação, material individual, material permanente e remuneração aos estudantes e professores participantes; pelo INAMPS, que forneceu transporte e motorista, combustível e medicamentos; pela SSMA/RS, que forneceu infra­ estrutura ambulatorial e um profissional médico e pela própria UFRGS, que forneceu recursos humanos, transporte, motorista e combustível.

As atividades de ensino foram desenvolvidas tanto ao nível do chamado aprendizado formal (seminários, supervisão, estudos individuais, etc.) como do aprendizado informal (contato com a comunidade, organização do grupo, atividades de pesquisa, de assistência, etc.) e se orientavam para a formação de um médico geral, cujo conhecimento e atividades se prestam a uma relação direta com a comunidade, voltados para a solução dos principais problemas de saúde do país, No período da noite eram realizados seminários com temas de acordo com as necessidades locais, abrangendo tanto clínica médica como saúde pública, medicina do trabalho, antropologia e ciências sociais.

As atividades de pesquisa eram organizadas em torno da busca do conhecimento da realidade de saúde da área, o conceito de saúde da população, a estrutura familiar, os costumes locais, a invasão cultural, a inserção dos moradores do aparato produtivo, etc.

A assistência médica era realizada na Unidade Sanitária Curral da Macega, da SSMA/RS, e em escolas municipais da área. O serviço contava com o apoio da Faculdade de Farmácia, que realizava coleta e análise de exames laboratoriais básicos. A assistência abrangia, além do atendimento ambulatorial, visitas domiciliares e atividades de educação e saúde, como grupos de sala de espera na US, onde os principais problemas de saúde encontrados eram discutidos com a coletividade.

A avaliação do Estágio Experimental foi unânime, entre professores, alunos e coletividade envolvida, em apontar “como fundamental para uma formação médica criativa e adequada à realidade brasileira”, ao mesmo tempo que a equipe responsável pela realização do mesmo, definiu o Internato Rural como uma proposta que visa “integrar atividades de pesquisa, ensino e assistência que, quando isoladas, não permitem ao aluno aprofundar a percepção da realidade onde atua e, com isto, impede que se dê adequadamente a função social da Universidade (prestar serviços efetivos, transmitir conhecimentos, subsidiar a comunidade a entender o processo em que vive, etc.)”88. Grupo de Estudos. Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Estágio Experimental de Medicina Comunitária em Itapuã. Po.A., mimeogr., junho/85..

A conseqüência direta destas conclusões redundou na elaboração dos objetivos gerais e específicos para o Internato Rural, quais sejam33. Departamento de Medicina Preventiva. Estágio Rural em Medicina Comunitária. Po.A., mimeogr., 10/junho/85.:

  1. Gerais: sensibilizar o estudante para a co­operação com a proposta, ao mesmo tempo que realiza atividades que compreendem a prática da Medicina Comunitária; integrar o conteúdo curricular e relacioná-lo à realidade encontrada; e utilizar o método epidemiológico na análise crítica do processo saúde-doença da coletividade onde se realiza o Estágio.

  2. Específicos: conhecer as características do processo saúde-doença, através da aplicação do método epidemiológico, da coletividade em que estagiou; realizar ações de atenção primária de saúde a nível ambulatorial, levando em consideração as características ambientais, sócio-culturais e psicológicas da coletividade; contribuir com elementos educacionais, através da aplicação na realidade vivenciada dos conhecimentos tecno-científicos aprendidos e dominados durante o curso médico, que permitam a aquisição de subsídios para a transformação curricular da Faculdade de Medicina; analisar criticamente as atividades realizadas, de forma contínua e permanente; realizar estudos teóricos sobre as orientações da prática médica geral comunitária.

INTERNATO RURAL - SITUAÇÃO ATUAL

Em julho/85 foi implantado o Estágio em Medicina Comunitária, trimestral, obrigatório, em tempo integral, caracterizado por se realizar em unidades de serviço da rede de atendimento básico da SSMA/RS, com atuação em áreas de periferia urbana e zona rural, contando com um número médio de 33 alunos/trimestre. Destes, no mínimo 4 e no máximo 6, irão realizar o Internato Rural.

Após 18 meses de implantação, o Internato Rural, através de convênios com a SSMA/RS, Prefeitura Municipal de Viamão, PAPPS e Pró­Reitoria de Extensão (PROREXT/UFRGS), já apresenta um alojamento para receber os alunos, transporte e motorista duas vezes por semana, bolsa para os alunos (Fundação MUDES), alimentação, material bibliográfico básico, unidade de atendimento ambulatorial totalmente equipado e supervisores fixos para a área.

A existência de uma equipe fixa para atuar no Internato Rural possibilitou um incremento nas atividades relacionadas às funções de ensino, serviço e pesquisa, cujos conteúdos são definido a partir da realidade concreta encontrada e da prática médica necessária e exigida por ela.

Embora os níveis de atividades possam ser diferenciados em atividades de prestação de serviços médicos a nível ambulatorial e administração da unidade prestadora, desenvolvimento de atividades em pesquisa baseadas no método epidemiológico (via de terminação social do processo saúde doença) e de desenvolvimento de atividades de ensino propriamente ditas (suporte teórico do conjunto do Estágio), estes níveis procuram integrar-se no desenvolvimento do Internato, criando uma unidade entre todas as atividades, sendo que a semiotécnica é um dos elementos geradores da ligação clínica/ pesquisa/ensino.

Tais atividades são desenvolvidas durante o período que os acadêmicos passam no internato, ou seja, durante um trimestre, com ênfase no período em que os mesmos ficam na sua área de atuação, de segunda pela manhã a quinta-feira à tarde (8 turnos/semana, se não contarmos as 3 noites).

CONCLUSÕES

Após 18 meses de experiência do Internato Rural como área curricular de estágio e seis turmas de alunos passados pelo mesmo, alguns pontos se tornaram mais salientes, enquanto caracterização do próprio Internato Rural:

  1. a progressiva aceitação do mesmo pelos acadêmicos (hoje já se tem excesso de voluntários para as seis vagas disponíveis, inclusive para as próximas turmas) e a unanimidade dos mesmos em colocar que o Internato Rural deveria ser obrigatório para toda a turma;

  2. a confirmação do Internato Rural como uma área de produção de conhecimentos distintos dos obtidos em área hospitalar e em periferia urbana;

  3. a incorporação de muitas propostas advindas das discussões entre os estagiários do Internato Rural na própria estrutura de ensino do Estágio em Medicina Comunitária realizado em áreas de periferia urbana;

  4. a observação de que, quando em contato com o paciente (que também é seu vizinho) há uma maior responsabilidade para com as condutas adotadas frente ao tratamento e seguimento do mesmo;

  5. a particularidade de, em específico neste Internato, os temas considerados como “sociológicos”, “não médicos”, “filosóficos” terem uma maior aceitação e compreensão por parte dos acadêmicos, com discussão bastante profundas de temas como sistema nacional de saúde, sócio-economia da saúde, epidemiologia, etc., sempre voltados para a área rural, áreas geralmente relegadas a segundo (se não for a terceiro) plano dentro do currículo da Faculdade de Medicina da UFRGS;

  6. até o presente momento o Internato tem sido um excelente termômetro para avaliar tanto a integração do conteúdo curricular pelo estagiário, haja vista que o ensino universitário é realizado de forma desordenada e o currículo médico ser estruturado de forma horizontal-vertical (uma disciplina é ensinada isolada das outras), bem como a integração do currículo com as características da realidade concreta encontrada, o que, evidentemente, também avalia a capacidade do acadêmico para realizar a prática médica;

  7. interligado com o ponto acima, o estágio também fornece uma abordagem diferenciada da dinâmica da sociedade e sua relação com o processo saúde-doença, através de uma maior vinculação, conhecimento e consciência da realidade nacional;

  8. enfatiza-se sobremaneira a abordagem coletiva do processo saúde-doença procurando, além de explicar a realidade, soluções que beneficiam a população;

  9. a ênfase na abordagem coletiva do processo saúde-doença, entretanto, não exclui a resolução dos microproblemas, haja vista que problemas com as pessoas, famílias ou grupos particulares, se solucionados, trariam um impacto para a coletividade como um todo.

O que, em última análise, vem levando a um amadurecimento da proposta inicial para alcançar o objetivo final de torná-lo uma “atividade multidisciplinar e transdisciplinar, de caráter acadêmico, onde se realizam atividades de ensino/serviço e pesquisa”. Constituindo-se em um “trabalho que integra o conteúdo curricular e o relaciona com a totalidade social, avaliando a capacidade do estudante para realizar a prática médica no meio real, onde o processo saúde-doença acontece, e que tal atividade possa contribuir para a efetiva transformação da sociedade brasileira”11. Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Referencial teórico do Estágio em Medicina Comunitária. Mimegr., s.d., 10p..

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • 1
    Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Referencial teórico do Estágio em Medicina Comunitária. Mimegr., s.d., 10p.
  • 2
    CRUZ, R.F.X. et alii. Estudo sobre vacinação em uma comunidade rural - Itapuã, Município de Viamão. Arq. Med. Prev, 4: 47-51, jan/junho 1982.
  • 3
    Departamento de Medicina Preventiva. Estágio Rural em Medicina Comunitária. Po.A., mimeogr., 10/junho/85.
  • 4
    Departamento de Medicina Preventiva. Estágio Rural em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS: uma proposta. Po.A., mimeogr., s.d.
  • 5
    Departamento de Medicina Preventiva. Projeto: Estágio Rural em Medicina Comunitária. Po.A., mimeogr., junho/85.
  • 6
    Departamento de Medicina Preventiva. Projeto: Programa de Apoio à implantação do Estágio em Medicina Comunitária da Faculdade de Medicina da UFRGS - uma proposta de integração ensino­serviço. Po.A., mimeogr., s.d.
  • 7
    GARRATA, V. Contra o monopólio da saúde. RJ, Achiamé, 1983.
  • 8
    Grupo de Estudos. Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva. Estágio Experimental de Medicina Comunitária em Itapuã. Po.A., mimeogr., junho/85.
  • 9
    MENDES, E.V. A integração docente-assistencial na perspectiva dos serviços. Montes Claros, mimeogr., 1983.
  • 10
    UFRGS - Pró-Reitoria de Extensão - Departamento de Geografia. Itapuã - análise preliminar do espaço geográfico. Po.A., Editora da Universidade, 1982 (textos para discussão/7).
  • 11
    PORT, A.M. Uma experiência de atendimento clínico-psiquiátrico em área rural. Itapuã, R.S. Arq. Med. Prev , 6:7-37, jan/dez 1984.
  • 12
    POZATTI, M.L. O espaço extracurricular como espaço de transformação na Universidade - reflexões sobre uma experiência na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grand e do Sul. Arq. Med. Prev , 7:97-9, jan/jul 1985.
  • 13
    XAVIER F°, E.F. Informações preliminares sobre assistência comunitária em um distrito rural próximo de Porto Alegre. Trabalho apresentado na 34.a Reunião Anual da SBPC; 1982, mimeogr., 10p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    May-Aug 1987
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