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Flora e estrutura do estrato lenhoso numa comunidade de Cerrado em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil

Flora and structure of woody layer inside of a "cerrado" community in Santo Antônio do Leverger, MT, Brazil

Resumos

flora e características estruturais do estrato arbustivo-arbóreo. Um total de 131 espécies, 92 gêneros e 45 famílias foram registrados na área. As famílias com maior riqueza de espécies foram: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae, Annonaceae e Malpighiaceae, com 43% (56/131) das espécies e 38% (35/92) dos gêneros. Análise de dados sobre a similaridade florística, pelos índices de Jaccard (IJ) e Sørensen (IS), com 20 outros locais de cerrado (sensu lato) revelou que a área estudada tem mais espécies em comum com a vegetação de Mato Grosso e do Pantanal. A área estudada apresentou alta diversidade de espécies (H' = 3,75 nats.individuo-¹). Na pesquisa estrutural foi registrada uma densidade total de 1.653 individuos.ha-¹. A espécie mais importante foi Annona dioica A.St.-Hil. e a família foi Annonaceae. A importância da maioria das espécies foi pequena, considerando os valores de densidade, freqüência e dominância. Esses resultados, associados ao fato que a comunidade sofre perturbações ambientais constantes, justificam estudos e medidas de conservação em curto prazo para a área estudada.

cerrado; conservação; composição florística; espécies lenhosas; fitossociologia


An analysis was made of the floristic composition and structure of the shrub-arboreous layer of the "cerrado" community in Mato Grosso. A total of 131 species, 92 genera and 45 families was recorded for this area. The families richest in species were: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae, Annonaceae and Malpighiaceae, with 43% (56/131) of the species and 38% (35/92) of the genera. Date analysis about floristic similarity, by Jaccard Index (IJ) and Sørensen Index (IS), with 20 other "cerrado" (sensu lato) sites showed that the area studied has the most species in common with Mato Grosso and Pantanal vegetation. The area studied had high species diversity (H'=3,75 nats.individual-¹). The structural survey recorded total density of 1,653 individuals.ha-¹. The most important species was Annona dioica A.St.-Hil. and the most important family was Annonaceae. The importance of the most species was litle, considering the values of density, frequency and dominance. These results, associated to the fact that the community suffer constant environmental disturbance, justify the studies and step taken of conservation in a short period of time for the studied area.

cerrado; conservation; floristic composition; phytosociology; woody species


Flora e estrutura do estrato lenhoso numa comunidade de Cerrado em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil

Flora and structure of woody layer inside of a “cerrado” community in Santo Antônio do Leverger, MT, Brazil

Hélida B. Nogueira BorgesI, 1 1 Autor para correspondência: hbruno@terra.com.br ; George J. ShepherdII

IUniversidade Federal de Mato Grosso, Herbário Central, Av. Fernando Corrêa da Costa s/n, 78060-900 Cuiabá, MT, Brasil

IIUniversidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica, Caixa Postal 6109, 13081-100 Campinas, SP, Brasil; george@unicamp.br

RESUMO

Numa comunidade de cerrado foram desenvolvidos estudos quanto à composição da flora e características estruturais do estrato arbustivo-arbóreo. Um total de 131 espécies, 92 gêneros e 45 famílias foram registrados na área. As famílias com maior riqueza de espécies foram: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae, Annonaceae e Malpighiaceae, com 43% (56/131) das espécies e 38% (35/92) dos gêneros. Análise de dados sobre a similaridade florística, pelos índices de Jaccard (IJ) e Sørensen (IS), com 20 outros locais de cerrado (sensu lato) revelou que a área estudada tem mais espécies em comum com a vegetação de Mato Grosso e do Pantanal. A área estudada apresentou alta diversidade de espécies (H' = 3,75 nats.individuo-¹). Na pesquisa estrutural foi registrada uma densidade total de 1.653 individuos.ha-¹. A espécie mais importante foi Annona dioica A.St.-Hil. e a família foi Annonaceae. A importância da maioria das espécies foi pequena, considerando os valores de densidade, freqüência e dominância. Esses resultados, associados ao fato que a comunidade sofre perturbações ambientais constantes, justificam estudos e medidas de conservação em curto prazo para a área estudada.

Palavras-chave: cerrado, conservação, composição florística, espécies lenhosas, fitossociologia

ABSTRACT

An analysis was made of the floristic composition and structure of the shrub-arboreous layer of the "cerrado" community in Mato Grosso. A total of 131 species, 92 genera and 45 families was recorded for this area. The families richest in species were: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae, Annonaceae and Malpighiaceae, with 43% (56/131) of the species and 38% (35/92) of the genera. Date analysis about floristic similarity, by Jaccard Index (IJ) and Sørensen Index (IS), with 20 other "cerrado" (sensu lato) sites showed that the area studied has the most species in common with Mato Grosso and Pantanal vegetation. The area studied had high species diversity (H'=3,75 nats.individual-¹). The structural survey recorded total density of 1,653 individuals.ha-¹. The most important species was Annona dioica A.St.-Hil. and the most important family was Annonaceae. The importance of the most species was litle, considering the values of density, frequency and dominance. These results, associated to the fact that the community suffer constant environmental disturbance, justify the studies and step taken of conservation in a short period of time for the studied area.

Key words: cerrado, conservation, floristic composition, phytosociology, woody species

Introdução

O cerrado, a segunda maior formação vegetal do Brasil, apresenta grande diversidade fisionômica e florística em seus domínios. As variações fisionômicas do cerrado produzem um gradiente, em densidade e altura, definido por formações campestres a florestais (Coutinho 1978). O cerrado reúne a mais importante flora savânica dos neotrópicos (Sarmiento 1983). Estimativas apontam entre 1.000 a 2.000 espécies arbustivo-arbóreas e 2.000 a 5.250 herbáceo-subarbustivas compondo a flora (Castro et al. 1999).

Análise florística da vegetação do cerrado revela heterogeneidade entre áreas, caracterizada por associação particular de espécies (Ratter et al. 1996, 2003, Castro et al. 1999). As diferenças florísticas independem das distâncias que separam as áreas (Felfili & Silva Junior 1993). As áreas diferem possivelmente como conseqüência das diferenças fisionômicas, das variações no solo, da disponibilidade de água no lençol freático, da influência do fogo, da substituição de estágios serais para cerradão ou floresta, dos fatores estocásticos ou relacionados à distribuição das espécies (Ribeiro et al. 1985, Furley & Ratter 1988, Ratter & Dargie 1992), da precipitação total e do comprimento da estação seca (Toledo Filho et al. 1989, Ratter et al. 1996).

A vegetação de cerrado ocupa o Planalto Central brasileiro e áreas periféricas na região norte, nordeste e sudeste e tem como ecossistemas adjacentes as florestas, os campos rupestres, os campos úmidos, os brejos permanentes e o Pantanal (Eiten 1994). No Pantanal, que se estende pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a flora do cerrado ocupa 70% da superfície (Adámoli 1981).

O cerrado constitui, assim, um grande mosaico, onde as peças são definidas pelas diferenças fisionômicas, florísticas e tipos de vegetação associados. Essas características, inerentes à vegetação, devem ser consideradas ao se definir programas de conservação para a região (Felfili & Silva Junior 1993, Ratter et al. 1997). O conhecimento do cerrado implica no estudo das frações do mosaico, definindo suas características e como se relacionam. O primeiro passo nesse sentido está na determinação da composição de espécies e da forma como as mesmas estruturam a comunidade no espaço.

Estudos florísticos e fitossociológicos foram desenvolvidos em vegetação de cerrado em diferentes regiões do país, sendo que para Mato Grosso as pesquisas apontam significativa riqueza florística (Ratter et al. 2003). Entretanto, como em outras áreas de cerrado, essa riqueza está sendo perdida rapidamente pela substituição da vegetação natural por monoculturas agrícolas, pastagens, desmatamentos, queimadas e urbanização (Ferreira & Monteiro 1990, Azevedo et al. 1995, Ratter et al. 1997, Furley 1999). Imagens de satélites foram usadas para estimar a integridade da vegetação nativa do cerrado (sensu lato) e os resultados sugerem que somente um terço das áreas se encontra pouco antropizado (BRASIL 1999). Nesse estudo foi evidenciado em Mato Grosso, junto com Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul, apresentam de 50% a 92% do cerrado fortemente antropizado.

O presente trabalho tem como objetivo conhecer a flora lenhosa e características estruturais do estrato arbustivo-arbóreo numa área de cerrado em Mato Grosso. Os resultados deverão contribuir para ampliar o conhecimento sobre a vegetação do cerrado, quanto à sua diversidade florística e estrutural e, ainda, influenciar na formulação de programas de manejo e na definição de medidas de preservação para a vegetação na região.

Material e métodos

Descrição da Área - Os estudos foram desenvolvidos em 4,9 ha de cerrado (sensu stricto, Coutinho 1978) que representa o maior espaço com vegetação natural nos 210,4 ha da Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A Fazenda Experimental (15°46' S e 56°05' W) está localizada junto ao perímetro urbano de Santo Antônio do Leverger, município situado na extremidade norte do Pantanal de Poconé (Adámoli 1981). O mapa que localiza a Fazenda Experimental foi adaptado a partir de Amorozo (2002) (figura 1). O entorno da área é formado por vegetação de cerrado (propriedades particulares) e pastagens artificiais (Fazenda Experimental).


A vegetação de cerrado predomina na região (Radambrasil 1982). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é Aw (subtipo savana), com temperaturas altas durante o ano (média anual de 25,6 ºC), chuvas no verão (outubro-março) e seca no inverno (abril-setembro) (Oliveira Filho 1992). A área estudada pode ser dividida em duas sub-áreas de acordo com as características do solo durante o período chuvoso. Na sub-área A (2,7 ha) ocorre saturação de água no solo enquanto na sub-área B (2,2 ha) os solos são bem drenados.

Flora e estrutura - O levantamento florístico consistiu na coleta mensal de material botânico das espécies arbustivo-arbóreas ao longo de dois anos (1996-1997) em caminhadas aleatórias na área (4,9 ha). As espécies foram identificadas por especialistas e/ou por comparações com amostras de herbário. O material coletado foi herborizado e depositado no Herbário da Universidade Estadual de Campinas - UEC (números de registro: 35416 a 35491; 35743 a 35771; 35828 a 35853) e no Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso - HC (números de registro: 23807 a 23872). As espécies foram ordenadas seguindo o sistema de classificação de Cronquist (1981). A similaridade entre a área estudada e outras com vegetação de cerrado foi estimada através dos índices de Jaccard (IJ) e de Sørensen (IS) (Brower & Zar 1977). A diversidade florística foi calculada pelo índice de Shannon-Weaver, com base em logarítimos naturais (Brower & Zar 1977).

IJ = c/(a+b-c) IS = 2c/(a+b) H' = - Spi.ln pi

onde, a = número total de espécies na área A; b = número total de espécies na área B; c = número de espécies comuns às duas áreas; pi = ni/N; ni = número de indivíduos amostrados da espécie i; N = número total de indivíduos amostrados.

A amostragem fitossociológica foi efetuada na sub-área A (2,7 ha) em função da sua maior diversidade florística, conforme observação de campo. A amostragem foi realizada pelo Método de Quadrantes (Cottam & Curtis 1956), sendo em cada quadrante medida a árvore ou arbusto mais próximo do ponto, totalizando quatro indivíduos em cada ponto. Nas plantas multicaulinares foram medidos todos os caules que formavam um indivíduo. No caso de plantas com protuberâncias na base do caule, as medidas foram realizadas acima do referido espessamento irregular.

Ao longo do maior eixo da área foram instaladas nove trilhas paralelas e eqüidistantes 30 m; as trilhas diferiram no comprimento devido à forma irregular da área. Um total de 62 pontos de coleta, locados a cada 20 m, foi analisado nas trilhas. Outros 38 pontos foram amostrados aleatoriamente, perfazendo 100 pontos de coleta. Foram considerados com hábito arbóreo os indivíduos com caule indiviso, altura > 2 m e perímetro > 8 cm (diâmetro > 2,60 cm); como arbustivos aqueles com caule indiviso ou ramificado desde a base, altura variando de 0,5 a 2 m e perímetro >3,5 cm (diâmetro >1,11 cm). As medidas de perímetro do caule foram tomadas ao nível do solo. As medidas de altura dos indivíduos foram estimadas com uma vara de 3 m, marcada em intervalos de 1 m. Na análise estrutural foram examinados os valores absolutos e relativos de densidade, freqüência e dominância. A soma desses parâmetros, em termos relativos, definiu o índice do valor de importância (IVI) das espécies. As estimativas foram realizadas fazendo uso das fórmulas (Martins 1993): Densidade Total (DTA = u/d²); Densidade Absoluta (DeA = DTA.(ni/N)); Densidade Relativa (DeR = 100.(ni/N); Freqüência Absoluta (FrA = 100.(p/PT)); Freqüência Relativa (FrR = 100.(FA/SFA)); Dominância Relativa (DoR = 100.(AB/SAB)); Índice do Valor de Importância (IVI = DeR+FrR+DoR); onde, u = unidade de área (1 ha = 10.000 m²); d² = distância média geométrica (d = antiln 1/N.(ln d1+lnd2+ ... lndN)) – d1, d2, ... dN = distâncias individuais, corrigidas com a adição do valor do raio do tronco da planta medida; ni = número de indivíduos amostrados da espécie i; N = número total de indivíduos amostrados; p = número de pontos amostrados com a espécie i; PT = número total de pontos amostrados; AB = área basal (AB = p².4/p; p = perímetro).

Resultados

Composição Florística – Foram identificadas 131 espécies arbustivo-arbóreas, distribuídas em 92 gêneros e 45 famílias (tabela 1). O hábito de crescimento variou no grau de ocupação do ambiente, com predominância das espécies arbustivas (55%, 72 spp.) sobre as arbóreas (45%, 59 spp.). As Leguminosae, com 20 táxons, apresentaram maior riqueza florística - Caesalpiniaceae (9 spp.), Fabaceae (9 spp.) e Mimosaceae (2 spp.). Outras famílias comuns na área foram Myrtaceae (10 spp.), Rubiaceae (10 spp.), Annonaceae (8 spp.) e Malpighiaceae (8 spp.).

As famílias com maior número de espécies abrangem 43% (56/131) dos táxons e 38% (35/92) dos gêneros encontrados na área. Apenas nove famílias foram representadas por uma espécie. Os gêneros com maior número de espécies foram Annona (5 spp.), Eugenia (4 spp.), Alibertia, Byrsonima, Chomelia, Heteropteys e Qualea reuniram cada uma três espécies. A família mais rica foi Fabaceae, representada por nove espécies de oito gêneros diferentes.

Ao se comparar os dados florísticos da área estudada com outras 20 comunidades de cerrado (sensu lato) (tabela 2) os resultados indicam maior afinidade, em termos florísticos, com o cerrado de Mato Grosso e do Pantanal e menor com outras áreas do planalto central, incluindo aquelas relativamente próximas (ver referências tabela 2). A medida de diversidade específica usada na área estudada, o índice de Shannon-Weaver, alcançou o valor de H' = 3,75 nats.indivíduo-¹.

No levantamento florístico foram encontradas 21 espécies características de áreas com cerradão mesotrófico (sensu Ratter 1971) (ver tabela 1).

Estrutura - No levantamento fitossociológico foram amostrados 400 indivíduos lenhosos representando 90 espécies (tabela 3). As espécies foram listadas em ordem decrescente do valor de importância. A densidade total calculada foi de 1.653 indivíduos.ha-¹.

Apenas cinco espécies têm o IVI igual ou superior a 10; para a maioria (78%, 70 spp.) a importância é menor que 4. As 10 espécies com valores mais altos de IVI somam 49,4% (IVI = 147,48) do total do índice de valor de importância.

A espécie com maior IVI foi Annona dioica, sendo o valor influenciado pela alta densidade e freqüência dos indivíduos. A segunda espécie mais importante na amostragem foi Curatella americana com o IVI sendo afetado pela densidade, freqüência e, principalmente, dominância.

Além de Annona dioica (297) e Curatella americana (95), as espécies mais abundantes foram Peltaea speciosa (95), Hyptis lutescens (78), Vernonia brasiliana (58), Annona cornifolia (45), Byrsonima cydoniifolia (45), Eugenia biflora (45) e Cordia insignis (41). Todas apresentaram 10 ou mais indivíduos amostrados, resultando em maior densidade absoluta por hectare - igual ou superior a 41 indivíduos. Essas nove espécies somam 48% (799/1653) da densidade total. Em aproximadamente um terço das espécies amostradas (29 spp.) apenas um indivíduo foi computado no levantamento, representando a menor densidade calculada na área (4 indivíduos.ha-¹).

Quanto à freqüência predominaram valores baixos, com 92% (83/90) das espécies amostradas exibindo freqüência absoluta menor que 10%. As espécies Annona dioica, Peltaea speciosa e Hyptis lutescens apresentaram os valores mais altos, indicando que as mesmas foram registradas em boa parte dos pontos amostrados (15% a 46%). A dominância relativa foi significativa para Curatella americana, Hymenaea stigonocarpa e Byrsonima cydoniifolia, enquanto os demais táxons amostrados apresentaram baixos índices.

Na distribuição de IVI por família, foram oito as mais importantes, somando 60% (IVI = 179,24) do valor total: Annonaceae (7 spp; IVI = 46,29), Dilleniaceae (2 spp; IVI = 33,12), Caesalpiniaceae (5 spp.; IVI = 22,26), Rubiaceae (9 spp.; IVI = 19,62), Malpighiaceae (6 spp.; IVI = 18,93), Myrtaceae (7 spp.; IVI = 15,88), Vochysiaceae (4 spp.; IVI = 12,77) e Fabaceae (5 spp.; IVI = 10,37). Annonaceae foi a família mais representativa em função do grande número de indivíduos por hectare e maior freqüência, com destaque para Annona dioica. A menor dominância na família surge como conseqüência do hábito arbustivo das sete espécies amostradas. Dilleniaceae e Caesalpiniaceae apresentaram, inversamente, menor densidade populacional e freqüência e maior biomassa. Nessas duas famílias o valor de dominância foi influenciado pelo hábito arbóreo das espécies amostradas, com exceção de Davilla elliptica (Dilleniaceae) que é arbustiva. As outras famílias apresentaram em comum baixa densidade, freqüência e dominância, indicando que as espécies amostradas são raras e ocupam menor espaço no ambiente.

Perturbações Ambientais – A área estudada está exposta à ação de diferentes agentes de perturbação que podem afetar a composição florística e a estrutura da comunidade: fogo (estação seca), escavações no solo por coletores de minhocuçu (Glossoscolex sp., Oligochaeta) (estação chuvosa), pastejo (contínua) e invasão de espécies não nativas (contínua). A área ficou protegida de queimadas por cinco anos (1993-1997).

Nos trabalhos de campo observou-se que durante o pastejo os animais incluem na dieta folhas novas, plântulas, ramos com flores e frutos. Na coleta dos minhocuçus o solo é revolvido em diferentes profundidades e extensão (de 1 a 10 m2), eliminando a vegetação do local. Os pastos artificiais, localizados junto a um dos lados da área, facilitam a entrada de espécies invasoras (sensu Pott & Pott 1994) - Mimosa adenocarpa Benth. e Mimosa debilis Hook & Arn. (Mimosaceae) e Melinis minutiflora Beauv. (capim-gordura, Poaceae). Essas espécies têm comportamento agressivo principalmente o capim-gordura, que exibe dominância em alguns espaços da área sobre as espécies nativas.

Discussão

O levantamento florístico revelou significativa riqueza de espécies arbustivo-arbóreas na área estudada (131 spp.). O número de espécies foi influenciado diretamente pela inclusão de arbustos finos no levantamento. Em função da adoção desse critério contribuíram para a riqueza florística Annona dioica, A. phaeoclados, Bauhinia sp.1, Brosimum gaudichaudii, Croton cuiabensis, Heteropteris aphrodisiaca, Hexaclamys aff. edulis, Hyptis lutescens, Lippia salviaefolia, Peltaea speciosa, Pseudobombax marginatum, Rhinchanthera novemnervia e Vernonia ferruginea.

A definição do hábito arbustivo na vegetação do cerrado muitas vezes é subjetiva. Algumas espécies listadas no presente levantamento foram citadas como herbáceas (Batalha & Mantovani 2001, Weiser & Godoy 2001) ou como arbustivas (Mendonça et al. 1998) em outros estudos. Esses dados ilustram a discussão de Castro et al. (1999), sobre a dificuldade de se definir uma espécie "lenhosa" no cerrado. Para os autores tal dificuldade seria conseqüência da não existência de critério que possa ser usado universalmente, ou porque pesquisadores diferem no conceito que utilizam e porque algumas espécies exibem variações no hábito de crescimento entre localidades, desde herbáceo até arbóreo. Um exemplo é oferecido por B. gaudichaudii, que na área estudada cresce como arbusto fino e em cerrado de São Paulo o diâmetro dos indivíduos é superior a 3 cm, segundo Cesar et al. (1988).

No cerrado, além do clima, do substrato e das características genéticas, outros fatores como o fogo (Coutinho 1980, Raw & Hay 1985) e a poda das plantas (Ferri 1971), podem afetar o desenvolvimento dos indivíduos, impedindo muitas vezes a definição sobre o hábito de crescimento das espécies. Portanto, as considerações acima permitem julgar a composição florística na área estudada como parte da vegetação arbustivo-arbórea do cerrado como um todo.

A maioria das espécies computadas no presente estudo, 68% (89/131), é encontrada em outras áreas com vegetação de cerrado no país. Essas espécies foram citadas por Ratter et al. (2003) na análise florística de 315 áreas de cerrado (excluindo alguns sítios na Amazônia), englobando 914 espécies lenhosas (diâmetro > 3 cm). O estudo revelou que 300 espécies, observadas em oito ou mais áreas, representam as mais comuns, sendo encontradas em pelo menos 75% do cerrado. Nessa listagem de 300 espécies com ampla distribuição estão incluídas 86 (96,6%) das 89 espécies registradas na área estudada e citadas pelos autores. Apenas três espécies foram indicadas pelos mesmos como raras, em função da sua presença em apenas uma localidade, Heteropteris anoptera, Senna chrysocarpa e Vernonia brasiliana.

As famílias que descrevem melhor a flora da área estudada são características da vegetação do cerrado. Castro et al. (1999) relacionaram mais de 150 espécies de Leguminosae (Caesalpiniaceae, Fabaceae e Mimosaceae), 70 de Myrtaceae, 58 de Malpighiaceae, 55 de Rubiaceae e 30 de Annonaceae. Outras famílias encontradas na área também se destacam no cerrado, como Dilleniaceae, Erythroxylaceae e Melastomataceae (Goodland 1970, Goodland & Ferri 1979), além de Vochysiaceae, que pode ser dominante em muitas localidades (Ratter et al. 1997).

Os gêneros que mais contribuíram com a riqueza específica na área estudada são igualmente importantes no cerrado. Goodland (1970) e Heringer et al. (1977) relacionam Annona, Alibertia, Byrsonima, Eugenia, Heteropteris e Qualea entre os que caracterizam esse tipo de vegetação. Esses gêneros somados a outros 85 conferem riqueza de gêneros na área estudada.

Comparando a área estudada com outras comunidades através dos índices de similaridade de Jaccard (IJ) e de Sørensen (IS), ficou clara a variação na composição florística entre locais, sustentando o padrão já detectado para o bioma cerrado (Felfili & Silva Júnior 1993, Ratter et al. 1996, 1997 e 2003). A afinidade florística foi maior com o cerrado (sensu lato) de Mato Grosso e do Pantanal. Entretanto, essa afinidade é baixa se for considerado apenas o índice de Jaccard (IJ). Müller-Dombois & Ellenberg (1974) sugerem que, com o uso desse índice, para que ocorra similaridade florística pelo menos 25% das espécies devem ser comuns entre duas comunidades. A divergência nos resultados provavelmente se deva a variação no esforço de amostragem e no diâmetro mínimo de inclusão dos indivíduos adotados nos estudos. Esses dois fatores influenciam diretamente na inclusão ou exclusão de espécies nos levantamentos florísticos.

Além da riqueza de espécies outra forma de se medir a diversidade de uma comunidade é através do uso de índices, como o de Shannon-Weaver (H'). Na área estudada esse índice alcançou 3,75 nats.indivíduo¹. O valor obtido quanto ao índice de Shannon-Weaver complementa os dados analisados por Ratter et al. (1997, 2003), que apontam Mato Grosso com um dos estados brasileiros onde a vegetação do cerrado exibe maior diversidade.

A flora arbustivo-arbórea da comunidade estudada é composta por espécies encontradas em áreas de cerrado (sensu stricto) e também táxons característicos de cerradão. O total de 21 espécies listadas na tabela 1 foi citado por Ratter et al. (1996, 2003) como típicas de cerradões com solo mesotrófico. A distinção entre cerradão mesotrófico e distrófico foi feita por Ratter (1971), com base na composição florística e propriedades do solo. Segundo o autor um cerradão mesotrófico apresenta solos menos ácidos, com maior quantidade de matéria orgânica e nutrientes e Magonia pubescens (Sapindaceae) é a espécie que melhor define a vegetação. Cerradões mesotróficos são encontrados em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Furley & Ratter 1988), sendo os mesmos usados como parâmetro para se delimitar padrões de composição florística para o cerrado (Ratter et al. 1996, 2003).

As espécies identificadas de cerradão provavelmente se estabeleceram na área estudada a partir de sementes provenientes desta fisionomia de vegetação que ainda faz parte da vegetação do cerrado na região.

Os resultados obtidos no levantamento florístico apontando expressiva riqueza de espécies e de gêneros, baixa similaridade com outros locais que apresentam vegetação de cerrado, alto valor do índice de diversidade e presença de táxons que caracterizam flora de cerradão indicam que a área estudada serve como exemplo de heterogeneidade da vegetação do cerrado (alfa e beta diversidade). De acordo com Ratter et al. (1997) e Furley (1999) a expressiva heterogeneidade florística do cerrado deve ser considerada em programas de conservação, sendo necessário proteger muitas áreas para conseguir preservar toda a sua biodiversidade.

O estudo fitossociológico permitiu caracterizar a estrutura do estrato arbustivo-arbóreo através da estimativa de parâmetros relacionados com as populações das espécies. O número estimado de 1.653 indivíduos.ha-¹ sugere que o cerrado estudado é relativamente denso.

Na área estudada, entre as espécies arbustivas, como Annona dioica, a densidade e freqüência foram determinantes na definição do IVI. Para as arbóreas, como Curatella americana, foram a densidade e dominância os parâmetros mais importantes. Na amostragem espécies com maior densidade absoluta exibiram geralmente IVI mais significativo. Aproximadamente um terço das espécies exibiu baixa densidade absoluta (4 indivíduos.ha-¹). Baixa densidade pode afetar o sucesso reprodutivo das espécies e, por conseqüência, a manutenção de populações no ambiente. Isso porque caso a população seja pequena maior é a probabilidade de cruzamento entre indivíduos aparentados, levando à endogamia, nas espécies com fecundação cruzada (Richards 1986). Esse é o sistema reprodutivo observado em várias espécies arbustivo-arbóreas da vegetação do cerrado, que é definido pela presença de auto-incompatibilidade genética e dioicia (Oliveira & Gibbs 2000). Sendo assim, a maior exposição de alelos recessivos com a endogamia aumentam as chances de extinção local de populações.

Na área estudada foi observado que os maiores valores de IVI (> 10) estavam restritos a um grupo de cinco espécies. As demais espécies amostradas apresentaram IVI pouco significativo. Isso indica que, para a maioria das espécies, predominam baixa densidade, freqüência e dominância no estrato arbustivo-arbóreo. Resultados semelhantes foram registrados em outras áreas de cerrado no país, sendo que a diferença entre áreas está na composição das espécies amostradas (Ribeiro et al. 1985, Cesar et al. 1988, Nascimento & Saddi 1992, Guarim Neto et al. 1994). A análise de parâmetros fitossociológicos em áreas de cerrado (sensu stricto) revela, portanto, variações locais de estrutura e composição florística.

Em relação às famílias amostradas no estudo sobre a estrutura foi observada dominância de família por Annonaceae, uma vez que reuniu maior número de indivíduos amostrados. A maior densidade implicou em maior soma de IVI para essa família. Em outras áreas de cerrado, em termos de IVI, as famílias Vochysiaceae e Leguminosae (Caesalpiniaceae e Fabaceae) são mais importantes (Ribeiro et al. 1985, Cesar et al. 1988, Nascimento & Saddi 1992). Na área estudada Vochysiaceae e Fabaceae, entretanto, apresentam pouca significância.

Perturbações ambientais – O presente trabalho foi desenvolvido em um cerrado ao qual, sob contexto ecológico, não se aplica à idéia de fragmento. A separação da área estudada de outras com igual vegetação é artificialmente criada por uma cerca, não estabelecendo, portanto, isolamento geográfico. Por outro lado, em termos de extensão, a área estudada constitui um fragmento dentro dos limites territoriais da Fazenda Experimental da UFMT, justificando cuidados que permitam a continuidade da comunidade.

A baixa densidade populacional de muitas espécies gera preocupação quanto à possibilidade de sobrevivência de populações na comunidade. Além disso, dentro da Fazenda Experimental, são mantidos, junto à borda da área trabalhada (4,9 ha), pastos artificiais que promovem o isolamento parcial da mesma em relação à vegetação natural. Isso tem favorecido o estabelecimento de espécies invasoras no cerrado estudado. O pastejo pode comprometer o desenvolvimento dos indivíduos e, também, reduzir as chances de sucesso reprodutivo das espécies cujas flores e frutos imaturos são consumidas neste processo. A coleta de minhocuçus remove a vegetação em vários pontos da área, podendo potencialmente alterar a estrutura da população local das espécies.

As pressões impostas à comunidade pelas perturbações ambientais, incluindo alteração ou destruição da vegetação do entorno, colocam em risco a riqueza florística observada para essa área em particular, justificando medidas de conservação em curto prazo.

Agradecimentos – Aos especialistas que identificaram espécies citadas no presente trabalho - Ângela B. Martins (Unicamp) em Melastomataceae, Carlos Vítor Mendonça Filho (Unicamp) em Machaerium spp., Graziela M. Barroso (Jardim Botânico do Rio de Janeiro) em Myrtaceae, Jorge P.P. Carauta (Feema-RJ) em Moraceae, Kikyo Yamamoto (Unicamp) em Ochnaceae, M. Lúcia Kawasaki (Instituto de Botânica-SP) em Myrtaceae, Maria Cândida H. Mamede (Instituto de Botânica-SP) em Malpighiaceae, e Washington M. Ferraz (Unicamp) em Polygonaceae. Ao Júlio Antônio Ribeiro pela grande ajuda nos trabalhos de campo. À Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (Famev), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por permitir o desenvolvimento deste trabalho na Fazenda Experimental. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro.

(recebido: 4 de setembro de 2004; aceito: 5 de novembro de 2004)

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    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 2005
    • Data do Fascículo
      Mar 2005

    Histórico

    • Aceito
      05 Nov 2004
    • Recebido
      04 Jul 2004
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