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RESUMO DE TESE

Análise do músculo masseter por ressonância magnética – morfologia e espectroscopia de hidrogênio – em pacientes com esclerose sistêmica

Autor: Marcelo Marcucci.

Orientador: Nitamar Abdala. Co-orientador: Jacob Szejnfeld.

Tese de Doutorado. São Paulo: Unifesp/EPM, 2007.

OBJETIVO: Avaliar o músculo masseter em indivíduos portadores de esclerose sistêmica, por intermédio da ressonância magnética, analisando a intensidade dos sinais em T1, T2 e a morfologia. Detectar, por meio da espectroscopia de hidrogênio, as alterações das concentrações de creatina, colina, lipídio e lactato no masseter, e relacionar com a presença de osteólise mandibular. Investigar as relações entre a osteólise mandibular com alguns parâmetros clínicos.

MÉTODOS: Foram selecionados 25 pacientes, 15 com diagnóstico de esclerose sistêmica e dez indivíduos normais: os pacientes com foram agrupados de acordo com a presença (grupo I) ou ausência (grupo II) de osteólise de mandíbula. Os indivíduos normais perfizeram o controle (grupo III). Todos foram submetidos a exame de ressonância magnética, em aparelho Siemens modelo Sonata®, com campo magnético de 1,5 T e gradiente de 40 mT, onde foram adquiridas seqüências TSE ponderadas em T2 no plano coronal e T1 no plano axial, com e sem supressão de gordura; a concentração dos metabólitos foi avaliada pela espectroscopia de prótons com técnica PRESS e aquisição tridimensional.

RESULTADOS: Não houve diferença entre o sinal T1 de ressonância magnética nos grupos I e II (p = 0,295). O grupo II apresentou maior intensidade do sinal T2 em relação ao grupo III (p = 0,033), porém não houve diferença em relação ao grupo I. O estudo dos metabólitos dos três grupos apresentou os mesmos valores absolutos de creatina (p = 0,424) e lipídio (p = 0,966), enquanto os pacientes do grupo I apresentaram maior quantidade de colina em relação ao grupo III (p = 0,108). Já os grupos I e II apresentaram menor quantidade de lactato em relação aos indivíduos normais (p = 0,001). Os índices creatina/lipídio (p = 0,314) e colina/lactato (p = 0,790) foram estatisticamente os mesmos em todos os grupos. Por outro lado, os demais índices mostraram variações significantes, a saber: creatina/colina (p < 0,001), creatina/lactato (p = 0,019), lipídio/lactato (p = 0,005) e colina/lipídio (p = 0,004). O estudo morfológico mostrou que os grupos I e II apresentaram mais atrofia (p = 0,004), substituição gordurosa (p = 0,018) e morfologia retificada (p = 0,017) em relação aos indivíduos normais, porém não existiu diferença de simetria entre os normais e os doentes (p = 0,236). O grupo I apresentou maior tempo de doença em relação ao grupo II (p = 0,003). Os grupos I e II apresentaram a mesma abertura média de boca. Existe uma correlação crescente entre abertura de boca e tempo de doença no grupo I (p = 0,095), que não ocorre no grupo II (p = 0,596). Não houve relação entre a presença de dentes e a presença de osteólise (p > 0,999) e entre a presença de dentes e o lado da osteólise (p = 0,143).

CONCLUSÃO: O masseter está afetado nos pacientes com esclerose sistêmica, independente da presença ou não da osteólise. Em relação aos metabólitos, observamos menor quantidade de lactato, enquanto a colina mostrou-se aumentada na osteólise. A osteólise parece se desenvolver em pacientes com maior tempo de doença, porém não modificou no grau de abertura bucal em relação aos pacientes sem osteólise, e a presença de dentes não foi significante. Por outro lado, nos casos de osteólise, quanto maior o tempo de doença, maior a abertura bucal.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Jul 2007
  • Data do Fascículo
    Jun 2007
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