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RESUMOS DE ARTIGOS

Marco Antonio Moraes Carvalho

Médico Residente do Departamento de Radiologia da UFF

Pancreatite autoimune: imagens características

Sahani DV, Kalva SP, Farrell J, et al. Autoimmune pancreatitis: imaging features. Radiology 2004; 233:345-52.

OBJETIVO: Determinar, retrospectivamente, os achados de imagem em pacientes com pancreatite autoimune.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foram examinados 29 pacientes (25 homens e 4 mulheres) com idades variando entre 18 e 82 anos, com diagnóstico histopatológico de pancreatite autoimune. Foram avaliados os achados de tomografia computadorizada (TC) em 25 pacientes, de ressonância magnética (RM) e colangiorressonância em quatro pacientes, ultra-sonografia (US) endoscópica em 21 pacientes, colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) em 19 pacientes e colangiografia trans-hepática percutânea em um paciente. As imagens foram analisadas quanto a aparência do pâncreas e ductos biliares e pancreático, e outros achados como inflamação, coleções e linfonodomegalias peripancreáticas, calcificação pancreática, efeito de massa e envolvimento vascular.

RESULTADOS: A TC mostrou aumento difuso (n = 14) e focal (n = 7) do pâncreas. Sete pacientes tinham mínima inflamação peripancreática, sem coleção, calcificação ou envolvimento vascular. Havia linfonodomegalias em nove pacientes. A RM mostrou aumento focal (n = 2) e difuso (n = 2) do pâncreas, com estenose do ducto pancreático principal em dois pacientes e aparência semelhante a colangite esclerosante em um. A US endoscópica evidenciou aumento difuso do pâncreas, com alteração da ecotextura (n = 13) e massa pancreática focal em seis pacientes. A CPER revelou estenose no ducto biliar comum distal (n = 12) e no ducto Wirsung proximal (n = 6), além de estreitamentos irregulares nas vias biliares intra-hepáticas (n = 6) e no ducto pancreático principal (n = 9).

CONCLUSÃO: As características que sugerem o diagnóstico de pancreatite autoimune incluem: aumento pancreático focal ou difuso, com infiltração peripancreática mínima e ausência de calcificação na TC ou US endoscópica e envolvimento vascular, além de estreitamentos irregulares no ducto Wirsung e nos ductos biliares na CPER.

Régis Teixeira Ribeiro de Oliveira

Médico Residente do Departamento de Radiologia da UFF

Lesões abdominais traumáticas na paciente grávida: detecção com ultra-sonografia

Richards JR, Ormsby EL, Romo MV, Gillen MA, McGahan JP. Blunt abdominal injury in the pregnant patient: detection with US. Radiology 2004;233:463-70.

OBJETIVO: Determinar a acurácia da ultra-sonografia (US) na detecção de lesão intra-abdominal traumática em pacientes grávidas e comparar as diferenças entre pacientes grávidas e não grávidas em idade fértil.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foi feita análise retrospectiva dos resultados dos exames ultra-sonográficos de emergência, dos traumas abdominais do centro de trauma nível I, realizados consecutivamente entre janeiro de 1995 e junho de 2002. Foram coletados dados demográficos, dados sobre a localização de líquido livre e sobre a evolução dos pacientes. As lesões foram confirmadas com base nos resultados de estudos tomográficos e/ou laparotomia. O teste "t" de Student foi usado para detectar diferenças entre variáveis contínuas e a análise c2 foi usada para avaliar as diferenças entre as proporções.

RESULTADOS: Um total de 2.319 exames de US para detecção de trauma foi realizado em pacientes femininas entre 10 e 50 anos de idade. Das 328 pacientes que estavam grávidas, 23 tinham lesão intra-abdominal. A idade média das pacientes grávidas era de 24,7 anos ± 6,1 (desvio-padrão), com variação de idade entre 14 e 42 anos. Nas pacientes grávidas, a sensibilidade da US foi de 61% (14 das 23 pacientes), a especificidade foi de 94,4% (288 de 305 pacientes) e a acurácia foi de 92,1% (302 de 328 pacientes). As pacientes grávidas foram significativamente mais suscetíveis à agressão (OR = 2,6; p < 0,001). O padrão mais comum de acúmulo de líquido livre nas pacientes grávidas, detectado pela US, foi líquido nos quadrantes superiores (esquerdo e direito) e na pelve (n = 4,29%); o segundo padrão mais comum foi o de coleção isolada de líquido na pelve (n = 3,21%).

CONCLUSÃO: A US foi menos sensível em pacientes grávidas do que em pacientes não grávidas para a detecção de lesão intra-abdominal; entretanto, foi altamente específica em ambos os grupos. A sensibilidade da US foi maior nas pacientes grávidas durante o primeiro trimestre.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Jan 2005
  • Data do Fascículo
    Dez 2004
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