A crise econômica de 2008 desafiou a contabilidade, demandando critérios de reconhecimento e mensuração ajustados a esse cenário, ou mesmo questionando a sua capacidade de informar adequadamente a situação econômico-financeira das entidades antes de sua ocorrência. Nesse trabalho verificamos se durante crises econômicas as empresas listadas no mercado de capitais brasileiro tendiam a adotar práticas de gerenciamento de resultados (GR). A amostra consistiu de 3.772 observações empresas por ano, de 1997 a 2009. Desenvolvemos modelos de regressão com dados em painel, considerando accruals discricionários como uma proxy de GR, crise como um fator macroeconômico (variável de interesse), e ROA, market-to-book, tamanho, alavancagem, investimento estrangeiro direto e setor como variáveis de controle. Diferentemente de estudos anteriores sobre GR, duas abordagens foram utilizadas na construção dos modelos e múltiplas crises foram observadas simultaneamente. Os testes estatísticos revelaram, em ambas as abordagens, uma relação significativa entre crise e as práticas de GR.
Gerenciamento de resultados; fatores macroeconômicos; crises econômicas; mercado de capitais emergente; Brasil
