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Redes, inovação e desempenho exportador: uma abordagem institucional

Exporter networks, innovation, and performance: an institutional approach

Resumos

Diversos estudos prévios buscaram analisar os fatores determinantes do desempenho exportador. Parte significativa desses estudos tem se dedicado à avaliação do papel dos recursos das empresas, gerenciais, organizacionais, assim como do tamanho e experiência da empresa. Outros procuraram medir o efeito da inovação sobre o desempenho exportador. Contudo há poucos estudos que tratam do efeito do quadro institucional sobre o desempenho exportador. O presente estudo tem como objetivo avaliar os determinantes institucionais do desempenho exportador de empresas, com isso, procurando preencher uma lacuna na literatura de negócios internacionais ao analisar os modos pelos quais o quadro institucional do país de origem afeta o desempenho exportador de empresas. Embora diversos estudos tenham investigado o efeito das instituições do país de origem sobre internacionalização e desempenho exportador, ainda são poucos aqueles que avaliaram os modos e mecanismos pelos quais tais instituições agem e configuram o desempenho exportador de empresas. A contribuição do presente estudo é, a partir de modelagem de equações estruturais, mostrar que o quadro institucional não tem efeito direto sobre o desempenho exportador, mas age de maneira indireta, por meio de mecanismos específicos de transmissão. Tal abordagem aponta para redes de relacionamento e inovação como dois mecanismos que desempenham funções específicas para configurar os efeitos das instituições. Conquanto os resultados empíricos não tenham apontado significância da dimensão inovação, as redes mostram-se como mecanismo específico para transmitir os efeitos do quadro institucional sobre o desempenho exportador.

desempenho exportador; inovação; instituições; redes


Several studies have attempted to analyze the determinants of export performance. Most of them have been dedicated to assessing the role of corporate, managerial, and organizational resources, as well as company size and experience. Others sought to measure the effect of innovation on export performance. However, there are few studies that address the effect institutional framework has on export performance. The present study aims to evaluate the institutional determinants of companies' export performance, seeking to fill a gap in the international business literature by examining the ways in which the institutional framework of the country of origin affects companies' export performance. Although several studies have investigated the effect country of origin institutions have on internationalization and export performance, there are few studies that have evaluated the modes and mechanisms by which such institutions act and shape companies' export performance. This study's contribution is using structural equation modeling to show that institutional framework has no direct effect on export performance, but acts indirectly through specific transmission mechanisms. This approach points to social networks and innovation as two mechanisms that perform specific functions to configure institutional effects. Although the empirical results did not show statistical significance for the innovation dimension, the network mechanism has been shown as a specific and efficient mechanism for transmitting institutional framework effects on export performance.

export performance; innovation; institutions; network


Introdução

A globalização das economias tem contribuído significativamente para a expansão internacional das empresas, não apenas de origem de países desenvolvidos, mas, também, daqueles em desenvolvimento. Este fenômeno abrange, além das empresas multinacionais, pequenas e médias empresas, tornando as estratégias de internacionalização, nesta era de interdependência dos mercados, um objetivo importante para sustentar as estratégias de crescimento das empresas. Embora os fluxos de investimento estrangeiro direto venham crescendo significativamente ao longo dos anos de 1990 e 2000 (com curtos períodos de recuo na crise de 2008), as exportações continuam representando a maior parte das transações internacionais de empresas de países em desenvolvimento e sustentam, em larga escala, os seus modos de entrada em mercados externos, bem como seu desempenho internacional. Neste sentido, o estudo dos fatores determinantes do desempenho exportador representa um passo importante para o entendimento dos padrões e estratégias de internacionalização de empresas, além de poder contribuir com as preocupações gerenciais das empresas de buscar um melhor posicionamento no mercado internacional.

No estudo do processo de ingresso das empresas no mercado internacional, a abordagem de Uppsala (Johanson & Vahlne, 1977Johanson, J., & Vahlne, J.-E. (1977). The internationalization process of the firm-a model of knowledge development and increasing foreign market commitments. Journal of International Business Studies, 8(1), 23-32. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8490676) tem sido uma das principais referências teóricas. Porém, atualmente, há novos fatores sendo considerados na proposição de teorias, que passaram a contemplar, por exemplo, as redes de relacionamento, a inovação e as características empreendedoras (Mathews & Zander, 2007Mathews, J. A., & Zander, I. (2007). The international entrepreneurial dynamics of accelerated internationalisation. Journal of International Business Studies, 38(3), 387–403. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400271; Moen, Gavlen, & Endresen, 2004Moen, Ø., Gavlen, M., & Endresen, I. (2004). Internationalization of small, computer software firms: entry forms and market selection. European Journal of Marketing, 38(9/10), 1236-1251. doi: 10.1108/03090560410548951; Weerawardena, Mort, Liesch, & Knight, 2007Weerawardena, J., Mort, G. S., Liesch, P. W., & Knight, G. (2007). Conceptualizing accelerated internationalization in the born-global firm: a dynamic capabilities perspective. Journal of World Business, 42(3), 294–306. doi: 10.1016/j.jwb.2007.04.004). Tais abordagens contribuíram significativamente para fornecer novas perspectivas de avaliação dos fatores determinantes da internacionalização de empresas de modo geral e, mais especificamente, do desempenho exportador de empresas.

Diversos estudos empíricos e teóricos buscaram analisar os fatores determinantes do desempenho exportador. Uma parte significativa dos estudos sobre os determinantes do desempenho exportador tem se dedicado à avaliação do papel dos recursos das empresas, gerenciais, organizacionais, tamanho, experiência com os mercados externos (Carneiro, Rocha, & Silva, 2009Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2009). Proposal of a validation framework for a new measurement model and its application to the export performance construct. Brazilian Administration Review, 6(4), 331-353. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a05. doi: 10.1590/S1807-76922009000400005
http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a0...
, 2011Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2011). Determinants of export performance: a study of large Brazilian manufacturing firms. Brazilian Administration Review, 8(2), 107-132. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v8n2/02.pdf. doi: 10.1590/S1807-76922011000200002
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; Klotzle & Tomé, 2006Klotzle, M. C., & Thomé, C. C. (2006). Fatores associados ao desempenho exportador de micros, pequenas e médias empresas brasileiras. Revista de Administração,41(3), 339-346. doi: 10.1590/S0080-21072006000300010; Majocchi, Bacchiocchie, & Mayrhofer, 2005Majocchi, A., Bacchiocchi, E., & Mayrhofer, U. (2005). Firm size, business experience and export intensity in SMEs: a longitudinal approach to complex relationships. International Business Review, 14(6), 719–738. doi: 10.1016/j.ibusrev.2005.07.004; Sousa & Bradley, 2008)Sousa, C. M. P., & Bradley, F. (2008). Cultural distance and psychic distance: refinements in conceptualisation and measurement. Journal of Marketing Management, 24(5-6), 467-488. doi: 10.1362/026725708X325959, e outros estudos procuraram medir o efeito da inovação sobre o desempenho exportador, tais como Filipescu, Rialp e Rialp (2009)Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008, Lee e Habte-Giorgin (2004)Lee, J., & Habte-Giorgis, B. (2004). Empirical approach to the sequential relationships between firm strategy, export activity, and performance in U.S. manufacturing firms. International Business Review, 13(1), 101–129. doi: 10.1016/j.ibusrev.2003.05.003, Pla-Barber e Alegre (2007)Pla-Barber, J., & Alegre, J. (2007). Analysing the link between export intensity, innovation and firm size in a science-based industry. International Business Review, 16(3), 275–293. doi: 10.1016/j.ibusrev.2007.02.005, Rodriguez e Rodriguez (2005)Rodriguez, J. L., & Rodriguez, R. M. G. (2005). Technology and export behavior: a resource-based view approach. International Business Review, 14(5), 539–557. doi: 10.1016/j.ibusrev.2005.07.002, Roper e Love (2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5 e Singh (2009)Singh, D. A. (2009). Export performance of emerging market firms. International Business Review, 18(4), 321-330. doi: 10.1016/j.ibusrev.2009.03.002, entre outros.

Paralelamente ao desenvolvimento das perspectivas de recursos, a literatura de negócios internacionais tem se dedicado a incorporar as contribuições da teoria institucional (North, 1990North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press.) a fim de entender às restrições e aos limites do processo e desempenho internacional de empresas. Diversos estudos (Kostova, 1997Kostova, T. (1997, August). Country institutional profile: concept and measurement. Proceedings of the Academy of Management, Boston, MA, USA, 1.; Kostova & Zaheer, 1999Kostova, T., & Zaheer, S. (1999). Organizational legitimacy under conditions of complexity: the case of the multinational enterprise. Academy of Management Review, 24(1), 64-81. doi: 10.5465/AMR.1999.1580441; Scott, 1995Scott, W. R. (1995). Institutions and organizations. Thousand Oaks: Sage Publications.; Xu & Shenkar, 2002)Xu, D., & Shenkar, O. (2002). Institutional distance and the multinational enterprise. Academy of Management Review, 27(4), 608-618. procuraram introduzir o conceito de distância institucional (distância regulatória, normativa e cognitivo-cultural) para o entendimento das estratégias de internacionalização e os modos pelos quais empresas multinacionais gerenciam os custos decorrentes dos passivos de internacionalização (liability of foreignness). Contudo uma revisão da literatura, nos principais periódicos nacionais e internacionais, relata que há poucos estudos que tratam do efeito do quadro institucional sobre o desempenho exportador (Buckley & Gauri, 2004Buckley, P. J., & Ghauri, P. N. (2004). Globalization, economic geography, and the strategy of multinational enterprises. Journal of International Business Studies, 35(2), 81–98. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400076; Kshetri, 2007Kshetri, N. (2007). Institutional factors affecting offshore business process and information technology outsourcing. Journal of International Management, 13(1), 38-56. doi: 10.1016/j.intman.2006.05.00; Loane & Bell, 2006Loane, S., & Bell, J. (2006). Rapid internationalisation among entrepreneurial firms in Australia, Canada, Ireland and New Zealand: an extension to the network approach. International Marketing Review, 23(5), 467-485. doi: 10.1108/02651330610703409; Zhou, Wu, & Luo, 2007Zhou, L., Wu, W.-P, & Luo, X. (2007). Internationalization and the performance of born-global SMEs: the mediating role of social networks. Journal of International Business Studies, 38(4), 673-690. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400282).

Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar os determinantes do desempenho exportador de empresas através de uma perspectiva institucional. Mais especificamente, visa verificar de que modo se dá o efeito do quadro institucional do país de origem sobre o desempenho exportador. Neste trabalho, buscou-se mostrar que o quadro institucional age sobre o desempenho exportador através de dois mecanismos de transmissão: redes de relacionamento e inovação. Hollingsworth (2000)Hollingsworth, J. R. (2000). Doing institutional analysis: implications for the study of innovations. Review of International Political Economy, 7(4), 595–644. doi: 10.1080/096922900750034563, numa análise da perspectiva institucional, detectou que os mecanismos pelos quais o quadro institucional afeta o desempenho de empresas são diversos. Neste trabalho, procurou-se focalizar dois mecanismos principais: redes de relacionamento e inovação, que representam dimensões relevantes tanto do ponto de vista das teorias clássicas de negócios internacionais (Modelo de Uppsala, Johanson, & Vahlne, 1977Johanson, J., & Vahlne, J.-E. (1977). The internationalization process of the firm-a model of knowledge development and increasing foreign market commitments. Journal of International Business Studies, 8(1), 23-32. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8490676) quanto das novas contribuições do modelo com a introdução do papel das redes e da inovação na dinâmica e velocidade do processo de internacionalização (Johanson & Vahlne, 2009)Johanson, J., & Vahlne, J.-E. (2009). The Uppsala internationalization process model revisited: from liability of foreignness to liability of outsidership. Journal of International Business Studies, 40(9), 1411-1431. doi: 10.1057/jibs.2009.24. As redes são caracterizadas na dimensão de arranjos institucionais, na qual são expressas as relações hierárquicas e de cooperação entre empresas e das empresas com o Estado. A inovação é expressa pela dimensão Resultados e Desempenho, na qual são manifestadas as decisões administrativas e estratégicas.

O presente trabalho procura preencher, portanto, uma lacuna na literatura de negócios internacionais, respondendo a duas perguntas principais: (a) Quais são os efeitos do quadro institucional sobre o desempenho exportador?; (b) Considerando que o efeito do quadro institucional nem sempre é direto, através de quais mecanismos o quadro institucional exerce tais efeitos sobre o desempenho exportador?

Para tanto, o artigo está organizado da seguinte maneira: primeiro, discutem-se os fundamentos teóricos do estudo e apresentam-se as hipóteses. Em seguida, definem-se os procedimentos metodológicos, apresentação e discussão dos resultados. Finalmente, são apresentadas as principais conclusões do estudo.

Revisão de Literatura

A revisão de literatura contempla diferentes áreas do conhecimento com o intuito de ajudar a desenvolver o quadro teórico que dá suporte às proposições do estudo, sobressaindo os estudos prévios sobre desempenho exportador, instituições, inovação e redes.

Desempenho exportador

Conhecer os determinantes do desempenho exportador das empresas é um objetivo constante entre os pesquisadores de negócios internacionais (Carneiro et al., 2011Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2011). Determinants of export performance: a study of large Brazilian manufacturing firms. Brazilian Administration Review, 8(2), 107-132. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v8n2/02.pdf. doi: 10.1590/S1807-76922011000200002
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; Klotzle & Thomé, 2006Klotzle, M. C., & Thomé, C. C. (2006). Fatores associados ao desempenho exportador de micros, pequenas e médias empresas brasileiras. Revista de Administração,41(3), 339-346. doi: 10.1590/S0080-21072006000300010; Mais & Amal, 2011Mais, I., & Amal, M. (2011). Determinants of export performance: an institutional approach. Latin American Business Review, 12(4), 281-307. doi: 10.1080/10978526.2011.633029; Majocchi et al., 2005Majocchi, A., Bacchiocchi, E., & Mayrhofer, U. (2005). Firm size, business experience and export intensity in SMEs: a longitudinal approach to complex relationships. International Business Review, 14(6), 719–738. doi: 10.1016/j.ibusrev.2005.07.004; Pla-Barber & Alegre, 2007Pla-Barber, J., & Alegre, J. (2007). Analysing the link between export intensity, innovation and firm size in a science-based industry. International Business Review, 16(3), 275–293. doi: 10.1016/j.ibusrev.2007.02.005; Singh, 2009Singh, D. A. (2009). Export performance of emerging market firms. International Business Review, 18(4), 321-330. doi: 10.1016/j.ibusrev.2009.03.002, Stoian, Rialp, & Rialp, 2011Stoian, M.-C., Rialp, A., & Rialp, J. (2011). Export performance under the microscope: a glance through Spanish lenses. International Business Review 20(2), 117–135. doi: 10.1016/j.ibusrev.2010.07.002). Existe, no entanto, uma falta de consenso atinente à definição de medidas adequadas para avaliação do desempenho exportador, o que compromete a comparação de diferentes estudos e prejudica a evolução das teorias de negócios internacionais.

Embora haja um estoque significativo de estudos relativos ao desempenho exportador, ainda são muito escassas as investigações sobre o papel das instituições do país de origem quanto ao desempenho exportador e, especialmente, a respeito dos modos como tais instituições agem e configuram o desempenho internacional de empresas. Os estudos existentes no Brasil têm focalizado particularmente o papel dos recursos e da distância psíquica entre país de origem e de destino (Carneiro et al., 2009Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2009). Proposal of a validation framework for a new measurement model and its application to the export performance construct. Brazilian Administration Review, 6(4), 331-353. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a05. doi: 10.1590/S1807-76922009000400005
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), ou de estudos, com uma perspectiva de abordagem qualitativa, dos efeitos das instituições sobre os diferentes modos de entrada e de desempenho exportador (Mais & Amal, 2011Mais, I., & Amal, M. (2011). Determinants of export performance: an institutional approach. Latin American Business Review, 12(4), 281-307. doi: 10.1080/10978526.2011.633029). Outros estudos procuraram avaliar o efeito de variáveis macroeconômicas, como a taxa de câmbio como determinante do desempenho exportador (Puga, 2006)Puga, F. P. (2006, agosto 18). Câmbio afeta exportadores de forma diferenciada. BNDES: Visão do Desenvolvimento, (9). Recuperado de http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/visao/visao_09.pdf
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. Entretanto tais estudos utilizaram variáveis agregadas, o que não permite verificar os efeitos sobre empresas.

Para utilizar, neste estudo, um indicador já empregado e aceito nas pesquisas de negócios internacionais, foram revisados 30 estudos prévios que analisaram o desempenho exportador. E, assim, optou-se por focalizar os estudos sobre as empresas, descartando aqueles que se centraram no desempenho das nações por se tratar do uso de fatores macroeconômicos para o entendimento do desempeno da variável agregada de exportação.

Como resultado da revisão, utilizou-se como indicador a intensidade exportadora (total de exportações dividido pelo faturamento global da empresa) e a diversificação das exportações medida pelo número de mercados atendidos pela exportação. Tal escolha se baseia no fato de se tratar do indicador predominante entre os trabalhos revisados, apresentados na Tabela 1. Entende-se, ainda, que o indicador é adequado para avaliar empresas de diferentes portes e estágios de desenvolvimento, pois demonstra a importância relativa da atividade para a empresa. Adicionalmente, utilizou-se como indicador de desempenho exportador o número de países atendidos pelas empresas pesquisadas, para dar mais consistência aos dados obtidos.

Tabela 1
Estudos Prévios de Desempenho Exportador

Determinantes do desempenho exportador das empresas

O estudo dos fatores determinantes do desempenho exportador tem sido tema recorrente nas publicações nacionais e internacionais nos últimos anos. Pela Tabela 1, denota-se que, dos 30 artigos revisados, 16 buscaram discutir o papel dos recursos da empresa na determinação de seu desempenho exportador. Como recursos, entende-se os recursos próprios da empresa (tecnológicos, financeiros, produtivos, humanos) ou os recursos da rede na qual a empresa está inserida. Em segundo lugar, 10 artigos procuraram medir o efeito da inovação no desempenho exportador das empresas, e, finalmente, apenas sete dos artigos revisados efetivamente procuraram avaliar os efeitos do ambiente institucional sobre o desempenho exportador de empresas. Neste artigo, procura-se identificar as relações entre instituições, inovação, redes e desempenho exportador. Mais especificamente, como interagem os fatores e através de quais mecanismos o quadro institucional age sobre o desempenho exportador de empresas.

Efeitos do quadro institucional sobre a inovação e o desempenho exportador

North (1990)North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press. afirma que as instituições podem ser interpretadas como as regras do jogo que orientam uma sociedade, incluindo aspectos formais e informais que definem comportamentos, relações, padrões de desempenho e de atuação aceitos e valorizados naquele ambiente.

Para North (1990)North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press., as instituições possuem três dimensões: regras formais, restrições informais e os mecanismos de aplicação. As regras formais incluem regras políticas, econômicas e contratos. Enquanto as regras políticas definem uma estrutura hierárquica, a econômica define os diretos de propriedade e da capacidade de alienar ativos ou recursos, já os contratos contêm provisões específicas para acordos em particular.

De acordo com North (1990)North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press. e Scott (1995)Scott, W. R. (1995). Institutions and organizations. Thousand Oaks: Sage Publications., as restrições informais são regras impostas pelos humanos sobre eles mesmos, no entanto não são regras percebidas com facilidade, mas têm uma enorme capacidade de estruturar as relações humanas. Entre os tipos de restrições informais, há os códigos de conduta, as normas de comportamento e convenções. Quanto aos mecanismos de aplicação, estes estão diretamente relacionados aos custos de transações e são empreendidos por agentes que assumem uma função que influencia diretamente nos resultados (North, 1990North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press.). Tal abordagem significa que não há uma única dimensão que determine as relações entre os agentes e menos ainda uma dimensão que possa se sobrepor unilateralmente às demais dimensões do quadro institucional (Wood & Demirbag, 2012Wood, G., & Demirbag, M. (2012). Handbook of institutional approaches to international business. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing.).

Nesta perspectiva de configuração do ambiente institucional, as instituições tendem a interagir com as organizações, o que resulta num quadro institucional de restrições e oportunidades (North, 1990North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press.). A partir de tal configuração do ambiente institucional, as estratégias e desempenho das organizações são afetados e reorientados de modo a gerenciarem os custos de transação e riscos decorrentes de tais mudanças. Para Scott (1995)Scott, W. R. (1995). Institutions and organizations. Thousand Oaks: Sage Publications., tal ambiente, por incluir diversos níveis: regulatório, normativo e cognitivo-cultural, apresenta graus de complexidade elevados, impondo desafios e constituindo-se num fator determinante do desempenho das organizações.

Hollingsworth (2000)Hollingsworth, J. R. (2000). Doing institutional analysis: implications for the study of innovations. Review of International Political Economy, 7(4), 595–644. doi: 10.1080/096922900750034563 propôs que, na medida em que as instituições restringem a ação dos membros de uma nação, exercem efeito direto sobre diversos indicadores relacionados à competitividade empresarial, dedicando especial atenção ao grau de inovação observado naquela nação. Para subsidiar seus estudos, propôs cinco níveis de análise do quadro institucional, cuja organização baseou-se nas características de permanência e estabilidade dos itens identificados, com base em autores de várias áreas do conhecimento, conforme a Tabela 2, a seguir:

Tabela 2
Componentes da Análise Institucional

Utilizando como referência os itens propostos por Hollingsworth (2000)Hollingsworth, J. R. (2000). Doing institutional analysis: implications for the study of innovations. Review of International Political Economy, 7(4), 595–644. doi: 10.1080/096922900750034563, pode-se estimar que o quadro institucional também exerça efeito sobre o desempenho exportador das empresas, por meio de mecanismos como: grau de sofisticação dos mercados, com efeito sobre os padrões de qualidade dos produtos (Porter, 1999Porter, M. E. (1999). Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência (16a ed.). Rio de Janeiro: Campus.; Roper & Love, 2002Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5), padrões culturais e de negociações (Kshetri, 2007)Kshetri, N. (2007). Institutional factors affecting offshore business process and information technology outsourcing. Journal of International Management, 13(1), 38-56. doi: 10.1016/j.intman.2006.05.00, estabelecimento e finalidade das redes de cooperação (Zhou et al., 2007)Zhou, L., Wu, W.-P, & Luo, X. (2007). Internationalization and the performance of born-global SMEs: the mediating role of social networks. Journal of International Business Studies, 38(4), 673-690. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400282, existência de incentivos formais para internacionalização (Diegues & Roselino, 2006)Diegues, A. C., & Roselino, J. E. (2006). Interação, aprendizado tecnológico e inovativo no pólo de TIC da região de Campinas: uma caracterização com ênfase nas atividades desenvolvidas pelas empresas beneficiárias da Lei de Informática. Revista Brasileira de Inovação, 5(2), 373-402., padrões de gestão do conhecimento e estratégias de inovação (Lu, Tsang, & Peng, 2008Lu, Y., Tsang, E. W. K., & Peng, M. W. (2008). Knowledge management and innovation strategy in the Asia Pacific: toward an institution-based view. Asia Pacific Journal of Management, 25(3), 361-374. doi: 10.1007/s10490-008-9100-9), estratégias de internacionalização como resultado da pressão mimética (Cheng & Yu, 2008)Cheng, H.-L., & Yu, C.-W. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: evidence from Taiwanese small- and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331–348. doi: 10.1016/j.ibusrev.2008.01.006, por exemplo. Adicionalmente, estudos anteriores relatam uma relação entre a importância das redes de relacionamento e a existência de instituições fortes em um país (Meyer, Estrin, Bhaumik, & Peng, 2009Meyer, K. E., Estrin, S., Bhaumik, S. K., & Peng, M. W. (2009). Institutions, resources, and entry strategies in emerging economies. Strategic Management Journal, 30(1), 61-80. doi: 10.1002/smj.720; Zhou et al., 2007)Zhou, L., Wu, W.-P, & Luo, X. (2007). Internationalization and the performance of born-global SMEs: the mediating role of social networks. Journal of International Business Studies, 38(4), 673-690. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400282. Tais estudos demonstram que as redes de relacionamento amenizam a eventual falta de confiança institucional e podem determinar os padrões de entrada de investimentos estrangeiros.

Ao estudarem os efeitos das instituições sobre a internacionalização de empresas, Mais e Amal (2011)Mais, I., & Amal, M. (2011). Determinants of export performance: an institutional approach. Latin American Business Review, 12(4), 281-307. doi: 10.1080/10978526.2011.633029 sugerem que o quadro institucional diretamente relacionado possa ser representado por: organismos de suporte a negócios internacionais, políticas governamentais locais, sistema de financiamento disponível, normas, regras, hábitos, costumes e valores observados na sociedade. Tais itens exerceriam efeito na definição das estratégias das empresas no processo de internacionalização, indiretamente, afetando seu desempenho exportador.

Para subsidiar as perguntas de pesquisa do presente estudo sobre os efeitos do quadro institucional e os modos e mecanismos por meio dos quais ele age no tocante ao desempenho exportador, procurou-se formular hipóteses específicas para cada uma das dimensões do modelo proposto.

Neste sentido, as redes passam a representar um quadro de relacionamento entre empresas que permite suprir as deficiências institucionais e representar as condições para as empresas construírem competências específicas para a sua inserção competitiva nos mercados externos (Awuah & Amal, 2011Awuah, G. B., & Amal, M. (2011). Impact of globalization: the ability of less developed countries' (LDCs') firms to cope with opportunities and challenges. European Business Review, 23(1), 120-132. doi: 10.1108/09555341111098026; Peng, Sun, Pinkham, & Cheng, 2009Peng, M. W., Sun, L. S., Pinkham, B., & Chen, H. (2009). The institution-based view as a third leg for a strategy tripod. Academy of Management Perspectives, 23(3), 63-71.). A inserção em redes também pode compensar as restrições impostas pela distância institucional entre país de origem e de destino, mas, sobretudo, tende a constituir uma resposta estratégica para as restrições impostas pelo próprio ambiente institucional do país de origem.

A revisão dos estudos relatados subsidiou a formulação das hipóteses 1 e 2.

H1: O quadro institucional influencia positivamente na inserção das empresas em redes de cooperação.

H2: O quadro institucional influencia positivamente no desenvolvimento de inovações.

As hipóteses 1 e 2 buscam, particularmente, subsidiar a primeira pergunta do presente estudo referente ao papel das instituições e suas relações indiretas com o desempenho exportador de empresas, apontando que tal relação se dá através das dimensões de redes e desenvolvimento de inovações. Tais dimensões, como têm sido discutidas na literatura de Negócios Internacionais, constituem fatores críticos para o entendimento das estratégias e desempenho das empresas nos mercados externos.

Inserção em redes e desempenho exportador das empresas

Avançando em relação ao modelo de envolvimento gradual das empresas nos mercados internacionais, Johanson e Mattson (1988)Johanson, J., & Mattson, L. G. (1988). Internationalisation in industrial systems – a network approach. In N. Hood & J. E. Valhne (Eds.), Strategies in global competition (pp. 287-314). Croom Helm: Dover. propuseram uma teoria segundo a qual as decisões das empresas, em termos de seleção de mercados e modo de entrada, seriam resultantes de sua posição nas redes de relacionamento, de acordo com sua posição na rede e o nível de internacionalização da própria rede. O nível de internacionalização de uma empresa seria, assim, reflexo não apenas dos recursos alocados no exterior, mas também do nível de internacionalização das redes em que está inserida (Amal & Freitag, 2010Amal, M., & Freitag, A. R., Filho (2010). Internationalization of small-and medium-sized enterprises: a multi case study. European Business Review, 22(6), 608-623. doi: 10.1108/09555341011082916).

Coviello e Munro (1995)Coviello, N. E., & Munro, H. J. (1995). Growing the entrepreneurial firm: networking for international market development. European Journal of Marketing, 29(7), 49-61. doi: 10.1108/03090569510095008 argumentam que as relações existentes com os mercados são mais relevantes para o sucesso do que a escolha de mercados e suas características culturais, considerando que as relações existentes oferecem contatos e contribuem para o desenvolvimento de novos parceiros nos diferentes mercados. Tais redes contemplam as redes formais nas quais as empresas estão inseridas, mas também incluem a rede pessoal dos empreendedores (Harris & Wheeler, 2005Harris, S., & Wheeler, C. (2005). Entrepreneurs’ relationships for internationalization: functions, origins and strategies. International Business Review, 14(2), 187-207. doi: 10.1016/j.ibusrev.2004.04.008; Peng & Heath, 1996)Peng, M. W., & Heath, P. (1996). The growth of the firm in planned economies in transition: institutions, organizations, and strategic choice. Academy of Management Review, 21(2), 492–528. doi: 10.5465/AMR.1996.9605060220 e facilitam o acesso à informação, recursos, mercados e tecnologias, assim, configurando um diferencial competitivo. De maneira complementar, o estudo do processo de internacionalização de pequenas e médias empresas taiwanesas, conduzido por Cheng e Yu (2008)Cheng, H.-L., & Yu, C.-W. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: evidence from Taiwanese small- and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331–348. doi: 10.1016/j.ibusrev.2008.01.006, resultou na identificação de que tais empresas, de forma individual, poderiam não perceber e aproveitar as oportunidades do mercado internacional, dessa maneira, ressaltando a importância e o papel das redes no início da internacionalização das empresas analisadas.

As redes também exercem efeito sobre outras atividades da empresa, com destaque para a geração de inovações. Tödtling e Kaufmann (2002)Tödtling, F., & Kaufmann, A. (2002). SMEs in regional innovation systems and the role of innovation support - The case of upper Austria. Journal of Technology Transfer, 27(1), 15–26. doi: 10.1023/A:1013140318907 destacam, no processo de desenvolvimento de inovações, a relevância da integração entre a empresa e seu ambiente, incluindo a cooperação entre os setores da própria empresa e organismos externos, como clientes, fornecedores, instituições de pesquisa, provedores de recursos financeiros e governos. Tal abordagem da inovação, com uma perspectiva interativa, também está entre os fundamentos dos estudos sobre inovação de Schumpeter (1934)Schumpeter, J. A. (1934). The theory of economic development: an inquiry into profits, capital, credit, interest, and the business cycle (Vol. 55). New Brunswick, New Jersey: Transaction Publishers. e Freeman (1995)Freeman, C. (1995). The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of Economics, 19(1), 5-24., por exemplo, que se contrapõem à visão de desenvolvimento das inovações como um processo linear e endógeno. Freeman (1995)Freeman, C. (1995). The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of Economics, 19(1), 5-24. argumenta que a inovação é resultado de um processo interativo e de permanente aprendizagem. Além de desenvolverem conhecimentos próprios a partir da sua experiência direta nas etapas de desenho, desenvolvimento, produção e comercialização, as empresas absorvem conhecimentos que derivam das suas relações com fontes externas, beneficiando-se da experiência desses parceiros.

Tendo em vista os resultados dos estudos citados, propôs-se as hipóteses 3 e 4:

H3: A inserção em redes influencia positivamente no desenvolvimento de inovações.

H4: A inserção em redes influencia positivamente no desempenho exportador.

As hipóteses 3 e 4 buscam, particularmente, subsidiar a segunda pergunta do presente estudo, referente aos modos como o quadro institucional influencia o desempenho exportador de empresas. Tal perspectiva sugere que as redes, além de influenciarem na capacidade inovadora das empresas, agem diretamente sobre o seu desempenho exportador.

O papel da inovação no desempenho exportador das empresas

De acordo com Schumpeter (1934)Schumpeter, J. A. (1934). The theory of economic development: an inquiry into profits, capital, credit, interest, and the business cycle (Vol. 55). New Brunswick, New Jersey: Transaction Publishers., a inovação é responsável pelo crescimento econômico das sociedades, com destaque para aquelas inovações que se caracterizam como produtos e serviços efetivamente novos, os quais criariam novos mercados e demandas. Com relação aos negócios internacionais, a relação entre inovação e o desempenho exportador tem sido apontada como uma possível explicação para o desempenho diferenciado das nações no comércio mundial (Filipescu, Rialp, & Rialp, 2009Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5.

Kim e Mauborgne (2005)Kim, W. C., & Mauborgne, R. (2005). Blue ocean strategy: how to create uncontested market space and make the competition irrelevant. Boston: Harvard Business School., ao analisarem um período de 120 anos de 30 setores industriais norte-americanos, indicaram que o padrão mais persistente entre as empresas com alto crescimento estava relacionado a estratégias que resultaram na oferta de novos produtos e serviços, ocupando novos espaços no mercado, com efeitos relevantes sobre a demanda. No Brasil, Gomes e Kruglianskas (2009)Gomes, C. M., & Kruglianskas, I. (2009). A influência do porte no comportamento inovador da empresa. Revista de Administração e Inovação, 6(2), 5-27. doi: 10.5585/rai.v6i2.285 identificaram os impactos mais relevantes da inovação entre 72 empresas reconhecidas como inovadoras: ampliação da gama de produtos ofertados, melhoria da qualidade dos produtos, aumento da capacidade de produção, entrada em novos mercados, ampliação da participação da empresa no mercado, melhoria em aspectos associados às regulamentações e normas do mercado interno e externo. O acesso a novos mercados é um dos efeitos frequentemente atribuídos às inovações (Filipescu et al., 2009Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008; Knight & Cavusgil, 2004Knight, G. A., & Cavusgil, S. T. (2004). Innovation, organizational capabilities, and the born-global firm. Journal of International Business Studies, 35(4), 124-141. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400071; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5, bem como a propensão das empresas a exportar (Nguyen, Quang Pham, Nguyen, & Nguyen, 2008Nguyen, A. N., Quang Pham, N., Nguyen, C. D., & Nguyen, N. D. (2008). Innovation and exports in Vietnam's SME sector. The European Journal of Development Research, 20(2), 262-280. doi: 10.1080/09578810802060801; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5. De Negri e Freitas (2004)De Negri, J. A., & Freitas, F. (2004). Inovação tecnológica, eficiência de escala e as exportações brasileiras [Texto para discussão, Nº 1044]. Brasília, DF: IPEA., ao analisarem o caso do Brasil, reafirmam a relação entre a inovação e propensão à exportação, indicando que as empresas brasileiras que geram inovação tecnológica têm 16% mais chances de serem exportadoras do que aquelas que não desenvolvem inovações.

Os resultados apresentados levaram à formulação da hipótese 5:

H5: O desenvolvimento de inovações influencia positivamente no desempenho exportador.

A hipótese 5 busca, especificamente, subsidiar a segunda pergunta do presente estudo, referente ao papel da inovação como mecanismo pelo qual o quadro institucional age sobre o desempenho exportador das empresas. Tal dimensão, como tem sido discutida na literatura de Negócios Internacionais, representa um fator que contém o efeito não apenas de acelerar o desempenho exportador das empresas, mas, também, de diversificar a abrangência dos mercados externos onde atuam.

Metodologia

O presente estudo teve como objetivo avaliar os determinantes do desempenho exportador de empresas. Mais especificamente, visou verificar de que modo se dá o efeito do quadro institucional do país de origem sobre o desempenho exportador. Busca-se preencher uma lacuna na literatura de negócios internacionais, respondendo a duas perguntas principais: (a) Quais são os efeitos do quadro institucional sobre o desempenho exportador?; (b) Considerando que o efeito do quadro institucional nem sempre é direto, através de quais mecanismos o quadro institucional exerce tais efeitos sobre o desempenho exportador?

O presente estudo se caracterizou como uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. Foi conduzida na forma de levantamento, de corte transversal, e utilizou questionário eletrônico orientado para a descrição das características do objeto e o estabelecimento das relações entre as diferentes dimensões e variáveis. Segundo Yin (2005)Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos (3a ed.). Porto Alegre: Bookman., o levantamento é uma estratégia de pesquisa adequada para obter respostas do tipo quem, o que, onde, quanto, quantos, sendo vantajosa para pesquisas que buscam “descrever a incidência ou a predominância de um fenômeno, quando ele for previsível sobre certos resultados” (p. 25).

Amostra

A população deste estudo foi composta pelas empresas estabelecidas no estado de Santa Catarina que realizaram exportações diretas no ano de 2008. Foram acessadas todas as empresas exportadoras do estado, sem distinção de volume exportado, porte ou setor de atividade, selecionadas a partir do relatório de Empresas Exportadoras por Unidades da Federação, disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC, n.d.). Identificou-se um total de 1.293 empresas, as quais foram convidadas a participar da pesquisa. Obteve-se um retorno de 71 questionários completos de empresas industriais, com um índice de respostas de 5,5%, caracterizando uma margem de erro equivalente a 11,6% (Barbetta, 2003Barbetta, P. R. (2003). Estatística aplicada às ciências sociais (5a ed.). Florianópolis: Editora da UFSC.).

Instrumento de coleta de dados

O questionário disponibilizado às empresas foi composto por 20 questões, distribuídas em três grupos: perfil da empresa, informações sobre as atividades de exportação e informações sobre as atividades relativas à inovação. Continha questões abertas, mas também questões fechadas desenvolvidas a partir do quadro teórico proposto e, seguindo a escala Likert, variando entre 1 e 7 (menos importante para muito importante), com a opção Não sei responder, a qual foi operacionalizada como valores neutros no decorrer das análises.

Tal questionário foi submetido a um pré-teste com duas empresas exportadoras e seu conteúdo visava obter informações sobre porte, idade e experiência internacional das empresas, motivações para exportação, formas de entrada e de seleção de mercados, utilização de mecanismos formais de incentivo à inovação de exportação, papel das redes de relacionamento, estratégias de geração de inovações, diferencial competitivo nas atividades internacionais, avaliação sobre o grau de inovação da empresa e dados sobre resultados e dispêndios com atividades relacionadas à inovação.

A coleta de dados foi conduzida no período de 25 de setembro a 10 de dezembro de 2009. Optou-se pela abordagem dos dados em termos de subdimensões (cada subitem do questionário) e dimensões (grupos de questões). A utilização das dimensões e a forma de obtenção dos dados basearam-se em comentários de Hair, Anderson, Tatham e Black (2005)Hair, J. F., Jr., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman., de que medidas multivariadas podem ser reunidas, resultando em medidas compostas para representar um conceito, com o objetivo de obter uma perspectiva mais ampla do respondente, utilizando-se da resposta média ou típica de um conjunto de respostas.

Neste estudo, foi adotada a intensidade exportadora (percentual de exportações sobre o total de vendas da empresa) como o indicador principal do desempenho exportador das empresas, juntamente com o número de países atendidos. Reconhece-se, no entanto, que uma combinação de indicadores objetivos e subjetivos poderia fornecer melhores indicadores para o estudo do desempenho exportador, como sugerem diversos autores (Carneiro et al., 2009Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2009). Proposal of a validation framework for a new measurement model and its application to the export performance construct. Brazilian Administration Review, 6(4), 331-353. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a05. doi: 10.1590/S1807-76922009000400005
http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a0...
; Singh, 2009Singh, D. A. (2009). Export performance of emerging market firms. International Business Review, 18(4), 321-330. doi: 10.1016/j.ibusrev.2009.03.002; Sousa, 2004Sousa, C. M. P. (2004). Export performance measurement: an evaluation of the empirical research in the literature. Academy of Marketing Science Review, 2004(9), 1-23.), todavia a revisão dos estudos procedida durante esta pesquisa não conseguiu identificar outros indicadores largamente aceitos e de fácil mensuração pelas empresas. Buscou-se a utilização de indicadores que revelassem as receitas com vendas e o seu crescimento e a lucratividade passada com as exportações, conforme indicadores propostos por Carneiro, Rocha e Silva (2009)Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2009). Proposal of a validation framework for a new measurement model and its application to the export performance construct. Brazilian Administration Review, 6(4), 331-353. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v6n4/v6n4a05. doi: 10.1590/S1807-76922009000400005
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, entretanto consultas prévias sinalizaram a resistência dos respondentes em fornecer dados sobre faturamento e lucratividade, inviabilizando a utilização de tais indicadores.

Os indicadores utilizados para os mecanismos de transmissão se basearam nas percepções dos executivos sobre os seguintes aspectos:

Quadro institucional: (a) Mecanismos de incentivo à exportação; (b) Quadro institucional para inovação; e (c) Mecanismos de incentivo à inovação.

Rede: (a) Estratégias de cooperação para inovação; (b) Frequência de cooperação para inovação; e (c) Papel das redes.

Inovação: (a) Inovação como diferencial competitivo; (b) Qualidade como diferencial competitivo; (c) Inovações implementadas com efeito sobre as exportações e (d) Diferenciação do produto.

Procedimentos para análise dos dados

Inicialmente, foram tratados os valores perdidos na base de dados. Este processo minimiza os riscos de redução do tamanho da base de dados, que, em caso de amostras não probabilísticas, gera resultados enviesados. Para isso, os valores perdidos foram substituídos pelas médias das variáveis nas quais estão alocados, que, entre as formas de tratamento de valores perdidos, configura-se como o método mais conservador para tratamento dos dados (Allison, 2002Allison, P. D. (2002). Missing data: quantitative applications in the social sciences. British Journal of Mathematical and Statistical Psychology, 55(1), 193-196. doi: 10.1348/000711002159653; Meyers, Gamst, & Guarino, 2006Meyers, L. S., Gamst, G., & Guarino, A. J. (2006). Applied multivariate research: design and interpretation. London: Sage.).

Em seguida, os dados foram analisados de forma descritiva no intuito de compreender as características destes dados, tais como valores máximos, mínimos, média, desvio padrão, curtose e assimetria (Meyers et al., 2006Meyers, L. S., Gamst, G., & Guarino, A. J. (2006). Applied multivariate research: design and interpretation. London: Sage.).

Antes do teste das hipóteses, validade interna, unidimensionalidade, validade discriminante, coeficiente de confiabilidade e variância média extraída de cada dimensão foram verificados. A validade convergente e unidimensionalidade foram testadas por meio da análise fatorial confirmatória (AFC), utilizando estatísticas comom t-value, qui-quadrado (X2), grau de liberdade (gl), coeficiente de determinação (R2), raiz média quadrada do erro de aproximação (RMSEA), índice de ajuste comparativo (CFI) e índice de qualidade do ajuste (GFI).

Os índices CFI e GFI foram aplicados a cada dimensão, em que valores mais próximos de 1 representam bom índice de ajuste da dimensão e boa qualidade do ajuste. Em seguida, foi calculada a relação qui-quadrado e grau de liberdade geral, o qual indica bom índice de ajuste dos modelos de medida quando os valores encontrados são menores que 5 e 2, com significância ao nível de 0,05 e 0,01, respectivamente. Por fim, analisou-se a RMSEA, a qual possui valores aceitáveis entre 0,03 e 0,08 (Kline, 2005Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press.; Miles & Shevlin, 2007Miles, J., & Shevlin, M. (2007). A time and a place for incremental fit indices. Personality and Individual Differences, 42(5), 869-874. doi: 10.1016/j.paid.2006.09.022).

A validade discriminante foi testada por meio da comparação entre dimensões, com correlações livres entre as dimensões e, em segundo momento, fixadas em 1. A diferença de qui-quadrado entre ambas as comparações, quando maior que 10.870 (para 1 grau de liberdade), sugere a validade discriminante entre as dimensões (Koufteros, 1999Koufteros, X. A. (1999). Testing a model of pull production: a paradigm for manufacturing research using structural equation modeling. Journal of Operations Management, 17(4), 467-488. doi: 10.1016/S0272-6963(99)00002-9; Stratman & Roth, 2002Stratman, J. K., & Roth, A. V. (2002). Enterprise resource planning (ERP) competence constructs: two‐stage multi‐item scale development and validation*. Decision Sciences, 33(4), 601-628. doi: 10.1111/j.1540-5915.2002.tb01658.x).

Por fim, foram testadas a confiabilidade composta, a variância média extraída e a confiabilidade interna, por meio do alfa de Cronbach. Para atender o índice de confiabilidade, as dimensões devem apresentar confiabilidade composta e alfa de Cronbach igual ou superior a 0,7 e AVE igual ou superior a 0,5 (Gudergan, Ringle, Wende, & Will, 2008Gudergan, S. P., Ringle, C. M., Wende, S., & Will, A. (2008). Confirmatory tetrad analysis in PLS path modeling. Journal of Business Research, 61(12), 1238-1249. doi: 10.1016/j.jbusres.2008.01.012; Stratman & Roth, 2002)Stratman, J. K., & Roth, A. V. (2002). Enterprise resource planning (ERP) competence constructs: two‐stage multi‐item scale development and validation*. Decision Sciences, 33(4), 601-628. doi: 10.1111/j.1540-5915.2002.tb01658.x.

Em termos de modelo estrutural, a análise foi realizada por meio de modelagem de equações estruturais (SEM), a qual permite testar as hipóteses que foram geradas a partir da teoria, sugerindo a confirmação ou não da teoria na amostra em estudo (Hair, Anderson, Tatham, & Black, 2005Hair, J. F., Jr., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman.; Kline, 2005)Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press.. Índices como CFI, GFI, RMSEA e relação X2/gl também foram considerados.

Para o tamanho da amostra, o software SmartPLS foi o mais adequado, contudo, para poder explorar as condições de robustez e de ajustes das dimensões, optou-se pelo uso do software SPSS (AMOS versão 21). No intuito de diminuir as restrições da amostra, optou-se pela purificação do modelo, dessa maneira, eliminando variáveis que possuíam baixa significância no constructo a fim de preservar a relação de cinco a oito respondentes por parâmetro para que viabilizasse a robustez das análises (Gudergan et al., 2008Gudergan, S. P., Ringle, C. M., Wende, S., & Will, A. (2008). Confirmatory tetrad analysis in PLS path modeling. Journal of Business Research, 61(12), 1238-1249. doi: 10.1016/j.jbusres.2008.01.012; Ringle, Sarstedt, & Straub, 2012Ringle, C. M., Sarstedt, M., & Straub, D. W. (2012). Editor's comments: a critical look at the use of PLS-SEM in MIS quarterly. MIS quarterly, 36(1), iii-xiv.). Além disso, considerando que o software SPSS para tratamento de dados não contempla o tratamento diferenciado das dimensões formativas e reflexivas, tais questões não foram discutidas no decorrer da análise.

Resultados

A análise dos dados está baseada na operacionalização de um modelo que, por respaldo teórico, estabelece relações entre o quadro institucional, redes de cooperação, inovação e desempenho exportador. Assim, o modelo foi operacionalizado com auxílio de Modelagem de Equações Estruturais (MEE) para testar as hipóteses das relações propostas no decorrer do estudo.

Inicialmente, foi realizada a análise descritiva dos itens que compõem as dimensões em estudo para verificar a tendência dos dados e a normalidade dos mesmos. Os resultados da estatística descritiva são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3
Análise Descritiva dos Dados

Ao observar a Tabela 3, verifica-se que há uma grande dispersão dos dados que impede a obtenção de resultados acurados sobre a percepção das empresas em relação aos itens pesquisados. A dispersão dos dados pode ser verificada por meio da relação entre desvio padrão e média, a qual se apresenta superior a 0,20 para todos os itens, com exceção do item “Qualidade como diferencial competitivo” na dimensão Inovação.

Apesar da heterogeneidade dos dados, os valores de assimetria e curtose estão dentro dos desejados para estabelecer a normalidade dos dados. De acordo com Kline (2005)Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press., espera-se valores inferiores a 3 para assimetria; e inferiores a 10 para curtose para não correr o risco de resultar em problemas na interpretação dos resultados das análises multivariadas.

Em seguida, buscou-se purificar as dimensões por meio da análise fatorial confirmatória, considerando todas as dimensões do modelo ligadas por covariância. As cargas de cada item das escalas obtidas por meio da CFA são apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4
Purificação das Escalas de Medida

De acordo com a Tabela 4, as dimensões Quadro Institucional e Redes apresentaram itens com carga padronizada inferior ao valor recomendado 0,70. Porém os valores da estatística t e p-value indicam significância destes itens dentro da dimensão a qual pertencem. Adicionalmente, buscou-se manter um mínimo de três itens para cada dimensão a fim de não comprometer a validade da dimensão.

Já na dimensão Inovação, a qual possui quatro itens, excluiu-se o item com menor carga padronizada e menor R2, de acordo com o recomendado por Kline (2005)Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press. e Koufteros (1999)Koufteros, X. A. (1999). Testing a model of pull production: a paradigm for manufacturing research using structural equation modeling. Journal of Operations Management, 17(4), 467-488. doi: 10.1016/S0272-6963(99)00002-9. A dimensão Modos de Entrada, por sua vez, obteve baixos valores de carga padronizada, baixa estatística t, baixo R2 e alto p-value para seus itens. Assim, optou-se pela exclusão desta dimensão, já que seus itens não mostraram significância dentro do modelo.

Finalmente, a dimensão Desempenho Exportador, variável dependente deste estudo, foi transformada em variável já que os itens que a compõem não apresentaram significância estatística. Assim, com base na carga padronizada, optou-se por manter o número de países atendidos como variável medidora do desempenho exportador, já que a intensidade exportadora apresentou carga padronizada significativamente baixa.

A análise das dimensões demonstrou índices de ajuste (CFI, GFI e RMSEA) com valores abaixo do recomendado pela literatura, o que confirmou a necessidade de eliminação de itens que prejudicam a confiabilidade das dimensões. Logo, após a purificação, as dimensões apresentaram as estatísticas dispostas na Tabela 5.

Tabela 5
Dimensões após Purificação dos Itens

Após a eliminação dos itens, procedeu-se para a análise de confiabilidade das dimensões por meio da confiabilidade composta, variância extraída e alfa de Cronbach. Os resultados estão dispostos na Tabela 6.

Tabela 6
Análise da Confiabilidade das Dimensões

De acordo com a Tabela 6, observa-se que as dimensões Redes e Inovação apresentaram coeficientes de confiabilidade que são considerados pela literatura como adequados. Já a dimensão quadro institucional apresentou confiabilidade composta e alfa de Cronbach pouco abaixo de 0,70 e variância extraída pouco abaixo de 0,5, os quais são valores considerados adequados. No entanto, de acordo com Hair et al. (2005)Hair, J. F., Jr., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman. e Nunnally (1978)Nunnally, J. C. (1978). Psychometric theory. New York: McGraw-Hill Company., índices inferiores a 0,70 e superiores a 0,50 para os coeficientes de confiabilidade podem ser aceitos quando se trata de modelos exploratórios, como no caso do presente estudo.

Por fim, analisou-se a validade discriminante das dimensões. Esta análise foi feita em pares, comparando a diferença de qui-quadrado entre a correlação livre e correlação fixada em 1 entre as dimensões. A diferença de qui-quadrado superior a 10,827 para 1 grau de liberdade confere a validade discriminante entre dimensões a 0.01 e superior a 3,841 ao nível de 0.05 (Stratman & Roth 2002Stratman, J. K., & Roth, A. V. (2002). Enterprise resource planning (ERP) competence constructs: two‐stage multi‐item scale development and validation*. Decision Sciences, 33(4), 601-628. doi: 10.1111/j.1540-5915.2002.tb01658.x).

De acordo com a Tabela 7, a validade discriminante entre as dimensões só é percebida entre Redes e Inovação, com diferença de qui-quadrado superior a 3,841, o que confere uma confiabilidade de 95%. A mesma validade não foi percebida entre Quadro Institucional e Redes e entre Quadro Institucional e Inovação.

Tabela 7
Validade Discriminante das Dimensões

Apesar da colinearidade existente entre os constructos, optou-se por analisar as relações entre eles, de forma a rejeitar ou não rejeitar as hipóteses. Assim, a análise das relações entre constructos foi feita por meio da Análise Fatorial Confirmatória, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1
Análise das Relações entre Constructos.

De uma forma geral, de acordo com a Figura 1, existe colinearidade entre Quadro Institucional e Inovação, o que confirma os achados da Tabela 7. Redes e Inovação possuem alta correlação negativa; e Inovação possui influência próxima a zero sobre o desempenho exportador medido pelo número de países atendidos.

Embora o efeito das inovações para exportação tenha se mostrado significante, sua influência por meio da dimensão inovação sobre o desempenho exportador foi insignificante (-0,05). Estudos anteriores relatam uma relação direta entre inovação e desempenho exportador, o que não ocorreu com a amostra analisada. No entanto os estudos destacam que um dos principais efeitos das inovações é o acesso a novos mercados (Filipescu et al., 2009Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008; Knight & Cavusgil, 2004Knight, G. A., & Cavusgil, S. T. (2004). Innovation, organizational capabilities, and the born-global firm. Journal of International Business Studies, 35(4), 124-141. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400071; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5, juntamente com a propensão das empresas a exportar (De Negri & Freitas, 2004De Negri, J. A., & Freitas, F. (2004). Inovação tecnológica, eficiência de escala e as exportações brasileiras [Texto para discussão, Nº 1044]. Brasília, DF: IPEA.; Nguyen et al., 2008)Nguyen, A. N., Quang Pham, N., Nguyen, C. D., & Nguyen, N. D. (2008). Innovation and exports in Vietnam's SME sector. The European Journal of Development Research, 20(2), 262-280. doi: 10.1080/09578810802060801. No presente estudo, não foi analisado este aspecto especificamente.

Destaca-se que a relação entre inovação e desempenho exportador não é linear e tende a ressaltar comportamentos diferentes entre indústrias e empresas. Autores (Guan & Ma, 2003Guan, J., & Ma, N. (2003). Innovative capability and export performance of Chinese firms. Technovation, 23(9), 737-747. doi: 10.1016/S0166-4972(02)00013-5; Mais & Amal, 2011)Mais, I., & Amal, M. (2011). Determinants of export performance: an institutional approach. Latin American Business Review, 12(4), 281-307. doi: 10.1080/10978526.2011.633029 mostraram que as atividades do núcleo de inovação (P&D, marketing, etc.) não necessariamente tendem a influenciar positivamente o desempenho exportador de empresas. Entretanto há autores que indicam que, numa perspectiva de longo prazo, o desempenho exportador e a diversificação dos mercados estão estritamente relacionados à melhoria da capacidade de inovação das empresas (Guan & Ma, 2003)Guan, J., & Ma, N. (2003). Innovative capability and export performance of Chinese firms. Technovation, 23(9), 737-747. doi: 10.1016/S0166-4972(02)00013-5. Pla-Barber e Alegre (2007)Pla-Barber, J., & Alegre, J. (2007). Analysing the link between export intensity, innovation and firm size in a science-based industry. International Business Review, 16(3), 275–293. doi: 10.1016/j.ibusrev.2007.02.005, numa análise da indústria de biotecnologia, mostraram que a relação entre inovação e intensidade exportadora é positivamente correlacionada, entretanto tal relação não necessariamente se confirma em outras indústrias, como no caso de empresas brasileiras, que apresentam baixa dotação tecnológica na sua pauta de exportação (De Negri & Freitas, 2004)De Negri, J. A., & Freitas, F. (2004). Inovação tecnológica, eficiência de escala e as exportações brasileiras [Texto para discussão, Nº 1044]. Brasília, DF: IPEA.. Para Basile (2001)Basile, R. (2001). Export behaviour of Italian manufacturing firms over the nineties: the role of innovation. Research policy, 30(8), 1185-1201. doi: 10.1016/S0048-7333(00)00141-4, a partir de análise das empresas da indústria de manufaturados na Itália, mostrou-se que o efeito da inovação é heterogêneo entre as empresas, o que significa que, ceteris paribus, sob as mesmas restrições cambiais ou de demanda, empresas inovadoras tendem a registrar um desempenho exportador maior do que empresas não inovadoras.

Adicionalmente, o nível de desenvolvimento tecnológico da amostra pode ainda não se configurar como um diferencial competitivo no mercado internacional, o que seria convergente com estudo de Filipescu et al. (2009)Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008, com o qual verificaram que muitas empresas ainda se concentram em inovações incrementais nos seus produtos, o que não se reflete em melhor desempenho exportador, mas em manutenção dos níveis de exportação.

Deste modo, optou-se por excluir a dimensão inovação do modelo. Primeiro, por apresentar resultados conflitantes na literatura de negócios internacionais e, segundo, para preservar as condições de robustez do modelo. Assim, optou-se por manter apenas a dimensão Redes como mecanismo de transmissão dos efeitos institucionais sobre o desempenho exportador.

A dimensão Inovação pode ser explicada, em 56%, quando considerada dependente das dimensões Quadro Institucional e Redes. Nesta equação, apesar da dimensão Redes se constituir variável independente, e mesmo estando relacionada teoricamente com o surgimento de inovações, não apresentou resultados significativos e negativos quanto a sua influência sobre as inovações. Dessa forma, entende-se que pouca inserção das empresas em redes e os mecanismos de incentivos à exportação e inovação propiciados pelo quadro institucional podem influenciar no surgimento de inovações.

Por se tratar de um processo complexo e de permanente aprendizagem, seria esperado encontrar relação positiva entre as redes e a inovação (Freeman, 1995Freeman, C. (1995). The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of Economics, 19(1), 5-24.). No entanto a amostra analisada não forneceu suporte à hipótese, sinalizando que, no grupo de empresas estudado, a inovação é prioritariamente um processo endógeno. Entende-se, portanto, que outros fatores do quadro institucional sejam mais relevantes para gerar inovações do que a cooperação com outros agentes.

Dado os resultados apresentados nas Tabela 7 e Figura 1 (colinearidade entre constructos e baixa influência sobre o desempenho exportador), optou-se pela exclusão da dimensão Inovação do modelo de análise. Assim, o novo modelo de análise segue apresentado na Figura 2.

Figura 2
Modelo de Análise Purificado.

O quadro institucional é composto pelas variáveis: incentivo à exportação, quadro institucional para inovação e incentivo à inovação. De acordo com a Figura 2, os mecanismos de incentivo à exportação têm se mostrado como o indicador mais representativo no Quadro Institucional, com carga fatorial superior a 0,70. Em relação à dimensão Redes, as estratégias de cooperação para inovação e a frequência de cooperação para inovação mostraram-se significativas nesta dimensão.

Em termos de relação entre as dimensões, o quadro institucional apresenta alta influência na inserção das empresas em redes (0,90), não rejeitando a hipótese 1. Tal observação corrobora o argumento de Hollingsworth (2000)Hollingsworth, J. R. (2000). Doing institutional analysis: implications for the study of innovations. Review of International Political Economy, 7(4), 595–644. doi: 10.1080/096922900750034563, quando afirma que o quadro institucional exerce efeito sobre os padrões de envolvimento em redes (arranjos institucionais) e sobre as inovações de uma nação (resultados e desempenho).

A inserção das empresas em redes, por sua vez, tem influenciado no desempenho exportador das empresas, quando medido pelo número de países atendidos, em 0,29. Os resultados confirmam as afirmações de diversos autores acerca do efeito positivo das redes sobre o desempenho exportador das empresas (Coviello & Munro, 1995Coviello, N. E., & Munro, H. J. (1995). Growing the entrepreneurial firm: networking for international market development. European Journal of Marketing, 29(7), 49-61. doi: 10.1108/03090569510095008; Johanson & Mattson, 1988)Johanson, J., & Mattson, L. G. (1988). Internationalisation in industrial systems – a network approach. In N. Hood & J. E. Valhne (Eds.), Strategies in global competition (pp. 287-314). Croom Helm: Dover., embora com um grau de influência pouco significativo. Desta forma, a hipótese 2 também não foi rejeitada.

A seguir, apresenta-se, na Tabela 8, a síntese dos resultados.

Tabela 8
Hipóteses Testadas no Trabalho e seus Resultados

Conclusão

A busca pela identificação dos fatores que determinam o desempenho exportador das empresas avança na medida em que expande a variedade de variáveis analisadas. A importância da experiência internacional é fator consolidado entre os acadêmicos de negócios internacionais, no entanto não é suficiente para explicar altos desempenhos de empresas de pequeno e médio porte e/ou processos de internacionalização acelerada, surgindo, assim, a necessidade de investigar novos fatores condicionantes do desempenho exportador. Neste sentido, o presente estudo propôs uma abordagem institucional para buscar compreender o desempenho exportador das empresas analisadas. Estabeleceu, para tanto, como diretrizes as seguintes questões: (a) Quais são os efeitos do quadro institucional sobre o desempenho exportador?; (b) Considerando que o efeito do quadro institucional nem sempre é direto, a partir de quais mecanismos o quadro institucional exerce tais efeitos sobre o desempenho exportador?

Verificou-se que o quadro institucional do país exerce efeito positivo sobre as empresas pesquisadas no que se refere à inserção em redes e à geração de inovações. Considerando estes resultados e estudos prévios que estabelecem a relação destas variáveis e o desempenho exportador (Coviello & Munro, 1995Coviello, N. E., & Munro, H. J. (1995). Growing the entrepreneurial firm: networking for international market development. European Journal of Marketing, 29(7), 49-61. doi: 10.1108/03090569510095008; Freeman, 1995Freeman, C. (1995). The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of Economics, 19(1), 5-24.; Johanson & Mattson, 1988)Johanson, J., & Mattson, L. G. (1988). Internationalisation in industrial systems – a network approach. In N. Hood & J. E. Valhne (Eds.), Strategies in global competition (pp. 287-314). Croom Helm: Dover., deveria ser possível afirmar que estes seriam os efeitos do quadro institucional, porém esta hipótese não se confirmou para a amostra, tendo em vista as hipóteses testadas no modelo proposto neste estudo.

Ao considerar a utilização, neste trabalho, dos mecanismos formais (regulamentação tributária e as práticas de financiamento) como indicadores do quadro institucional favorável às atividades internacionais, assume-se que um país exerce efeito sobre o desempenho exportador das suas empresas a partir da formatação e disponibilização de mecanismos formais de incentivo. Tais resultados foram encontrados em outros estudos (Alvarez, 2004Alvarez, R. E. (2004). Sources of export success in small-and medium-sized enterprises: the impact of public programs. International Business Review, 13(3), 383–400. doi: 10.1016/j.ibusrev.2004.01.002; Klotzle & Thomé, 2006Klotzle, M. C., & Thomé, C. C. (2006). Fatores associados ao desempenho exportador de micros, pequenas e médias empresas brasileiras. Revista de Administração,41(3), 339-346. doi: 10.1590/S0080-21072006000300010; Ling-Yee & Ogunmokum, 2001)Ling-Yee, L., & Ogunmokum, G. O. (2001). The influence of interfim relational capabilities on export advantage and performance: an empirical analysis. International Business Review, 10(4), 399-420. doi: 10.1016/S0969-5931(01)00023-3 que destacaram o papel da promoção comercial e políticas públicas e de incentivos sobre o desempenho exportador de empresas no país de origem, ou das condições de liberdade econômica e redução das barreiras tarifárias no caso dos países de destino (Carneiro et al., 2011Carneiro, J., Rocha, A. da, & Silva, J. F. da (2011). Determinants of export performance: a study of large Brazilian manufacturing firms. Brazilian Administration Review, 8(2), 107-132. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/bar/v8n2/02.pdf. doi: 10.1590/S1807-76922011000200002
http://www.scielo.br/pdf/bar/v8n2/02.pdf...
; Estrin, Meyer, Wright, & Foliano, 2008Estrin, S., Meyer, K. E., Wright, M., & Foliano, F. (2008). Export propensity and intensity of subsidiaries in emerging economies. International Business Review, 17(5), 574–586. doi: 10.1016/j.ibusrev.2008.04.002).

De maneira geral, os resultados da pesquisa não estão em concordância com pesquisas feitas em países desenvolvidos, as quais mostraram que há uma correlação direta entre desempenho exportador de empresas e estratégias que resultam na oferta de novos produtos e serviços (Kim & Mauborgne, 2005Kim, W. C., & Mauborgne, R. (2005). Blue ocean strategy: how to create uncontested market space and make the competition irrelevant. Boston: Harvard Business School.), ou cujo acesso a novos mercados é diretamente relacionado à capacidade inovadora da empresa (Filipescu et al., 2009Filipescu, D. A., Rialp, A., & Rialp, J. (2009). Internationalization and technological innovation: empirical evidence on their mutual relationship. Advances in International Marketing, 20, 125-154. doi: 10.1108/S1474-7979(2009)0000020008; Knight & Cavusgil, 2004Knight, G. A., & Cavusgil, S. T. (2004). Innovation, organizational capabilities, and the born-global firm. Journal of International Business Studies, 35(4), 124-141. doi: 10.1057/palgrave.jibs.8400071; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5, bem como a propensão das empresas a exportar (Nguyen et al., 2008Nguyen, A. N., Quang Pham, N., Nguyen, C. D., & Nguyen, N. D. (2008). Innovation and exports in Vietnam's SME sector. The European Journal of Development Research, 20(2), 262-280. doi: 10.1080/09578810802060801; Roper & Love, 2002)Roper, S., & Love, J. H. (2002). Innovation and export performance: evidence from the UK and German manufacturing plants. Research Policy, 31(7), 1087-1102. doi: 10.1016/S0048-7333(01)00175-5.

Em relação à amostra que subsidiou o presente estudo, verificou-se que as empresas que se consideram mais inovadoras não são aquelas que apresentam maior desempenho exportador. De maneira análoga, altos desempenhos nas exportações nem sempre estão relacionados a altos níveis de inovação. Neste sentido, estima-se que as estruturas de P&D podem estar direcionadas mais para o aperfeiçoamento dos produtos e processos disponíveis (inovações incrementais) do que em gerar produtos efetivamente novos para o mercado. Além disso, as empresas mais inovadoras podem não estar orientadas para a atuação nos mercados externos. Considerando que o Brasil é um país com grandes dimensões e com níveis relevantes de crescimento, pode se justificar um interesse menor das empresas em avançar nas atividades internacionais.

A condução do estudo demonstrou que a inter-relação entre quadro institucional, redes, inovação e desempenho exportador pode representar uma configuração mais complexa do que se supunha inicialmente. Enquanto estudos internacionais dão indícios de correlações positivas sobre esses elementos do cenário empresarial, a sua avaliação efetiva enfrenta dificuldades de diferentes naturezas, passando desde a obtenção de dados até a definição de indicadores confiáveis para sua mensuração.

A premissa do presente estudo é de que o quadro institucional do país de origem não age diretamente sobre o desempenho exportador e que existem certos mecanismos por meio dos quais tal quadro pode influenciar no desempenho exportador de empresas. Os mecanismos possíveis de serem identificados, de acordo com Hollingsworth (2000)Hollingsworth, J. R. (2000). Doing institutional analysis: implications for the study of innovations. Review of International Political Economy, 7(4), 595–644. doi: 10.1080/096922900750034563, foram redes de relacionamento e inovações, sendo as duas variáveis, também, consideradas na literatura de negócios internacionais como fatores determinantes neste processo. Os resultados mostraram que, efetivamente, existem correlações positivas entre o quadro institucional e inovações e redes de relacionamento. Entretanto o mecanismo de transmissão que foi evidenciado se refere apenas ao fator redes e não ao fator inovação. Deste modo, conclui-se que o impacto do quadro institucional se mostra restrito à sua abrangência e extensão, não permitindo se constituir como quadro de alavancagem das exportações de empresas, embora existam instituições atuantes para promover o ambiente de negócios internacionais. É uma conclusão importante na medida em que mostra que a existência de instituições, por si, não é suficiente para dar suporte à competitividade externa das empresas, sendo necessário transmitir as vantagens de maneira eficiente para as organizações. Neste sentido, o papel da inovação, por representar uma dimensão de manter ou criar novos mercados e atender a novas demandas, é crítico para refletir tais vantagens na estratégia das empresas.

As limitações da amostra, assim como o uso apenas de indicador objetivo de medição do desempenho exportador, representam restrições para a análise de um fenômeno com tamanha complexidade. Sugere-se, portanto, para futuros estudos, que se procure comparar diferentes regiões do Brasil e que sejam adotados diversos indicadores (objetivos e subjetivos) de medição do desempenho exportador.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2014

Histórico

  • Recebido
    15 Ago 2012
  • Revisado
    19 Abr 2014
  • Aceito
    31 Maio 2014
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