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Gringos, nômades, pretos - políticas do musicar africano em São Paulo

RESUMO

Ao acompanhar nos últimos anos músicos africanos recém-chegados ao Brasil, observamos como seu musicar em São Paulo cria um mundo de imaginação e potencialidade política, um espaço para a solidariedade, habitado por entidades africanas e afrodiaspóricas da história passada e presente, de lutas e manifestações artísticas anticoloniais, antiescravistas ou afropolitanas (Mbembe, 2015MBEMBE, Achille. 2015. “Afropolitanismo”. Tradução de Cleber Daniel Lambert da Silva. Áskesis, vol. 4, n. 2: 68-71. DOI https://www.doi.org/10.46269/4215.74
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). Como estes músicos lidam com as políticas raciais e culturais do país? Como o racismo e os movimentos afro-brasileiros os interpelam? Que capitais transculturais (Glick-Schiller e Meinhof, 2011GLICK-SCHILLER, Nina; MEINHOF, Ulrike H. 2011. “Singing a New Song? Transnational Migration, Methodological Nationalism and Cosmopolitan Perspectives”. Music and Arts in Action, vol. 3, n. 3: 21-39.) ou formas de “ação social” (Blacking, 1995BLACKING, John. 1995. Music, culture & experience. Chicago, University of Chicago Press.) mobilizam para navegar na cena artística brasileira? Como lidam com as instituições culturais e com os movimentos sociais? Ser africano no Brasil seja no palco, no estúdio de gravação, em eventos artivistas ou solidários é sempre um ato de resistência. “Gringos” ou “nômades” estes artistas constituem uma “comunidade musical” (Shelemay, 2011SHELEMAY, Kay Kaufman. 2011 “Musical Communities: Rethinking the Collective in Music.” Journal of the American Musicological Society, vol. 64, n. 2: 349-390. DOI https://www.doi.org/10.1525/jams.2011.64.2.349
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) com quem dialogamos num fazer etnográfico fílmico e compartilhado.

PALAVRAS CHAVE:
Musicar; imigração africana; artivismo; diáspora criativa

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