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EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DOS ÍONS Eu3+ E Bi3+ NAS PROPRIEDADES FOTOLUMINESCENTE DA MATRIZ DE YVO4

CONCENTRATION EFFECT OF THE EU3+ AND BI3+ IN THE PHOTOLUMINESCENCE PROPERTIES OF YVO4 MATRIX

Resumo

Inorganic matrices have been extensively studied for several applications, mainly doped with lanthanoid ions presenting special spectroscopic properties. The radiation emission can be affected by several factors, such as; matrix, synthesis methodology, activating ions and sensitizers, and concentrations. Thus, in this work the matrix of yttrium vanadate doped with Eu3+ ions as activator and Bi3+ ions as sensitizer was prepared by the non-hydrolytic sol-gel methodology. Europium (III) and Bismuth (III) ions concentrations were varied in 1, 3 and 5% in mol with respect to the Y3+ ion and the samples were heat treated at 1000 °C. The X-ray diffraction analyzes showed a single phase of the yttrium vanadate matrix, indicating the non-influence of the dopant ions on the crystalline structure. The dopants concentrations presented influences on the spectroscopic properties of the emitting ion, the intensity parameters (Ω2 e Ω4), increased as a function of the increase of Bi3+ concentration, affecting the covalence of the bond and the rigidity of the system. The increase of Eu3+ concentration directly affected its environment, decreasing the symmetry and increasing the quantum efficiency. Finally, increasing the dopant ions promoted the decreasing the crystallite size.

Keywords:
sol-gel non-hydolytic; Judd-Ofelt parameter; lifetime; quantum efficience


Keywords:
sol-gel non-hydolytic; Judd-Ofelt parameter; lifetime; quantum efficience

INTRODUÇÃO

Atualmente a aplicação dos elementos lantanóides tem sido vasta, englobando craqueamento de petróleo, catalisador automotivo, imãs permanentes, lasers, ligas, eletrônica, iluminação, concentradores solares, bio-análises, imageamento, visão noturna, comunicação, entre outros.11 Eliseeva, S. V.; Bünzli, J.-C. G.; New J. Chem. 2011, 35, 1165.

Diante de tantas aplicações, as propriedades luminescentes são de suma importância, a utilização em pequenas quantidades como ativadores ou dopantes em matrizes hospedeiras, preservam suas características espectroscópicas, tais como: tempo de vida na ordem de milissegundos, finas bandas de emissão e grande deslocamento Stokes.22 Wei, Q.; Chen, D.; Opt. Laser Technol. 2009, 41, 783.,33 Biju, S.; Reddy, M. L. P.; Freire, R. O.; Inorg. Chem. Commun. 2007, 10, 393.

Em 1962, Judd44 Judd, B. R.; Phys. Rev. 1962, 127, 750. e Ofelt55 Ofelt, G. S.; J. Chem. Phys. 1962, 37, 511. estudaram independentemente os mecanismos de dipolo elétrico forçado atuantes nas transições f-f possibilitam as transições de estados de mesma paridade. Os parâmetros de intensidade fenomenológicos de Judd-Ofelt (Ωl, sendo λ = 2, 4 e 6) estudados trazem informações sobre a covalência da ligação química, qualidade e propriedades mecânicas do ambiente ao redor do íon, podendo ser calculados a partir dos espectros de absorção ou emissão dos íons lantanóides, utilizando os cálculos propostos por Judd-Ofelt.66 Malta, O. L.; Carlos, L. D.; Quim. Nova 2003, 26, 889.

A inserção de íons metálicos (Bi3+, Pb2+, Ba2+, Li+) em matrizes hospedeiras tem sido uma estratégia para sensibilizar os íons Ln3+, intensificando a emissão desses através de transferência de energia.77 Natarajan, V.; Dhobale, A. R.; Lu, C.-H.; J. Lumin. 2009, 129, 290. O íon Bi3+ é um metal de configuração 6s2 muito empregado como sensibilizador em matrizes hospedeiras, pois apresenta intensa e larga banda de absorção na região do UV, característica da transição 1S03P0, a qual pode transferir energia para os estados excitados dos ativadores (íons Ln3+) com níveis de menor energia, resultando na amplificação da luminescência,88 Chen, L.; Zheng, H.; Cheng, J.; Song, P.; Yang, G.; Zhang, G.; Wu, C.; J. Lumin. 2008, 128, 2027.

9 Park, W. J.; Jung, M. K.; Im, S. J.; Yoon, D. H.; Colloids Surf. Physicochem. Eng. Asp. 2008, 313-314, 373.

10 Park, J. Y.; Jung, H. C.; Raju, G. S. R.; Moon, B. K.; Jeong, J. H.; Kim, J. H.; Solid State Sci. 2010, 12, 719.

11 Park, J. Y.; Jung, H. C.; Raju, G. S. R.; Moon, B. K.; Jeong, J. H.; Son, S.-M.; Kim, J. H.; Mater. Res. Bull. 2010, 45, 572.

12 Ningthoujam, R. S.; Singh, L. R.; Sudarsan, V.; Singh, S. D.; J. Alloys Compd. 2009, 484, 782.

13 Xia, Z.; Chen, D.; Yang, M.; Ying, T.; J. Phys. Chem. Solids 2010, 71, 175.

14 Mu, Z.; Hu, Y.; Chen, L.; Wang, X.; J. Lumin. 2011, 131, 1687.

15 Hong, J.-H.; Zhang, Z.-G.; Cong, C.-J.; Zhang, K.-L.; J. Non-Cryst. Solids 2007, 353, 2431.
-1616 Nguyen, H.-D.; Mho, S.; Yeo, I.-H.; J. Lumin. 2009, 129, 1754. a importância do uso do íon Bi3+ tem sido mostrado na literatura como bom sensibilizador para a matriz YVO4.1717 Takeshita, S.; Isobe, T.; Niikura, S.; J. Lumin. 2008, 128, 1515.

18 Takeshita, S.; Isobe, T.; Sawayama, T.; Niikura, S.; J. Lumin. 2009, 129, 1067.

19 He, Y.; Zhao, M.; Song, Y.; Zhao, G.; Ai, X.; J. Lumin. 2011, 131, 1144.

20 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.

21 Sun, J.; Xian, J.; Xia, Z.; Du, H.; J. Lumin. 2010, 130, 1818.
-2222 Park, W. J.; Jung, M. K.; Yoon, D. H.; Sens. Actuators, B 2007, 126, 324.

O processo sol-gel é conhecido por ser uma metodologia utilizada no preparo de diversas matrizes hospedeiras contendo os íons Ln3+,2323 Sanchez, C.; Rozes, L.; Ribot, F.; Laberty-Robert, C.; Grosso, D.; Sassoye, C.; Boissiere, C.; Nicole, L.; C. R. Chim. 2010, 13, 3. sendo a rota sol-gel não-hidrolítica importante para a formação dos óxidos inorgânicos, empregando solventes orgânicos e sais metálicos como precursores. Esta rota promove a formação de partículas inorgânicas de diversas formas e tamanhos influenciada pela escolha do solvente que atua como doador de oxigênio.2424 Bilecka, I.; Niederberger, M.; Electrochimica Acta. 2010, 55, 7717. Uma variedade de redes hospedeiras podem ser obtidas por essa metodologia.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.,2525 Matias, C. R.; Nassar, E. J.; Dexpert-Ghys, J.; Verelst, M.; Rocha, L. A.; J. Braz. Chem. Soc. 2015, 26, 2558.

26 Pereira, P. F. S.; Nogueira, I. C.; Longo, E.; Nassar, E. J.; Rosa, I. L. V.; Cavalcante, L. S.; J. Rare Earths 2015, 33, 113.

27 Saltarelli, M.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Sol-Gel Sci. Technol. 2015, 73, 283.

28 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.

29 Pereira, P. F. S.; Matos, M. G.; Ferreira, C. M. A.; De Faria, E. H.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2014, 146, 394.

30 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899.

31 Silva, G. M.; de Faria, E. H.; Nassar, E. J.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Quim. Nova 2012, 35, 473.

32 Pereira, P. F. S.; de Moura, A. P.; Nogueira, I. C.; Lima, M. V.; Longo, E.; de Sousa Filho, P. C.; Serra, O. A.; Nassar, E. J.; Rosa, I. L. V.; J. Alloys Compds. 2012, 526, 11.

33 Matos, M. G.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Inorg. Chim. Acta 2011, 375, 63.

34 Alfenas, C. dos S.; Ricci, G. P.; de Faria, E. H.; Saltarelli, M.; de Lima, O. J.; da Rocha, Z. N.; Nassar, E. J.; Calefi, P. S.; Montanari, L. B.; Martins, C. H. G.; Ciuffi, K. J.; J. Mol. Catal. A: Chem. 2011, 338, 65.

35 Ricci; G. P.; Rocha; Z. N.; Nakagaki; S.; Castro, K. A. D. F.; Crotti, A. E. M.; Calefi, P. S.; Nassar; E. J.; Ciuffi, K. J.; Appl. Catal., A 2010, 389, 147.

36 Pereira, P. F. S.; Matos, M. G.; Ávila, L. R.; Nassor, E. C. O.; Cestari, A.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2010, 130, 488.

37 Cestari, A.; Avila, L. R.; Nassor, E. C. O.; Pereira, P. F. S.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nakagaki, S.; Gomes, A. C. P.; Nassar, E. J.; Mater. Res. 2009, 12, 139.

38 Matos, M. G.; Pereira, P. F. S.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2009, 129, 1120.

39 Cestari, A.; Bandeira, L. C.; Calefi, P. S.; Nassar, E. J.; Ciuffi, K. J.; J. Alloys Compds. 2009, 472, 299.

40 Nassar, E. J.; Pereira, P. F. S.; Nassor, E. C. O.; Ávila, L. R.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; J. Mater. Sci. 2007, 42, 2244.

41 Ciuffi, K. J.; Caetano, B. L.; Rocha, L. A.; Molina, E. F.; Rocha, Z. N.; Ricci, G. P.; de Lima, O. J.; Calefi, P. S.; Nassar, E. J.; Appl. Catal., A 2006, 311, 122.

42 Nassar, E. J.; Ávila, L. R.; Pereira, P. F. S.; Mello, C.; de Lima, O. J.; Ciuffi, K. J.; Carlos, L. D.; J. Lumin. 2005, 111, 159.

43 Nassar, E. J.; Ávila, L. R.; Pereira, P. F. S.; de Lima, O. J.; Rocha, L. A.; Mello, C.; Ciuffi, K. J.; Quim. Nova 2005, 28, 238.
-4444 Ciuffi, K. J.; de Lima, O. J.; Sacco, H. C.; Nassar, E. J.; J. Non-Cryst. Solids 2002, 304, 126.

Diante disso, o objetivo deste trabalho foi obter por meio do processo sol gel rota não-hidrolítica a matriz de YVO4 dopadas com o íon ativador Eu3+ e Bi3+ como sensibilizador, ambos em diferentes concentrações com o intuito de promover a intensificação da emissão do íon Eu3+. As caracterizações foram realizadas através da difração de raios X para identificação da fase cristalina formada e fotoluminescência do íon Eu3+ avaliando as propriedades espectroscópicas.

EXPERIMENTAL

Preparo dos precursores

Os precursores metálicos utilizados na preparação da matriz de YVO4, YCl3, EuCl3 e VOCl4 foram obtidos conforme descrito por Matos et al.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.,2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.,3333 Matos, M. G.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Inorg. Chim. Acta 2011, 375, 63.,3838 Matos, M. G.; Pereira, P. F. S.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2009, 129, 1120. Os respectivos óxidos foram calcinados à 900 ºC e dissolvidos em HCl para a formação dos respectivos cloretos. As massas necessárias foram pesadas para a obtenção da solução de concentração de 0,1 mol L-1, o pH da solução foi ajustado entre 4 e 5. Após total dissolução e sob aquecimento, foi adicionado lentamente álcool etílico até obtenção da solução etanólica.

Preparo da matriz via sol gel

O processo Sol Gel rota não hidrolítica vem sendo utilizado em nosso grupo de pesquisa Sol Gel - UNIFRAN, a partir do método publicado por Acosta et al.,4545 Acosta, S.; Corriu, R. J. P.; Leclercq, D.; Lefèvre, P.; Mutin, P. H.; Vioux, A.; J. Non-Cryst. Solids 1994, 170, 234. modificações foram sendo realizadas para adaptação do método.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.,2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.,2929 Pereira, P. F. S.; Matos, M. G.; Ferreira, C. M. A.; De Faria, E. H.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2014, 146, 394.,3333 Matos, M. G.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Inorg. Chim. Acta 2011, 375, 63.,3535 Ricci; G. P.; Rocha; Z. N.; Nakagaki; S.; Castro, K. A. D. F.; Crotti, A. E. M.; Calefi, P. S.; Nassar; E. J.; Ciuffi, K. J.; Appl. Catal., A 2010, 389, 147.,3636 Pereira, P. F. S.; Matos, M. G.; Ávila, L. R.; Nassor, E. C. O.; Cestari, A.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2010, 130, 488.,3838 Matos, M. G.; Pereira, P. F. S.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2009, 129, 1120.,4646 de Lima, O. J.; Papacıdero, A. T.; Rocha, L. A.; Sacco, H. C.; Nassar, E. J.; Ciuffi, K. J.; Bueno, L. A.; Messaddeq, Y.; Ribeiro, S. J. L.; Mater. Charact. 2003, 50, 101. A matriz de vanadato de ítrio apresenta fórmula genérica ABO4 com íons Y3+ pertencentes ao sítio A e íons V5+ ao sítio B, as porcentagens dos precursores em mols dos íons Eu3+ e Bi3+ foram em substituição ao sítio A (Y3+) e estão descritas na Tabela 1, o solvente utilizado para todas as sínteses foi o álcool etílico PA.

Tabela 1
Composição em porcentagem em mols dos íons Eu3+/Bi3+ dopados na matriz de YVO4

Os sólidos obtidos após secagem em estufa a 100 °C apresentaram caráter bastante higroscópico, necessitando de serem armazenadas em dessecador sob vácuo, as amostras sofreram tratamento térmico à 1000 ºC por 4 h.

Caracterizações

Difração de raios X (DRX)

Os difratogramas de raios X por meio do método do pó, foram realizados em um difratômetro RIGAKU MiniFlex II operando à 30 kV e 15 mA utilizando um monocromador da radiação CuKa (λ = 1,5405 Å), variando o ângulo de obtenção entre 10 - 70°. Todas as amostras foram processadas com passo de 0,05°/10 s.

Espectroscopia fotoluminescente (FL)

Os espectros foram obtidos a partir das amostras no estado sólido, acondicionados em capilares, à temperatura ambiente, sob excitação contínua com lâmpada de Xe (450 W). O espectrofluorímetro utilizado foi Horiba Jobin Yvon Fluorolog3 equipado com monocromadores duplo (excitação e emissão) e fotomultiplicadora R 928 Hammatsu. A emissão coletada a 90° do feixe de excitação. As fendas de excitação e emissão utilizadas foram posicionadas, respectivamente, em 2,0 e 1,0 nm com tempo de integração igual a 0,5 ms e passo de 0,5 nm. O filtro de emissão utilizado foi G1227 (100% de transmitância, para λ > 450 nm). As curvas de decaimento radiativo foram obtidas utilizando-se um acessório de fosforimetria equipado com uma lâmpada pulsada de Xe (5 J/pulso).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As Figuras 1 e 2 apresentam os difratogramas de raios X para as amostras A4 à A9, tratadas à 1000 ºC para as amostras A1, 2 e 3 não estão apresentados, os difratogramas constam na literatura.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.

Figura 1
DRX da matriz YVO4 dopado com 3% de íon Eu3+ variando a concentração do íon Bi3+, a) 1%, b) 3% e c) 5%

Figura 2
DRX da matriz YVO4 dopado com 5% de íon Eu3+ variando a concentração do íon Bi3+, a) 1%, b) 3% e c) 5%

Os picos observados nos difratogramas estão em conformidade com os da matriz de YVO4, nenhum pico relacionados aos óxidos de ítrio III, európio III, bismuto III e vanádio V estão presente nas Figuras 1 e 2. A Tabela 2 apresenta os índices de Miller para os três principais picos e suas respectivas porcentagem com relação a intensidade.

Tabela 2
Índices de Miller e porcentagem dos três principais picos do difratograma de raios X para as amostras

Com exceção das amostras A2 e 6, todas as outras apresentaram porcentagens de intensidades dos picos com índice de Miller (112) e (312) em relação ao pico (200), em concordância com o padrão de difração JCPDS 72-274, os quais foram atribuídos à fase tetragonal de corpo centrada, com grupo espacial I41/amd (D4h). As amostras A2 e 6 apresentaram porcentagens dos picos em 2q = 33,5 e 49,7º muito próximas, semelhante ao padrão JCPDS 17-341, pertencendo ao mesmo grupo espacial. Os íons usado como dopantes na matriz YVO4 na substituição dos íons Y3+ apresentam raios iônicos próximos, afetando pouco a simetria do íon. O íon Y3+ ocupa um sítio de simetria D2d na forma de um bisdisfenoide circundado por oito ligantes O2- sem centro de inversão.1212 Ningthoujam, R. S.; Singh, L. R.; Sudarsan, V.; Singh, S. D.; J. Alloys Compd. 2009, 484, 782.,4747 Rambabu, U.; Munirathnam, N. R.; Chatterjee, S.; Reddy, B. S.; Han, S.-D.; Ceram. Int. 2013, 39, 4801. Os íons Eu3+ e Bi3+ substituem os sítios dos íons Y3+ devido a similaridade dos raios iônicos entre eles 1,092020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.,3030 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899. (Eu3+), 1,202020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12. (Bi3+) e 0,88 Å,2222 Park, W. J.; Jung, M. K.; Yoon, D. H.; Sens. Actuators, B 2007, 126, 324. (Y3+), contudo distorções do sítio de simetria do íon Y3+ devem acontecer. A substituição dos íons V5+ é praticamente impossível devido à grande diferença entre os raios iônicos (V5+ raio 0,36 Å).4848 Zhou, Y.H.; Lin, J.; Opt. Mater. 2005, 27, 1426. A intensidade relativa dos picos dos difratogramas indica o crescimento preferencial no plano (200) da estrutura, que pode estar relacionado à inserção de espécies mais volumosas no sítio A, ocasionando na distorção da estrutura.4949 de Sousa Filho P. C.; Serra, O. A.; J. Phys. Chem. C 2011, 115, 636.

O tamanho dos cristalitos podem ser estimados através da equação de Scherrer (Eq. 1),3030 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899.,5050 Li, J.; Chem, Y.; Yin, Y.; Yao, F.; Yao, K.; Biomaterials 2007, 28, 781. usando a largura a meia altura dos picos de reflecção obtidos no DRX.

(1) L = K λ / β cos θ

em que L é o tamanho médio dos cristalitos, λ comprimento de onda da radiação de raios X (0,154056 nm), K é uma constante relacionada a forma do cristalito e pode ser considerado igual a unidade, e β é a largura a meia altura dos picos em radiano.

A Tabela 3 apresenta o tamanho médio dos cristalitos para as amostras obtidos a partir do difratogramas de raios X.

Tabela 3
Média do tamanho dos cristalitos para as amostras

O tamanho médio dos cristalitos apresentou um comportamento semelhante para as amostras em função do aumento da porcentagem do íon Bi3+, para as amostras contendo porcentagens fixas de íon Eu3+ o tamanho do cristalito diminui com o aumento da concentração do íon Bi3+, fato que pode estar relacionado com a migração dos dopantes para a superfície ou regiões de contorno das partículas impedindo o seu crescimento.5151 Vijatovic, M. M.; Stojanovic, B. D.; Bobic, J. D.; Ramoska, T.; Bowen. P.; Ceram. Int. 2010, 36, 1817.,5252 Cassia-Santos, M. R.; Mendes, S. B.; Gurgel, M. F. C.; Figueiredo, A. T.; Godinho Jr. M.; Braz, C. E. M.; Longo, E.; Cerâmica 2014, 60, 259. A Figura 3 mostra a dependência do tamanho do cristalito em função do aumento da concentração do íon Bi3+.

Figura 3
Tamanho do cristalito em função da concentração do íon Eu3+ e Bi3+

As amostras A7, 8 e 9 contendo a concentração fixa de 5% do íon Eu3+ apresentaram os menores valores de tamanho de cristalito, podendo ser atribuído a porcentagem final dos dopantes serem maior que as demais amostras.

Saltarelli et al.3030 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899. obteve tamanho de cristalito ao redor de 28 nm para amostras preparadas na presença de catalisador e 55 nm na ausência, utilizando como precursor o cloreto de ítrio III e tratamento térmico de 800 ºC para obtenção da matriz. A mesma autora em 20152727 Saltarelli, M.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Sol-Gel Sci. Technol. 2015, 73, 283. sintetizou o YVO4 substituindo o precursor cloreto de ítrio III por alcóxido de ítrio III, obtendo cristalitos de 15 nm e 24 nm, para as amostras com e sem catalisador. Matos et al.2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190. preparando a matriz de vanadato de ítrio dopado com íon európio III e tratado à 1000 ºC obteve crsitalito na ordem de 50 nm. Todas as amostras foram preparadas com porcentagens fixa do íon Eu3+ em 1% em relação ao íon Y3+. Esses trabalhos mostraram que a metodologia, condições de síntese, precursores, concentração e tipo de dopante influenciam no tamanho dos cristalitos.

Fotoluminescência (FL)

As Figuras 4 e 5 mostram os espectros de excitação para as amostras A4, 5, 6, 7, 8 e 9, da matriz YVO4:Eu3+:Bi3+ variando as concentrações dos dopantes e fixando o comprimento de onda de emissão em 618 nm. Os espectros para as amostras A1, 2 e 3 estão disponíveis na literatura.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.

Figura 4
Espectro de excitação para matriz de YVO4 dopada com 3% do íon Eu3+ com variação da concentração do íon Bi3+ em 1% (a), 3% (b) e 5% (c)

Figura 5
Espectro de excitação da matriz de YVO4 dopada com 5% de íons Eu3+ com variação da concentração de íons Bi3+ em 1% (a), 3% (b) e 5% (c)

A Tabela 4 apresenta os valores de comprimento de onda relativos as bandas de transferência de carga (BTC) atribuídas ao ânion vanadato e ao íon bismuto III para as amostras.

Tabela 4
Comprimento de onda da banda de transferência de carga para as amostras de YVO4 dopada com os íons Eu3+ e Bi3+ nas diferentes concentrações

Os espectros de excitação dos sólidos foram obtidos à temperatura ambiente e são apresentados nas Figuras 4 e 5, independente da concentração dos íons ativadores e sensibilizadores, observou-se considerável predominância da BTC em menores comprimento de onda entre 275 à 375 nm, em relação às bandas relativas as transições f-f do íon Eu3+. Os espectros apresentam perfis semelhantes diferenciando dos máximos de excitação, como mostra a Tabela 4. Esses máximos são atribuídos a transferência de carga O2- → V5+ do ânion VO43-.2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.,4848 Zhou, Y.H.; Lin, J.; Opt. Mater. 2005, 27, 1426.,5353 Cavalli, E.; Angiuli, F.; Belletti, A.; Boutinaud, P.; Opt. Mater. 2014, 36, 1642. A energia desta banda está relacionada às transições do nível do estado fundamental 1A2 (1T1) para os estados excitados 1A1 (1D) e 1B1 (1D) do ânion VO43-, de acordo com a teoria do orbital molecular,1919 He, Y.; Zhao, M.; Song, Y.; Zhao, G.; Ai, X.; J. Lumin. 2011, 131, 1144. a transferência de energia ocorre mais facilmente do grupo VO43- para os íons Eu3+, devido à diferença de raio iônico entre V5+: 0,36 Å e Eu3+: 1,09 Å. O processo de excitação da espécie aniônica VO43- ocorre por processo de transição permitida.4848 Zhou, Y.H.; Lin, J.; Opt. Mater. 2005, 27, 1426.

O comprimento de onda da BTC pode ser influenciado pelo número de coordenação, carga aniônica, grau de covalência e polarizabilidade da ligação química,5353 Cavalli, E.; Angiuli, F.; Belletti, A.; Boutinaud, P.; Opt. Mater. 2014, 36, 1642. a alta energia da BTC indica uma maior interação metal-ligante. Assim, com o aumento da concentração dos dopantes Eu3+ e Bi3+ observa-se um deslocamento para comprimentos de ondas maiores, menor energia, diminunido assim a interação metal-ligante, fato que pode estar relacionado às diferenças de raios iônicos Y3+ (0,88 Å), substituido por Eu3+ (1,09 Å) e Bi3+ (1,20 Å). Os íons Eu3+ incorporados na matriz de YVO4 estão substituindo os íons Y3+ no retículo devido a similaridade dos raios iônicos e o número de coordenação igual a 8.5454 Fan, B.; Qi, S.; Zhao, W.; Opt. Mater. 2018, 76, 329.

A literatura tem descrito a preparação da matriz YVO4 dopada com íons Eu3+ obtida pelo metodologia sol-gel hidrolítica e não-hidrolítica,2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.,2727 Saltarelli, M.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Sol-Gel Sci. Technol. 2015, 73, 283.,3030 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899. os quais apresentam bandas de transferência de carga no intervalo de 308 à 324 nm, uma banda simétrica. Nas amostras após a adição do íon Bi3+ a larga banda na região de menor comprimento de onda aparece assimétrica composto de pelo menos duas outras bandas (Tabela 4), as quais podem ser atribuídas ao ânion VO43- (λ = 303 à 311 nm)2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12. e ao íon Bi3+ (λ = 325 à 340 nm).88 Chen, L.; Zheng, H.; Cheng, J.; Song, P.; Yang, G.; Zhang, G.; Wu, C.; J. Lumin. 2008, 128, 2027.

As transições f-f do íon Eu3+ presentes na região de baixa energia, entre os comprimento de onda de 380 até 500 nm, apresentaram menor intensidade em relação à BTC. As transições 7F05L6 (396 nm) e 7F05D2 (467 nm) dentro da configuração 4f6 do íon Eu3+ foram observadas nos espectros de excitação de todas as amostras.

As Figuras 6 e 7 apresentam os espectros de emissão do íon Eu3+ na matriz obtidos sob excitação monitorada no máximo da BTC e no nível 5L6 do íon Eu3+ para as amostras contendo 3 e 5% do íon Eu3+, os espectros da amostra contendo 1% já foram apresentados na literatura.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.

Figura 6
Espectros de emissão da matriz de YVO4 dopada com 3% do íon Eu3+ com variação da concentração do íon Bi3+ em 1% (a), 3% (b) e 5% (c), λexc = BTC (A) e 5L6 (B)

Figura 7
Espectros de emissão da matriz de YVO4 dopada com 5% do íon Eu3+ com variação da concentração do íon Bi3+ em 1% (a), 3% (b) e 5% (c), λexc = BTC (A) e 5L6 (B)

Os espectros de emissão das amostras apresentaram perfis semelhantes, independentemente da concentração dos dopantes e do comprimento de onda de excitação. As finas bandas são caracterísitcas das transições do íon Eu3+ relativas ao estado excitado 5D0 para o fundamental 7FJ (J = 0, 1, 2, 3 e 4), bandas na região de comprimento de onda ao redor de 530 nm, atribuídas às transições 5D17F1, são observadas para todas as amostras. Os difratogramas de raios X não indicaram fases diferentes e nem a formação de óxido, apenas a fase do vanadato de ítrio, mesmo com a variação da porcentagem dos íons dopantes Eu3+ e Bi3+. Assim, os íons dopantes não influenciaram a estrutura da matriz, independente do porcentagem utilizada. A similaridade nos espectros de emissão, quando excitados na BTC ou diretamente no nível 5L6 do próprio íon Eu3+ vem confirmar essas observações do DRX. As larguras a meia alturas das bandas relativas as transições 5D07F1 e 5D07F2 foram em torno de 2,0 nm, com erro de 0,1 nm, indicando o não desdobramento dos estados energéticos do íon emissor, fato que deveria ocorrer se houvesse a existência de mais de um sítio emissor, portanto, a confirmação de um único sítio de simetria pode ser observado através dos espectros de emissão.

A banda correspondente à transição de caráter dipolo-elétrico (DE) 5D07F2, centralizada em 618,5 nm, apresentou-se mais intensa em relação à transição de caráter dipolo-magnético (DM) 5D07F1, indicando que o íon Eu3+ ocupa um sítio sem centro de inversão de simetria. A transição 5D07F2 é conhecida como hipersensível, nos espectros obtidos não foram observadas quaisquer alterações da mesma, indicando que o íon Eu3+ ocupa o mesmo sítio de simetria na matriz, provavelmente com grupo pontual D2d.5555 Oliveira, H. H. S.; Cebim, M. A.; Da Silva, A. A.; Davolos, M. R.; J. Alloys Compd. 2009, 488, 619. A presença da banda relativa à transição 5D07F0, centralizada em 588 nm, sugere que o íon Eu3+ ocupa um sítio sem centro de inversão de simetria. O perfil simétrico desta banda indica somente uma componente, confirmando que a emissão do íon Eu3+ ocorre a partir de um único sítio na matriz. Esses estados energéticos não sofrem influência do campo cristalino (2J + 1), sendo observado somente uma banda no espectro de emissão.

A Tabela 5 apresenta os parâmetros espectroscópicos das amostras contendo diferentes concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+. Os tempos de vida do estado excitado (nível 5D0, monitorados na transição 5D07F2) foram obtidos por ajustes matemáticos dos decaimentos experimentais, as taxas de decaimento radiativo e as eficiências quânticas do nível 5D0 foram calculadas a partir dos espectros de emissão e dos tempos de vida, tendo a transição 5D07F1 (permitida por dipolo-magnético) como referência. Para obtenção dos parâmetros de intensidade de Judd-Ofelt utilizou-se o programa Lumpac.5656 Basu B. B. J.; Vasantharajan, N.; J. Lumin. 2008, 128, 1701.

Tabela 5
Valores de tempo de vida (τ), parâmetros de intensidade (Ω2 e Ω4), probabilidade radiativa (Arad), razão das áreas 5D07F2 / 5D07F1 (I02/I01) e eficiência quântica (η), para as amostras de YVO4:Eu3+,Bi3+, com excitação monitorada em 394,5 nm, calculados por meio do programa Lumpac5656 Basu B. B. J.; Vasantharajan, N.; J. Lumin. 2008, 128, 1701.

As curvas de tempo de vida de emissão (Figura 8) apresentaram decaimento nonoexponencial, indicando que o íon Eu3+ ocupa somente um sítio de simetria, confirmando a observação relativa a banda da transição 5D07F0. Os valores do tempo de vida são similares para as diferentes comprimento de onda de excitação e das porcentagens dos íons Eu3+ e Bi3+, indicando que os relativamente baixos tempos de vida podem estar sendo influenciados pela ressonância entre os níveis de energia do íon Eu3+ e a banda de transferência de carga do íon Bi3+,2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12. além da energia de fônon da matriz, responsável pelos decaimentos não radiativos. O tempo de vida do íon Eu3+ dopado na matriz de YVO4 obtido via sol-gel apresentam valores na ordem de 1,0 ms2828 Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Calefi, P. S.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; Sarmento, V. H. V.; J. Lumin. 2014, 147, 190.,3030 Saltarelli, M.; Luz, P. P.; Matos, M. G.; de Faria, E. H.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; J. Fluoresc. 2012, 22, 899.,5757 Dutra, J. D. L.; Bispo, T. D.; Freire, R. O.; J. Comput. Chem. 2014, 35, 772. o decrescimo ocorre após a adição do dopante Bi3+.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12. Comparando com outras matrizes, como Nb2O5 tratada a 900 ºC2525 Matias, C. R.; Nassar, E. J.; Dexpert-Ghys, J.; Verelst, M.; Rocha, L. A.; J. Braz. Chem. Soc. 2015, 26, 2558. e o Y3Al5O12 tratada a 800 ºC,4242 Nassar, E. J.; Ávila, L. R.; Pereira, P. F. S.; Mello, C.; de Lima, O. J.; Ciuffi, K. J.; Carlos, L. D.; J. Lumin. 2005, 111, 159. ambas obtida pela metodologia não-hidrolítica os valores de tempo de vida foram da ordem de 1,0 e 2,0 ms, respectivamente. As energias de fônon dessas matrizes são: óxido de nióbio (Nb2O5) 900 cm-1, óxido de ítrio e alumínio (YAG) 840 cm-1 e a do vanadato de ítrio (YVO4) 890 cm-1, portanto, a maior contribuição para o decréscimo do tempo de vida pode estar relacionado ao aumento da porcentagem dos íons dopantes promovendo supressão da luminescência por concentração.

Figura 8
Curvas de decaimento da luminescência para as amostras excitadas no nível 5L6, fixando o comprimento de emissão no nível 7F2

A mudança no ambiente químico ao redor do íon Eu3+ pode afetar a intensidade das bandas relativas as transições do estado excitado 5D0 para o fundamental 7FJ (J = 0, 2, 3 e 4), com exceção da transição de dipolo magnético 5D07F1, portanto, essa transição pode ser utilizada como padrão para medidas de intensidades relativas das outras bandas do espectro de emissão.5858 de Souza, R.F.; Railsback, B.; Terræ Didatica 2012, 8, 73.,5959 Ishizaka, T.; Nozaki, R.; Kurokawa, Y.; J. Phys. Chem. Solids. 2002, 63, 613. Assim, pequenas alterações nessa razão poderá indicar mudanças na simetria do íon Eu3+. A Figura 9 mostra as razões de intensidades relativas das bandas correspondentes às transições 5Do7F2 / 5Do7F1 em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+.

Figura 9
Razão das intensidades relativas das transições 5D07F2 / 5D07F1 em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+

A Figura 9 apresenta comportamento semelhantes quando a concentração do íon Bi3+ e fixada, o aumento da concentração do íon Eu3+ provoca um aumento na razão das intensidades relativas 5D07F2 / 5D07F1 para todas as concentrações de Bi3+, indicando que a quantidade de íons dopantes podem estar distorcendo o ambiente químico devido aos pequenos aumentos dos raios iônicos dos dopantes Eu3+ (1,09 Å) e Bi3+ (1,20 Å) com relação ao íon Y3+ (0,88 Å), promovendo uma diminuição na simetria do íon Eu3+. O aumento mais acentuado na razão das bandas foi observado para as amostras contendo 3 e 5% do íon Bi3+ devido ao maior raio iônico deste íon, o qual pode estar influenciando a simetria ao redor do íon emissor Eu3+, produzindo subgrupos pontuais. O aumento na concentração do íon Bi3+ afeta diretamente o ambiente do íon Eu3+.

Os parâmetros de intensidade das transições f - f dos íons de terras raras, Ω2 e 4, tem sido instrumento de estudo para obtenção de informações sobre o ambiente químico do íon Eu3+, tais como microssimetria, covalência da ligação e rigidez do retículo sob a influência das transições vibrônicas.4040 Nassar, E. J.; Pereira, P. F. S.; Nassor, E. C. O.; Ávila, L. R.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; J. Mater. Sci. 2007, 42, 2244.,6060 Nassar, E.J.; Serra, O.A.; Souza-Aguiar, E.F.; Quim. Nova 1998, 21, 121.

61 da Silva, A.A.; Davolos, M.R.; Opt. Mater. 2011, 33, 1226.

62 Jorgensen, C.K;. Reisfeld, R.; J. Less-Common Met. 1983, 93, 107.

63 Babu, A. B.; Jamalaiah, B. C.; Suhasini, T.; Rao, T. S.; Moorthy, L. R.; Solid State Sci. 2011, 13, 574.
-6464 Walsh, B. M. In Advances in Spectroscopy for Lasers and Sensing; Di Bartolo, B., Forte, O., eds.; Springer: Netherlands, 2006, p. 403 e 433. As Figuras 10 e 11 apresentam a dependência dos parâmetros de intensidade Ω2 e 4 em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+.

Figura 10
Parâmetro de intensidade (Ω2) em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+

Figura 11
Parâmetro de intensidade (Ω4) em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+

O parâmetro de intensidade Ω2 mostra mudanças na microssimetria do íon Eu3+ e a covalência da ligação em função da concentração dos íons dopantes,6565 de Sá, G. F.; Malta, O. L.; Donegá, C. de M.; Simas, A. M.; Longo, R. L.; Santa-Cruz, P. A.; da Silva Jr., E. F.; Coord. Chem. Rev. 2000, 196, 165. maiores valores para o Ω2 indica uma maior covalência da ligação química e uma menor simetria para o íon, fato esse também observado através da alta razão das bandas referentes as transições 5D07F2 / 5D07F1 que indicou ambiente de baixa simetria para o íon Eu3+. Observa-se que para a concentração constante do íon Eu3+ e variação da concentração do íon Bi3+ os valores de Ω2 aumenta, isso pode ser atribuído a maior distorção da simetria devido ao maior raio iônico do Bi3+.

A Figura 11 mostra a dependência do parâmetros Ω4 com a concentração dos dopantes em relação a rigidez estrutural da matriz e a influência direta das transições vibrônicas,6262 Jorgensen, C.K;. Reisfeld, R.; J. Less-Common Met. 1983, 93, 107.,6363 Babu, A. B.; Jamalaiah, B. C.; Suhasini, T.; Rao, T. S.; Moorthy, L. R.; Solid State Sci. 2011, 13, 574. os baixos valores do Ω4 podem indicar uma maior rigidez no ambiente químico dos sistemas.6666 Sá Ferreira, R. A.; Nobre, S. S.; Granadeiro, C. M.; Nogueira, H. I. S.; Carlos, L. D.; Malta, O. L.; J. Lumin. 2006, 121, 561. O comportanto é similar ao observado para o Ω2, para uma concentração fixa do íon Eu3+ e variação da concentração do íon Bi3+ ocorre um aumento no parâmetro Ω4, podendo estar indicando uma diminuição na rigidez do sistema dependente do dopante Bi3+.

Esses sistemas estudados apresentaram valores de Ω2 maiores que Ω4, sugerindo que o íon não ocupa um ambiente químico com centro de simetria, confirmado pela presença da banda correspondente a transição 5D07F0,6767 Santos, J. G.; Dutra, J. D. L.; Alves, S.; De Sá, G. F.; Da Costa, N. B.; Freire, R. O.; J. Braz. Chem. Soc. 2013, 24, 236.,6868 Kodaira, C. A.; Brito, H. F.; Felinto, M. C. F. C.; J. Solid State Chem. 2003, 171, 401. a literatura tem mostrado sistemas semelhantes a esse.2020 Matos, M. G.; Rocha, L. A.; Nassar, E. J.; Verelst, M.; Opt. Mater. 2016, 62, 12.,3232 Pereira, P. F. S.; de Moura, A. P.; Nogueira, I. C.; Lima, M. V.; Longo, E.; de Sousa Filho, P. C.; Serra, O. A.; Nassar, E. J.; Rosa, I. L. V.; J. Alloys Compds. 2012, 526, 11. Sistemas que apresentam Ω4 maior que Ω2 indicam que o íon Eu3+ está ocupando sítio de alta simetria, como observados para sistemas como o YAG que apresenta sítio com centro de inversão.4040 Nassar, E. J.; Pereira, P. F. S.; Nassor, E. C. O.; Ávila, L. R.; Ciuffi, K. J.; Calefi, P. S.; J. Mater. Sci. 2007, 42, 2244.,6565 de Sá, G. F.; Malta, O. L.; Donegá, C. de M.; Simas, A. M.; Longo, R. L.; Santa-Cruz, P. A.; da Silva Jr., E. F.; Coord. Chem. Rev. 2000, 196, 165.,6969 Kodaira, C.A.; Brito, H. F.; Malta, O. L.; Serra, O. A.; J. Lumin. 2003, 101, 11.,7070 Reisfeld, R.; Jorgensen, C. K.; Handbook on the Physics and Chemistry of Rare Earth, North Holland, Amsterdam, 1984.

A eficiência quântica (η) do estado excitado 5D0 poder ser determinada pela razão do coeficiente de emissão radiativa (Arad) pela total (AT), onde AT = Arad + Anrad.6464 Walsh, B. M. In Advances in Spectroscopy for Lasers and Sensing; Di Bartolo, B., Forte, O., eds.; Springer: Netherlands, 2006, p. 403 e 433.,7171 Ferreira, C. M. A.; Freiria, G. S.; de Faria, E. H.; Rocha, L. A.; Ciuffi, K. J.; Nassar, E. J.; J. Lumin. 2016, 170, 686.,7272 Lourenço, A. V. S.; Kodaira, C. A.; Souza, E. R.; Felinto, M. C. F. C.; Malta, O. L.; Brito, H. F.; Opt. Mater. 2011, 33, 1548. A Figura 12 apresenta a dependência da eficiência quântica em função das concentrações dos íons dopantes.

Figura 12
Eficiência quântica (η) em função das concentrações dos íons Eu3+ e Bi3+

A eficiência quântica para concentrações fixas do íon Bi3+ mostrou-se dependente da concentração do íon Eu3+, com o aumento, mais ativadores estão dispostos na rede cristalina podendo ser sensibilizados pela transferência de energia do íon Bi3+ para o íon Eu3+. O aumento da eficiência quântica é dependente da emissão espontânea radiativa (Arad), na Tabela 5 nota-se que as concentrações que obtiveram maiores η também apresentaram maiores Arad.

CONCLUSÃO

A metodologia sol-gel não-hidrolítica tem apresentado em diversos trabalhos na literatura sua eficácia na preparação de matrizes hospedeiras para íons lantanóides, produzindo fases puras com características para aplicações como emissores de radiação nos diversos campos do conhecimento. Neste trabalho, o estudo da incorporação de íons sensibilizadores (Bi3+) para produzir um aumento de emissão dos íons ativadores (Eu3+), mostrou a dependência da concentração desses íons nas propriedades espectroscópicas dessa matriz.

Os parâmetros de intensidade Ω2 e Ω4 dependem da concentração do íon Bi3+, quando a concentração do íon Eu3+ se mantém fixa, o aumento da concentração do íon Bi3+, com raio iônico de 1,20 Å, provoca a diminuição do tamanho do cristalito, reduzindo a distância interatômica favorecendo um maior recobrimento dos orbitais e por consequência aumentando a covalência da ligação e a rigidez do sistema.

A eficiência quântica e a simetria do íon Eu3+ mostraram serem dependentes das concentrações dos íons, a concentração fixa do íon Bi3+ e variação do íon Eu3+ mostrou um aumento na razão das bandas referentes as transições 5D07F2 / 5D07F1 relacionadas a diminuição da simetria.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem às agências brasileiras de fomento, CNPq (304348/2013-9) e CAPES, à FAPESP nos processos 2011/20313-8 (M.G.M), 2011/09823-4, 2012/11673-3, e 2011/51858-0 (E.J.N.). Ao Prof. Dr. M. L. A. Silva da Universidade de Franca pelos dados de difração de raios X, e finalmente ao CEMES-CNRS pelo desenvolvimento de parte deste trabalho.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Ago 2018

Histórico

  • Recebido
    29 Jan 2018
  • Aceito
    14 Maio 2018
  • Publicado
    26 Jun 2018
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