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PSICANÁLISE E UNIVERSIDADE: INTEGRAÇÃO

PSICANÁLISE E UNIVERSIDADE: INTEGRAÇÃO

Fabio Herrmann1 1 Professor na Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP. Analista didata na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. E-mail: sbpsp@org.com.br

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Quero agradecer o convite à Profa. Eva Migliavacca e ao Prof. César Ades. A vocês também agradeço, que em plena manhã de sábado e sol estão aqui.

O professor César Ades estava se referindo aos cruzamentos do destino em torno do número 19 da Berggasse, em Viena. É um lugar mágico, com efeito. Há muitos anos um casal de amigos, Marilene e Modesto Carone, chegando a Viena para fixar residência, foram procurar curiosos, em romaria suponho, a casa de Freud, nesse endereço - esperando encontrar algum tipo de museu, que naquele tempo ainda não existia. A casa tinha sido alugada e havia um morador. Ela, psicanalista à procura de Freud, ele, um germanista que se fixaria em Kafka, encontraram, na casa de Freud, um certo major Kafka. Assombroso, não é verdade? A psicanálise é o centro de muitas coincidências e de muitos equívocos. Esse major Kafka não teria nada a ver com Franz Kafka, evidentemente. Se era um major? Provavelmente sim. As relações entre o exército e a psicanálise nunca foram muito boas, por outro lado.

Nesta nossa conversa sobre Psicanálise e Universidade, penso, devemos caminhar com um dos pés no mistério, mas com o outro no elementar bom senso. É comum, ao considerar a relação psicanálise e Universidade, partir de algo como: "o destino da psicanálise não combina com o destino da Universidade." Mas, destino astral lê-se nos astros, ou, quando se trata do mero destino humano, fazemo-lo aqui mesmo na Terra.

É uma relação complicada? Sim, historicamente é complicada. No entanto, sugiro uma forma racional de aproximação. Racional, no sentido de proporcional. Qual a relação proporcional entre psicanálise e Universidade e qual o sentido da integração da psicanálise na Universidade? Seria dificilmente pensável um simpósio sobre Universidade e física, já que é óbvio que a física - como a sociologia ou mesmo a psicologia, a propósito - tem lugar definido e uma clara integração à Universidade. Um simpósio sobre Universidade e literatura começa a fazer sentido, porque nem toda a literatura cabe na Universidade. Crítica literária, literatura comparada cabem na Universidade; mas a literatura, enquanto processo criativo, geralmente se dá fora dela. Literatura e Universidade já é pois um tema possível; Universidade e física ficaria um tanto forçado. Se alguém propõe um simpósio sobre marxismo e Universidade, isso já faz bastante sentido. Por quê? Porque o marxismo, o método dialético, cabe perfeitamente na Universidade. Porém, se pensamos nas diferentes doutrinas dentro do marxismo, a relação com a Universidade começa a ficar mais complicada. Por exemplo, se considerarmos o marxismo stalinista dos anos trinta, podemos estar diante de uma problemática questão histórica, que justifica discussão. Ou, se poderia discutir qual a função da Universidade dentro de uma sociedade comunista utópica.

Com a psicanálise, passa-se algo parecido. Enquanto método de conhecimento, não chega a ser questão sequer, a meu ver. A aplicação da psicanálise dentro da Universidade, como método de investigação, é natural.

Quando, por exemplo, Freud (1927/1974, p. 179) escreve seu texto sobre o fetichismo, começa mais ou menos assim: "Nos últimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente vários homens cuja escolha de objeto sexual era dominada por um fetiche." Esses sintomas eram comuns na época - hoje, um pouco menos -, fetiches consistentes em colecionar peças de roupa feminina que se podia guardar nos bolsos. Tais sintomas os pacientes não tinham muito interesse em abandonar; afinal, como argumenta Freud e com quem temos de convir, é extremamente prático carregar o objeto de amor no bolso! Prossegue dizendo que o sentido dado pela psicanálise ao fetiche foi o de representar um pênis. E ele já vê a decepção brotando da boca do leitor: "Mas, de novo? Parece que você só descobre toda vez a mesma coisa!". Freud contesta que não é aquele falo que os leitores imaginavam, é o falo da mulher, o pênis feminino. Esse que não existe, mas que para o perverso é impossível conformar-se de que não exista.

Quando Freud assim procede, está usando duplamente o método da psicanálise. Com o paciente, para descobrir o sentido do fetiche. Com o leitor, ao provocar uma tensão que produz certo efeito de ruptura: o leitor praticamente vê um pênis e vê a repetição constante da idéia de falo na obra de Freud; porém, de repente, surpreende-se. Este, de que ele fala agora, não há. Ou há? De golpe, se levanta um problema. Um texto como O fetichismo produz efeito psicanalítico sobre o leitor: pelo uso do método da psicanálise, produz ruptura de campo.

Não há problema algum em que se proceda assim na Universidade. Discutíamos há dois dias no CETEC (Centro de Estudos da Teoria dos Campos), na PUC, um ensaio psicanalítico sobre corrupção que está sendo elaborado por uma colega, Marion Minerbo. Ela tentava diferençar corrupção de perversão, que, num primeiro momento, supunha por hipótese serem a mesma coisa. Uma das conclusões era que o perverso é o último incorruptível do nosso tempo, uma vez que, por dinheiro algum nesse mundo, ele muda sua escolha sexual; donde se segue, aliás, que a corrupção, enquanto perversão social, deve ser também fiel a si mesma. Discutindo o trabalho, concluímos que o corrupto é, em princípio, incorruptível. Nem todos, alguns são meramente corruptos por esporte, digamos; outros, todavia, aderem à corrupção com tal paixão que por dinheiro algum se tornariam honestos, levam a fidelidade à corrupção ao grau sublime do sacrifício pessoal da carreira, senão do martírio. Nossa discussão, uma discussão universitária simplesmente, lançou a suspeita de uma complexa dialética entre corrupção e perversão, que deve ainda ser melhor explorada.

Esta é uma relação possível entre psicanálise e Universidade. Não só pode se dar, como se deu, e constantemente ocorre nas reuniões do CETEC. Até aqui não há qualquer problema. Tampouco há problema algum em desenvolver um estudo universitário sobre Freud, sobre as escolas psicanalíticas, sobre os conceitos psicanalíticos. Prova disso são as dezenas de teses universitárias que tematizam o pensamento de Freud, ou que versam sobre temas psicanalíticos. São de psicanálise, ninguém discute, e estão na Universidade.

Discutir o pensamento de Freud, a partir de um caminho tipicamente universitário, é o que mais está acontecendo em nosso meio. Muitos outros temas podem ser explorados, entretanto. Para quem começa a freqüentar a pós-graduação, fica a impressão de que todas as teses possíveis já foram feitas. Ledo engano. Todas as vezes em que falo sobre pesquisa e Universidade costumo sugerir dois ou três temas de teses para os possíveis candidatos. Quando estava preparando a palestra pensava, como exercício, que temas de teses eu sugeriria para vocês. Escolhi dois: 1) um trabalho que demonstrasse que a interpretação freudiana, tomada em senso estrito, não é em nada semelhante a uma explicação do processo psíquico, mas o equivalente da produção de um ato falho a dois, entre analista e paciente, e 2) procurar demonstrar que o homem freudiano, o homem psicanalítico, é psicopatológico. O que não significa "doente," mas que é produto do pensamento em psicopatologia, do pensamento psicopatológico. Não é a normalidade, na psicanálise, um caso particular de patologia?

Então, é isto integração entre Universidade e psicanálise? É possível este movimento? Com toda certeza. Estou tentando demonstrar que tem sido possível, não apenas manifestar minha opinião.

A pergunta mais apropriada seria: onde surgiu o problema? A meu ver, ele surge sempre que se confunde o estudo da psicanálise com a formação psicanalítica. A formação clínica do psicanalista, tal qual se estabeleceu tradicionalmente na IPA, não é função que se possa cumprir na Universidade. Quando se confunde psicanálise com terapia psicanalítica, quando se confunde clínica de divã com o método da psicanálise, não há espaço para integração psicanálise e Universidade.

Isso posto, ao invés de se fazer pesquisa psicanalítica ligada à instituição universitária, começou a ocorrer uma tendência estranha no nosso pequeno mundo, a de tentar demonstrar estatisticamente os efeitos da psicanálise. O ambicioso projeto da Fundação Meninger, Psychoterapy Research Project - 1954-19822 2 (Cf. Wallerstein, 1986). para tentar provar que a psicoterapia psicanalítica funcionava tem méritos. Não é difícil verificar que funciona, aliás. O que não funciona é a redução da psicanálise aos parâmetros da pesquisa empírica positivista, equivalente a empregar um instrumento errado de medição, a pesar massa molecular com uma balança de feira. Ao preço de tornar a psicanálise "científica," numa acepção simplista, saímos do campo da psicanálise, afastamo-nos do método psicanalítico, para fazer uma coisa completamente diferente. Toda ciência tem seu método e se define por ele.

Temos aí um jogo de interesses dos dois lados. De seu lado, os psicanalistas querem, via de regra, alimentar uma espécie de reducionismo egoísta; sem levar adiante o projeto de aprofundar o pensamento psicanalítico, empoleiram-se no topo da própria disciplina, negando qualquer fundamento da psicanálise em outros campos. Por outro lado, há o interesse das ciências positivas em tentar impor seu modelo de conhecimento, de exigir adaptação a seu modelo. Desnatura-se a psicanálise; para que se torne "científica," deixa de o ser e deixa de existir. Quando se quer fazer pesquisa "empírica," na forma do velho empirismo estatístico, pura e simplesmente não há pesquisa psicanalítica. Na verdade, a pesquisa empírica na psicanálise é a própria pesquisa clínica, acorde ao método psicanalítico, pois nossa empiria é a clínica, antes de tudo, e a investigação psicanalítica do sentido humano.

Dou um exemplo de pesquisa psicanalítica para concluir nossa conversa.

O CETEC recebeu um pedido de assessoria da enfermaria de uma clínica de certo hospital universitário, onde havia problemas muito sérios, relacionamento instável entre os membros da equipe, com a eclosão de problemas psíquicos individuais. A enfermagem lida constantemente com pacientes que não têm cura possível. Quer dizer, o médico se desincumbe bem tecnicamente, porém a tempestade emocional desaba sobre a enfermagem. Trata-se de pacientes que chegam aparentemente bem e vão literalmente se desmanchando dentro do próprio serviço, dentro do próprio hospital. Não é como a morte abrupta de um paciente de Pronto Socorro, ou como a tentativa às vezes desesperada de uma UTI.

Uma pequena equipe do CETEC foi ao hospital. Juntamos as enfermeiras e começamos a conversar com elas. Qual era o projeto inicial? Nenhum. Criaríamos o projeto a partir do diagnóstico. Juntam-se as enfermeiras e depois daquele silêncio, daquele inevitável silêncio embaraçado como em qualquer reunião de grupo, a primeira intervenção de uma delas é assim: "O problema é que aqui é tudo para ontem. Os médicos não perdoam uma e nem a gente perdoa uma à outra, porque tudo tem que ser para ontem." Começa-se a conversar, surge a história de uma enfermeira que se havia apaixonado por um desses pacientes com prognóstico fechado. Uma primeira interpretação se impõe: elas estão casadas com a morte, não sendo tão estranho apaixonar-se pelo próprio marido, na pessoa de um paciente terminal. Um sintoma, uma denúncia concreta. Em seguida, fala uma delas de certo paciente que as perturbava, indo a todos os cantos da enfermaria, pedindo a todos que encontrava mais remédios para sua dor. Um dia, ela deixa o paciente no leito e quando chega ao posto da enfermagem, ele já está lá, sem que se saiba como. Ela se espanta: "Mas você parece um fantasma!" O fato é que esse paciente já está a ponto de tornar-se um fantasma, e a moça fez uma piada involuntária. Quando repete a piada, todos riem, e de duas coisas: do fato de o rapaz parecer um fantasma e do fato de estar parecendo à beira de o ser. Há uma espécie de ironia terrível na situação. A enfermeira mesma diz: "Ai, rir dessas coisas horríveis. Alguém tem que nos perdoar." Ela não disse: "Que Deus me perdoe;" disse: "Alguém tem que nos perdoar." Esses fragmentos resumem a primeira sessão diagnóstica.

Segunda sessão. Voltamos na semana seguinte e surge muita coisa parecida. A certa altura, elas começam a falar da própria dificuldade em aceitar a indicação do tratamento, porque os pacientes acabam quase todos morrendo, como morreriam se não estivessem em tratamento. Os pacientes desconfiam disso, vêem o destino na cama do vizinho.

Começamos a nos dar conta de que há uma verdadeira cultura, com regras muito precisas dentro do serviço. Existe até um quarto, o único individual, que figura como antecâmara da UTI no imaginário dos pacientes e não sem razão. Certa vez, por estarem os outros ocupados, tentaram alojar um doente lá, que foi chorando, como um condenado à morte.

Existe toda uma cultura naquele serviço, com a qual as enfermeiras estão casadas. Na seqüência da reunião, uma delas conta de certa paciente que morreu numa sexta-feira - e nós estávamos numa sexta-feira -, cujo casamento fora marcado para o sábado, no dia seguinte. A família, até a quinta-feira, véspera da morte, ainda se perguntava se haveria casamento. Nesse momento, há uma mudança no grupo e começam a dizer que o serviço, do ponto de vista técnico é muito bom, os médicos conseguem manter qualquer paciente vivo, mesmo sem pulmão, mesmo sem quase outro órgão qualquer funcionante, o que as obriga a também serem muito eficientes. Mas falta-lhes técnica para atender a dimensão psicológica; precisam de uma psicóloga, de vários psicólogos, de um super-psicólogo lá! Quer dizer, não basta qualquer psicólogo, tem que ser um super-psicólogo. Como isso não existe, concluem, para se recuperar um pouco: "A única chance do paciente é o tratamento, precisamos ver o lado positivo, mesmo que só um em quinhentos sobreviva." E a enfermeira-chefe emenda: "Mesmo que um em dez sobreviva." Ora, um em quinhentos é uma coisa, um em dez é outra! A porcentagem, infelizmente, está mais próxima de um em quinhentos do que um em dez.

Depois da reunião, um dos colegas adiantou o seguinte diagnóstico do grupo: trata-se de melancolia com justa causa.

Vou destacar dois sentidos psicanalíticos neste material. Primeiro, quando se anuncia no início do primeiro encontro, que lá tudo é para ontem, descobre-se ao final do segundo encontro por que tudo tem que ser para ontem: o casamento é no sábado, mas a morte é na sexta. É um regime temporal instituído que contém uma assincronia fundamental. Mas, na verdade, pensando bem, a morte é assim mesmo, ela sempre vem um dia antes do que se quer. Se fosse possível deixava-se sempre para o dia seguinte, e isso todos os dias do resto de nossas vidas, é claro. Isso é parte do destino humano, também. Por outro lado, quando afirmam: "Alguém tem que nos perdoar," qual o alguém de estão falando, senão do super-psicólogo, ou na falta deste, da equipe que lá está? Esse "alguém" está indicando um lugar, não uma pessoa, um lugar determinado no campo transferencial que já se estabeleceu conosco, desde o início, como aqueles que as podem ajudar a perdoarem a si mesmas.

Este exemplo pode ilustrar o nascimento de uma possível investigação usando o método psicanalítico. O estudo da microcultura da clínica em questão, e de como responde à presença da morte por uma verdadeira reversão do regime temporal costumeiro, deverá abrir a porta para outras descobertas sobre o psiquismo grupal. Já se pode falar de uma pesquisa em andamento, cujo método geral é interpretativo. Como se vê, trata-se de um trabalho realizado dentro da Universidade: da PUC, noutra instituição universitária. Estamos ainda dando os primeiros passos, porém não é difícil reconhecer a promessa de algumas descobertas.

Ao tentar assegurar o futuro através de um movimento, distinto do movimento universitário de produção de ciência, Freud conseguiu seu intento, ou seja, que o método psicanalítico ficasse preservado por um corpo societário por ele fundado, a IPA (International Psychoanalitic Association), e por outros grupos psicanalíticos que foram surgindo posteriormente. Esse resultado foi atingido; mas o que ele não tinha calculado, apesar de ser um calculador excelente, foi o grau de repetição. Seu método preservou-se, mas a cópia iria muito mais longe. Repetir-se-iam, também, e infinitamente, as suas conclusões teóricas, ficando a psicanálise presa dentro de um círculo de giz traçado pelos temas por ele abordados. A doutrina freudiana implantou-se e foi fixada. Com Klein, Lacan, Bion etc. uma certa forma se imporia, não apenas a forma do método, mas também a forma da terapia e da teoria. A psicanálise passou a ser uma espécie de ciência do tratamento psicanalítico e nasceram doutrinas a respeito de como conduzi-lo melhor. É neste ponto que a Universidade pode ajudar a romper esse círculo vicioso: doutrinas criadas para orientar o consultório, que o próprio consultório confirma, tautologicamente.

Perigo há na integração, perigo da mistura. A Universidade é um lugar onde tudo se estuda, e é bom que assim seja, essa é sua vocação. Por exemplo, alunos de um curso de neuropsicologia perguntaram-me qual a relação entre psicanálise e neurociências. Pergunta embaraçosa, dessas que nos fazem a toda hora. A relação requer inúmeras mediações teóricas. Não dá para misturar as duas coisas. Pensem o seguinte. Considerem um achado das neurociências, a questão dos neurotransmissores e os sofisticados exames que há hoje. Chamar um psicanalista para avaliar os resultados de uma pesquisa de ponta em neurociências, é como chamar um astrólogo para verificar os cálculos de um astrônomo. Em compensação, chamar um pesquisador dito "empírico" para avaliar o trabalho de um psicanalista é o mesmo que chamar um mecânico de automóveis, quando se está com problemas no software do computador. O mecânico dirá: "Software?! Mas eu nem sabia que isso existe." Entre a psique e o sistema nervoso medeia ainda um respeitável abismo.

Por enquanto, a relação psicanálise-Universidade tem que ser feita com cuidado. A psicanálise deve entrar na Universidade como método, para fazer o que sabe fazer. Para isso é preciso que a psicanálise renuncie ao princípio de exclusão, isto é, considerar que quem não foi analisado não pode entender de psicanálise.

A psicanálise tem que renunciar ao princípio de exclusão e a Universidade tem que aceitar que os conhecimentos são muito diversos, e sobretudo o fato de que a psicanálise está no processo de construção de uma epistemologia onde ela caiba. Quer dizer, a ciência do futuro, talvez vá ter, em parte, a psicanálise como paradigma, como modelo. A ciência vai ter que criar uma nova forma de entender o que significa ser ciência. É só fazer isso, ampliar o sentido de ciência. É um trabalho interessante de se propor às portas de um novo milênio, quando o tempo parece abrir-se em possibilidades, não acham?

Referências

Freud, S. (1974). Fetichismo. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, dir. trad., Vol. 21, pp. 179-185). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1927)

Wallerstein, R. S. (1986). Forty-two lives in treatment: A study of psychoanalysis and psychotherapy. New York: The Guilford Press.

Recebido em 10.07.2001

Aceito em 05.10.2001

  • 1
    Professor na Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP. Analista didata na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. E-mail:
  • 2
    (Cf. Wallerstein, 1986).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Mar 2002
    • Data do Fascículo
      2001
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