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Inventário Portage Operacionalizado (IPO): Revisão Sistemática

Resumo

O objetivo do presente estudo consiste em revisar sistematicamente as publicações brasileiras envolvendo o uso do instrumento Inventário Portage Operacionalizado (IPO) para medir o desenvolvimento de crianças de 0-6 anos. Com a metodologia PRISMA-P, as bases nacionais (Periódicos Capes, BVS-Psicologia, BVS- Bireme, Redalyc, Google Acadêmico) foram revistas no período de 2002 a 2016. Quarenta e dois estudos foram analisados quanto ao objetivo, procedimento, delineamento, resultados e limitações. Doze estudos se caracterizaram como descritivos, 14 correlacionais, e 16 envolveram avaliação com intervenção. A utilidade do IPO foi demonstrada pela descrição e avaliação de repertórios de 976 crianças com 19 diferentes síndromes e em sete condições de risco. É recomendado um maior rigor metodológico em estudos futuros com o IPO.

Palavras-chave
desenvolvimento infantil; inventários; revisão de literatura

Abstract

The goal of the present paper is to systematically review the use of the Operationalized Portage Inventory (OPI) instrument to measure children’s development from 0-6 years, in Brazilian publications. Using the PRISMA-P methodology, databases were assessed in Portuguese (Capes, BVS-Psychology, BVS-Bireme, Redalyc, Google Scholar) from 2002 to 2016. Forty-two studies were analyzed in terms of goals, procedures, design, results and limitations. Twelve papers were characterized as descriptive, 14 were correlational, and 16 involved intervention assessment. Studies suggested the OPI to be useful in describing and/or evaluating repertoires of 976 children with 19 different syndromes and 7 diverse risk conditions. More methodological rigor is recommended in future studies using the OPI.

Keywords
child development; inventories; literature review

O “Guia Portage de Educação Pré-Escolar” foi desenvolvido por Bluma et al. (1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.) para prover serviços a crianças pré-escolares com problemas de desenvolvimento em comunidades rurais, na cidade de Portage, Wisconsin (EUA). Tal programa é composto por: (a) uma proposta de treino domiciliar; (b) um “Guia Curricular” (Bluma et al., 1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.) composto por 580 comportamentos de seis áreas de desenvolvimento (Motor, Cognição, Socialização, Linguagem, Autocuidados e Estimulação Infantil) para avaliação e ensino de crianças especiais e, (c) um “Inventário Comportamental de Pais” (Boyd et al., 1977Boyd, R. D., Stauber, K. A., & Bluma, S. (1977). Portage Parent Program: Instructor´s Manual. Cooperative Educational Service Agency 12.). Atualmente em sua terceira edição revisada (Cooperative Educational Service Agency-5, 2015Cooperative Educational Service Agency-5. (2015). Portage Guide 3. https://the-portage-project.myshopify.com/collections/portage-guide-3
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), o Guia Portage é utilizado em mais de 60 países (Brue & Oakland, 2001Brue, A. W., & Oakland, T. (2001). The Portage Guide to Early Intervention: An evaluation of published evidence. School Psychology International, 22(3), 243-252. doi: 10.1177/0143034301223001), tendo sido traduzido e adaptado para 36 idiomas diferentes (Cooperative Educational Service Agency-5, 2003Cooperative Educational Service Agency-5 (2003). Portage Guide Birth to Six: User´s Guide. https://the-portage-project.myshopify.com/products/portage-guide-3-preschooler-complete-kit-english
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).

O Programa Portage não utiliza o seu Guia Curricular como instrumento de avaliação dos treinos realizados, optando pela utilização de Escalas de Desenvolvimento e outros instrumentos para tal fim. Nessa perspectiva, o “Inventário Portage Operacionalizado (IPO)” foi elaborado por Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.) para adaptar o Guia Curricular, transformando-o em instrumento de avaliação sistemática e fidedigna do desenvolvimento infantil, útil em intervenções por profissionais e pais. Para tal fim, foram propostos critérios, definições, especificações das condições de avaliação e descrição do material a ser utilizado para cada um dos 580 comportamentos do “Guia Portage de Educação Pré-Escolar (Bluma et al., 1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.). Essa operacionalização resultou na criação de um novo instrumento de avaliação do desenvolvimento infantil (0-6 anos) que Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.) denominaram de Inventário Portage Operacionalizado (IPO).

Desde sua publicação (Williams & Aiello, 2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.), o IPO tem sido utilizado em dissertações e teses, além de ser divulgado em livros da área de intervenção infantil (Formiga et al., 2010Formiga, C. K. M. R., Pedrazzani, E. S., & Tudella, E. (2010). Intervenção precoce com bebês de risco. Editora Atheneu.; Gomes & Silveira, 2016Gomes, C. G. S., & Silveira, A. D. (2016). Ensino de habilidades básicas para pessoas com autismo: Manual para intervenção comportamental intensiva. Appris Editora.; Windholz, 2016Windholz, M. H. (2016). Passo a passo, seu caminho: Guia curricular para o ensino de habilidades básicas (2ª ed. revista e ampliada). EDICON.). Rodrigues (2009Rodrigues, O. M. P. R. (2009). O Inventário Portage Operacionalizado e o desenvolvimento de bebês ENT#091;Tese de livre docência, Universidade Estadual PaulistaENT#093;. Repositório da UNESP. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/116074
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) realizou um estudo cujo objetivo central foi o de comparar o repertório comportamental de bebês utilizando o IPO. Os resultados principais indicaram prejuízo nos desempenhos de bebês prematuros e bebês com baixo peso, quando comparados com o repertório de bebês filhos de mães adolescentes e bebês sem risco. Andreucci (2013Andreucci, L. C. (2013). Psicomotricidade e resiliência em crianças brasileiras e portuguesas: Um estudo comparativo para a melhoria no ensino-aprendizagem ENT#091;Tese de doutorado, Universidade de AveiroENT#093;. Repositório Institucional da Universidade de Aveiro. https://ria.ua.pt/handle/10773/1022.
https://ria.ua.pt/handle/10773/1022...
) utilizou o IPO para avaliar a efetividade de programa de desenvolvimento psicomotor e resiliência em crianças brasileiras pertencentes às classes desfavorecidas e em crianças portuguesas de zona rural. Os resultados indicaram melhor desempenho no IPO para as crianças que frequentaram o programa, independentemente da nacionalidade, quando comparadas a crianças que não passaram pela intervenção.

Segundo Oliveira et al. (2008Oliveira, A. I. A., Garotti, M., & Sá, N. M. C. M. (2008). Tecnologia de ensino e tecnologia assistiva no ensino de crianças com paralisia cerebral. Ciências e Cognição, 13(3), 243-262. http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/78
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), o IPO foi citado como referência principal para elaboração da interface “Desenvolve®/Instrumento avaliativo” do software Desenvolve®. Especificamente, o objetivo em relação à interface “Desenvolve®/Instrumento avaliativo” consistia em verificar 19 habilidades (percepção de tamanho, associação de conjuntos, nomeação de números etc.) apresentadas pela criança com Paralisia Cerebral.

Finalmente, o IPO tem sido citado em artigos de revisão sobre instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil, tanto para crianças de 0-2 anos de idade (Vieira et al., 2009Vieira, M. E., Ribeiro, F. V., & Formiga, C. K. M. R. (2009). Principais instrumentos de avaliação de desenvolvimento da criança de zero a dois anos de idade. Revista Movimenta, 2(1), 23-31. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3329596/mod_resource/content/0/instrumentos%20de%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20do%20DI%200%20a%202%20anos.PDF
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), quanto para bebês de risco (Rodrigues, 2012Rodrigues, O. M. P. R. (2012). Escalas de desenvolvimento infantil e o uso com bebês. Educar em Revista, 43, 81-100. http://dx.doi.org/10.5380/educar.v0i43.26405
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). Nessas revisões, ele é considerado um instrumento útil e eficaz por avaliar várias áreas de desenvolvimento e faixas etárias, permitindo acompanhar o desenvolvimento da criança ao longo do tempo. O IPO é citado também como um de cinco instrumentos que avalia “hábitos funcionais diários e de autossuficiência em crianças”, utilizado por terapeutas ocupacionais em atividades de vida diária (Silva & Martinez, 2002Silva, D. B. R., & Martinez, C. M. S. (2002). Modelos de avaliação em Terapia Ocupacional: Estudo dos hábitos funcionais e de autossuficiência em crianças. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 10(2), 77-93. http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/210
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). O instrumento é citado, ainda, como ferramenta de avaliação cognitiva infantil em artigo de revisão da produção científica brasileira voltada para tal tema (Suehiro et al., 2015Suehiro, A. C. B., Benfica, T. S., & Cardim, N. A. (2015). Avaliação cognitiva infantil nos periódicos científicos brasileiros. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 31(1), 25-32. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722015011755025032
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) e em revisão sistemática de literatura sobre a relação entre prematuridade, peso ao nascimento e desenvolvimento de linguagem de crianças brasileiras (Zerbeto et al., 2015Zerbeto, A. B., Cortelo, F. M., & Élio Filho, B. C. (2015). Association between gestational age and birth weight on the language development of Brazilian children: A systematic review. Jornal de Pediatria, 91(4), 326-332. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.11.003
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).

Considerando as contribuições desse instrumento para a avaliação de desenvolvimento infantil, o objetivo do presente estudo consiste em revisar sistematicamente publicações brasileiras envolvendo o uso do instrumento Inventário Portage Operacionalizado para medir o desenvolvimento de crianças de 0-6 anos.

Método

O procedimento de revisão foi baseado no protocolo PRISMA-P 2015 (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis Protocols, Shamseer et al., 2015Shamseer, L., Moher, D., Clarke, M., Ghersi, D., Liberati, A., Petticrew, M., Shekelle, P., Stewart, L. A., & PRISMA-P Group. (2015). Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA -P) 2015: Elaboration and explanation. BMJ 2015(349), g7647 doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.g7647
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). Trata-se de um checklist elaborado para facilitar o preparo e relato de uma revisão sistemática. Tal checklist é composto por 17 itens, incluindo critérios de elegibilidade, fontes de informação e estratégias de pesquisa, categorizados em três fases (informações administrativas, introdução e método), consideradas essenciais para relatar uma revisão sistemática e transparente.

Para a presente revisão, os estudos deveriam preencher os seguintes critérios de inclusão: (a) tipo: artigos científicos publicados em revista com revisão de pares e disponíveis na íntegra; (b) tema: artigos que utilizaram e referenciaram o IPO como instrumento no método; (c) o artigo poderia utilizar uma ou todas as áreas de avaliação do desenvolvimento, uma ou todas as faixas etárias, em combinação ou não com outros instrumentos; (d) período: 2002 (um ano após a publicação de 2001 de Williams & AielloWilliams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.) até junho de 2016; (e) Língua: Português ou Inglês. Os bancos de dados foram: Periódicos Capes, BVS-Psicologia, BVS-Bireme, Redalyc e Google Acadêmico. A palavra-chave “Inventário Portage Operacionalizado” foi utilizada, assim como três combinações: Inventário AND Portage, Inventário AND Operacionalizado e Portage AND Operacionalizado.

As referências dos artigos que alcançaram os critérios de inclusão foram também analisadas a fim de identificar estudos não localizados em bancos de dados. Todos os artigos encontrados foram avaliados pela leitura do título, resumo e referências. Foram excluídos: (a) livros, capítulos de livros, artigos de revisão e ensaios; (b) dissertações, teses, monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso; (c) resumos de apresentações/painéis, de anais de congresso, jornadas, simpósios e seminários; (d) artigos repetidos; (e) artigos que não utilizaram o IPO como instrumento de avaliação comportamental; (f) artigos que apenas referenciam Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.), sem uso do IPO; e (g) artigos que utilizaram o IPO, mas não o referenciaram.

Os estudos incluídos foram lidos e sumarizados em termos de: (a) objetivos principais; (b) características dos participantes (número e diagnóstico); (c) instrumentos utilizados e descrição das áreas, critérios e faixas etárias avaliadas do IPO; e (d) delineamento. Em termos de delineamento, os estudos foram classificados em: (a) descritivo, quando o objetivo especificava descrever o repertório comportamental das crianças; (b) correlacionais, quando o estudo comparava duas ou mais variáveis, sendo uma delas o desempenho no IPO; e (c) experimentais: quando o desempenho no IPO serviu como medida de avaliação de intervenções. A análise dos estudos segundo o delineamento foi a base para a construção das tabelas.

Resultados

O levantamento de artigos identificou 264 referências relevantes. O Google Scholar identificou 190 artigos e as bases Periódicos Capes, BVS-Psicologia (Pepsic e Scielo), BVS-Bireme e Redalyc um total de 71 artigos (14, 16, 24 e 17, respectivamente), sendo três artigos adicionalmente obtidos via consulta às referências de artigos relevantes. Os seguintes estudos foram removidos: (a) 14 livros, capítulos de livros, artigos de revisão e ensaios; b) 72 dissertações ou teses, monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso; (c) 21 resumos de apresentações/painéis e anais de congressos ou reuniões; e (d) 82 artigos repetidos. Dentre os 75 restantes, 14 mencionavam o IPO, mas não o utilizavam como instrumento de avaliação ou não o referenciavam e 19 artigos referenciavam dizeres do livro ou a entrevista de Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.), restando 42 estudos.

A distribuição dos 42 artigos por ano de publicação permitiu observar que não houve publicações em 2002, 2003 e no primeiro semestre de 2016. Entre 2004 e 2015, houve regularidade nas publicações de artigos indexados, assim como aumento na frequência a partir de 2009. No período de 2004 a 2015, em média, foram publicados 3,5 artigos por ano (DP = 2,43). Pelo menos um artigo foi encontrado por ano (2005, 2007, 2008) e oito, no máximo (2012).

Os 42 artigos foram publicados em 29 revistas, sendo 21 (72,4%) avaliadas pelo Sistema Qualis 2014 exclusivamente na área de Psicologia e 12 (41,3%) em Educação e Psicologia, sendo que a classificação variou de A1 a C. Aquelas com maior número de artigos publicados foram: Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano (N = 5, Qualis Psicologia A2); Revista Brasileira de Educação Especial (N = 4, Qualis Psicologia B1) e Revista CEFAC (N = 3, Qualis Psicologia B1). Oito artigos (Formiga et al., 2004Formiga, C. K., Pedrazzani, E. S., Silva, F. P. S., & Lima, C. D. (2004). Eficácia de um programa de intervenção precoce com bebês pré-termo. Paidéia (Ribeirão Preto), 14(29), 301-311. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004000300006
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; Menezes et al., 2013Menezes, C. C., Gon, M. C. C., & Zazula, R. (2013). Análise funcional de eventos antecedentes ao comportamento de desobediência de crianças. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 19-32. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000200002&lng=pt&tlng=pt
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; Morais et al., 2012Morais, F. D., Freitas, J. C., Viana, F. P., & Formiga, C. K. M. R. (2012). Correlation between neurofunctional profile and sensory-motor skills of children with cerebral palsy. Journal of Human Grown and Development, 22(2), 226-232. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_isoref&pid=S0104-12822012000200015&lng=pt&tlng=pt
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; Murta et al., 2011Murta, A. M. G., Lessa, A. C., Santos, A. S., Murta, N. M. G., & Cambraia, R. P. (2011). Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 21(2), 220-229. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000200005&lng=pt&tlng=pt
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; Peres, 2004Peres, R. C. N. (2004). O lúdico no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral espástica. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 14(3), 37-49. http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.40114
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; Robles & Gil, 2006Robles, H. S. M., & Gil, M. S. C. A. (2006). O Controle instrucional na brincadeira entre crianças com diferentes repertórios. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(2), 197-205. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000200005
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; Rodrigues & Bolsoni-Silva, 2011Rodrigues, O. M. P. R., & Bolsoni-Silva, A. T. (2011). Efeitos da prematuridade sobre o desenvolvimento de lactentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano , 21(1),111-121. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000100011&lng=pt&tlng=pt
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; Taques & Rodrigues, 2006Taques, D. C. S. R., & Rodrigues, O. M. P. R. (2006). Avaliação do repertório comportamental de bebês nos quatro primeiros meses de vida: Uma proposta de análise. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16(2), 77-87. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000200008&lng=pt&tlng=pt.
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) foram publicados em revistas com conceito A em Psicologia. Nove artigos não foram encontrados no Qualis 2014.

A Tabela 1 apresenta uma síntese dos 12 estudos que utilizaram o IPO para descrever o perfil de participantes conforme a classificação dos tipos de delineamento dos estudos encontrados. Em quatro destes estudos, os resultados serviram também para identificar habilidades pré-requisitos para ensino de leitura (Lorenzo et al., 2010Lorenzo, F. M., Kawasaki, H. N., & Kubo, O. M. (2010). Programa para ensino de comportamentos de autocuidados, cognitivos e sociais para jovem com necessidades especiais. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, 7(10), 9-28. doi:10.5007/1807-0221.2010v7n10p9
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); escolher tarefas (recortar, desenhar, copiar, empilhar blocos) a serem utilizadas no procedimento de intervenção destinado a diminuir comportamentos de desobediência em crianças (Menezes et al., 2013Menezes, C. C., Gon, M. C. C., & Zazula, R. (2013). Análise funcional de eventos antecedentes ao comportamento de desobediência de crianças. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 19-32. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000200002&lng=pt&tlng=pt
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); agrupar crianças quanto à heterogeneidade de repertório (crianças com desenvolvimento típico e crianças com atrasos de desenvolvimento, sobretudo na área de Linguagem), bem como caracterizar o controle por instruções (Robles & Gil, 2006Robles, H. S. M., & Gil, M. S. C. A. (2006). O Controle instrucional na brincadeira entre crianças com diferentes repertórios. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(2), 197-205. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000200005
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) e descrever o repertório verbal (Sousa et al., 2013Sousa, N. M., Souza, C. B. A., & Gil, M. S. C. A. (2013). Aprendizagem Rápida de Comportamento de Ouvinte por um Bebê. Interação em Psicologia, 17(1), 67-78. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/28205
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).

Tabela 1
Características dos Estudos nos quais o IPO foi utilizado para Descrever Repertório de Desenvolvimento

Cabe destacar que, ao analisar exclusivamente os objetivos da Tabela 1, três estudos foram caracterizados pelos autores como sendo experimentais (Lorenzo et al., 2010Lorenzo, F. M., Kawasaki, H. N., & Kubo, O. M. (2010). Programa para ensino de comportamentos de autocuidados, cognitivos e sociais para jovem com necessidades especiais. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, 7(10), 9-28. doi:10.5007/1807-0221.2010v7n10p9
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; Menezes et al., 2013Menezes, C. C., Gon, M. C. C., & Zazula, R. (2013). Análise funcional de eventos antecedentes ao comportamento de desobediência de crianças. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 19-32. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000200002&lng=pt&tlng=pt
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; Sousa et al., 2013Sousa, N. M., Souza, C. B. A., & Gil, M. S. C. A. (2013). Aprendizagem Rápida de Comportamento de Ouvinte por um Bebê. Interação em Psicologia, 17(1), 67-78. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/28205
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). Contudo a leitura cuidadosa permitiu identificar que o IPO foi utilizado de forma descritiva, como comentado anteriormente.

Segundo a Tabela 1, o IPO foi aplicado a 150 crianças, sendo 68% com diferentes síndromes, deficiências ou problemas de saúde; 29,3% com crianças de baixa renda e 2,6% de crianças com desenvolvimento típico, demonstrando sua aplicabilidade a amplas condições de saúde infantil. Alguns estudos incluíram todas as áreas de desenvolvimento do IPO (Alves et al., 2011Alves, A. P. V., Formiga, C. K. M. R., & Viana, F. P. (2011). Perfil e desenvolvimento de crianças com síndromes genéticas em tratamento multidisciplinar. Revista Neurociências, 19(2), 284-293. http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1902/relato%20de%20caso%2019%2002/467%20relato%20de%20caso.pdf
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, Gejão et al., 2009Gejão, M. G., Ferreira, A. T., Silva, G. K., Anastácio-Pessan, F. L., & Lamônica, D. A. C. (2009). Communicative and psycholinguistic abilities in children with phenylketonuria and congenital hypothyroidism. Journal of Applied Oral Science, 17(spe), 69-75. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-77572009000700012
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; Postalli et al., 2011Postalli, L. M. M., Munuera, R. F., & Aiello, A. L. R. (2011). Caracterização de família de mãe com deficiência intelectual e os efeitos no desenvolvimento dos filhos. Revista Brasileira de Educação Especial, 17(1), 37-52. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382011000100004
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; Robles & Gil, 2006Robles, H. S. M., & Gil, M. S. C. A. (2006). O Controle instrucional na brincadeira entre crianças com diferentes repertórios. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(2), 197-205. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000200005
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; Rossi et al., 2009Rossi, N. F., Gatto, A. R., Cola, P. C., Souza, D. H., Moretti-Ferreira, D., & Giacheti, C. M. (2009). Oropharyngeal dysphagia and language delay in partial trisomy 9p: Case report. Genetics and Molecular Research, 8(3), 1133-1138. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19866432
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19866...
). Outros utilizaram apenas uma área: Desenvolvimento Motor (Almeida & Formiga, 2010Almeida, M. M., & Formiga, C. K. M. R. (2010). Avaliação da motricidade ampla e fina na Síndrome de Williams: Relato de caso. Motriz: Revista de Educação Física, 16(4), 913-919. http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n4p913
http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010...
; Brito et al., 2009Brito, A., Silva, I. L., Cardoso, F., & Beresford, H. (2009). Avaliação do perfil cinestésico-corporal de crianças com Síndrome de Down: um parâmetro para se atender à proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 17(63), 341-354. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362009000200008
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362009...
; Menezes et al., 2013Menezes, C. C., Gon, M. C. C., & Zazula, R. (2013). Análise funcional de eventos antecedentes ao comportamento de desobediência de crianças. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 19-32. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000200002&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
), Linguagem (Lorenzo et al., 2010Lorenzo, F. M., Kawasaki, H. N., & Kubo, O. M. (2010). Programa para ensino de comportamentos de autocuidados, cognitivos e sociais para jovem com necessidades especiais. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, 7(10), 9-28. doi:10.5007/1807-0221.2010v7n10p9
https://doi.org/10.5007/1807-0221.2010v7...
; Sousa et al., 2013Sousa, N. M., Souza, C. B. A., & Gil, M. S. C. A. (2013). Aprendizagem Rápida de Comportamento de Ouvinte por um Bebê. Interação em Psicologia, 17(1), 67-78. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/28205
http://revistas.ufpr.br/psicologia/artic...
), Linguagem e Socialização (Machado & Bello, 2015Machado, A. C., & Bello, S. F. (2015). Habilidades sociocomunicativas e de atenção compartilhada em bebês típicos da primeira infância. Revista Psicopedagogia, 32(98), 150-157. http://www.revistapsicopedagogia.com.br/exportar-pdf/41/v32n98a05.pdf
http://www.revistapsicopedagogia.com.br/...
) ou Estimulação Infantil (Taques & Rodrigues, 2006Taques, D. C. S. R., & Rodrigues, O. M. P. R. (2006). Avaliação do repertório comportamental de bebês nos quatro primeiros meses de vida: Uma proposta de análise. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16(2), 77-87. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000200008&lng=pt&tlng=pt.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
). Nove estudos não informaram dados sobre a aplicação do IPO, dois disseram seguir as instruções contidas no manual (Almeida & Formiga, 2010Almeida, M. M., & Formiga, C. K. M. R. (2010). Avaliação da motricidade ampla e fina na Síndrome de Williams: Relato de caso. Motriz: Revista de Educação Física, 16(4), 913-919. http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n4p913
http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010...
; Taques & Rodrigues, 2006Taques, D. C. S. R., & Rodrigues, O. M. P. R. (2006). Avaliação do repertório comportamental de bebês nos quatro primeiros meses de vida: Uma proposta de análise. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16(2), 77-87. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000200008&lng=pt&tlng=pt.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
) e apenas um estudo (Brito et al., 2009Brito, A., Silva, I. L., Cardoso, F., & Beresford, H. (2009). Avaliação do perfil cinestésico-corporal de crianças com Síndrome de Down: um parâmetro para se atender à proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 17(63), 341-354. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362009000200008
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362009...
) apontou alteração nos critérios de avaliação dos itens em relação às sugestões contidas no manual (Williams & Aiello, 2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.). Observa-se na Tabela 1 que o IPO foi utilizado como única medida (58,3%) ou juntamente a outros instrumentos, sendo o Denver Developmental Screening Test (Frankenburg et al., 1999/2018Frankenburg, W. K., Dodds, J. B., Archer, P., Bresnick, B., Mashka, P., Edelman, N., & Shapiro, H. (1999/2018). Manual de treinamento do teste de triagem de desenvolvimento de Denver II. Hogrefe. ) o mais utilizado (Gejão et al., 2009Gejão, M. G., Ferreira, A. T., Silva, G. K., Anastácio-Pessan, F. L., & Lamônica, D. A. C. (2009). Communicative and psycholinguistic abilities in children with phenylketonuria and congenital hypothyroidism. Journal of Applied Oral Science, 17(spe), 69-75. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-77572009000700012
http://dx.doi.org/10.1590/S1678-77572009...
; Sousa et al., 2013Sousa, N. M., Souza, C. B. A., & Gil, M. S. C. A. (2013). Aprendizagem Rápida de Comportamento de Ouvinte por um Bebê. Interação em Psicologia, 17(1), 67-78. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/28205
http://revistas.ufpr.br/psicologia/artic...
). A maioria dos estudos foi realizada em residências e instituições filantrópicas. Nenhum estudo apontou críticas ao IPO.

A Tabela 2 apresenta os 14 estudos nos quais o desempenho no IPO foi utilizado para comparar (ou correlacionar) outras variáveis. Seiscentas e dez crianças com diferentes riscos (prematuridade, baixo peso, alto nível de chumbo no sangue, estado nutricional, filhos de mães adolescentes), desenvolvimento típico e deficiências (cegueira, holoprosencefalia, paralisia cerebral) tiveram o desempenho no IPO correlacionado com variáveis como ansiedade e estresse materno e com o desempenho da criança em diferentes programas de Estimulação Infantil, ou comparados entre si. Um estudo utilizou a área de Estimulação Infantil comparando o desempenho de bebês com prematuridade, baixo peso e ser filho de mãe adolescente (Almeida et al., 2012Almeida, C. G. M., Rodrigues, O. M. P. R., & Salgado, M. H. (2012). Diferenças no desenvolvimento de meninos e meninas em condições de risco. Boletim de Psicologia, 62(136), 1-14. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432012000100002&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
) e um segundo, apesar de avaliar todas as áreas, apresentou dados apenas sobre o Desenvolvimento Motor correlacionando-o à idade materna, escolaridade dos pais, condições de saúde da mãe durante gestação, idade gestacional, e condições de nascimento (Pereira, Rodrigues et al.,2015Pereira, V. A., Rodrigues, O. M. P. R., Carvalho, S. Z. L., & Chiodelli, T. (2015). Influências do estresse e ansiedade puerperal nos primeiros meses do desenvolvimento infantil. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 15(1), 89-100. http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11279/7010
http://editorarevistas.mackenzie.br/inde...
).

Tabela 2
Características dos Estudos nos quais o IPO Serviu para Comparar ou Correlacionar Variáveis

Os demais estudos avaliaram todas as áreas do IPO. Um estudo (Gejão & Lamônica, 2008Gejão, M. G., & Lamônica, D. A. C. (2008). Habilidades do desenvolvimento em crianças com hipotireoidismo congênito: Enfoque na comunicação. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 20(1), 25-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000100005
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008...
) correlacionou desempenhos das crianças nas áreas do IPO com seus desempenhos na escala Early Language Milestone Scale (Coplan,1993Coplan, J. (1993). Early Language Milestone Scale. ProEd.). Seis estudos (Almeida et al., 2012Almeida, C. G. M., Rodrigues, O. M. P. R., & Salgado, M. H. (2012). Diferenças no desenvolvimento de meninos e meninas em condições de risco. Boletim de Psicologia, 62(136), 1-14. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432012000100002&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Lamônica & Picolini, 2009Lamônica, D. A. C., & Picolini, M. M. (2009). Habilidades do desenvolvimento de prematuros. Revista CEFAC, 11 (Supl 2), 145-153. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009005000019
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462009...
; Pereira, Silva-Marinho et al., 2015Pereira, V. A., Silva-Marinho, C. S. O., Rodrigues, O. M. P. R., Chiodelli, T., & Donatto, M. L. (2015). Investigação de fatores considerados de risco para o desenvolvimento motor de lactentes até o terceiro mês. Pensando Famílias, 19(2), 73-85. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2015000200007&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Rodrigues & Bolsoni-Silva, 2011Rodrigues, O. M. P. R., & Bolsoni-Silva, A. T. (2011). Efeitos da prematuridade sobre o desenvolvimento de lactentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano , 21(1),111-121. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000100011&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Rodrigues & Carnier, 2007Rodrigues, O. M. P. R., & Carnier, L. E. (2007). Avaliação do desenvolvimento geral de crianças de um a cinco anos de idade contaminadas por chumbo. Interação em Psicologia, 11(2), 269-279. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/download/11610/8148
http://revistas.ufpr.br/psicologia/artic...
; Rodrigues & Nunes, 2009Rodrigues, O. M. P. R., & Nunes, C. O. A. T. (2009). Desenvolvimento infantil e a contaminação por chumbo: Análise das defasagens observadas. Revista Salus, 3(1),15-22. http://www.revistas.unicentro.br/index.php/salus/article/download/1199/1164
http://www.revistas.unicentro.br/index.p...
) aplicaram o IPO conforme a descrição do Manual (Williams & Aiello, 2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.). O estudo de França-Freitas e Gil (2012França-Freitas, M. L. P., & Gil, M. S. C. A. (2012). O desenvolvimento de crianças cegas e de crianças videntes. Revista Brasileira de Educação Especial, 18(3), 507-526. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382012000300010
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382012...
) aplicou os itens do IPO via entrevista com pais e professores e adaptou alguns itens de todas as áreas para possibilitar a utilização com crianças cegas. Os locais mais frequentes para a intervenção foram centros ou laboratórios universitários (Almeida et al., 2012Almeida, C. G. M., Rodrigues, O. M. P. R., & Salgado, M. H. (2012). Diferenças no desenvolvimento de meninos e meninas em condições de risco. Boletim de Psicologia, 62(136), 1-14. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432012000100002&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Pereira et al., 2014Pereira, V. A., Chiodelli, T., Rodrigues, O. M. P. R., Silva, C. S. O., & Mendes, V. F. (2014). Desenvolvimento do bebê nos dois primeiros meses de vida: Variáveis maternas e sociodemográficas. Pensando Famílias, 18(1), 64-77. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2014000100007&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Pereira, Rodrigues, et al., 2015Pereira, V. A., Rodrigues, O. M. P. R., Carvalho, S. Z. L., & Chiodelli, T. (2015). Influências do estresse e ansiedade puerperal nos primeiros meses do desenvolvimento infantil. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 15(1), 89-100. http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11279/7010
http://editorarevistas.mackenzie.br/inde...
; Pereira, Silva-Marinho, et al., 2015Pereira, V. A., Silva-Marinho, C. S. O., Rodrigues, O. M. P. R., Chiodelli, T., & Donatto, M. L. (2015). Investigação de fatores considerados de risco para o desenvolvimento motor de lactentes até o terceiro mês. Pensando Famílias, 19(2), 73-85. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2015000200007&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Rodrigues & Bolsoni-Silva, 2011Rodrigues, O. M. P. R., & Bolsoni-Silva, A. T. (2011). Efeitos da prematuridade sobre o desenvolvimento de lactentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano , 21(1),111-121. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000100011&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
; Rodrigues & Carnier, 2007Rodrigues, O. M. P. R., & Carnier, L. E. (2007). Avaliação do desenvolvimento geral de crianças de um a cinco anos de idade contaminadas por chumbo. Interação em Psicologia, 11(2), 269-279. http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/download/11610/8148
http://revistas.ufpr.br/psicologia/artic...
; Rodrigues & Nunes, 2009Rodrigues, O. M. P. R., & Nunes, C. O. A. T. (2009). Desenvolvimento infantil e a contaminação por chumbo: Análise das defasagens observadas. Revista Salus, 3(1),15-22. http://www.revistas.unicentro.br/index.php/salus/article/download/1199/1164
http://www.revistas.unicentro.br/index.p...
) e a Associação Pestalozzi (Alves et al., 2012Alves, A. P. V., Formiga, C. K. M. R., & Viana, F. P. (2012). Correlação entre as características do perfil e desenvolvimento sensório-motor de crianças com síndromes genéticas. Revista Eletrônica de Enfermagem, 14(2), 322-329. https://doi.org/10.5216/ree.v14i2.10883
https://doi.org/10.5216/ree.v14i2.10883...
; Morais et al., 2012Morais, F. D., Freitas, J. C., Viana, F. P., & Formiga, C. K. M. R. (2012). Correlation between neurofunctional profile and sensory-motor skills of children with cerebral palsy. Journal of Human Grown and Development, 22(2), 226-232. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_isoref&pid=S0104-12822012000200015&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
). O conjunto desses estudos (Tabela 2) não permite identificar um padrão de resultados uma vez que os autores utilizaram diferentes variáveis para correlacionar ao repertório comportamental medido pelo IPO; número distinto de crianças, de idade e diagnósticos, bem como análises estatísticas variadas.

A Tabela 3 apresenta os resultados sobre os estudos que utilizaram o IPO para avaliação de repertório infantil seguida de intervenção. Participaram destes estudos 212 crianças de 0- 7 anos, sendo que, para 175 crianças, os autores apontaram a convivência com fatores de risco para o desenvolvimento (e.g., mãe adolescente, prematuridade, desnutrição ou frequentar creche de baixa renda) e 37 crianças com diferentes síndromes/transtornos previamente diagnosticados (e.g. Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Síndrome de Treacher Collins, de Lennox Gastaud, Transtorno do Espectro Autista). Em termos de delineamento,14 estudos (87,50%) podem ser considerados como pré-experimentais, pois podem existir hipóteses rivais explicativas sobre as mudanças ocorridas após a intervenção. Apenas dois estudos (Cró & Andreucci, 2014Cró, M. L., & Andreucci, L. (2014). Resiliência e psicomotricidade na educação pré-escolar: Um estudo com crianças brasileiras sócio, cultural e economicamente desfavorecidas. Omnia, 1, 45-54. https://www.grei.pt/OMNIA/OMNIA1.pdf#page=45
https://www.grei.pt/OMNIA/OMNIA1.pdf#pag...
; Formiga et al., 2004Formiga, C. K., Pedrazzani, E. S., Silva, F. P. S., & Lima, C. D. (2004). Eficácia de um programa de intervenção precoce com bebês pré-termo. Paidéia (Ribeirão Preto), 14(29), 301-311. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004000300006
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004...
) fizeram uso de delineamento de grupo (grupo experimental x grupo controle). Entretanto, as amostras foram de conveniência em todos os estudos e nenhum informou realizar fidedignidade das avaliações do IPO. Todos os 16 estudos apontaram resultados favoráveis ao desenvolvimento das crianças após intervenção com base no IPO.

Tabela 3
Características dos Estudos nos quais o IPO serviu para Avaliar Repertório Seguido de Intervenção

O número de sessões e duração da intervenção foi relatado em 10 estudos, variando de nove sessões de 90 minutos (Cia et al., 2005Cia, F., Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2005). Intervenção focada na família: Um estudo de caso com mãe adolescente e criança de risco. Revista Brasileira de Educação Especial, 11(1), 49-66.) a 30 sessões de 50 minutos (Taira et al., 2009Taira, J. S., Kawaguchi, T. S., & Bofi, T. C. (2009). A reeducação psicomotora na criança com baixa visão associada à diparesia espástica. Temas sobre Desenvolvimento, 17(97), 37-41. ). Em 11 estudos não houve informação sobre a forma de aplicação do IPO. Silva et al. (2009Silva, E. C., Formiga, C. K. M. R., & Viana, F. P. (2009). Avaliação da função motora grossa e do desenvolvimento de uma criança com síndrome de Lennox-Gastaud em tratamento de reabilitação. Revista Movimenta, 2(4), 159-164. http://revista.ueg.br/index.php/movimenta/article/view/7229
http://revista.ueg.br/index.php/moviment...
) informaram ter seguido os critérios de aplicação, segundo o recomendado pelas autoras do IPO, e 4 estudos alteraram a forma de aplicação do IPO (Branquinho et al., 2014Branquinho, K. W., Amaral, L. E. F., Fagundes, R. R., & Formiga, C. K. M. R. (2014). Evolução do desenvolvimento de crianças com síndromes genéticas e mal formativas do sistema nervoso central. Revista Movimenta, 7(2), 689-699. https://www.revista.ueg.br/index.php/movimenta/article/view/6272
https://www.revista.ueg.br/index.php/mov...
; Formiga et al., 2004Formiga, C. K., Pedrazzani, E. S., Silva, F. P. S., & Lima, C. D. (2004). Eficácia de um programa de intervenção precoce com bebês pré-termo. Paidéia (Ribeirão Preto), 14(29), 301-311. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004000300006
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004...
; Prado et al., 2012Prado, M. T.A., Fell, R. F., Salmazo, A. S., Gomes, G. C.C., Silva, M. S., Santos, S. M. T., & Fernani, D. C. G. L. (2012). Avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças por meio do Inventário Portage Operacionalizado. Colloquium Vitae, 4(1),10-17. http://revistas.unoeste.br/revistas/ojs/index.php/cv/article/view/535
http://revistas.unoeste.br/revistas/ojs/...
; Sandroni et al., 2015Sandroni, G. A., Ciasca, S. M., & Rodrigues, S. D. (2015). Avaliação da evolução do perfil motor de pré-escolares com necessidades educativas especiais após intervenção psicomotora breve. Revista Psicopedagogia, 32(97), 4-13. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100002&lng=pt&tlng=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scr...
). Nos estudos da Tabela 3, diferentes locais serviram de base para a utilização do IPO e nenhum estudo relatou o envolvimento de membros da família como irmãos e avós.

Discussão

Há considerável heterogeneidade entre os 42 estudos que envolveram um total de 972 participantes de ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 14 anos. A maioria dos participantes encontrava-se em situação de risco, seguidos por participantes com 19 síndromes diferentes. Os locais de aplicação do instrumento foram diversificados, envolvendo estudos de oito estados brasileiros. Os resultados parecem sugerir que o IPO é útil em avaliar o repertório comportamental de crianças em uma ampla gama de síndromes ou condições de risco e deficiências, além de crianças com desenvolvimento típico, bem como para medir o resultado de intervenções, expandindo colocações de revisões anteriores sobre instrumentos de desenvolvimento (Rodrigues, 2012Rodrigues, O. M. P. R. (2012). Escalas de desenvolvimento infantil e o uso com bebês. Educar em Revista, 43, 81-100. http://dx.doi.org/10.5380/educar.v0i43.26405
http://dx.doi.org/10.5380/educar.v0i43.2...
; Silva & Martinez, 2002Silva, D. B. R., & Martinez, C. M. S. (2002). Modelos de avaliação em Terapia Ocupacional: Estudo dos hábitos funcionais e de autossuficiência em crianças. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 10(2), 77-93. http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/210
http://www.cadernosdeterapiaocupacional....
; Suehiro et al., 2015Suehiro, A. C. B., Benfica, T. S., & Cardim, N. A. (2015). Avaliação cognitiva infantil nos periódicos científicos brasileiros. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 31(1), 25-32. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722015011755025032
http://dx.doi.org/10.1590/0102-377220150...
; Zerbeto et al., 2015Zerbeto, A. B., Cortelo, F. M., & Élio Filho, B. C. (2015). Association between gestational age and birth weight on the language development of Brazilian children: A systematic review. Jornal de Pediatria, 91(4), 326-332. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.11.003
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.11...
).Quando crianças e adolescentes acima da faixa etária de 6 anos foram avaliadas pelo IPO (idade limite proposta pelo inventário), os autores justificavam esclarecendo que os repertórios dos participantes eram prejudicados. Uma alternativa teria sido utilizar um segundo instrumento, adequado à faixa etária alvo. Contudo, é preciso levar em conta o número limitado de instrumentos de avaliação de repertório comportamental para crianças e adolescentes, para idades acima de seis anos. Por exemplo, no site da SATEPsi do Conselho Federal de Psicologia existem apenas cinco instrumentos para adolescentes que avaliam outras habilidades que não desenvolvimento (stress, habilidades sociais, personalidade e percepção de suporte social).

Nessa direção, há um estudo interessante sobre utilização do Guia Portage de Bluma et al., (1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.) para avaliar repertório acima da faixa etária especificada. Arvio et al. (1993Arvio, M., Hautamãki, J., & Tiilikka, P. (1993). Reliability and validity of the Portage assessment scale for clinical studies of mentally handicapped populations. Child: Care, Health and Development, 19(2), 89-98. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2214.1993.tb00716.x/epdf
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) utilizaram o Guia Portage de Bluma et al. (1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.) para descrever o repertório de 114 pessoas com deficiência mental e doença degenerativa (idade variando entre 1 e 56 anos). Os autores aplicaram diferentes testes, além do Guia Portage, e correlacionaram os resultados com o desempenho de 30 crianças com desenvolvimento típico. Os autores argumentam que é possível utilizar o Guia Portage de Bluma et al. (1976Bluma, S., Shearer, M., Frohman, A., & Hilliard, J. (1976). Portage Guide to Early Education (Rev. Ed.). Cooperative Educational Service Agency 12.) em pacientes clínicos acima de 6 anos, principalmente se o repertório comportamental funcional desses indivíduos estiver por volta de 3-5 anos.

Nove estudos informaram seguir as orientações contidas no Manual de Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.) para a aplicação do IPO, 23 não informaram como se deu a aplicação e 10 estudos apontaram adaptações. As alterações nos critérios e na forma de aplicação do IPO foram: (a) para agilizar a aplicação, exigir, por exemplo, apenas uma e não três respostas da criança ao item avaliado (e.g., Murta et al., 2011Murta, A. M. G., Lessa, A. C., Santos, A. S., Murta, N. M. G., & Cambraia, R. P. (2011). Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 21(2), 220-229. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000200005&lng=pt&tlng=pt
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); (b) avaliar apenas a faixa etária correspondente à idade cronológica da criança (Alves et al., 2012Alves, A. P. V., Formiga, C. K. M. R., & Viana, F. P. (2012). Correlação entre as características do perfil e desenvolvimento sensório-motor de crianças com síndromes genéticas. Revista Eletrônica de Enfermagem, 14(2), 322-329. https://doi.org/10.5216/ree.v14i2.10883
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; Sandroni et al., 2015Sandroni, G. A., Ciasca, S. M., & Rodrigues, S. D. (2015). Avaliação da evolução do perfil motor de pré-escolares com necessidades educativas especiais após intervenção psicomotora breve. Revista Psicopedagogia, 32(97), 4-13. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100002&lng=pt&tlng=pt
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); (c) selecionar itens de uma área de desenvolvimento (e.g., Brito, et al., 2009Brito, A., Silva, I. L., Cardoso, F., & Beresford, H. (2009). Avaliação do perfil cinestésico-corporal de crianças com Síndrome de Down: um parâmetro para se atender à proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 17(63), 341-354. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40362009000200008
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; Formiga et al., 2004Formiga, C. K., Pedrazzani, E. S., Silva, F. P. S., & Lima, C. D. (2004). Eficácia de um programa de intervenção precoce com bebês pré-termo. Paidéia (Ribeirão Preto), 14(29), 301-311. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X2004000300006
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); e (d) utilizar um procedimento abreviado para pontuar desempenho da criança classificando-o como acima, abaixo ou na média do esperado (Cassab et al., 2012Cassab, T. V., Lamônica, D. A. C., Zorzetto, N. L., & Giacheti, C. M. (2012). Perfil de habilidades do desenvolvimento em crianças com holoprosencefalia e holoprosencefalialike. Revista CEFAC, 14(3), 423-429. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000109
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). A descrição fornecida por outros estudos não permitiu clareza sobre as alterações realizadas (Branquinho et al., 2014Branquinho, K. W., Amaral, L. E. F., Fagundes, R. R., & Formiga, C. K. M. R. (2014). Evolução do desenvolvimento de crianças com síndromes genéticas e mal formativas do sistema nervoso central. Revista Movimenta, 7(2), 689-699. https://www.revista.ueg.br/index.php/movimenta/article/view/6272
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; Gejão & Lamônica, 2008Gejão, M. G., & Lamônica, D. A. C. (2008). Habilidades do desenvolvimento em crianças com hipotireoidismo congênito: Enfoque na comunicação. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 20(1), 25-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000100005
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; Prado et al., 2012Prado, M. T.A., Fell, R. F., Salmazo, A. S., Gomes, G. C.C., Silva, M. S., Santos, S. M. T., & Fernani, D. C. G. L. (2012). Avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças por meio do Inventário Portage Operacionalizado. Colloquium Vitae, 4(1),10-17. http://revistas.unoeste.br/revistas/ojs/index.php/cv/article/view/535
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).

Alterações nos critérios de avaliação dos itens do IPO propostos por Williams e Aiello (2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.), desacompanhadas de estudos que as justifiquem, podem inviabilizar comparações entre estudos. Contudo, independentemente das diferenças entre os procedimentos e delineamentos, todos os estudos demonstraram resultados satisfatórios com a utilização do IPO e nenhum apresentou críticas ao mesmo. Entretanto, muitos estudos de intervenção aqui descritos apresentaram um nível questionável de evidências, por limitações metodológicas, presença de delineamentos pré-experimentais que permitiam explicações por hipóteses rivais, como maturação, história de vida, entre outras. A fragilidade metodológica da produção científica na área de Educação Especial também foi apontada por Glat et al.(2014Glat, R., Omote, S., & Pletsch, M. D. (2014). Análise crítica da produção do conhecimento em Educação Especial. In S. Omote, A. A. S. de Oliveira, & M. C. M. Chacon (Orgs.), Ciência e conhecimento em Educação Especial (pp.25-44). Marquezine & Manzini; ABPEE.).

Desde a realização do estudo inicial de Williams (1983Williams, L. C. A. (1983). Favorecendo o desenvolvimento de crianças excepcionais em fase pré-escolar através de treino dado a seus familiares no ambiente natural ENT#091;Tese de doutorado não publicadaENT#093;. Universidade de São Paulo.) com o IPO, a ciência caminhou em critérios de exigência com relação a práticas baseadas em evidência, sendo atualmente o padrão ouro os estudos com grupos comparativos com ensaios clínicos randomizados (Kazdin, 2003Kazdin, A. E. (2003). Research design in clinical psychology (4th ed.). Allyn and Bacon. ). Assim, a falta de estudos experimentais com o IPO envolvendo amplas amostras que ocorram em situação natural (residência, escola ou comunidade), com o envolvimento de diferentes membros da família (pai, irmãos e avós), ainda compromete afirmações sobre a eficácia das intervenções revistas no presente estudo, a despeito de melhoras clínicas.

Estudos sobre revisão de instrumentos tecem críticas ao IPO no sentido de ele não ser um instrumento padronizado (Vieira et al., 2009Vieira, M. E., Ribeiro, F. V., & Formiga, C. K. M. R. (2009). Principais instrumentos de avaliação de desenvolvimento da criança de zero a dois anos de idade. Revista Movimenta, 2(1), 23-31. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3329596/mod_resource/content/0/instrumentos%20de%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20do%20DI%200%20a%202%20anos.PDF
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) ou que não apresenta normas de desempenho por idade (Rocha et al., 2013Rocha, S. R., Dornelas, L. F., & Magalhães, L. C. (2013). Instrumentos utilizados para avaliação do desenvolvimento de recém-nascidos pré-termo no Brasil: Revisão de literatura. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 21(1), 109-117. http://dx.doi.org/10.4322/cto.2013.015
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). No entanto, cabe lembrar que o IPO é um inventário comportamental e não uma escala de desenvolvimento. Ele foi traduzido, adaptado e operacionalizado no final da década de 70, quando os critérios e exigências da psicometria eram diferentes. A realização de novos estudos com objetivo específico de conduzir avaliações psicométricas do IPO é recomendada, como, por exemplo, estudos de evidências de validade convergente comparando o IPO com instrumentos que utilizam tabelas normativas como o Denver II (Frankenburg et al., 1999/2018Frankenburg, W. K., Dodds, J. B., Archer, P., Bresnick, B., Mashka, P., Edelman, N., & Shapiro, H. (1999/2018). Manual de treinamento do teste de triagem de desenvolvimento de Denver II. Hogrefe. ).

Cabe lembrar também que o IPO é um checklist que lista habilidades comportamentais que a criança apresenta em determinado momento, em tarefas específicas, baseado em marcos de desenvolvimento e ampla literatura sobre esses marcos (ver Williams & Aiello, 2001Williams, L. C. A., & Aiello, A. L. R. (2001). O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. Memnon; FAPESP.). Assim sendo, o IPO não prevê classificações do repertório da criança, e tampouco, deveria, por si só, fornecer um diagnóstico. Seus resultados, em termos das habilidades comportamentais não presentes no repertório das crianças, se destinam ao planejamento de intervenções. Nesse sentido, o IPO pode ser considerado uma avaliação baseada em currículo (curriculum-based-assessment).

A presente revisão sistemática evidenciou que o IPO tem sido utilizado em diferentes locais (residência, clínicas, escolas, instituições ou centros universitários) e regiões do país, tendo se mostrado um instrumento útil para avaliar e acompanhar o desenvolvimento de crianças até seis anos, na realidade brasileira. Mais especificamente, ele oferece dados importantes para a descrição, planejamento, monitoramento, intervenção e avaliação do desenvolvimento infantil. No entanto, uma limitação importante dessa revisão consiste no fato de que, embora sistemática, a análise e coleta de dados não foi realizada por juízes independentes. Além disso, sugere-se que revisões futuras incluam trabalhos não publicados (monografias, teses, dissertações etc.).

Considerando que o IPO é um instrumento que avalia 580 comportamentos e que pode demandar um longo período de aplicação, sugere-se que os pesquisadores interessados investiguem estratégias possíveis para redução desse tempo. Seria interessante também que estudos futuros ampliassem a utilização do IPO para outros ambientes, como escolas, creches, centro de saúde e comunidades, com maior número de crianças e envolvimento de professores, pais e familiares.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    29 Maio 2017
  • Aceito
    23 Jan 2019
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