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Editorial

EDITORIAL

Claudia Regina Furquim de Andrade

Professora Titular

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

Faculdade de Medicina

Universidade de São Paulo

Prezados Leitores:

Temos a grande satisfação de comunicar que a partir de 2007 a Pró-Fono Revista de Atualização Científica será trimestral, ou seja, alcançamos a meta de quatro Números por ano. Esse avanço é significativo da evolução da Fonoaudiologia brasileira e também da maturidade editorial da Revista. Estamos também totalmente on-line. Todo processo de envio e avaliação dos manuscritos será por via eletrônica, uma enorme agilidade em todas as etapas. Também é possível o acesso a todos os artigos da revista pelo site <www.revistaprofono.com.br>. Nossa revista eletrônica é cadastrada no Open Archives, ou seja, é internacional de acesso aberto, além de disponível, com texto integral, na Medline.

A Pró-Fono Revista de Atualização Científica foi profundamente modificada. Estamos apresentando um modelo mais dinâmico e atual de revista científica. A nova estrutura é composta por 11 categorias de submissão, que permitirão uma maior flexibilidade para composição dos manuscritos. São elas:

1. Artigos Originais de Pesquisa: deve incluir um resumo estruturado (Tema, Objetivo, Método, Resultados, Conclusão) com no máximo 250 palavras. O texto integral deve conter no máximo 2500 palavras; no máximo 30 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI); três Ilustrações. Nesses manuscritos (de natureza quantitativa ou qualitativa), a introdução deverá ter no máximo uma lauda e ser vinculada ao conteúdo exato do estudo. A ênfase dos artigos deve estar na metodologia e nos resultados dos estudos, com descrições e análises estatísticas claras e consagradas (para os estudos quantitativos). Serão aceitos somente as Ilustrações necessárias e não serão aceitos Gráficos que reproduzam os resultados das Tabelas estatísticas. A discussão e conclusão deverão ser sintéticas e com base exclusivamente nos resultados do estudo. Itens desta categoria de manuscrito: Introdução; Método; Resultados; Discussão; Conclusão; Referências.

2. Artigos de Revisões de Literatura e Revisões Sistemáticas: nós temos um interesse particular em revisões de qualquer campo da Fonoaudiologia que seja de relevância para os nossos leitores. Essas revisões devem ser confiáveis e devem identificar qualquer falha do nosso conhecimento ou compreensão. As Revisões Sistemáticas devem conter uma breve descrição sobre "estratégia de busca e critério de seleção". Essa descrição deve indicar claramente: a fonte (bases de dados, listas de referências de revistas ou livros etc.) do material pesquisado e o critério utilizado para inclusão ou exclusão dos estudos (exemplo: tudo que foi publicado em determinados periódicos nos últimos três, quatro ou cinco anos). Máximo de 3000 palavras, máximo de 30 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI), 250 palavras no resumo estruturado (Tema, Objetivo, Conclusão), máximo de 4 Ilustrações. Itens desta categoria de manuscrito: Introdução; Conclusão; Referências.

3. Artigos de Estudos de Caso: casos clinicamente interessantes devem ser descritos em no máximo 600 palavras (mais 125 palavras do resumo estruturado - Tema, Objetivo, Método, Resultados, Conclusão) com não mais que uma Ilustração e 10 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI). Os estudos de caso devem ser sobre assuntos que tragam nova luz ao conhecimento, que descrevam desordens raras mas com possibilidade de modificação, ou que apresentem novos tratamentos ou reflexões. Itens desta categoria de manuscrito: Introdução; Método; Resultados; Discussão; Conclusão; Referências.

4. Revisões de Livros: nós encorajamos as revisões de livros internacionais publicados nos últimos três anos. O original deve ser referenciado, na íntegra, na língua original (autor(es), título, número da edição, editora, cidade da editora, ano, número de páginas). Máximo de 1500 palavras.

5. Comentários: os comentários incluem debate sobre artigos, comentários longos ou observações pessoais de tendências ou pesquisas atuais na área de Fonoaudiologia que sejam de interesse aos nossos leitores. Máximo de 1500 palavras, 15 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI), uma Ilustração.

6. Cartas ao Editor: nós encorajamos cartas que sejam estimulantes, provocativas ou criativas sobre diversos pontos de interesse, assim como as que trazem comentários e críticas de artigos publicados previamente na Revista. Máximo de 450 palavras, 5 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI), uma Ilustração.

7. Cartas sobre Pesquisa: um pequeno artigo que relata novos achados de partes já concluídas de uma pesquisa maior (exemplo: estudo piloto). Cartas sobre Pesquisa devem conter não mais que duas ilustrações, o máximo de 1500 palavras e o máximo de 30 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI). Essas cartas não devem conter resumos. Os autores de artigos completos podem ser convidados a re-submeterem uma versão mais curta do seu manuscrito para publicação nessa parte da revista.

8. Avisos Clínicos: resumos muito simples e curtos sobre Estudos de Casos que não sejam diferentes o suficiente para serem publicados na íntegra, mas que mesmo assim trazem uma mensagem útil que pode ser usada pelos leitores e profissionais mais inexperientes. Os Avisos Clínicos não devem conter mais que 150 palavras, uma pequena ilustração e 3 referências (exclusivamente a periódicos indexados nacionais e internacionais, preferencialmente 50% de base ISI).

9. Seções Especiais: nós teremos o prazer de receber pequenos textos de natureza reflexiva ou humorística que comentam experiências pessoais ou profissionais de colegas que trabalhem na área. Também agradecemos sugestões para pequenas colocações que sejam relevantes. Máximo de 900 palavras.

10. Relatos de Conferências: temos o interesse em relatos que trazem a essência de trabalhos, de nossos pesquisadores, que tenham sido apresentados em eventos internacionais (que sejam inéditos no Brasil). O original deve ser referenciado, na íntegra, na Língua original (autor(es), título, nome do evento, cidade, país). Máximo de 1000 palavras.

11. Websites: temos o prazer de aceitar pequenas descrições de websites que possam ser de interesse aos nossos leitores. Máximo de 200 palavras.

Para esse segundo Número da Pró-Fono Revista de Atualização Científica de 2007 são apresentados dez artigos, sendo oito artigos de pesquisa, um de relato de caso e um de atualização.

Fujinaga et al. (2007) apresentaram uma pesquisa cujo objetivo foi testar a confiabilidade de um instrumento de avaliação da prontidão do bebê prematuro em iniciar a transição da alimentação gástrica para via oral. Os resultados indicaram que de forma geral, os itens do instrumento apresentam confiabilidade adequada entre os observadores.

Um estudo sobre desordem temporomandibular (DTM) e mastigação foi apresentado por Felício et al. (2007) tendo como objetivo comparar sujeitos com DTM a um grupo controle quanto à mastigação e analisar as possíveis variáveis relacionadas. O estudo indicou que no grupo com DTM a mastigação diferiu do padrão fisiológico normal. O número de interferências oclusais e a severidade da DTM foram as variáveis correlacionadas à mastigação.

O texto de Porto et al. (2007) teve como objetivo identificar o momento e o tempo de filmagem de situação de interação mais adequados para realizar a análise da pragmática de crianças com síndrome de Down, sem que houvesse prejuízo da qualidade e efetividade dos dados obtidos. A situação analisada foi a de interação entre terapeuta e criança em brincadeira lúdica e os resultados não apontaram diferenças significativas relacionadas com as amostras obtidas com diferentes durações de filmagem para realizar a análise da pragmática da comunicação de crianças com síndrome de Down.

O objetivo da pesquisa apresentada por Stuchi et al. (2007) foi traçar um perfil de linguagem oral receptiva e expressiva de crianças usuárias de implante coclear há cinco anos, verificando ainda a influência do tempo de privação sensorial na linguagem oral receptiva e expressiva dessas crianças. Os resultados indicaram que o perfil de linguagem oral das crianças implantadas há cinco anos apresentou-se desviante e não simplesmente atrasada em relação à normalidade. A linguagem compreensiva foi semelhante ao das crianças ouvintes de quatro anos de idade; e a linguagem expressiva foi semelhante ao das crianças ouvintes de cinco anos de idade. A influência do tempo de privação sensorial foi estatisticamente significante na pontuação de alguns aspectos avaliados.

Verificar os benefícios dos exercícios de reabilitação vestibular por meio da avaliação pré e pós-aplicação do protocolo Dizziness Handicap Inventory (DHI) - adaptação brasileira - foi o objetivo do estudo apresentado por Zanardini et al. (2007). Resultados indicaram que a utilização do DHI promoveu melhora na qualidade de vida dos idosos que realizaram reabilitação vestibular, auxiliando ainda no processo de compensação vestibular.

Vieira e Azevedo (2007) avaliaram os níveis mínimos de resposta por meio de audiometria de reforço visual em 50 crianças ouvintes e 25 deficientes auditivas, considerando as variáveis: lado de apresentação sonora, sexo, idade e tipo de estímulo. A conclusão do estudo foi que em crianças ouvintes, os Níveis mínimos de resposta reduzem com avanço da idade, independente do estímulo. Para as crianças deficientes auditivas, não houve diferença significativa em relação a nenhuma variável estudada.

O estudo de Pinto e Lewis (2007) objetivou descrever os achados do registro das emissões otoacústicas - produto de distorção (EOAPD) em lactentes de até dois meses de idade em relação às variáveis: gênero, pico de pressão na timpanometria e estado do lactente durante o exame (sono leve, sono profundo e acordado, porém sem atividade corporal). Os resultados indicara que não houve diferença estatisticamente significante entre gêneros e entre orelhas para o nível de resposta. O pico de pressão na timpanometria definido por três grupos não influenciou no registro do nível de resposta e o estado do lactente durante o exame não influenciou no registro do nível de resposta das EOAPD.

Palladino et al. (2007) analisaram a possível co-ocorrência de problemas de linguagem oral e transtornos alimentares em crianças, pressupostas as influências recíprocas entre linguagem, corpo e psiquismo. Os autores concluíram que a co-ocorrência de problemas de linguagem oral e transtornos alimentares não é mera coincidência, mas ambos os distúrbios configuraram-se como transtornos da oralidade.

Apresentar o trabalho fonoaudiológico realizado junto a um paciente com quadro clínico de botulismo com queixa de disfagia foi o objetivo do relato de caso apresentado por Mangilli e Andrade (2007). O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, de caráter agudo, afebril, que causa paralisia flácida dos nervos cranianos e da musculatura esquelética. A conclusão do estudo mostra que o trabalho fonoaudiológico mostrou-se eficiente no restabelecimento dos órgãos do sistema miofuncional orofacial e da função da deglutição, possibilitando que o paciente restabelecesse a funcionalidade adequada do sistema.

Para finalizar, no artigo de atualização apresentado por Goulart e Chiari (2007), são apresentados conceitos relacionados com os instrumentos de avaliação e sua aplicação de acordo com o objetivo, seja de rastreamento ou diagnóstico. As autoras concluem que instrumentos de avaliação e diagnóstico clínico diferem dos instrumentos de rastreamento em relação a seus objetivos e critérios de elegibilidade. São indicativos da precisão de um instrumento de avaliação, seja para rastreamento ou diagnóstico, a sensibilidade e a especificidade de tal instrumento. Questões como reprodutibilidade, tempo para realização do teste ou exame e preparação prévia do paciente também devem ser considerados quando da seleção de instrumentos de avaliação clínica.

Estamos ansiosas aguardando as novas submissões, abraço, mãos à obra.

Claudia

  • FELÍCIO, C. M.; MELCHIOR, M. O.; SILVA M. A. M. R.; CELEGHINI, R. M. S. Desempenho mastigatório em adultos relacionado com a desordem temporomandibular e com a oclusão. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p.151-158, abr.-jun. 2007.
  • FUJINAGA, C. I.; ZAMBERLAN, N. E.; RODARTE, M. D. O.; SCOCHI C. G. S. Confiabilidade do instrumento de avaliação da prontidão do prematuro para alimentação oral. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 143-150, abr.-jun. 2007.
  • GOULART, B. N. G.; CHIARI, B. M. Testes de rastreamento x testes de diagnóstico: atualidades no contexto da atuação fonoaudiológica. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 223-232, abr.-jun. 2007.
  • MANGILLI, L. D.; ANDRADE, C. R. F. de. Botulismo e disfagia. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 215-222, abr.-jun. 2007.
  • PALLADINO, R. R. R.; CUNHA, M. C.; SOUZA, L.A.P. Problemas de linguagem e alimentares em crianças: co-ocorrências ou coincidências? Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 205-214, abr.-jun. 2007.
  • PINTO, V. S.; LEWIS, D. R. Emissões otoacústicas: produto de distorção em lactentes até dois meses de idade. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 195-204, abr.-jun. 2007.
  • PORTO, E.; LIMONGI, S. C. O.; SANTOS, I. G.; FERNANDES, F. D. M. Amostra de filmagem e análise da pragmática na síndrome de Down. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 159-166, abr.-jun. 2007.
  • STUCHI, R. F.; NASCIMENTO, L. T.; BEVILACQUA, M. C.; BRITO NETO, R. V. Linguagem oral de crianças com cinco anos de uso do implante coclear. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 167-176, abr.-jun. 2007.
  • VIEIRA, E. P.; AZEVEDO, M. F. Audiometria de reforço visual com diferentes estímulos sonoros em crianças. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p.185-194, abr.-jun. 2007.
  • ZANARDINI, F. H.; ZEIGELBOIM, B. S.; JURKIEWICZ, A. L.; MARQUES, J. M.; BASSETTO, J. M. Reabilitação vestibular em idosos com tontura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 177-184, abr.-jun. 2007.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2008
  • Data do Fascículo
    Jun 2007
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