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TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS DE GRADUAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Entrenamiento de Habilidades Sociales en alumnos universitarios: una revisión sistemática

RESUMO

Os programas de intervenção baseados em Treinamento de Habilidades Sociais têm sido pesquisados em diferentes populações, entre elas, a universitária. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre programas de THS com universitários, publicados em periódicos nacionais e internacionais, enfatizando os instrumentos e delineamentos utilizados, além dos principais resultados e limitações, a partir de 1980. Utilizaram-se as palavras-chave em inglês “social skills training”, “undergraduate”, “graduate students” e “higher education” em seis bases de dados (Capes, ERIC, PHS/RIHS, DOAJ, EBSChost, LILACS, IBICT, WEB OF SCIENCE). Foram encontrados 13 artigos e estes analisados quanto às variáveis de interesse aplicando-se o Protocolo PRISMA. Os resultados mostraram que nove estudos utilizaram o Inventário de Habilidades Sociais como principal instrumento de coleta de dados e tiveram o delineamento experimental. O número de sessões mostrou-se variável entre as intervenções e, em todos os estudos, ocorreu a melhora no repertório de habilidades sociais dos participantes das pesquisas. O presente artigo contribui para a literatura da área ao discutir implicações para a pesquisa e a prática de promoção de habilidades sociais na formação universitária bem como direções para futuras pesquisas que devem considerar o conceito de competência social.

Palavras-chave:
treinamento de habilidades sociais; universitários; revisão sistemática

RESUMEN

Los programas de intervención basados en Entrenamiento de Habilidades Sociales han sido investigados en distintas populaciones, entre ellas, la universitaria. En este estudio se tuvo como objetivo realizar una revisión de la literatura sobre programas de THS con universitarios, publicados en periódicos nacionales e internacionales, enfatizando los instrumentos y delineamentos utilizados, además de los principales resultados y limitaciones, a partir de 1980. Se utilizaron las palabras clave en inglés “social skills training”, “undergraduate”, “graduate students” y “higher education” en seis bases de datos (Capes, ERIC, PHS/RIHS, DOAJ, EBSChost, LILACS, IBICT, WEB OF SCIENCE). Se encontraron 13 artículos y estos analizados según las variables de interés aplicándose el Protocolo PRISMA. Los resultados apuntaron que nueve estudios utilizaron el Inventario de Habilidades Sociales como principal instrumento de recopilación de datos y tuvieron el delineamento experimental. El número de sesiones se mostró variable entre las intervenciones y, en todos los estudios, sucedió la mejora en el repertorio de habilidades sociales de los participantes de las investigaciones. El presente artículo contribuye para la literatura del área al discutir implicaciones para la investigación y la práctica de promoción de habilidades sociales en la formación universitaria, así como direcciones para futuras investigaciones que deben considerar el concepto de competencia social.

Palabras clave:
entrenamiento de habilidades sociales; universitarios; revisión sistemática

ABSTRACT

Intervention programs based on Social Skills Training have been researched in different populations, including university students. This study aimed to review the literature about HST programs with university students, published in national and international journals, emphasizing the instruments and designs used, in addition to the main results and limitations, from 1980 onwards. The keywords in English “social skills training”, “undergraduate”, “graduate students” and “higher education” were used in six databases (Capes, ERIC, PHS/RIHS, DOAJ, EBSChost, LILACS, IBICT, WEB OF SCIENCE). Thirteen articles were found and they were analyzed regarding the variables of interest by applying the PRISMA Protocol. The results showed that nine studies used the Social Skills Inventory as the main data collection instrument and had an experimental design. The number of sessions was variable among the interventions and, in all studies, there was an improvement in the social skills repertoire of the research participants. This article contributes to the literature in the area by discussing implications for research and practice in promoting social skills in university education, as well as directions for future research that should consider the concept of social competence.

Keywords:
social skills training; undergraduate students; systematic review

INTRODUÇÃO

O campo teórico-prático e empírico das Habilidades Sociais (HS) vem se consolidando no Brasil sendo que, a partir da década de 1980 ocorreu um aumento expressivo de publicações (Del Prette & Del Prette, 2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.). Reunindo diferentes vertentes de conhecimento da Psicologia, o campo inclui, segundo Del Prette e Del Prette (2012)Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2012). Psicologia das habilidades sociais: terapia, educação e trabalho. (9 ed). Petrópolis, RJ: Editora Vozes., modelos explicativos distintos para o comportamento social. Esses modelos levaram a processos diferenciados de intervenção sendo os principais a Aprendizagem Social (Bandura, 1977Bandura, A. (1977). Social Learning Theory. N. Jersey: Prendice Hall.), a Percepção Social (Argyle, 1978Argyle, M. (1978). The psychology of interpersonal behavior. Harmondsworth: Penguin. Trad. Castellana: :Psicología del comportamiento interpersonalP. Madrid: Alianza.) e Análise do Comportamento (Skinner, 2003Skinner, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes.).

Sob a abordagem explicativa e empírica da Análise do Comportamento, as HS são definidas por Del Prette e Del Prette (2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes., p. 24) como um “constructo descritivo de comportamentos sociais valorizados em diferentes culturas com alta probabilidade de resultados favoráveis para o indivíduo, seu grupo e sua comunidade, dessa forma contribuindo para um desempenho socialmente competente em tarefas interpessoais”. Contudo, a análise completa dessa abordagem deve considerar o conceito de Competência Social (CS) uma vez que este se torna central e articula a ligação entre as HS e CS e, o último, qualifica o desempenho social a partir das dimensões instrumental e ética considerando um conjunto de critérios para isso (Del Prette & Del Prette, 2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes., 2018aDel Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2018a). Relação entre habilidades sociais e análise do comportamento: história e atualidades. In: N. Kienen; S. R. S. A. Gil; J. C. Luzia; J. Gamba (Eds.), Análise do Comportamento: [livro eletrônico] conceitos e aplicações a processos educativos clínicos e organizacionais (pp. 39-53). Universidade Estadual de Londrina. Recuperado de: https://www.academia.edu/38230088/A_rela%C3%A7%C3%A3o_entre_habilidades_sociais_e_an%C3%A1lise_do_comportamento_hist%C3%B3ria_e_atualidades.
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).

A aplicabilidade do campo das HS tem sido investigada em diferentes contextos tanto na literatura nacional quanto na internacional como, por exemplo, familiar (Gottman & Rushe, 1995Gottman, J.; Rushe, R. (1995). Communication and social skills approaches to treating ailing marriages: A recommendation for a new marital therapy called Minimal Marital Therapy. In W. O’Donohue; L. Krasner (Eds.), Handbook of psychological skills training: Clinical techniques and applications (pp. 287-304). Boston, MA: Allyn and Bacon.; Gresham, 2002Gresham, F. M. (2002). Teaching social skills to high-risk children and youth: Preventive and remedial strategies. In: M. Shinn; H. Walker; G. Stoner (Eds.), Interventions for Academic and Behavior Problems: Preventive and Remedial Approaches (2 ed., pp. 403-432). Bethesda, MD: National association of School Psychologists.), problemas comportamentais em relação com as práticas parentais (Bolsoni-Silva, Silveira, & Marturano, 2008Bolsoni-Silva, A. T.; Silveira, F. F.; Marturano, E. M. (2008). Promovendo habilidades sociais educativas parentais na prevenção de problemas de comportamento. Revista Brasileira de Psicologia Comportamental e Cognitiva, 10(2), 125-142.), educacional (Elias & Amaral, 2016Elias, L. C. S.; Amaral, M. V. (2016). Habilidades sociais, comportamentos e desempenho acadêmico em escolares antes e após intervenção. Psico-USF, 21(1), 49-61. https://doi.org/10.1590/1413-82712016210105
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), preparação de adolescentes para o trabalho (Pereira-Guizzo, Del Prette, Del Prette, & Leme, 2018Pereira-Guizzo, C. S.; Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P.; Leme, V. B. R. (2018). Programa de habilidades sociais para adolescentes em preparação para o trabalho. Psicologia Escolar e Educacional, 22(3), 573-581, set/dez. https://doi.org/10.1590/2175-35392018035449
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), empregabilidade de pessoas com deficiência (Pereira-Guizzo, Del Prette, & Del Prette, 2012Pereira-Guizzo, C. S.; Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2012). Avaliação de um programa de habilidades sociais profissionais para pessoas com deficiência física desempregadas. Psicologia Reflexão e Crítica, 25(2), 265-274.), entre outros. Cada um desses contextos estabelece demandas generalizadas e específicas de desempenhos sociais e, por isso, o comportamento social deve ser compreendido tanto em sua especificidade como na possibilidade de compartilhamento de um mesmo desempenho social (Del Prette & Del Prette, 2013Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2013). Psicologia das relações interpessoais: Vivências para o trabalho em grupo (10 ed.). Petrópolis, RJ: Editora Vozes .; Kelly, 2002Kelly, J. A. (2002). Entrenamiento de las habilidades sociales (8. ed.). Nueva York: Springer Publishing Co.).

Essas demandas generalizadas e específicas de um comportamento social geram a necessidade de compreender quais variáveis e processos determinam esses comportamentos e, assim, estabelecer as bases para o planejamento e condução de programas de aprimoramento do repertório de habilidades sociais, considerando os requisitos de competência social. Como exemplo, as evidências empíricas sobre a especificidade situacional das habilidades sociais levam a uma avaliação criteriosa dos contextos em que o desempenho ocorre como satisfatório ou não (Del Prette & Del Prette, 2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes., 2018aDel Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2018a). Relação entre habilidades sociais e análise do comportamento: história e atualidades. In: N. Kienen; S. R. S. A. Gil; J. C. Luzia; J. Gamba (Eds.), Análise do Comportamento: [livro eletrônico] conceitos e aplicações a processos educativos clínicos e organizacionais (pp. 39-53). Universidade Estadual de Londrina. Recuperado de: https://www.academia.edu/38230088/A_rela%C3%A7%C3%A3o_entre_habilidades_sociais_e_an%C3%A1lise_do_comportamento_hist%C3%B3ria_e_atualidades.
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). É o caso, por exemplo, de uma pessoa que pode apresentar desempenho assertivo no trabalho, mas não junto a familiares, o que teoricamente supõe um plano de intervenção focado nas relações familiares, quanto a esse aspecto.

Esse plano de intervenção, em sua vertente aplicada, poderia ser realizado por meio dos programas de Treinamento de Habilidades Sociais (THS). Isso porque os estes utilizam um conjunto de princípios, objetivos e conceitos que geram procedimentos e técnicas tanto para avaliação e identificação das classes de habilidades sociais deficitárias em determinados contextos e demandas sociais como para a intervenção visando a superação desses déficits (Del Prette & Del Prette, 2012Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2012). Psicologia das habilidades sociais: terapia, educação e trabalho. (9 ed). Petrópolis, RJ: Editora Vozes.). A proposta de Del Prette e Del Prette (2017)Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes., de que os programas de THS sejam orientados para a competência social, leva a uma definição específica de THS em termos de “um conjunto de atividades planejadas que estruturam processos de aprendizagem, mediados e conduzidos por um terapeuta ou facilitador, devidamente preparado, visando a aquisição e/ou aperfeiçoamento das HS e, também, os requisitos da Competência SocialO (p. 80).

A eficácia de programas de THS nos meios nacionais e internacionais tem sido atestada junto a diferentes populações como, por exemplo, pessoas com deficiência (Gresham, Sugai, & Horner, 2001Gresham, F. M.; Sugai, G. M.; Horner, R. H. (2001). Interpreting outcomes of social skills training for students with high-incidence disabilities. Exceptional Learning, 67(3), 331-344.; Ozonoff & Miller, 1995Ozonoff, S.; Miller, J. N. (1995). Teaching theory of mind: A new approach to social skills training for individuals with autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, 25(4), 415-433.), pacientes com problemas psicológicos (Herbert, Gaudiano, Rheingold, Myers, & Nolan, 2004Herbert, J. D.; Gaudiano, B. A.; Rheingold, A. A.; Myers, V. H.; Dalrymple, K.; Nolan, E. M. (2004). Social Skills Training Augments the Effectiveness of Cognitive Behavioral Group Therapy for Social Anxiety Disorder. Behavior Therapy, 36(2), 125-138.; Linehan, 1993Linehan, M. M. (1993). Diagnosis and treatment of mental disorders. Cognitive-behavioral treatment of borderline personality disorder. New York, NY, US: Guilford Press.), crianças (Salvo, Mazzarotto, & Löhr, 2005Salvo, C. G.; Mazzarotto, I. H. K.; Löhr, S. S. (2005). Promoção de habilidades sociais em pré-escolares. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 15(1), 46-55.), em pais de crianças com dificuldades escolares (Barros & Del Prette, 2007Barros, S. K. S. N.; Del Prette, A. (2007). Um treinamento de habilidades sociais para pais pode beneficiar os filhos na escola? Revista da Sociedade de Psicologia do Triângulo Mineiro, 11(1), 107-123.; Pinheiro, Haase, & Del Prette, 2002Pinheiro, M. I. S.; Haase, V. G.; Del Prette, A. (2002). Pais como co-terapeutas: Treinamento em habilidades sociais como recurso adicional. Psicopatologia do Desenvolvimento , Relatórios Técnicos, 3(1), 1-42.), universitários (Lopes, Dascanio, Ferreira, Del Prette, & Del Prette, 2017Lopes, D. C.; Dascanio, D.; Ferreira, B. C.; Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2017). Treinamento de Habilidades Sociais: Avaliação de um Programa de Desenvolvimento Interpessoal Profissional para Universitários de Ciências Exatas. Interação em Psicologia, 21(1), 55-65. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/36210/32912
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; Melis, 2016Melis, M. T. V. (2016). Treinamento de habilidades sociais com universitários da área de fonoaudiologia: análise de conteúdo. (Dissertação de mestrado), Universidade de São Paulo, Bauru–SP.; Pureza, Rusch, Wagner, Oliveira, 2012Pureza, J. R.; Rusch, S. C. S.; Wagner, M.; Oliveira, M. S. (2012). Treinamento de habilidades sociais em universitários: uma proposta de intervenção.Revista brasileira de terapias cognitivas, 8(1), 2-9.), egressos da universidade (Lima, Luna, Moreira, Marteleto, Duran, & Dias, 2016Lima, D. R.; Luna, R. C. M.; Moreira, M. S.; Marteleto, M. R. F.; Duran, C. C. G.; Dias, E. T. D. M. (2016). Habilidades Sociais em estudantes de medicina: treinamento para redução de estresse. ConScientiae Saúde, 15(1), 30-37. https://doi.org/10.5585/conssaude.v15n1.6047
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), entre outros.

Diante dessa diversa aplicabilidade, um foco de interesse recai sobre a população universitária uma vez que nesse período de formação são identificadas demandas interpessoais específicas para desempenhos sociais que podem ter impacto tanto sobre o sucesso acadêmico quanto para a melhora sob os índices de saúde mental e realização profissional (Bolsoni-Silva, Barbosa, Brandão, & Loureiro, 2018Bolsoni-Silva, A. T.; Barbosa, R. M.; Brandão, A. S.; Loureiro, S. R. (2018). Prediction on course completion by students of a university in Brazil. PSICO-USF (impresso), 23, 425-436.; Hidalgo & Abarca, 1992Hidalgo, C. G.; Abarca, N. (1992). Comunicacion Interpesonal - Programa de Entrenamiento em Habilidades Sociales. Santiago, Chile: Editorial Universitaria.; Kelly, 2002Kelly, J. A. (2002). Entrenamiento de las habilidades sociales (8. ed.). Nueva York: Springer Publishing Co.; Mayhew, Rockenbach, Bowman, Seifert, Wolniak, Pascarella, & Terenzini, 2005Mayhew, M. J.; Rockenbach, A. N.; Bowman, N. A.; Seifert, T. A.; Wolniak, G. C.; Pascarella, W. E. T.; Terenzini, P. T. (2005). How College Affects Students. San Francisco: Jossey-Bass.). Além disso, embora ocorra ao longo de todo o ciclo vital (Papalia & Feldman, 2013Papalia, D. E.; Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano (12 ed). Porto Alegre: AMGH.), o desenvolvimento interpessoal na fase da formação universitária pode ser crucial por envolver demandas de interações específicas de colaboração com colegas e professores, atividades práticas de estágio no contexto de prestação de serviços, envolvimentos afetivo-sexuais e outros.

Somado a esses aspectos, a efetividade interpessoal diante dessas demandas pode ser também determinante para a adaptação e permanência na Universidade (Tezer, Kan, Õznacar, Sensoy, & Çaltikusu, 2019Tezer, M.; Kan, S. G.; Õznacar, B.; Sensoy, S.; Çaltikusu, C. (2019). Content analysis of master’s degree and doctorate theses where social skills training is approached, International Journal of Cognitive Research in Science, Engineering and Education (IJCRSEE), 7(1), 43-49. https://doi.org/10.5937/IJCRSEE1901043T
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), incluindo a prevenção ao isolamento social e depressão, lidar de maneira efetiva com a oferta de uso e o abuso de consumo de drogas (Sá & Del Prette, 2014Sá, L. G. C.; Del Prette, Z. A. P. (2014). Habilidades sociais como preditoras do envolvimento com álcool e outras drogas: um estudo exploratório. Interação em Psicologia(Online), 18(2), 167-178.), entre outros riscos (Almeida & Ferreira, 1999Almeida, L. S.; Ferreira, J. A. (1999). Adaptação e rendimento académico no ensino superior: Fundamentação e validação de uma escala de avaliação de vivências académicas. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 1(4), 157-170.; Moreno & Soares, 2014Moreno, P. F.; Soares, A. B. (2014). O que vai acontecer quando eu estiver na universidade?: Expectativas de jovens estudantes brasileiros. Aletheia, 45, 114-127.; Olaz, Medrano, & Cabanillas, 2017Olaz, F. O.; Medrano, L. A.; Cabanillas, G. A. (2017). Programa vivencial versus programa instrucional de habilidades sociais: impacto sobre a autoeficácia de universitários. In: A. Del Prette; Z. A. P. Del Prette (Eds.), Habilidades Sociais intervenções efetivas em grupos. (pp. 175 - 202). São Paulo: Pearson.).

Dessa forma, os estudos sobre intervenções em habilidades sociais com universitários, em diferentes cursos e áreas, vêm produzindo evidências importantes (Argyle, Bryant, & Trower, 1974Argyle, M.; Bryant, B.; Trower, P. (1974). Social Skills training and psychotherapy: A comparative study. Psychological Medicine, 4, 435-443.; Bolsoni-Silva, Barbosa, Brandão, & Loureiro, 2018Bolsoni-Silva, A. T.; Barbosa, R. M.; Brandão, A. S.; Loureiro, S. R. (2018). Prediction on course completion by students of a university in Brazil. PSICO-USF (impresso), 23, 425-436.; Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1999Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P.; Barreto, M. C. M. (1999). Habilidades sociales en la formación profesional del psicólogo: análisis de un programa de intervención. Psicología Conductual, 7(1), 27-47.; Lopes, Dascanio, Ferreira, Del Prette, & Del Prette, 2017Lopes, D. C.; Dascanio, D.; Ferreira, B. C.; Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2017). Treinamento de Habilidades Sociais: Avaliação de um Programa de Desenvolvimento Interpessoal Profissional para Universitários de Ciências Exatas. Interação em Psicologia, 21(1), 55-65. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/36210/32912
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; Tezer at al., 2019Tezer, M.; Kan, S. G.; Õznacar, B.; Sensoy, S.; Çaltikusu, C. (2019). Content analysis of master’s degree and doctorate theses where social skills training is approached, International Journal of Cognitive Research in Science, Engineering and Education (IJCRSEE), 7(1), 43-49. https://doi.org/10.5937/IJCRSEE1901043T
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) e, nesse sentido, sugere-se que a Universidade pode possibilitar um desenvolvimento interpessoal saudável do universitário, desde o momento de sua admissão (Olaz, Medrano, & Cabanillas, 2017Olaz, F. O.; Medrano, L. A.; Cabanillas, G. A. (2017). Programa vivencial versus programa instrucional de habilidades sociais: impacto sobre a autoeficácia de universitários. In: A. Del Prette; Z. A. P. Del Prette (Eds.), Habilidades Sociais intervenções efetivas em grupos. (pp. 175 - 202). São Paulo: Pearson.).

Assim, diante da defesa sobre a importância da promoção de habilidades sociais em universitários para um desempenho profissional promissor (Del Prette & Del Prette, 1983Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (1983). Análise de um repertório assertivo em estudantes de psicologia. Revista de Psicologia, 1, 15-24.; Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1999; Lopes, Dascanio, Ferreira, & Del Prette, 2017Lopes, D. C.; Dascanio, D.; Ferreira, B. C.; Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2017). Treinamento de Habilidades Sociais: Avaliação de um Programa de Desenvolvimento Interpessoal Profissional para Universitários de Ciências Exatas. Interação em Psicologia, 21(1), 55-65. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/36210/32912
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) e do reconhecimento de que a formação universitária deve considerar não só competências técnicas, mas também, demandas do ambiente de trabalho, de habilidades de relacionamento interpessoal como assertividade, desenvoltura social, capacidade de trabalho em equipe, comunicação, liderança, entre outros (Del Prette & Del Prette, 2018bDel Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2018b). Inventário de Habilidades Sociais 2 – IHS2-DEL-PRETTE. Manual de Aplicação, apuração e interpretação. São Paulo: Pearson Clinical Brasil.), faz-se necessário compreender o que já existe de estudos de intervenção que considerem as perspectivas apresentadas e, mais especificamente as voltadas para os programas de THS. Assim como, porque a necessidade de intervenções desse tipo vem sendo reconhecida pelos próprios estudantes (Monteiro & Soares, 2017Monteiro, M. C.; Soares, A. D. (2017). Concepções de estudantes sobre resolução de problemas e automonitoria. Psicologia Escolar e Educacional, 21(2). https://doi.org/10.1590/2175-3539201702121124
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) inclusive em termos de evidência de sua influência sobre as próprias expectativas e vivências acadêmicas (Benevides Soares, De Almeida Santos, Cleon de Andrade, & Siqueira Souza, 2017Benevides Soares, A.; De Almeida Santos, A.; Cleon de Andrade, A.; Siqueira de Souza, M. S. (2017). Expectativas acadêmicas e habilidades sociais na adaptação à universidade. Ciências Psicológicas, 11(1). https://doi.org/10.22235/cp.v11i2.1349
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).

Diante disso, com base na racional apresentada, entende-se que é fundamental sistematizar o que vem sendo produzido acerca de programas de THS com universitários de modo a auxiliar futuras pesquisas de intervenções nesse eixo considerando inclusive, a importância de inseri-los no currículo. Nesse sentido os estudos de revisão de literatura são ferramentas úteis que possibilitam aos pesquisadores uma visão longitudinal sobre possíveis lacunas nos métodos de intervenções, procedimentos efetivos, população mais recorrente, demandas específicas etc. como, por exemplo, a revisão de Tezer et al. (2019Tezer, M.; Kan, S. G.; Õznacar, B.; Sensoy, S.; Çaltikusu, C. (2019). Content analysis of master’s degree and doctorate theses where social skills training is approached, International Journal of Cognitive Research in Science, Engineering and Education (IJCRSEE), 7(1), 43-49. https://doi.org/10.5937/IJCRSEE1901043T
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) que verificou apenas uma pesquisa com a população turca direcionada a universitários.

Diante do exposto sugerem-se algumas questões norteadoras do presente estudo, sendo elas: 1. O que vem sendo produzido acerca de intervenções sobre o THS em populações universitárias? 2. Quais os principais instrumentos e delineamentos de pesquisa utilizados nesses estudos? 3. Quais as características e os principais resultados que englobam os THS utilizados? 4. Quais as principais limitações destacadas nos artigos publicados? Frente a tais questionamentos, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre programas de THS com universitários, publicados em periódicos nacionais e internacionais, enfatizando os instrumentos e delineamentos utilizados, além dos principais resultados e limitações.

MÉTODO

O presente estudo consistiu em uma busca eletrônica de artigos por meio do critério metodológico baseado no modelo PRISMA (Liberati, Altman, Tetzlaff, Mulrow, Gotzsche, Loannidis, Clarke, Devereaux, Kleijnen, & Moher, 2009Liberati, A.; Altman, D. G.; Tetzlaff, J.; Mulrow, C.; Gotzsche, P. C.; Loannidis, J. P.; Clarke, M.; Devereaux, P. J.; Kleijnen, J.; Moher, D. (2009). The PRISMA Statement for Reporting Systematic Reviews and Meta-Analyses of Studies That Evaluate Health Care Interventions: Explanation and Elaboration. Plos Medicine, 6(7).). O processo de busca foi realizado nos meses de janeiro e fevereiro de 2019 e atualizado em março de 2020. Foram adotados como critérios de Inclusão: (a) Tipo: artigos completos publicados em periódicos; (b) Tema: estudos empíricos sobre o Treinamento de Habilidades Sociais com o público universitário; (c) Período: abranger os artigos publicados desde 1998, uma vez que esse ano foi o marco do aumento de pesquisas nessa temática, a março de 2020; (d) Idioma: português, inglês ou espanhol. O corpus foi constituído pelas seguintes Bases de Dados: (a) Portal de Periódicos Capes (que engloba plataformas internacionais de artigos revisados por pares), (b) ERIC, Education Resources Information Center (publicações específicas da área da educação); (c) Página PHS/RIHS (http://www.phs.rihs.ufscar.br) do Grupo Relações Interpessoais e Habilidades Sociais, que reúne referências de estudo cientométrico na temática específicas das habilidades sociais; (d) DOAJ (Directory of Open Acess Journals); (e) EBSChost; (f) LILACS; (g) IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia); (h) WEB OF SCIENCE. A busca foi realizada com base nas “palavras-chave”, selecionadas apenas em inglês e combinadas nos eixos propostos: “social skills training” AND “undergraduate” OR “graduate students” OR “higher education”.

Quando a busca em determinada base não recuperou artigos com essas palavras-chave, foi efetuada nova busca apenas com o termo principal “Social Skills Training”, verificando, pela leitura do título e resumo, se o contexto da pesquisa englobava o público universitário. Inicialmente foi realizada a triagem inicial, baseada nos critérios anteriormente elencados. Na situação de busca dos artigos todos os títulos e resumos foram lidos e, então, os estudos selecionados para a leitura na íntegra ou descartados conforme os critérios de inclusão e exclusão descritos anteriormente. Foram excluídos os artigos: (a) duplicados (mesmo artigo publicado em duas plataformas distintas); (b) que não estavam disponíveis para a leitura na íntegra; c) artigos de THS com outras populações que não a universitária; d) teses, dissertações e capítulos de livro. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e categorizados quanto a: autoria, data da publicação, quantidade (N) e perfil da amostra, instrumentos utilizados, tipo de delineamento, técnicas, procedimentos e estrutura da intervenção, principais resultados e limitações indicadas pelos autores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 sumariza os artigos encontrados com o uso do Protocolo PRISMA. Inicialmente foram recuperados 2665 artigos e, após realizados os devidos refinamentos, o corpus ficou constituído por 13 publicações a serem descritas neste estudo de revisão. Do total de artigos encontrados, 2546 foram excluídos por não se adequarem aos critérios estabelecidos (tipo, tema, período, idioma e base de dados) e 10 por duplicidade. Assim, 109 artigos foram inicialmente selecionados para refinamento dos critérios de inclusão e excluídos 43 por não se tratar da população de universitários. Os 31 artigos restantes foram lidos na íntegra, excluindo-se 18 por não se adequarem aos critérios estabelecidos para a seleção (estudos com população escolar ou de adolescentes, que não estava explicitada no resumo). Dessa forma, chegou-se aos 13 estudos propostos aqui para análise conforme detalhamento descrito na Figura 1.

Figura 1
Organograma de Artigos Incluídos e Excluídos Conforme Proposta do Protocolo PRISMA.

Os 13 estudos deste corpus são apresentados no Quadro 1. Nele são destacados: autoria e data da publicação, perfil/tamanho da amostra (N), instrumentos utilizados, delineamento de pesquisa, características do THS (técnicas, procedimento e estruturas da intervenção), principais resultados e limitações indicadas pelos autores.

Quadro 1
Quadro Referente à Caracterização dos Artigos Recuperados e Incluídos na Análise Sistemática da Revisão (*Estudos Publicados no Brasil - **Estudos Publicados no Exterior).

Quadro 1
continuação

Observando-se o Quadro 1, verifica-se que os artigos sobre programas de THS, selecionados neste corpus, foram publicados a partir de 2014Sá, L. G. C.; Del Prette, Z. A. P. (2014). Habilidades sociais como preditoras do envolvimento com álcool e outras drogas: um estudo exploratório. Interação em Psicologia(Online), 18(2), 167-178. e, em sua maioria, recuperaram publicações brasileiras (n=8). De maneira geral, as intervenções relatadas nas pesquisas selecionadas para esse levantamento seguiram o planejamento usual THS, exceto em quatro estudos (Barco, 2006Barco, B. L. (2006). Elementos mediadores en la eficacia del aprendizaje cooperativo: Entrenamiento previo en habilidades sociales y dinámica de grupos. Anales de psicología, 22(1), 105-112.; Ferreira, Oliveira, & Vandenberghe, 2014Ferreira, V. S.; Oliveira, M. A.; Vandenberghe, L. (2014). Efeitos a Curto e Longo Prazo de um Grupo de Desenvolvimento de Habilidades Sociais para universitários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(1), 73-81.; Lima et al., 2016Lima, D. R.; Luna, R. C. M.; Moreira, M. S.; Marteleto, M. R. F.; Duran, C. C. G.; Dias, E. T. D. M. (2016). Habilidades Sociais em estudantes de medicina: treinamento para redução de estresse. ConScientiae Saúde, 15(1), 30-37. https://doi.org/10.5585/conssaude.v15n1.6047
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; Wagner, Pereira, & Oliveira, 2014Wagner, M. F.; Pereira, A. S.; Oliveira, M. S., (2014). Intervención sobre las dimensiones de la ansiedad social por medio de un programa de entrenamiento en habilidades sociales.Psicología Conductual,22, 423-448.) que focalizaram componentes específicos e não partiam da análise geral dos déficits dos participantes conforme sugerem Del Prette e Del Prette (2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.). Segundo Del Prette e Del Prette (2017)Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. a avaliação inicial é de suma importância, pois configura-se como base para a caracterização do repertório de HS da clientela e direciona objetivos e condições da intervenção a ser realizada. Todavia optou-se por manter os artigos que não realizaram essa caracterização inicial na presente revisão, considerando que: (a) apresentavam uma estrutura muito similar aos demais em termos da promoção de progressão de objetivos (de menor para maior complexidade); (b) representam uma alternativa, ainda pouco explorada, de intervenção focada em determinada classe de habilidades sociais, por exemplo, trabalho em grupo (Barco, 2016Barco, B. L. (2006). Elementos mediadores en la eficacia del aprendizaje cooperativo: Entrenamiento previo en habilidades sociales y dinámica de grupos. Anales de psicología, 22(1), 105-112.).

O tamanho da amostra de participantes do THS mostrou, de maneira geral, certa homogeneidade entre os artigos (Média=25,2, DP=11), com três trabalhos diferenciados dessa média. Esses foram os estudos de Mendo-Lázaro, Barco, Felipe-Castaño, Delrío e Palácios-García (2018Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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), cujos 132 participantes foram divididos em várias equipes de trabalho de quatro participantes, o estudo de Shayan e Ahmadigatab (2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.) em que os 100 participantes foram organizados em quatro grupos sendo dois controles e dois experimentais e o trabalho de Villas-Boas, Silveira e Bolsoni-Silva (2005Villas-Boas, A. C. V. B.; Silveira, F. F.; Bolsoni-Silva, A. T. (2005). Descrição de efeitos de um procedimento de intervenção em grupo com universitários: um estudo piloto. Interação em Psicologia, 9(2), 321-330.) com amostragem menor foi de quatro participantes. Sugere-se, portanto, que de maneira geral os estudos vêm seguindo um número bastante parecido de participantes e encontrando resultados promissores para os mesmos.

Quanto aos instrumentos de avaliação propostos nessas intervenções, nove estudos utilizaram o IHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2011bDel Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2011b). Inventário de habilidades sociais. São Paulo: Casa do Psicólogo.) associado a outros tipos de instrumentos. Barco (2006Barco, B. L. (2006). Elementos mediadores en la eficacia del aprendizaje cooperativo: Entrenamiento previo en habilidades sociales y dinámica de grupos. Anales de psicología, 22(1), 105-112.) utilizou três questionários (Papeis Sociais, Condutas Verbais e Ambientes grupais) e o Teste de Classificação de Desempenho Escolar. O estudo de Shayan e Ahmadigatab (2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.) utilizou o Oxford Happiness Questionnaire e o de Melis (2016Melis, M. T. V. (2016). Treinamento de habilidades sociais com universitários da área de fonoaudiologia: análise de conteúdo. (Dissertação de mestrado), Universidade de São Paulo, Bauru–SP.) baseou-se em um questionário elaborado pelas autoras. Mendo-Lázaro et al. (2016)Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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utilizaram Escala de Habilidades Sociais e Questionário de Ansiedade Social para Adultos.

Não obstante a predominância no uso do IHS-Del Prette, a tendência ao uso de mais de um instrumento se alinha com a importância da avaliação multimodal, amplamente defendida na área, que contempla diversos instrumentos, informantes ou constructos (Del Prette & Del Prette, 2012Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2012). Psicologia das habilidades sociais: terapia, educação e trabalho. (9 ed). Petrópolis, RJ: Editora Vozes.) e, dessa forma, essa tendência foi sinalizada na maior parte dos estudos aqui caracterizados.

Em relação ao número de sessões, verificou-se uma variação entre sete (Lima et al., 2016Lima, D. R.; Luna, R. C. M.; Moreira, M. S.; Marteleto, M. R. F.; Duran, C. C. G.; Dias, E. T. D. M. (2016). Habilidades Sociais em estudantes de medicina: treinamento para redução de estresse. ConScientiae Saúde, 15(1), 30-37. https://doi.org/10.5585/conssaude.v15n1.6047
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) e 39 (Mendo-Lázaro et al., 2016Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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), com regularidade de uma ou duas vezes por semana. Esse dado permite inferir a diversidade e efetividade desses THS e sugere que o atendimento às necessidades especificas dos participantes e busca de garantia à integridade da intervenção (Del Prette & Del Prette, 2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.) tem sido respeitada pelos idealizadores dessas intervenções.

Quanto aos delineamentos utilizados, os estudos foram pré-experimentais com medidas de pré e pós-teste em nove estudos e quatro estudos foram experimentais com grupo controle (Barco, 2016Barco, B. L. (2006). Elementos mediadores en la eficacia del aprendizaje cooperativo: Entrenamiento previo en habilidades sociales y dinámica de grupos. Anales de psicología, 22(1), 105-112.; Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1999Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P.; Barreto, M. C. M. (1999). Habilidades sociales en la formación profesional del psicólogo: análisis de un programa de intervención. Psicología Conductual, 7(1), 27-47.; Mendo-Lázaro et al., 2016Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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; Shayan & Ahmadigatab, 2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.). O delineamento experimental com a presença de grupo controle e sujeitos divididos aleatoriamente entre esses grupos tem sido considerado como fundamental para garantir evidências de efetividade e, portanto, parece ser um ponto a requerer maior investimento em programas com universitários (Del Prette & Del Prette, 2011aDel Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2011a). Práticas baseadas em evidência e treinamento de habilidades sociais. In: A. Del Prette; Z. A. P. Prette, (Eds.), Habilidades sociais: Intervenções efetivas em grupo (pp. 57-82). São Paulo: Casa do Psicólogo., 2018cDel Prette, A.; Del Prette, Z. A. P.; Barreto, M. C. M. (1999). Habilidades sociales en la formación profesional del psicólogo: análisis de un programa de intervención. Psicología Conductual, 7(1), 27-47.) no Brasil. Foram também raros os estudos que utilizaram medidas de follow-up, encontradas em apenas quatro estudos e somente a partir de 2014 (Ferreira, Oliveira, & Vandenberghe, 2014Ferreira, V. S.; Oliveira, M. A.; Vandenberghe, L. (2014). Efeitos a Curto e Longo Prazo de um Grupo de Desenvolvimento de Habilidades Sociais para universitários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(1), 73-81.; Lopes et al., 2017Lopes, D. C.; Dascanio, D.; Ferreira, B. C.; Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2017). Treinamento de Habilidades Sociais: Avaliação de um Programa de Desenvolvimento Interpessoal Profissional para Universitários de Ciências Exatas. Interação em Psicologia, 21(1), 55-65. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/36210/32912
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; Lopes, Gerolamo, Del Prette, Musetti, & Del Prette, 2015Lopes, D. C.; Gerolamo, M. C.; Del Prette, Z. A. P.; Musetti, M. A.; Del Prette, A. (2015). Social Skills: A Key Factor for Engineering Students to Develop Interpersonal Skills. International Journal of Engineering Education, 31(1-B), 405-413. Recuperado de https://www.rihs.ufscar.br/wp-content/uploads/2015/02/Social-skills_a-key-factor-of-engineering.pdf
https://www.rihs.ufscar.br/wp-content/up...
; Mendo-Lázaro et al., 2016Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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).

Sobre aos resultados dos artigos aqui analisados, todos os estudos reportam melhora no repertório de habilidades sociais dos participantes e, entre os indicadores utilizados encontram-se os de saúde mental como redução de stress (Lima et al., 2016Lima, D. R.; Luna, R. C. M.; Moreira, M. S.; Marteleto, M. R. F.; Duran, C. C. G.; Dias, E. T. D. M. (2016). Habilidades Sociais em estudantes de medicina: treinamento para redução de estresse. ConScientiae Saúde, 15(1), 30-37. https://doi.org/10.5585/conssaude.v15n1.6047
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), de ansiedade (Ferreira, Oliveira, & Vandenberghe, 2014Ferreira, V. S.; Oliveira, M. A.; Vandenberghe, L. (2014). Efeitos a Curto e Longo Prazo de um Grupo de Desenvolvimento de Habilidades Sociais para universitários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(1), 73-81.; Mendo-Lázaro et al., 2016Mendo-Lázaro, S.; Leon-Del-Barco, B.; Felipe-Castaño, E.; Polo-Del-Río, M. I.; Iglesias-Gallego, D. (2018). Cooperative Team Learning and the Development of Social Skills in Higher Education: The Variables Involved. Frontiers in Psychology, 9(article 1536). https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.01536
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) e níveis do sentimento de felicidade (Shayan & Ahmadigatab, 2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.). Tais dados retomam a necessidade e a contribuição que tais intervenções teriam nos contextos universitários tanto para a contribuição social como acadêmicas dos estudantes.

Quanto às características de estrutura dos programas, nove estudos organizaram THS a partir de sessões estruturadas e tendo como ponto de partida os déficits dos participantes. Essas sessões foram conduzidas por um terapeuta ou facilitador e teve uma duração pelo menos 10 sessões. Quanto às técnicas e procedimentos utilizados nesses programas, houve maior diversidade, desde relatos de técnicas como reforçamento, feedback, modelação, role-playing, reestruturação cognitiva, manejo de ansiedade, videofeedback, modelação, aprendizagem cooperativa e vivências. Não obstante a diversidade, os estudos em geral não discutiram os componentes críticos que poderiam explicar os resultados como, por exemplo, aqueles que envolvem a competência social, o que, portanto, parece ser um desafio para pesquisadores da área (Comodo, 2016Comodo, C. N. (2016). Vítimas, autores e testemunhas de bullying: uma avaliação das habilidades sociais e de indicadores da competência social. (Tese de doutorado), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP.; Del Prette & Del Prette, 2011aDel Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2011a). Práticas baseadas em evidência e treinamento de habilidades sociais. In: A. Del Prette; Z. A. P. Prette, (Eds.), Habilidades sociais: Intervenções efetivas em grupo (pp. 57-82). São Paulo: Casa do Psicólogo., 2018cDel Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2018b). Inventário de Habilidades Sociais 2 – IHS2-DEL-PRETTE. Manual de Aplicação, apuração e interpretação. São Paulo: Pearson Clinical Brasil.; Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1999Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P.; Barreto, M. C. M. (1999). Habilidades sociales en la formación profesional del psicólogo: análisis de un programa de intervención. Psicología Conductual, 7(1), 27-47.).

Dispostas as características organizacionais dos THS referenciados aqui, cabe ressaltar que a disseminação do THS nas Universidades pode ocorrer de diferentes formas e, portanto, os estudos aqui demonstram grande contribuição para a reflexão de como esses poderiam ocorrer. Uma alternativa promissora foi apresentada por Shayan e Ahmadigatab (2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.), ao sugerirem a oferta de oficinas de capacitação em habilidades sociais desde a entrada na universidade e continuada ao longo da graduação. Essas considerações são pertinentes à reflexão sobre o projeto pedagógico dos diferentes cursos universitários e o acompanhamento das tendências educacionais vigentes na atualidade. É o caso da intervenção, no contexto brasileiro, conduzida por Lessa (2017Lessa, T. C. R. (2017). Atividade curricular em habilidades sociais para professores de alunos do público-alvo da Educação Especial. (Dissertação de mestrado), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP.) por meio de vivências em habilidades sociais para grupos de alunos de graduação e professores já formados, em um programa vinculado a uma disciplina curricular optativa da universidade.

Outro aspecto a ser considerado é o momento do curso em que essas atividades de formação deveriam ocorrer, pois poucos estudos contemplaram os anos iniciais da vida acadêmica (Shayan & Ahmadigatab, 2012Shayan, N.; Ahmadigatab, T. (2012). The effectiveness of social skills training on students’ levels of happiness. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 46, 2693-2696.). Certamente, intervenções precoces podem auxiliar os estudantes em toda sua jornada universitária, tanto no que diz respeito à melhoria da qualidade de saúde mental, como em processos cognitivos de aprendizagem. Finalmente, apesar de não ser o objetivo do presente estudo, cabe destacar que a maioria dos estudos selecionados nessa revisão não fez referência ao conceito de competência social apesar de utilizarem as habilidades sociais. Pode-se supor que isso ocorreu porque a centralidade desse conceito somente foi enfatizada recentemente e, também, devido à complexidade de critérios que envolvem a avaliação desse constructo, conforme reconhecem Del Prette e Del Prette (2017Del Prette, A.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Competência social e habilidades sociais manual teórico-prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.). Essa avaliação requer investigar comportamentos complexos dos participantes durante a interação em diferentes contextos (reais ou simulados), de modo a aferir resultados imediatos e prováveis a médio e longo prazo para a própria pessoa e seu contexto (Del Prette & Del Prette, 2017) e, por isso, poderia ser foco de futuros estudos dentro da área.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que o presente artigo trouxe contribuições importantes para a literatura da área do THS. Isso porque, na avaliação dos programas, todos os estudos desse corpus indicaram melhora dos participantes em habilidades sociais e também, de maneira geral, em saúde mental e adaptação às demandas interativas da universidade e demandas similares às do futuro ambiente de trabalho. Dessa forma, estudos que englobem esse tipo de intervenção poderiam continuar sendo explorados com essa população e considera-se que, não obstante aos avanços do campo teórico e prático das habilidades sociais, entende-se que há muitos aspectos adicionais a serem considerados, especialmente no que se refere às condições de ensino e formação de alunos de graduação.

Considerando a possibilidade de disseminação, tanto teórica quanto prática, do campo das habilidades sociais, é possível supor que intervenções futuras devessem considerar, também, a avaliação e a promoção dos demais requisitos da Competência Social como valores de convivência, automonitoria, conhecimento sobre as regras e normas do ambiente social, autoconhecimento. Todos podem ser entendidos como relevantes na formação acadêmica de universitários em geral, bem como na atuação futura no contexto corporativo de trabalho e merecem, portanto, ser foco de futuras pesquisas que possam aprofundar tais requisitos.

Não obstante ao quadro geral obtido nessa revisão, algumas limitações devem ser apontadas. A primeira delas refere-se ao escopo do estudo, considerando as palavras-chave utilizadas. Por terem sido bem delimitadas, elas podem ter excluído estudos com temática similar, mas potencialmente relevantes como os que considera programas voltados a habilidades específicas e que também são raros na literatura ou, ainda, que considera uma plataforma de pesquisa específica. Como, por exemplo, artigos que envolvem o treino de empatia, treino de comunicação, assertividade (Aryani & Bakhtiar, 2018Aryani, F.; Bakhtiar, M. I. (2018). Effect of assertive training on cyber bullying behavior for students. Konselor, 7(2), 78-88. https://doi.org/10.24036/020187210283-0-00
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), teses e dissertações que ainda não foram publicadas, entre outros. Contudo, considera-se que essa revisão traz importantes contribuições para a ciência da área das habilidades sociais e treinamento de habilidades sociais e oferece possíveis direcionamentos em futuras intervenções especialmente com o público universitário.

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  • Apoio Financeiro: CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jan 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    06 Abr 2020
  • Aceito
    16 Dez 2020
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