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A PRODUÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZACIONAL NOS SIMPÓSIOS DA ANPEPP

PRODUCCIÓN EN PSICOLOGÍA DEL TRABAJO Y DE LA ORGANIZACIÓN EN SIMPOSIOS DE ANPEPP

RESUMO.

Este artigo objetiva analisar a produção referente à subárea psicologia do trabalho e organizacional relatada nos Simpósios da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), locus privilegiado de discussões sobre a construção presente e os desafios futuros da pesquisa em psicologia no Brasil. Realizou-se a análise dos relatórios dos Grupos de Trabalho inscritos nas 18 edições dos Simpósios da ANPEPP (1988 a 2018); do total de 677 trabalhos, 61 foram analisados por descreverem em suas proposições questões teórico-metodológicas relativas ao universo do trabalho e das organizações. Os resultados indicam que, desde os primeiros simpósios, os Grupos de Trabalho em Psicologia do Trabalho e Organizacional tematizaram discussões sobre a fragilidade da formação para a área, em nível de graduação e pós-graduação, o que se desdobraria na restrita produção de conhecimento e desafios para a inserção profissional. Posteriormente, a questão da interdisciplinaridade e dos fundamentos teórico-metodológicos entraram em foco; mais recentemente, a necessidade da internacionalização da produção científica assumiu o protagonismo das discussões. Como encerramento, são indicadas as limitações que a estratégia metodológica impôs diante da riqueza do material consultado. Novos estudos poderão aprofundar a análise qualitativa da produção referida, revelando características diferenciais dos subcampos.

Palavras-chave:
Psicologia do trabalho e organizacional; produção do conhecimento; ANPEPP

RESUMEN.

Este artículo tiene como objetivo analizar la producción referente a la subárea de Psicología del Trabajo y de la Organización informada en los Simposios de la Asociación Nacional de Investigación y Estudios de Posgrado en Psicología (ANPEPP), un lugar privilegiado de discusiones sobre la construcción actual y los desafíos futuros de la investigación en Psicología en Brasil. Análisis de los informes de los Grupos de Trabajo registrados en las 18 ediciones de los Simposios ANPEPP (1988 a 2018). De un total de 677 obras, 61 fueron analizadas para describir en sus propuestas cuestiones teóricas y metodológicas relacionadas con el universo del trabajo y las organizaciones. Los resultados indican que, desde los primeros simposios, los Grupos de Trabajo en Psicología Ocupacional y Organizacional tuvieron discusiones sobre la fragilidad en la educación de pregrado y posgrado, que se desarrollaría en la producción restringida de conocimiento y desafíos para la inserción profesional. Posteriormente, se enfoco el tema de la interdisciplinariedad y los fundamentos teórico-metodológicos. Más recientemente, la necesidad de internacionalización de la producción científica ha tomado la delantera en las discusiones. En conclusión, se indican las limitaciones que la estrategia metodológica impuso a la riqueza del material consultado. Otros estudios pueden profundizar el análisis cualitativo de la producción referida, revelando características diferenciales de los subcampos.

Palabras clave:
Psicología ocupacional y organizacional; producción del conocimiento; ANPEPP

ABSTRACT.

This article aims to analyze the production related to the Work and Organizational Psychology subarea reported in the Symposia of the National Association of Research and Postgraduate Studies in Psychology (known in Brazil as Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - ANPEPP), a privileged locus of discussions about the current construction and the future challenges of research in Psychology in Brazil. An analysis of the reports of the Working Groups registered in the 18 editions of the ANPEPP Symposia (1988 to 2018) was carried out. From 677 works, 61 were analyzed for describing in their propositions theoretical and methodological issues related to the universe of work and organizations. The results indicate that, since the first symposium, the Working Groups in Work and Organizational Psychology have discussed the fragility at the undergraduate and postgraduate levels, which would unfold in the reduced knowledge production and challenges for professional insertion. Subsequently, the issue of interdisciplinarity and theoretical-methodological foundations came into focus; more recently, the need for the internationalization of scientific production has taken the lead role in discussions. As a closure, the limitations that the methodological strategy imposed before the wealth of the consulted material are indicated. Further studies may deepen the qualitative analysis of the referred production, revealing different characteristics of the subfields.

Keywords:
Work and organizational psychology; knowledge production; ANPEPP

Introdução

Ante o cenário de transformações das relações de trabalho, este artigo origina-se do interesse em compreender a articulação da produção de conhecimento da subárea Psicologia do Trabalho e Organizacional (PT&O) com as questões emergentes da realidade brasileira no campo do trabalho e das organizações. Fomentado no contexto de discussões do Laboratório Interinstitucional Subjetividade e Trabalho (LIST), rede de intercâmbio entre pesquisadores, o encaminhamento adotado foi a análise da produção relatada nos Grupos de Trabalho (GTs) dos Simpósios da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP).

Fundada na década de 1980, a ANPEPP objetiva congregar os programas brasileiros de pós-graduação formalmente vinculados a instituições de ensino superior para fomentar a formação de profissionais para a pesquisa e a pós-graduação em psicologia (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia [ANPEPP], 2019Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP] Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2019). Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/
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). Desde então, os simpósios têm se configurado como locus privilegiado de discussões sobre a construção presente e os desafios futuros da pesquisa em psicologia no Brasil. A ANPEPP constitui-se como “[...] organização sem fins lucrativos e apartidária fundada em 1983, durante a XXXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, realizada em Belém do Pará” (ANPEPP, 2019Dejours, C. (2011). Entre o sofrimento e a reapropriação: o sentido do trabalho. In S. Lancman & L. I. Sznelwar(Orgs.), Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho(p. 433-448). Rio de Janeiro, RJ : Editora Fiocruz.). Em 1988, a Associação deu início à organização de simpósios como forma de agregar discussões sobre a pesquisa e a formação, com, segundo a própria ANPEPP (2019)Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP] Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2019). Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/
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, a reunião da quase totalidade dos pesquisadores dos programas de pós-graduação em psicologia. O primeiro Simpósio aconteceu em Caruaru-PE.

No segundo simpósio da ANPEPP, foram criados os GTs, cuja finalidade é a articulação entre pesquisadores das áreas temáticas para interlocuções, intercâmbios e produções conjuntas. Trata-se de um espaço para dinamizar as trocas entre pesquisadores e professores de programas stricto sensu em psicologia. A partir dessa edição, os GTs tornaram-se a referência de operacionalização dos simpósios. Em 1990, no terceiro simpósio, define-se a periodicidade bianual dos encontros. A última edição analisada nesta pesquisa foi a 17ª, sediada em Brasília-DF em 2018. Ao longo das 17 edições dos simpósios, os números de participantes, bem como de GTs, cresceram vertiginosamente, passando de dez GTs em 1989 para 79 GTs, nas diversas subáreas e temáticas da psicologia, no XVII Simpósio realizado em 2018 (ANPEPP, 2018Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2018). Anais do 17º Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da ANPEPP. In M. C. S. L. Oliveira(Org.),17º Simpósio da Anpepp(p. 34-982). Brasília, DF. Recuperado de: https://www.simposio2018.anpepp.org.br/download/download?ID_DOWNLOAD=83
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). Segundo a própria instituição, um GT caracteriza-se por ser uma “[...] formação de redes entre pesquisadores de diferentes universidades e regiões do país, bem como do exterior, com o objetivo de promover a investigação de temas e questões concernentes ao grande campo da Psicologia” (ANPEPP, 2019Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP] Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2019). Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/
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). Cada GT deve ter uma equipe com produção continuada, critério essencial para a participação nos simpósios.

Da edição do evento, é elaborado um relatório das discussões e encaminhamentos do trabalho do grupo, que deve constituir de produtos colaborativos, tais como organização de livros, dossiês, eventos, editoria de artigos, escrita de capítulos de livros, formulações de bancas de defesas de trabalhos científicos, entre outros. A memória de grande parte das diversas atividades dos simpósios (conferências, mesas redondas e encontros dos GTs) gerou, ao longo das 17 edições, textos de autorias institucionais, individuais e coletivas, que estão organizados em coletâneas integralmente disponibilizadas no site oficial da Associação (2019Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP] Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2019). Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/
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), bem como em páginas exclusivas das edições dos eventos. Como parte desse acervo, estão os resumos dos GTs de cada um dos simpósios, material que registra as reverberações do grupo naquele momento histórico. A partir da leitura e da análise desses escritos, é possível mapear e problematizar grande parte da produção do conhecimento em psicologia na pós-graduação brasileira nas últimas décadas. Comumente, nas edições do simpósio, os GTs discutem os dados de pesquisas em andamento ou recentemente finalizadas e suas produções técnicas e bibliográficas e estabelecem agendas coletivas de pesquisas e produções. Essas interlocuções estão representadas nos resumos dos grupos publicados nos anais. A partir deste contexto, o presente artigo objetiva analisar as produções de GTs, tendo como foco a subárea PT&O. Almeja-se problematizar a produção do conhecimento dessa subárea na pós-graduação brasileira, nos simpósios da ANPEPP, desde a primeira edição do evento, em 1988, até a de 2018. A análise desses registros justifica-se por eles refletirem as principais questões mobilizadoras e tensionadoras nas últimas décadas deste campo de estudos.

Neste artigo, adotou-se a nomenclatura Psicologia do Trabalho e das Organizações (PT&O) conforme descrição na tabela de áreas do conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Como agência governamental, o CNPq coloca-se como importante orientador para a formação de pesquisadores por ter a atribuição de fomentar a pesquisa científica e tecnológica brasileira; por isso, a colocamos como referência para tal escolha. A exceção do uso de PT&O ocorre quando resgatamos os termos utilizados pelos GTs. Nesse contexto, a denominação utilizada será a adotada pelo grupo a partir da diversidade de possibilidades de perspectivas e de nomenclaturas.

As relações entre psicologia e trabalho no Brasil apresentam diversificações (Leão, 2012Leão, L. H. C. (2012). Psicologia do trabalho: aspectos históricos, abordagens e desafios atuais. ECOS-Estudos Contemporâneos da Subjetividade, 2(2), 291-305. Recuperado de: http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/viewFile/1008/722
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). Borges-Andrade e Zanelli (2014Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E., & Bastos, A. V. B. (Orgs.). (2014). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre, RS: Artmed.) afirmam que essas relações se compõem por campos que fornecem subsídios epistemológicos e metodológicos entre si e, em termos de nomenclatura, podem assumir distintas composições. Esses campos são a Psicologia do Trabalho (PT), que estuda o ser humano e suas atividades no universo laboral, a Psicologia Organizacional (PO) e a do Comportamento Organizacional (CO), que focam nas ações de trabalho no contexto das organizações e suas implicações para o trabalhador, os coletivos de trabalho e a própria organização. Desta forma, o uso da nomenclatura Psicologia do Trabalho e Organizações (PT&O) ou Psicologia das Organizações e do Trabalho (PO&T) indica qual dimensão está em evidência, o trabalho ou as organizações. Outro direcionamento às relações entre psicologia e trabalho pode ser encontrado sob a denominação Psicologia Social e Trabalho (PST). Propondo redefinir a PT, buscaram-se sustentações teóricas, críticas e não positivistas da psicologia social para compreender e atuar sobre fenômenos do mundo do trabalho objetivando tanto suas transformações como também da sociedade (Leão, 2012Leão, L. H. C. (2012). Psicologia do trabalho: aspectos históricos, abordagens e desafios atuais. ECOS-Estudos Contemporâneos da Subjetividade, 2(2), 291-305. Recuperado de: http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/viewFile/1008/722
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).

Metodologia

Realizou-se consulta e leitura de todos os resumos e relatórios dos GTs inscritos em todas as edições dos Simpósios da ANPEPP e disponibilizados na página da Associação. Ao todo, foram analisados 677 textos. A delimitação dos GTs à subárea de PT&O foi realizada pela presença dos descritores ‘trabalho’, ‘trabalhadores’, ‘organizações’ no título do resumo, ou termos similares e relacionados com o trabalho. Em seguida, foram lidos seus objetos e objetivos e selecionados aqueles que firmavam suas proposições sobre questões teórico-metodológicas relativas ao universo do trabalho. Do total de 677 resumos inscritos nos Simpósios e publicados na página da Associação, 62 foram classificados como vinculados à PT&O, mas apenas 61 foram analisados, já que um desses resumos não estava disponível.

Porque olhar para a produção do conhecimento em PT&O?

Em revisão sistemática, Oliveira, Silva e Sticca (2018Oliveira, L. P., Silva, F. H. M., & Sticca, M. G. (2018). Revisão sistemática da produção acadêmica em psicologia do trabalho no Brasil. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 18(2), 354-363. Doi: http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2018.2.13688
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) avaliaram e sistematizaram artigos em PT&O publicados em bases de dados brasileiras entre 2010 e 2016, tendo como foco periódicos de psicologia. Adotaram como critério de análise dos artigos selecionados a classificação de áreas de intervenção e atividades do psicólogo do trabalho proposta por Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2014Borges-Andrade, J. E., & Zanelli, J. C. (2014). Psicologia e produção do conhecimento em organizações e trabalho. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade& A. V. B. Bastos(Orgs.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil(p. 492-517). Porto Alegre, RS: Artmed .). Apesar de adaptações realizadas nessa classificação, as autoras reconhecem que a metodologia pode ter gerado perdas de alguns estudos. Considerando-se o número de publicações por ano, as autoras detectaram variações, com maior índice de publicação em 2012 (34 artigos) e uma queda em 2015 (24 artigos) e 2016 (22 artigos). Quanto à temática, 52% dos artigos em PT&O apresentam a temática saúde mental no trabalho. Mesmo com a constatação da produção em PT&O em todos os periódicos consultados, a consideraram pouco expressiva quando comparada à totalidade de produção em psicologia, sem aumento de publicações ao longo dos anos analisados. Como hipótese para tal resultado, destacam a reduzida expressividade da área na Psicologia (Oliveira et al., 2018Oliveira, L. P., Silva, F. H. M., & Sticca, M. G. (2018). Revisão sistemática da produção acadêmica em psicologia do trabalho no Brasil. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 18(2), 354-363. Doi: http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2018.2.13688
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). Tais ponderações reforçam a importância de olhar analiticamente os estudos acadêmico-científicos discutidos na ANPEPP e colaboram para o compromisso ético-político com o fazer da psicologia. Além disso, neste texto, considera-se a perspectiva de que os estudos sobre a categoria trabalho são contribuintes para um entendimento sobre a sociedade brasileira, bem como sua transformação.

Existe outro aspecto que não deve ser negligenciado: o papel do trabalho na construção da identidade do trabalhador. Para desenvolver essa dimensão, recorremos às contribuições de Dejours (2011)Dejours, C. (2011). Entre o sofrimento e a reapropriação: o sentido do trabalho. In S. Lancman & L. I. Sznelwar(Orgs.), Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho(p. 433-448). Rio de Janeiro, RJ : Editora Fiocruz.: para ele, ao trabalhar, os seres humanos buscam imprimir sua singularidade à organização do trabalho via mobilização de sua subjetividade frente aos imprevistos inerentes à permanente defasagem entre o trabalho prescrito e o trabalho real. A expressão dessa singularidade dar-se-á pela criação de modos operatórios direcionados para os resultados prescritos e esperados da execução do trabalho. Ao reconhecer essa dinâmica, presente em qualquer situação de trabalho, Dejours (2011)Dejours, C. (2011). Entre o sofrimento e a reapropriação: o sentido do trabalho. In S. Lancman & L. I. Sznelwar(Orgs.), Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho(p. 433-448). Rio de Janeiro, RJ : Editora Fiocruz. enfatiza a importância da dinâmica do reconhecimento, uma condição social pela qual a mobilização subjetiva pode ser acolhida nas organizações de trabalho. Focar as discussões da área de estudo da psicologia direcionadas para as relações entre humanos-trabalho-organizações-sociedade torna evidência como historicamente esses atores e relações transformam-se continuamente, ganhando variados sentidos, a partir de movimentos econômicos, sociais, políticos e subjetivos. Dessa forma, este artigo defende que olhar a produção do conhecimento em PT&O é olhar o próprio trabalho enquanto importante fenômeno psíquico e social.

Memórias dos Simpósios da ANPEPP: um recorte da PT&O

A Tabela 1 apresenta o detalhamento dos GTs de PT&O por cada Simpósio da ANPEPP. Nas primeiras três edições, o evento foi anual; a partir da quarta, tornou-se bianual. Na Tabela 1 é possível observar a evolução numérica de GTs voltados para o campo do trabalho e das organizações.

O primeiro simpósio da ANPEPP não contou com a modalidade dos grupos de trabalho (GTs), que foram criados apenas na edição seguinte. Na segunda edição, dos dez GTs, nenhum grupo abarcou questões pertinentes à temática em foco. A terceira edição do Simpósio contou com a participação de cinco GTs. Nesses, questões sobre trabalho foram, de forma propositiva, discutidas em um único GT denominado ‘Estudos de organização e trabalho’, com coordenação vinculada à Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP)1. Ele tornou-se o primeiro GT dos simpósios da ANPEPP a ter as questões do mundo trabalho como temática. O grupo, em seus objetivos, trazia a preocupação sobre como o tema ‘organização e trabalho’ era, até então, pouco tratado na pós-graduação, salientando, inclusive, a inexistência de programas voltados especificamente para essa subárea. Como encaminhamento, comprometeu-se, por meio de interlocuções interna e externa ao grupo, estimular a produção acadêmica na área (ANPEPP, 1990Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1990). GTs do III Simpósio, Águas de São Pedro, 1990. In M. L. P. B. Franco & R. M. S. Macedo(Orgs.). 3º Simpósio Brasileiro da Anpepp (p. 195-217). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=432
https://www.anpepp.org.br/conteudo/view?...
).

Tabela 1
Caracterização dos Simpósios da ANPEPP

O quarto simpósio da ANPEPP agregou 13 GTs, sendo dois com temática relacionada aos processos de trabalho: ‘Perspectivas da abordagem psicossociológica’ (Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ), e o GT ‘Ambiente, funções e comportamento organizacional’ (Universidade de Brasília - UnB). O primeiro grupo objetivou discutir relações sociais e intervenções psicossociológicas em contextos diversos, entre eles, o desemprego. O segundo grupo foi o desdobramento do único GT sobre trabalho da terceira edição. Neste momento, ao mesmo tempo em que se testemunhava o amadurecimento do grupo, que buscava estratégias para sua consolidação como estudiosos de ‘Organização e Trabalho’, a questão da psicologia organizacional, conforme nomeavam, precisava, ainda, estruturar-se, fazendo-se presente nos programas de pós-graduação (ANPEPP, 1992Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1992). IV Simpósio, Brasília, 1992. In T. P. L. Mettel & M. A. G. Feitosa, (Orgs.), 4º Simpósio Brasileiro da Anpepp (p. 61-176). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/iv-simposio-brasilia-1992
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).

O quinto simpósio da ANPEPP foi um momento em que participaram 20 GTs, dois da temática trabalho. O grupo ‘Trabalho e construção da subjetividade’ (Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS) propôs redimensionar as noções de trabalho e subjetividade para a ênfase em modos de subjetivação dos sujeitos na dinâmica das relações sociais. O segundo GT, ‘Uma agenda para a Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT)’ (UnB) discutiu no simpósio o panorama das pesquisas em POT naquele momento, indicando a inexpressividade da formação para a área, assim como os poucos pesquisadores e professores qualificados dedicados a esta perspectiva, o que resultaria em escassa divulgação da produção de conhecimento na área (ANPEPP, 1994Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1994). V Simpósio, Caxambu, 1994. In R. H. F. Campos & E. M. Bomfim (Orgs.), 5º Simpósio da Anpepp (p. 15-209). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/v-simposio-caxambu-1994
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).

No sexto simpósio estiveram presentes 28 GTs, dos quais três tinham como foco o trabalho. Os dois grupos ordenaram seus debates em pontos que se aproximam e se distanciam conforme a perspectiva: um GT discutiu as ‘Relações entre a pós-graduação, graduação, especialização e pesquisa em psicologia do trabalho’ (UnB), enquanto outro GT abordou ‘Relações entre pós-graduação, graduação e pesquisa em psicologia organizacional’ (UnB). Outro GT, denominado ‘Organizações brasileiras: cultura, mudança e medidas’ (UnB) focou discussões teóricas e experiências práticas de elaboração e aplicação de instrumentos de medida para dimensões organizacionais (ANPEPP, 1996Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1996). Memória científica: grupos do VI simpósio. In T. Féres-Carneiro (Org.),6º Simpósio da Anpepp (p. 57-176). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/iv-simposio-brasilia-1992
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).

O sétimo encontro da ANPEPP contou com a participação de 35 GTs, dos quais três com temáticas no escopo do que aqui estamos tratando. O grupo ‘Comportamento organizacional, indivíduo, processos organizacionais e contextos de trabalho’ (UnB), em linhas gerais, preocupou-se em abordar processos e fenômenos presentes nas relações de trabalho, discutindo desde a constituição de uma agenda de pesquisa sobre comprometimento no trabalho até a problematização sobre aspectos culturais em uma organização governamental. ‘Valores e comportamento organizacional’ (UnB); no evento, eles discutiram suas pesquisas sobre a noção de valor em organizações, instituições públicas e em contextos de desemprego, questões estas do ponto de vista dos atores sociais. Outro GT denominava-se ‘Subjetividade e trabalho’ (UnB). Suas análises eram de perspectivas da subjetividade em contextos da saúde ocupacional, de acidentes de trabalho e significados compartilhados e seus impactos na saúde (ANPEPP, 1998Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1998). Memória científica: grupos de trabalho. In C. S. Hutz(Org.),7º Simpósio da Anpepp(p. 05-187). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/acervo/Simpo07.htm
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).

À época do oitavo simpósio, 30 GTs reuniram-se no evento, dos quais apenas um GT trazia como ponto de discussão o trabalho. O GT ‘Desafios metodológicos da pesquisa em psicologia organizacional e do trabalho’ (coordenação compartilhada UnB/UFSC) analisou, naquela edição, experiências que consideravam efetivas sobre a apreensão de processos individuais e coletivos no contexto de organizações e trabalho (ANPEPP, 2000Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (1998). Memória científica: grupos de trabalho. In C. S. Hutz(Org.),7º Simpósio da Anpepp(p. 05-187). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/acervo/Simpo07.htm
https://www.anpepp.org.br/acervo/Simpo07...
).

A nona edição do Simpósio teve um total de 32 GTs, mas somente dois GTs tinham o trabalho como temática. Um deles denominou-se ‘Pós-graduação e pesquisa em Psicologia Organizacional e do Trabalho: estreitando laços com a graduação brasileira’ (UFSC). O grupo resgatou a formalização da Sociedade Brasileira de POT, no ano anterior, e propôs-se, enquanto produto final do evento, constituir material didático-acadêmico com alicerces para a formação básica para a área POT na graduação. O segundo GT, ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB), tinha por objetivo discutir as inter-relações entre fatores culturais da organização e a saúde (física e psicológica) do trabalhador (ANPEPP, 2002Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2002). IX Simpósio, Águas de Lindóia, 2002. In M. L. S. Moura & P. R. M. Meandro (Orgs.),9º Simpósio da Anpepp (p. 39-291). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/ix-simposio-aguas-de-lindoia-2002
https://www.anpepp.org.br/ix-simposio-ag...
).

No décimo simpósio estiveram presentes 41 GTs, dos quais três com foco no trabalho. O GT ‘A ocupação do psicólogo: um exame à luz das categorias da POT’ (Universidade Federal da Bahia - UFBA) sinalizava ali a produção científico-acadêmica que a POT brasileira vinha acumulando sobre fenômenos do mundo do trabalho em um momento que afirmavam ser de transição nas múltiplas dimensões dele. Assim, propunham, a partir de diferentes perspectivas teóricas geradas na POT, examinar a dinâmica da profissão do psicólogo no Brasil, aplicando sistemáticas de estudo da área. O GT ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB) apresentou e discutiu estudos que articulavam valores culturais enquanto orientadores da vida organizacional e suas implicações em condições de adoecimento do trabalhador, inclusive, em suas formas extremas, tais como estresse no trabalho, depressão e burnout. Em associação, estratégias de enfrentamento utilizadas pelos indivíduos acometidos também foram alvo de análises. O terceiro GT, denominado ‘Modos de vida, saúde e trabalho’ (Universidade Federal da Paraíba - UFPB), em seus relatos de pesquisas, marca as relações entre contextos e condições de trabalho e processos de subjetivação. As temáticas foram, por exemplo, o abandono da cultura organizacional em trabalhadores demitidos, precarização e impactos subjetivos, entre outros (ANPEPP, 2004Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2004). Memória científica. In Z. A. Trindade, H. A. Novo, L. Souza & S. R. F. Enumo(Orgs.),10º Simpósio da Anpepp (p. 13-175). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de:http://www.anpepp.org.br/acervo/Simpo10.htm
http://www.anpepp.org.br/acervo/Simpo10....
).

Na 11ª edição, o evento recebeu a inscrição de 52 GTs, dos quais cinco tinham como objeto de estudos o universo do trabalho. ‘A ocupação do psicólogo: um exame à luz das categorias da POT’ (UFBA) assumiu como objetivo central no encontro o planejamento de um programa de pesquisa, com os aportes utilizados pela POT, sobre o psicólogo brasileiro, empreitada já sinalizada pelo grupo na edição anterior e, nesta, concretamente delineada com expectativas de ser discutida na edição seguinte do Simpósio. Outro GT, denominado ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB/Universidade Católica de Brasília - UCB) destacou a necessidade da reavaliação das políticas de gestão organizacional e da necessidade de inversão das prioridades delas, passando a desenvolver estratégias, a partir de uma abordagem psicológica positiva, de promoção do bem-estar dos trabalhadores, por meio de medidas preventivas ao invés de corretivas ou remediadoras. Como desdobramento, o GT planejou avançar na realização de pesquisas sobre a temática central do grupo: cultura organizacional. ‘Modos de vida, saúde e trabalho’ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ) analisou questões relativas à formação na pós-graduação de pesquisadores que articulem a temática central do GT, além de coletivamente refletir sobre os desafios e dificuldades no processo de orientação de dissertações e teses como trabalho como objeto. Outro grupo foi ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (USP-SP). Este GT propôs-se a investigar a vida cotidiana e as formas que potencializam e as que constrangem as formas de viver, tendo o trabalho e os processos organizativos como referência. Nesse contexto, ganha foco o desemprego, as artimanhas da produção de exclusão social, os processos de autogestão, as trajetórias, entre outros. O GT ‘Trabalho, ergonomia e saúde’ (UnB) refletiu sobre a produção de conhecimento na articulação trabalho-ergonomia-saúde, aprofundando o debate teórico-metodológico acerca de fenômenos psicossociais na relação entre trabalho e saúde (ANPEPP, 2006Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2006). XI Simpósio, Florianópolis, 2006. In S. H. Koller, Z. A. Trindade , M. J. Toneli-Siqueira, R. S. L. Guzzo & A. C. LoBianco(Orgs.),11º Simpósio da Anpepp (p. 15-278). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/xi-simposio-florianopolis-2006
https://www.anpepp.org.br/xi-simposio-fl...
).

No 12º simpósio da ANPEPP inscreveram-se 54 GTs, dos quais seis abordaram o trabalho. ‘A ocupação do psicólogo: um exame à luz das categorias da PO&T’ (UFBA/Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN), cumprindo o planejado no simpósio anterior, fez a coleta da pesquisa sobre a ocupação do profissional psicólogo e os dados estavam, naquele momento, em etapa de alimentação e organização em banco de dados. Assim, os pesquisadores planejaram possibilidades de novas análises do material coletado, discutiram propostas e elaborações iniciais de capítulos de livro a partir dos dados analisados, que comporiam um livro enquanto disseminação do GT, além de delinear novas ações. Outro GT foi ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO). Este também deu continuidade ao previsto em simpósio anterior: pesquisar sobre a cultura organizacional. Assim, os objetivos neste encontro foram os de estabelecer distinções conceituais entre saúde e bem-estar nas organizações e, assim, elaborar um modelo a ser adotado como estrutura de referência teórica para as futuras pesquisas do grupo. O GT ‘Modos de vida e trabalho: o ponto de vista da atividade’ (UERJ/Universidade Federal Fluminense - UFF) continuou com os objetivos anteriormente estabelecidos, ou seja, analisar a formação e a produção científica na área, além de estabelecer interlocuções entre pesquisadores e instituições, fortalecendo as já existentes. ‘Ócio, tempo e trabalho’ (UNIFOR) foi outro grupo presente. Seus objetivos gerais para o evento foram a investigação das representações e práticas de ócio na contemporaneidade e seus reflexos na produção subjetiva. No grupo ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (USP-SP/UFSC), suas discussões foram, em continuidade à agenda de pesquisa antes assumida, sobre a vida cotidiana e a vida no trabalho e sobre processos organizativos que os potencializam ou constrangem. O grupo trouxe para a pauta as possíveis implicações éticas e políticas de suas investigações, bem como de seus resultados. O sexto GT foi ‘Trabalho e saúde’ (UnB) que estabeleceu para si a meta de planejar uma pesquisa conjunta que, ao abarcar o serviço público, discutisse sobre as novas formas de organização do trabalho e a violência psicológica no contexto em questão (ANPEPP, 2008Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2008). Anais do XII Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico. In J. Q. Pinheiro & F. S. Albuquerque(Orgs.), 12º Simpósio da Anpepp (p. 13-178). Natal, RN. Recuperado de:http://www.anpepp.org.br/xii-simposio-natal-2008
http://www.anpepp.org.br/xii-simposio-na...
).

O 13º simpósio recepcionou 61 GTs no total, sendo seis deles com a temática trabalho. O GT ‘As pessoas, o trabalho e as organizações: intervenções a partir da Psicologia’ (Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG) discutiu projetos de pesquisa a serem realizados na rede de pesquisadores, articulados com o tema ‘Afetos e cognições no trabalho e nas organizações’. ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UNIVERSO) naquela edição do evento discutiram-se os capítulos de um livro que era organizado, além de elaborar um modelo de bem-estar nas organizações a ser utilizado como referência teórica para os projetos de pesquisa, presentes e futuros, dos que ali estavam. O GT ‘Modos de vida e trabalho: dispositivos para formação e produção de conhecimento na sinergia entre saberes’ (UERJ) destacou em suas argumentações a importância de analisarem-se as questões surgidas da cooperação entre saberes científicos e saberes nascidos da experiência dos sujeitos trabalhadores, alimentando assim a produção de conhecimento na área. No grupo ‘Ócio, tempo e trabalho’ (UNIFOR), a partir de um resgate de suas trocas científicas, acadêmicas e, consequentemente, de produção de conhecimento, os participantes esboçaram a possibilidade de organizarem um evento internacional, realizado no Brasil, sobre reflexões permeadas pelo grupo. ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (USP-SP/UFSC), outro GT, no evento, os membros discutiram seus achados de pesquisas em andamento e concluídas, promovendo intercâmbios e aprofundando-se nas questões a que o GT tem estado próximo desde a edição anterior do simpósio: aspectos teóricos e metodológicos dos processos organizativos. Por fim, o GT ‘Trabalho e saúde’ (UnB), mais uma vez concentrou-se no tema saúde no trabalho, vindo a esboçar o esqueleto de uma publicação conjunta, estrutura que foi discutida naquela edição do encontro (ANPEPP, 2010Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2010). Anais do XIV Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico. In S. Cirino et al. (Coord.), 14º Simpósio da Anpepp (p. 11-255). Belo Horizonte, MG. Recuperado de: http://www.anpepp.org.br/xiii-simposio-fortaleza-2010
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).

A 14ª edição do Simpósio recepcionou 65 GTs, dos quais seis permeando o assunto trabalho. ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB) estabeleceu estratégias para a divulgação do livro finalizado na edição anterior, e discutiu parcerias e possíveis fomentos das pesquisas delineadas em uma agenda de investigação. O GT ‘Modos de vida e trabalho: os desafios da interdisciplinaridade na produção e divulgação científica’ (UFF) debruçou-se sobre os desafios emergentes da interdisciplinaridade e intersaberes no campo temático do grupo. ‘Ócio, tempo social e trabalho’ (UNIFOR) delineou mais concretamente o planejamento do evento internacional já sinalizado na edição anterior do simpósio. Neste propósito, o grupo relatou as parcerias internacionais estabelecidas e formalizadas, inclusive, com a participação de um dos membros em um grupo de investigação composto por pesquisadores de universidades europeias e latino-americanas. No GT ‘Psicodinâmica e clínica do trabalho’ (UnB), os pesquisadores discutiram e estruturaram duas publicações para uma coleção editorial específica sobre a temática central do grupo: um livro e um dicionário crítico. O GT ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (USP-SP) direcionou seus esforços para a internacionalização de suas interlocuções por meio da confecção de uma agenda latino-americana de pesquisas em psicologia social do trabalho e outras ações. ‘Trabalho e saúde’ (PUC-MG) foi o quinto GT sobre trabalho nesta edição do simpósio. O grupo propôs-se a ampliar o debate interno sobre a diversidade e a interdisciplinaridade, além de propor que as futuras produções articulem graduação e pós-graduação tanto por meio da pesquisa como da extensão (ANPEPP, 2012Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2012). Anais do 13º Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico em Psicologia. Fortaleza, CE. Recuperado de: http://www.anpepp.org.br/xiv-simposio-belo-horizonte-2012
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).

Em 2014, os simpósios da ANPEPP completaram 15 edições, estabelecendo-se como espaço de encontro de GTs de todas as psicologias brasileiras. Neste Simpósio, 68 GTs inscreveram-se, sete dos quais sobre trabalho. O GT ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (PUC-Goiás) debateu os vários capítulos elaborados pelos pesquisadores para compor um livro organizado pelo grupo. Além disso, delinearam-se os mecanismos de busca de novas parcerias e fontes de fomentos para futuras pesquisas. ‘Modos de vida e trabalho: pesquisa, colaboração e comprometimento em psicologia’ (UFF) discutiu como as experiências concretas nas situações de trabalho têm fomentado as pesquisas do grupo; além disso, também buscou-se estabelecer estratégias para fortalecer e desenvolver redes coletivas de intercâmbio e formação. No grupo ‘Ócio, tempo subjetivo e trabalho’ (UNIFOR), os pesquisadores analisaram os intercâmbios e produções advindas do ‘III Congresso Internacional de Estudos Culturais: ócio, lazer e tempo livre nas culturas contemporâneas’, evento no qual o grupo investia há alguns anos, desde outras edições de simpósios da ANPEPP. O GT ‘Psicodinâmica e clínica do trabalho’ (UnB) estabeleceu como objetivos para o simpósio o aprofundamento do debate teórico-metodológico dos estudos brasileiros sobre as relações entre organização do trabalho, sofrimento e saúde mental, considerando aspectos históricos e culturais dos processos de subjetivação. Como tarefa, o grupo estruturou um livro e constituiu estratégias para consolidar a revista Diálogo em Psicodinâmica do Trabalho. Outro grupo foi ‘POT no Brasil: epistemologia, teorias e métodos’ (UFBA). Este GT utilizou o encontro para organizar a produção de textos reflexivos sobre questões epistemológicas, teóricas e metodológicas que caracterizariam a área POT no Brasil a partir das quais seriam sugeridos caminhos futuros para a área, bem como seu reposicionamento no cenário internacional. O GT ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (USP-SP) deu continuidade aos seus estudos sobre a vida cotidiana e discutiu algumas linhas de pesquisa, como desemprego, informalidade, autogestão, entre outros. Além disso, a viabilidade de projetos de cooperação e publicações internacionais também foi discutida. Por fim, o grupo ‘Trabalho e saúde’ (PUC-MG) realizou discussões de projeto multicêntrico de pesquisa como tema central de questionar-se sobre quais seriam as variáveis (sociais, organizacionais, pessoais, entre outras) atuantes como moderadoras nas relações entre trabalho-saúde (ANPEPP, 2014Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2014). Anais do 15º Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da ANPEPP. Bento Gonçalves, RS. Recuperado de: http://www.antigo2014.anpepp.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=437
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).

No 16º simpósio da ANPEPP, os GTs presentes foram 74, com nove tratando especificamente de dimensões do trabalho. ‘Carreiras: informação, orientação e aconselhamento’ (USP-SP), enquanto um novo GT discutiu a criação de uma agenda conjunta (nacional e internacional) de pesquisa e produção científica. Além disso, ações foram empenhadas para o incremento da formação em nível de mestrado e doutorado no campo de estudos sobre a construção de carreira e orientação profissional. O GT ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB) continuou a organização de um livro sobre tópicos emergentes na psicologia, trazendo para a perspectiva capítulos abarcando a produção do conhecimento em PT&O. Outro grupo, denominado ‘Modos de vida e trabalho: dimensões éticas e produção científica’ (Universidade Federal do Espírito Santo - UFES), propôs-se a exercitar a produção coletiva de artigos que resgatasse o histórico de conceitos e autores acerca da temática central dos modos de vida e trabalho a partir do fortalecimento e desenvolvimento de redes de intercâmbio e formação de pesquisadores e profissionais que envolvessem o ponto de vista da atividade. O GT ‘Ócio, tempo e trabalho’ (UNIFOR) destacou a necessidade de discutir instrumentos para a qualificação da experiência subjetiva de ócio; para isto, propôs um projeto de investigação conjunta entre pesquisadores, além da continuidade de outras ações que já realizavam, como a escrita científica, a participação em seminários, encontros e diversas formas de intercessões, entre outros. ‘Psicodinâmica e clínica do trabalho’ (Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS) foi outro GT presente no evento que objetivou construir propósitos e metas para expandir a produção do conhecimento no campo da psicodinâmica e clínica do trabalho, aprofundando o debate teórico-metodológico, além de contribuir para a consolidação de uma revista científica que abarca a temática trabalho de forma específica. O GT ‘POT: aspectos teóricos, metodológicos e profissionais’ participou formalmente do encontro, porém o resumo elaborado pelo grupo não estava disponível nos anais eletrônicos. ‘Psicossociologia do trabalho’ (UFMG) foi um GT em sua primeira participação no simpósio. Seus objetivos na constituição do GT e o encontro nesta ocasião propriamente foi o de explorar possibilidades de construção de subprojetos em parcerias para, assim, ampliar os intercâmbios e enriquecer a produção de conhecimento na área, auxiliando a consolidação de parcerias já existentes. O GT ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (UFSC) deu continuidade aos estudos, abrindo-os para abarcar também contextos de precarização e terceirização das relações de trabalho na América Latina, fortalecendo a internacionalização via projetos conjuntos. Por fim, o GT ‘Trabalho e saúde’ (UnB). Nesta edição, o objeto central do grupo foi a discussão sobre a articulação de formas de concepção, análise e intervenção no campo da saúde e riscos psicossociais nas atividades de trabalho (ANPEPP, 2016Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2016). Anais eletrônicos do 16º Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio da ANPEPP. Maceió, AL. Recuperado de: http://www.simposio2016.anpepp.org.br/site/anaisarquivoresumo
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).

A 17ª edição do Simpósio da ANPEPP recepcionou 79 GTs, o maior número de grupos participantes até então; desses, sete GTs trataram da temática trabalho. O GT ‘Carreiras: informação, orientação e aconselhamento’ (USP-SP) objetivou construir durante o evento uma agenda de pesquisa com duas linhas principais: medidas em orientação profissional e de carreira e evasão no ensino superior. Além disso, delinearam um número especial da Revista Brasileira de Orientação Profissional (RBOP) para o simpósio seguinte com a temática ‘Educação superior’. O GT ‘Cultura organizacional e saúde no trabalho’ (UnB) planejou o desenvolvimento de projetos e subprojetos tendo como eixo a elaboração de um futuro livro que comparasse versões de instrumentos sobre um tópico específico da literatura internacional, propondo uma versão brasileira dele. O GT ‘Desenho do trabalho e sua relação com processos e resultados organizacionais’ (UnB) estabeleceu estratégias de internacionalização de suas pesquisas sobre desenho do trabalho, além de apresentar e discutir seus estudos e projetos em andamento e recentemente concluídos. Outro GT foi ‘Modos de vida e trabalho: ciência, cotidiano e democracia’ (UFPB). No evento, o grupo deu seguimento ao planejamento de um livro que discute conceitos e métodos da PT&O a partir da análise de algumas produções cinematográficas. O grupo ‘Psicodinâmica e Clínica do Trabalho’ (UNISINOS) discutiu os capítulos de livro produzidos no pré-simpósio, bem como a apresentação de resumos de textos escritos por membros do GT e convidados associados. De forma geral, o aprofundamento do debate teórico-metodológico continuou permeando os diálogos e os encaminhamentos práticos do coletivo ali reunido. O GT ‘Psicossociologia do Trabalho’ (UFMG), nesta edição, registrou a manutenção do caráter internacional do grupo com a participação de países latino-americanos e o objetivo de ampliar as ações do coletivo com a RIPOT (Red Iberoamericana de Psicología Organizacional y del Trabajo), com produções bibliográficas e inserções em outras mídias (como internet e/ ou rádio). Os membros do GT ‘Trabalho e processos organizativos na contemporaneidade’ (UFSC) participaram do lançamento de um livro resultante do trabalho e empenho do grupo. Além disso, o esboço de outra publicação de psicologia social e do trabalho, agora Íbero-Latinoamericana, chegou a ser desenhada em seus prazos, estrutura e participantes. Por fim, o GT ‘Trabalho e saúde’ (UFRN), buscou ali, em continuidade aos diálogos entre alguns operadores teóricos (Qualidade de Vida no Trabalho - QVT), estabelecer esforços para a cooperação com pesquisadores da PT&O na América Latina, bem como fortalecer e ampliar a rede de colaboração internacional (ANPEPP, 2018Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2018). Anais do 17º Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da ANPEPP. In M. C. S. L. Oliveira(Org.),17º Simpósio da Anpepp(p. 34-982). Brasília, DF. Recuperado de: https://www.simposio2018.anpepp.org.br/download/download?ID_DOWNLOAD=83
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).

Considerações finais

Buscar em cada edição do simpósio cada documento escrito, cada relatório, cada resumo de grupo de trabalho nos permitiu fundamentar com dados algumas de nossas suspeitas, enquanto também pesquisadores dedicados à subárea de PT&O.

Retomando os números, o primeiro Simpósio da ANPEPP, em 1989, contou com dez GTs, nenhum sobre trabalho. Em 2018, na 17ª e última edição analisada neste texto, 79 GTs participaram, dos quais sete discutiram o trabalho. O ano mais representativo de grupos que abordou a temática de que aqui tratamos foi a 16ª edição, em 2016, com nove GTs. No entanto, a variação entre tais números não pode ser compreendida como significativa, mantendo-se na média de quatro GTs sobre PT&O ao longo da história dos 17 simpósios.

Quanto às informações de vínculos institucionais e frequência de participação dos grupos de trabalho, destaca-se a emblemática contribuição, em termos quantitativos, da Universidade de Brasília (UnB) para a produção de conhecimento na subárea de PT&O. Com distintos grupos, discutindo diferentes perspectivas sobre o trabalho, pesquisadores com vínculos com essa universidade coordenaram GTs em todas as edições da ANPEPP desde a criação da modalidade, com exceção do III Simpósio, em que não houve nenhum grupo discutindo trabalho. Nas edições de 1996 (VI Simpósio) e de 1998 (VII Simpósio), inclusive, todos os GTS sobre trabalho (03grupos em cada edição) foram de coordenação de pesquisadores da UnB, apesar de os coletivos tratarem de temas distintas.

Na discussão que se delineia sobre as temáticas de produção de conhecimento sobre PT&O, a partir das proposições desses grupos, torna-se possível perceber alguns movimentos. Apontamentos e preocupações em tons de denúncia sobre a pouca produção de conhecimento na área permearam as primeiras edições do simpósio, inclusive com destacado olhar sobre os dados frágeis ou inexistentes da época quanto aos programas de pós-graduação abordando a subárea. Assim, esforços foram produzidos pelos GTs para remediar isto. Posteriormente, houve a inclusão da graduação neste leque de preocupações de formação e, em igual medida, no consequente emprego de esforços para a elaboração de materiais, aqui, com formato de textos-base para uso em salas de aula dos cursos de psicologia.

A inquietação quanto ao que consideravam como fragilidade epistemológica e formativa para a PT&O na graduação e na pós-graduação nunca foi totalmente abandonada nas agendas de pesquisa dos grupos da ANPEPP no recorte aqui feito, mas marcou mais intensamente os GTs atuantes até a oitava edição (2000). Como desdobramentos, tomados de esforços e interlocuções, os pesquisadores incrementaram a produção e a publicação conjunta, produzindo artigos, capítulos de livros, organizações de livros, dossiês e outras produções bibliográficas voltadas para a sustentação teórica e técnica da área.

Em nosso entendimento, a oitava edição do simpósio (2000Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP]. (2000). Desafios metodológicos da pesquisa em psicologia organizacional e do trabalho. In R. S. L. Guzzo(Org.),8º Simpósio da Anpepp (p. 13-234). Rio de Janeiro, RJ . Recuperado de:https://www.anpepp.org.br/viii-simposio-serra-negra-2000
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) foi um divisor de águas quando se trata dos GTs sobre trabalho. O foco na formação manteve-se, mas a incorporação de novas temáticas é identificada. Da oitava até a décima edição (início dos anos 2000), foi desenhada uma ambiciosa pesquisa sobre o profissional psicólogo brasileiro, com análises a partir de diferentes perspectivas teóricas da POT. A argumentação era sobre como a PT&O acumulou conhecimento sobre outras profissões, mas pouco sabia sobre sua própria ocupação. Concluída e publicada anos depois (Bastos & Gondim, 2010Bastos, A. V. B., & Gondim, S. M. G. (Orgs.). (2010).O trabalho do psicólogo no Brasil. Porto Alegre, RS: Artmed.), ela é representativa da mudança do olhar para à subárea de PT&O no Brasil. Se, no fim dos anos de 1980 (1ª e 2ª edições) e ao longo da década de 1990 (da 3ª até a 7ª edições), a atenção se dirigia para a sustentação epistêmica e metodológica da área, a partir da oitava edição (2000), os desafios da atuação ganharam protagonismo, assim como as dinâmicas subjetivas e a interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade da PT&O atravessou discussões nas edições mais recentes, inclusive com grupos abordando os desafios que ela impõem à pesquisa e intervenção na área. Com estudos mais voltados para processos de saúde e adoecimento e suas relações com as categorias e contextos de trabalho, a reflexão a partir de intersaberes tornou-se necessária. Em resposta a este chamamento, a ANPEPP, na 14ª edição (em 2012), estabeleceu os desafios da interdisciplinaridade como tema central do evento.

Também a partir da oitava edição (2000), tornou-se mais recorrente nos grupos o objetivo de fazer distinções conceituais, assim como elaborar modelos a serem adotados como estrutura de referência teórica para pesquisas e intervenções brasileiras. Em alguns grupos, também houve a preocupação em fazer adaptações e versões nacionais de instrumentos internacionais, sendo incrementada, em nossa leitura, pela internacionalização das interlocuções e produções nos GTs. No entanto, demarcamos que, nos últimos anos, políticas brasileiras de expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu, propagadas em grande parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) têm incentivado, inclusive financeiramente, as parcerias entre instituições brasileiras e internacionais. Em suas proposições e ações, tais políticas incentivam a inserção internacional, inclusive com a utilização dela como um dos parâmetros para medir a excelência de um programa de pós-graduação. Logo, a preocupação com a internacionalização nos discursos dos GTs da ANPEPP mostra-se convergente com o contexto recente da pós-graduação brasileira e não somente da psicologia.

Como encerramento, indicamos as limitações que a necessidade de recorte nos impôs diante da riqueza do material consultado. E desejamos que, em outra oportunidade, possamos retornar aos resumos e relatórios com novas problematizações, assim como outros pesquisadores interessados na subárea da PT&O.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Dez 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    21 Jun 2019
  • Aceito
    06 Jan 2020
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