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Adaptação e validação do Inventário de Saliência (Salience Inventory) para adultos brasileiros

Adaptación y Validez del Inventario de Predominancia de los Roles (Salience Inventory) para Adultos Brasileños

Resumos

Saliência é a importância que uma pessoa atribui a um papel em relação a outros papéis que desempenha no seu contexto social. O presente estudo teve por objetivo adaptar e validar a versão original do Salience Inventory denominada Inventário de Saliência (IS) na adaptação brasileira. O instrumento contém 170 itens que avaliam a saliência a partir de três dimensões: Participação, Comprometimento e Expectativa de Valor, para cinco papéis, relativos às atividades de Estudo, Trabalho, Serviço Comunitário, Casa e Família, e Tempo Livre. Participaram do estudo 388 mulheres e 111 homens, entre 21 e 65 anos, com nível superior de escolaridade. O IS apresentou validade de construto e fornece base normativa para a população adulta com nível de educação superior, com a qual se poderá realizar comparações. Os resultados são comparados com os do estudo de validação original em termos de médias e ordem de saliência. Finalmente, discutem-se as limitações deste estudo e possibilidades para pesquisas futuras.

Inventário de Saliência; avaliação psicológica; medidas; aconselhamento de carreira; saliência de papel


Predominancia de papel es la importancia que una persona atribuye a un papel con relación a otros papeles que ejerce en su contexto social. Este artículo trata de la adaptación y validez para la version brasileña del Salience Inventory, denominado de Inventario de Saliência (IS) en Brasil. Posee 170 itens que evalúan la predominancia en sus tres dimensiones: Participación, Compromiso y Expectativa de valor, para cinco papeles, relativos a las actividades de Estudio, Trabajo, Servicio comunitario, Casa y familia y Tiempo Libre. Participaron 388 mujeres y 111 hombres, de 21 a 65 años, con estudios de nível superior. El IS presentó validez de constructo y oferece base normativa para la población adulta con educación superior, con lo cual se podrán realizar comparaciones. Los resultados fueron comparados con los del estudio de validez original, considerando sus promedios y orden de predominancia. Se discuten las limitaciones y las posibilidades de futuros estudios.

Inventario de Saliencia; evaluación psicológica; medidas; orientación de carrera; predominancia de papel


Role salience refers to the importance of a role in relation to other roles performed by a person in his/her social context. The purpose of this study was to adapt and validate the Brazilian version of the Salience Inventory, called Inventário de Saliência. The SI is composed of 170 items, which evaluate salience through three dimensions: Participation, Commitment and Value expectation in relation to five roles: Study, Work, Community services, Home and Family, and Free Time. The sample was composed of 388 women and 111 men, 21 to 65 years of age, with higher education. The results offer evidence supporting the SI construct validity and provide a normative base for an adult sample with higher educational level. Future studies should compare the results of this sample with diverse samples. The results are compared with the original study in terms of means and salience rates. Finally, study limitations and suggestions for further studies are discussed.

Salience Inventory; psychological assessment; measurements; career counseling; role salience


ARTIGO

Adaptação e validação do Inventário de Saliência (Salience Inventory) para adultos brasileiros1 1 Artigo derivado da Tese de Doutorado da primeira autora, intitulada Saliência de Papel, Valores de Trabalho e Tarefas de Desenvolvimento de Carreira, sob a orientação do segundo autor, defendida em 2010 junto ao Programa de Pós-graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Adaptación y Validez del Inventario de Predominancia de los Roles (Salience Inventory) para Adultos Brasileños

Maria Célia LassanceI; Jorge Castellá SarrieraII

IProfessora Doutora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil

IIProfessor Doutor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Maria Célia Lassance Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia Rua Ramiro Barcelos, 2600/117 CEP 90.035-003. Porto Alegre-RS, Brasil E-mail: maria.lassance@ufrgs.br

RESUMO

Saliência é a importância que uma pessoa atribui a um papel em relação a outros papéis que desempenha no seu contexto social. O presente estudo teve por objetivo adaptar e validar a versão original do Salience Inventory denominada Inventário de Saliência (IS) na adaptação brasileira. O instrumento contém 170 itens que avaliam a saliência a partir de três dimensões: Participação, Comprometimento e Expectativa de Valor, para cinco papéis, relativos às atividades de Estudo, Trabalho, Serviço Comunitário, Casa e Família, e Tempo Livre. Participaram do estudo 388 mulheres e 111 homens, entre 21 e 65 anos, com nível superior de escolaridade. O IS apresentou validade de construto e fornece base normativa para a população adulta com nível de educação superior, com a qual se poderá realizar comparações. Os resultados são comparados com os do estudo de validação original em termos de médias e ordem de saliência. Finalmente, discutem-se as limitações deste estudo e possibilidades para pesquisas futuras.

Palavras-chave: Inventário de Saliência, avaliação psicológica, medidas, aconselhamento de carreira, saliência de papel

RESUMEN

Predominancia de papel es la importancia que una persona atribuye a un papel con relación a otros papeles que ejerce en su contexto social. Este artículo trata de la adaptación y validez para la version brasileña del Salience Inventory, denominado de Inventario de Saliência (IS) en Brasil. Posee 170 itens que evalúan la predominancia en sus tres dimensiones: Participación, Compromiso y Expectativa de valor, para cinco papeles, relativos a las actividades de Estudio, Trabajo, Servicio comunitario, Casa y familia y Tiempo Libre. Participaron 388 mujeres y 111 hombres, de 21 a 65 años, con estudios de nível superior. El IS presentó validez de constructo y oferece base normativa para la población adulta con educación superior, con lo cual se podrán realizar comparaciones. Los resultados fueron comparados con los del estudio de validez original, considerando sus promedios y orden de predominancia. Se discuten las limitaciones y las posibilidades de futuros estudios.

Palabras clave: Inventario de Saliencia, evaluación psicológica, medidas, orientación de carrera, predominancia de papel

O Salience Inventory (SI) (Nevill & Super, 1986b) foi criado para pesquisa e intervenção em aconselhamento de carreira e avalia a relação entre os diversos papéis desempenhados por um indivíduo. A importância que uma pessoa atribui a um papel em relação aos outros que desempenha tem sido denominada de saliência de papel (Super, 1980, 1990, para revisão do conceito, consulte Lassance & Sarriera, 2009).

O presente estudo consiste na tradução, adaptação e validação do Salience Inventory, denominado, na adaptação brasileira, de Inventário de Saliência (IS), para uma amostra de adultos, preenchendo uma lacuna histórica formada pela ausência de instrumentos nacionais para a avaliação da saliência. Para Super (1980), "papéis estruturam a vida e lhe conferem significado" (p. 288). Assim, a life-span/life-space theory (Super, 1980, 1990; Super, Savickas, & Super, 1996) contextualiza o desenvolvimento - que ocorre por meio de estágios nos quais os indivíduos se defrontam com tarefas evolutivas demandadas socialmente - no espaço social mediante o desempenho de papéis, de forma sequencial ou simultânea, consubstanciando um estilo de vida (Super, 1980). Papéis podem ser centrais em determinado período da vida e tornarem-se periféricos ou mesmo inexistentes em outro ou podem ser desempenhados de forma distinta em etapas diferentes do ciclo vital, como ocorre, por exemplo, com o papel de filho na infância e depois na idade adulta quando o indivíduo pode ter a responsabilidade do cuidado de pais idosos (Super, 1980; Super et al., 1996). Papéis se organizam de forma peculiar para cada indivíduo e para as etapas de vida, e esta organização canaliza e tipifica a inserção do indivíduo no contexto social. Os papéis centrais constituem-se no "cerne de quem o indivíduo é; são fundamentais para a sua identidade e essenciais para a sua satisfação de vida" (Savickas, 2002, p. 159). A multiplicidade de papéis tanto pode trazer conflito e distress quanto pode trazer realização e satisfação de vida ou ambos (Super, 1980), uma vez que pode desencadear dificuldades de comprometimento com algum deles (Biggs & Brough, 2005; Frone, Russel, & Barnes, 1996; Ng & Feldman, 2007; O'Neil & Greenberger, 1994; Perrone & Civiletto, 2004; Super, 1980; Thoits, 1983) ou possibilitar que o indivíduo dê vazão a seus interesses, valores e necessidades por meio de vários papéis, pois a experiência positiva em um papel central pode contaminar o desempenho de outros (Barnett, 1994; Super, 1990; Super et al., 1996). Esta relação entre o desempenho simultâneo de papéis tem sido associada à possibilidade de gerenciamento de suas demandas (Grönlund, 2007; Perrone, AEgisdóttir, Webb, & Blalock, 2006; Possatti & Dias, 2002).

O interesse pelo estudo da saliência de papéis surgiu de forma concomitante à crescente atenção dedicada ao papel de trabalhador, considerado central na vida das pessoas, iniciando-se com os trabalhos de Greenhaus (1973), que construiu a primeira escala de medida da saliência do papel de trabalhador (Career Salience Inventory - CSI). A CSI, por meio de 27 itens, avalia três dimensões: (a) atitudes gerais em relação ao trabalho, (b) grau de planejamento vocacionalmente relevante, e (c) importância da ocupação em relação a outras fontes de satisfação. Estudos com a CSI associaram índices mais elevados de saliência de papel de trabalhador a níveis mais altos de aspiração profissional e a maior probabilidade de escolhas ocupacionais não tradicionais em estudantes universitárias (Hackett, Espósito, & O'Halloran, 1989), maior confiança e autodeterminação (Kush & Cochran, 1993), e maior conflito trabalho-família (Raskin, 2006).

Amatea, Cross, Clark e Bobby (1986) desenvolveram a Life Role Salience Scales (LRSS), escalas de caráter atitudinal, que medem valor (o quanto o papel é importante para a autodefinição ou satisfação pessoal) e comprometimento (o quanto a pessoa demonstra desejo de comprometer recursos pessoais para ser bem sucedida no papel ou para desenvolvê-lo) para quatro papéis de vida: ocupacional, parental, conjugal e relativo ao cuidado da casa. A escala final, com 40 itens, constitui-se em oito subescalas de respostas tipo Likert. Duas referem-se ao papel ocupacional, duas ao papel parental, duas ao papel conjugal e duas ao papel de cuidados da casa. A LRSS foi criada para responder à necessidade de instrumentos válidos e fidedignos que pudessem avaliar a relevância de um papel para o indivíduo, os padrões de desempenho dos papéis e a maneira como os recursos pessoais (tempo, dinheiro e energia) são investidos em seu desempenho, com fins de auxiliar a compreensão das expectativas de papel de homens e mulheres e o efeito na interface trabalho-família. Dois estudos de validação (Amatea et al., 1986; Campbell & Campbell, 1995) demonstraram que os papéis avaliados constituem-se em um conjunto relevante e comum a todas as amostras estudadas, tanto nos adultos que apresentavam desempenho concreto dos papéis, quanto para jovens para quem o desempenho destes ainda era uma perspectiva futura.

Vários estudos têm utilizado a CSI e as LRSS, principalmente na pesquisa sobre conflito na interface trabalho-família, com foco nas questões relacionadas com a socialização de gênero (Moya, Expósito, & Ruiz, 2000) e seus efeitos na saúde e no bem-estar (Biggs & Brough, 2005; Chi-Ching, 1995; Fournier, Lachance, & Bujold, 2009).

No cenário brasileiro, Possatti e Dias (2001) realizaram um estudo de validação da Escala de Qualidade de Papéis, que avalia aspectos positivos (recompensas) e negativos (preocupações) dos papéis de mãe e trabalhadora. Os aspectos positivos do papel de trabalhadora estão subdivididos em dois fatores - poder de decisão, suporte e supervisão. Os aspectos negativos do trabalho subdividem-se em dois fatores - condições de trabalho e sobrecarga. Para o papel materno, entretanto, tanto as recompensas quanto as preocupações mostraram uma estrutura unifatorial para as dimensões desenvolvimento e companhia dos filhos, e sobrecarga e segurança. Em investigação posterior, com 132 mulheres trabalhadoras e mães com escolaridade acima do ensino médio (71,2% com ensino superior), Possatti e Dias (2002), reafirmaram as boas qualidades psicométricas da escala, possibilitando o questionamento de algumas injunções sociais referentes ao papel tradicional da mulher.

Apesar de consistentes, estas escalas avaliam parcialmente as diversas vias de inserção social comuns a indivíduos adultos. O foco apenas nos domínios do trabalho e da família desconsidera outras possibilidades de inserção social, que podem interferir direta ou indiretamente nos desempenhos dos papéis em função da multiplicidade de expectativas sociais para além dos domínios centrais do trabalho e família.

Neste sentido, dentre as pesquisas de abrangência transnacional acerca da importância do trabalho em relação a outros papéis na vida das pessoas, destaca-se o Work Importance Study (WIS) (Super & Sverko, 1995). Sob a coordenação internacional de Donald Super, constituiu-se em um projeto que reuniu pesquisadores de onze países (Austrália, Bélgica, Canadá, Croácia, Israel, Itália, Japão, Polônia, Portugal, África do Sul e EUA). O WIS, além de avaliar a importância do trabalho em países com diferentes níveis de desenvolvimento, inovou ao mensurar cada um dos papéis em relação a todos os outros (Kulenovic & Super, 1995), possibilitando uma compreensão mais ampla do estilo de vida.

Fruto do WIS, dois instrumentos foram produzidos, a Values Scale (VS) (Nevill & Super, 1986a) e o Salience Inventory (SI) (Nevill & Super, 1986b), objeto do presente estudo. À adaptação brasileira do SI denominou-se Inventário de Saliência (IS).

Para verificar a similaridade nas estruturas fatoriais dos estudos nacionais, o WIS utilizou 28 subamostras (12 amostras de ensino médio, 8 amostras de universitários e 8 amostras de adultos). Todas as 11 amostras nacionais, individualmente, chegaram à mesma solução de cinco fatores, correspondentes aos cinco papéis investigados. A análise de componentes principais com rotação Varimax revelou uma estrutura de cinco fatores, que explicavam entre 72,4 % a 83,9 % da variância nas amostras nacionais.

Informações sobre validade e fidedignidade (alpha de Cronbach) presentes no manual (Nevill & Super, 1986b) apresentam resultados a partir de estudos realizados com adolescentes, estudantes universitários e adultos, tendo-se obtido coeficientes acima de 0,80 para as três populações. Especificamente para a população adulta, os índices de consistência interna foram de 0,93 para a subescala de Participação, 0,92 para a subescala de Comprometimento e 0,87 para a subescala de Expectativa de Valor.

Outros estudos, além dos mencionados no manual do SI (Nevill & Super, 1986b), apontaram para patamares semelhantes de fidedignidade. O estudo de Perrone e Civiletto (2004) avaliou as relações entre saliência, pressão interpapéis (role strain), eficácia de coping e satisfação de vida em 125 adultos, de ambos os sexos, envolvidos em múltiplos papéis (parental, conjugal e ocupacional), e encontrou índices de consistência interna (alpha de Cronbach) de 0,88 para Participação, 0,90 para Comprometimento e 0,92 para Expectativa de Valor. Duarte (1995), ao estudar saliência, preocupações de carreira e valores em 881 homens empregados em uma indústria portuguesa, encontrou índices de consistência interna (alpha de Cronbach) de 0,81 para Participação e 0,95 para Comprometimento.

Perrone et al. (2006) utilizaram as subescalas de Comprometimento para o papel de Trabalho e Casa e Família ao estudar a interface trabalho-família e satisfação de vida com 154 estudantes universitários, casados e trabalhadores em tempo integral, encontrando índices de consistência interna (alpha de Cronbach) de 0,89 e 0,95 respectivamente. Outros estudos, como o de Luzzo (1994), Munson (1992), e Watson, Stead e De Jager (1995) apresentaram índices semelhantes de consistência interna.

O presente estudo teve por objetivo adaptar e validar a versão original do Salience Inventory denominada Inventário de Saliência na adaptação brasileira.

Método

Participantes

Participaram deste estudo 499 adultos, 111 homens e 388 mulheres, com idade entre 21 e 65 anos (M = 37,14, DP = 10,21), com nível superior de escolaridade, sendo que 50,3 % tinham renda familiar acima de R$ 6.000,00. Os participantes eram provenientes de todas as regiões brasileiras (32% da região sul, 27% da região sudeste, 15% da região nordeste, 14% da região centro-oeste e 12% da região norte).

Instrumento

Inventário de Saliência (IS) adaptado com base no Salience Inventory (Nevill & Super, 1986b). O IS avalia saliência mediante três dimensões: Participação (grau de envolvimento concreto em atividades nos diversos papéis), Comprometimento (ligação afetiva com o papel) e Expectativa de Valor (valores que o indivíduo espera realizar em cada um dos papéis), para cinco papéis principais (relativos a Estudo, Trabalho, Casa e Família, Serviço Comunitário e Tempo Livre). São apresentadas afirmações que devem ser avaliadas para cada um dos cinco papéis.

O papel relativo a Estudo é definido como fazer cursos, frequentar a escola (aulas diurnas ou noturnas, palestras ou trabalho em laboratório); preparar-se para a aula, estudar em uma biblioteca ou em casa; além do estudo independente, formal ou informal. O papel relativo a Trabalho está definido como: trabalhar em troca de remuneração ou algum outro benefício, trabalhando para alguém ou para si mesmo. O papel relativo a Serviço Comunitário compreende atividades em organizações ou entidades comunitárias, como grupos recreativos, escoteiros, Cruz Vermelha, agências de assistência social, associações de moradores ou de pais e mestres, partidos políticos e sindicatos. O papel relativo a Casa e Família compreende atividades como arrumar o quarto, apartamento ou casa; preparar refeições ou tirar a mesa e lavar a louça após as refeições; fazer compras; cuidar de pessoas dependentes como crianças ou pais idosos. Finalmente, o papel relativo a Tempo Livre refere-se a atividades que compreendem participar de atividades esportivas, assistir TV, praticar hobbies, ir ao cinema, teatro ou shows, ler, relaxar ou não fazer nada, passar tempo com a família e amigos.

O IS contém 170 itens divididos nas subescalas de Participação (10 afirmações, itens 1 a 50), Comprometimento (10 afirmações, itens 51 a 100) e Expectativa de Valor (14 valores, itens 101 a 170). Ou seja, para a primeira afirmação da subescala de Participação, o item 1 refere-se ao papel de Estudo, o item 2 refere-se ao papel de Trabalho, o item 3 refere-se ao papel de Serviço Comunitário, o item 4 ao papel de Casa e Família e o item 5 ao papel de Tempo Livre, e assim por diante. Para a primeira afirmação da subescala de Comprometimento, o item 51 refere-se ao papel de Estudo, o item 52 ao papel de Trabalho, o item 53 ao papel de Serviço Comunitário, o item 54 ao papel de Casa e Família, o item 55 ao papel de Tempo Livre e assim por diante. Para as três subescalas é utilizada a mesma grade de respostas, na qual (1) significa nunca ou raramente e pouco ou nada, (2) significa às vezes ou alguma coisa, (3) significa frequentemente ou bastante, e (4) significa quase sempre ou sempre e muito.

Procedimento

O estudo constituiu-se em duas etapas. A primeira consistiu na tradução e adaptação dos itens do inventário e a segunda na verificação das qualidades psicométricas do IS. Descrevem-se também os resultados comparativos desta pesquisa com o estudo original do WIS.

Coleta de dados. Os participantes foram contatados por um e-mail padrão, que informou sobre os objetivos da pesquisa e disponibilizou um link mediante o qual poderiam acessar os instrumentos.

A partir da versão norte-americana do Salience Inventory (Nevill & Super, 1986b), verteu-se o instrumento de acordo com o procedimento a seguir: realizou-se uma tradução por especialista brasileiro com residência nos EUA e outra por tradutor de nacionalidade americana, residente no Brasil, além daquela feita pelo pesquisador. As três versões foram comparadas e encontradas as melhores formas de manter o sentido original para o contexto brasileiro. A forma da tradução resultante desta comparação foi submetida a uma retradução para o inglês por um terceiro tradutor profissional (back translation). Comparadas a tradução e a retradução, obteve-se a forma final adaptada do original norte-americano.

A primeira versão do inventário foi, então, submetida a uma avaliação de validade de conteúdo e os itens foram avaliados por três psicólogos, especialistas em aconselhamento de carreira, sendo um deles em construção de instrumentos. Os itens foram avaliados em uma escala que variou entre (1) não se ajusta ao objetivo definido, (2) ajusta-se pouco ao objetivo definido, (3) ajusta-se bastante ao objetivo definido, e (4) ajusta-se perfeitamente ao objetivo definido. Um item foi considerado adequado quando pelo menos dois especialistas atribuíram ou o consideraram pelo menos bastante ajustado ao objetivo. Todos os itens foram avaliados como (3) ou (4). Esta avaliação gerou a segunda versão do IS.

Esta forma foi, então, submetida a uma validação semântica. Responderam ao IS oito pessoas, quatro homens e quatro mulheres, distribuídos em duas faixas de escolaridade (ensino médio e superior) e duas faixas etárias (25 a 40 anos e 41 e 65 anos). Este procedimento avaliou a compreensão dos participantes acerca dos itens do IS; buscou uma impressão geral sobre a situação de respondente e avaliou possíveis dificuldades em atender as solicitações. A partir deste procedimento, alteraram-se alguns termos e chegou-se a um formato para o quadro de respostas considerado mais adequado, gerando a terceira versão do IS.

Esta forma foi informatizada por especialista da Secretaria de Educação à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A primeira versão informatizada foi submetida a 30 respondentes identificados, que deveriam avaliar a linguagem, a organização do formulário e a interatividade, bem como as condições de manuseio da página. Este procedimento gerou a versão informatizada final do IS.

Análise dos dados. Para avaliar a validade de construto das escalas, isto é, a coerência em relação ao modelo que a embasa, procedeu-se a uma análise de componentes principais a partir dos itens de cada uma das três subescalas, para identificar traços latentes que explicassem a variabilidade observada nos itens (Urbina, 2007). Para as escalas objeto do presente estudo, a expectativa era de extração de cinco componentes, correspondentes aos cinco papéis (Estudo, Trabalho, Serviço Comunitário, Casa e Família e Tempo Livre).

Considerações Éticas

Ao abrir o link da pesquisa, os participantes deparavam-se com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a indicação de estarem cientes do conteúdo da pesquisa e aceitarem participar, os participantes tinham acesso aos instrumentos para preenchimento. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (processo nº 2006-58), de acordo com Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - Ministério da Saúde.

Resultados

Os 50 itens da subescala de Participação, os 50 itens da subescala de Comprometimento e os 70 itens da subescala de Expectativa de Valor foram submetidos separadamente a uma análise de componentes principais. Os índices Kayser-Meyer-Olkin (KMO) de adequação da amostra foram de 0,91, 0,87 e 0,89 respectivamente, e o teste de esfericidade de Bartlett mostrou-se altamente significativo (p < 0,001) para as três subescalas, indicando a adequação dos dados para esse tipo de análise. Para a subescala de Participação, oito componentes apresentaram autovalores maiores do que 1, explicando 66,86% da variância total, sendo que um exame do gráfico de scree indicou que os cinco primeiros componentes eram os mais relevantes, explicando 59,6% da variância. Para a subescala de Comprometimento, dez componentes apresentaram autovalores maiores do que 1, sendo que os cinco primeiros explicavam 51,6% da variância. Para a subescala de Expectativa de Valor, 14 componentes apresentaram autovalores acima de 1, explicando 68,9% da variância, sendo que os cinco primeiros componentes explicaram 48,9% da variância.

Considerando-se estes primeiros resultados e também a expectativa teórica de que existissem cinco dimensões principais subjacentes ao conjunto dos itens, refez-se a análise, extraindo-se cinco componentes, com rotação Varimax. Esta nova extração mostrou uma solução mais clara, com cargas fatoriais entre 0,50 e 0,89 para a subescala de Participação (ou seja, os itens relativos a cada papel carregaram juntos em um mesmo componente, ao mesmo tempo em que tiveram cargas baixas - menores do que 0,30 - nos outros componentes). Para a subescala de Comprometimento, esta extração também apresentou boa solução, com cargas fatoriais entre 0,40 e 0,85. A subescala de Expectativa de Valor, entretanto, embora apresente a grande parte dos itens distribuídos pelos cinco fatores (papéis), demonstrou cargas fatoriais mais fracas, sendo que alguns itens carregaram em mais de um fator com cargas acima de 0,30. A Tabela 1 exibe as cargas fatoriais acima de 0,30 para cada subescala.

Verificou-se que as correlações (coeficiente r de Pearson) entre as subescalas para cada papel foram significativas e importantes (entre 0,55 e 0, 90, p < 0,001), e as correlações entre os diferentes papéis foram baixas (< 0,40) demonstrando boa discriminação entre os cinco papéis. Entretanto, correlações moderadas e significativas (p < 0,01) foram observadas entre saliência no Trabalho e no Estudo (r = 0,497) e entre os papéis de Casa e Família e Tempo Livre (r = 0,417). Esta última relação pode ser explicada pela própria definição do papel de Tempo Livre, que inclui a convivência com familiares. A correlação moderada entre Trabalho e Estudo pode ser explicada pela relevância que o estudo tem atualmente para a permanência e progresso no mercado de trabalho, especialmente para a população com maior status ocupacional. A educação permanente tem sido considerada um dos principais aspectos da empregabilidade no cenário de trabalho em constante mudança (Coimbra, Parada, & Imaginário, 2001; Duarte et al., 2010), que, por isto, exige dos trabalhadores constante atualização.

A subescala de Expectativa de Valor apresentou a menor discriminação entre os papéis. Além das correlações moderadas e significativas já apresentadas entre os papéis de Trabalho e Estudo, e entre Casa e Família e Tempo Livre, também se obteve correlações significativas e moderadas nas interações entre os outros papéis. Em se considerando que a escala solicita a expectativa de realização de valores, pode-se pensar que alguns deles, tidos como centrais ou altamente significativos para o indivíduo, podem ser buscados em vários papéis por sua centralidade em termos de suporte para tomada de decisão de conduta social.

Além desta, foi realizada ainda outra análise de componentes não com os itens, mas com os escores médios de Participação, Comprometimento e Expectativa de Valor em cada papel. Isso foi feito a fim de comparar o resultado com o WIS, que empreendeu esse tipo de análise. Para esta averiguação, obteve-se índice Kayser-Meyer-Olkin (KMO) de adequação da amostra de 0,59, considerado minimamente aceitável, e o teste de esfericidade mostrou-se significativo (p < 0,01). A Tabela 2 mostra a distribuição das cargas componenciais, considerando-se as médias para cada papel, para cada uma das subescalas. Os cinco fatores resultantes da análise novamente correspondem aos cinco papéis, com cargas mais altas do que as obtidas no estudo original.

Fidedignidade

Buscou-se determinar os índices de consistência interna para cada subescala e para as subescalas para cada um dos cinco papéis, exibidos na Tabela 1. Os índices de consistência interna (alpha de Cronbach) apresentaram bons níveis: para a subescala de Participação, 0,92; para a subescala de Comprometimento, 0,91 e para a subescala de Expectativa de valor, 0,95. Estes índices são semelhantes aos encontrados no estudo original do WIS (0,93, 0,92 e 0, 87 respectivamente). Quanto aos índices por papéis, cabe salientar que também apresentaram bons níveis, indicando adequação das subescalas para todos os cinco papéis.

Comparações com o estudo original do WIS

Os resultados do WIS (Super & Sverko, 1995) com as amostras de adultos dos 11 países participantes indicaram que o papel mais saliente foi o de Trabalho, seguido de Casa e Família, Tempo Livre, Estudo e Serviço Comunitário. Para o presente estudo, a ordem de saliência altera-se: o papel mais saliente permanece o de Trabalho, seguindo-se Casa e Família, Estudo, Tempo Livre e Serviço Comunitário.

A Tabela 3 exibe a ordem de saliência no WIS e no presente estudo, apresentando as médias e desvios-padrão para o somatório dos escores. Cabe aqui que se saliente que, no presente estudo, o Trabalho é o papel de maior participação e o papel em que os participantes esperam realizar mais valores, e Casa e Família o papel de maior comprometimento (com valores muitíssimo próximos ao papel de Trabalho), e terceiro em participação. O papel de Estudo é o que apresenta maiores diferenças. Para as três subescalas, enquanto no WIS estava em quarto lugar em saliência, no presente estudo passa ao segundo lugar em Participação e terceiro em Comprometimento e Expectativa de Valor, com pouca diferença em relação aos papéis de Trabalho e Casa e Família. Entretanto, saliente-se que esta comparação refere-se a um resultado geral para todas as amostras dos WIS e as pesquisas nacionais apresentaram diferenças entre os diversos papéis nas subescalas, diferenças estas explicadas pelas características culturais (para uma análise mais acurada destes padrões, consultar Super & Sverko, 1995).

Discussão

Este artigo buscou realizar um primeiro estudo de adaptação e validação do Inventário de Saliência (IS) para a população brasileira, a partir de uma amostra de adultos, homens e mulheres, trabalhadores, com nível de escolaridade superior. Saliência foi definida (Super, 1980) como a importância relativa de um papel em relação a outros que o indivíduo desempenha. O IS operacionaliza o modelo de importância do trabalho utilizado no Work Importance Study (Super & Sverko, 1995) e concebe a saliência por meio de três subescalas: Participação (que avalia o tempo dedicado a um papel), Comprometimento (que avalia atitude em relação a um papel) e Expectativa de Valor (que avalia o quanto o indivíduo percebe oportunidades de realizar valores em cada papel) para cinco papéis centrais relativos a atividades de estudo, trabalho, serviço comunitário, casa e família e tempo livre.

Apesar de sua importância, o conceito de saliência está ausente nas pesquisas sobre carreira no Brasil e a presente investigação pretende fornecer um instrumento para medida da saliência para pesquisa e aconselhamento. Para a intervenção, o IS foi criado também com propósito de utilização no aconselhamento, sendo o resultado compreendido dentro do contexto pessoal do cliente (Nevill & Super, 1986b) e muitas técnicas de intervenção já estão descritas para a avaliação qualitativa da saliência (para uma breve descrição destas técnicas, consulte Lassance e Sarriera, 2009). Entretanto, instrumentos válidos e fidedignos de pesquisa são importantes para se estabelecer comparações entre diversos contextos e amostras, o que é recomendado quando se pretende avaliar a validade de um instrumento, uma vez que esta é obtida mediante a continuidade da pesquisa no tema (Urbina, 2007).

Estudos anteriores demonstraram que o IS é fidedigno e válido (Duarte, 1995; Farmer, 1983; Luzzo, 1994; Munson, 1992; Nevill & Super, 1986b; Perrone et al., 2006; Watson et al., 1995). Para ser considerada uma medida útil à população brasileira, o IS também deveria exibir fidedignidade e validade adequadas e o presente estudo fornece evidências disto. Os coeficientes alpha obtidos indicaram que o IS apresenta fidedignidade adequada, a análise fatorial revelou cinco componentes, relativos aos cinco papéis, como esperado, e os itens de cada subescala apresentaram, em geral, boas cargas fatoriais nos componentes. Estas evidências dão suporte à afirmação da utilidade do IS para a avaliação da saliência para os propósitos de aconselhamento e, especialmente, de pesquisa.

As subescalas de Participação e Comprometimento apresentaram boa discriminação para os cinco papéis, entretanto, a subescala de Expectativa de Valor evidenciou distribuição ampla das cargas fatoriais dos itens em relação a vários papéis. Valores são definidos como um guia geral para o comportamento. "Valores gerais guiam os valores pessoais específicos relativos ao mundo do trabalho, sendo que, quanto mais os valores gerais são importantes para a pessoa, mais ela buscará esses valores no contexto do trabalho" (Porto & Tamayo, 2007, p. 69). Assim, como a subescala se utiliza de uma lista de valores em sua maior parte gerais, é de se supor que estejam subjacentes aos comportamentos em mais de um papel.

As diferenças entre o WIS e o presente estudo, em termos de resultados obtidos nas amostras de adultos, apontam para a sensibilidade do instrumento em identificar mudanças culturais. Em primeiro lugar, a maior saliência no papel de estudo reflete a importância que a educação permanente adquiriu para os adultos trabalhadores brasileiros de nível superior de escolaridade nestes últimos anos. Estudar passa a ser considerado parte integrante do papel de trabalhador, na medida em que a gestão da carreira passa principalmente pela qualificação (Coimbra et al., 2001). A maior participação no Trabalho e Estudo e menor participação em Tempo Livre, e o Trabalho como o papel no qual estes adultos esperam realizar mais valores, principalmente os valores de provimento material (M = 3,55, DP = 0,73), prestígio (M = 3,54, DP = 0,68) e uso de habilidades (M = 3,53, DP = 0,70), refletem a centralidade do Trabalho em suas vidas. Casa e Família, embora não seja o papel de maior participação, permanece como sendo o papel de maior comprometimento, o que pode sugerir incremento das dificuldades em se lidar com a interface trabalho-família, tema que ganha relevância cada vez maior na literatura que pretende compreender de modo mais claro os estilos de vida e seus efeitos nas condições de saúde e qualidade de vida dos atores sociais. Investigação específica deve ser realizada no âmbito da população brasileira de forma a se verificar estes efeitos não só na interface família e trabalho, mas na multiplicidade de papéis a que os indivíduos atualmente são convocados a desempenhar.

Apesar de se verificar maior saliência absoluta em Trabalho, Casa e Família e Estudo, é importante que se saliente que os papéis de Tempo Livre e Serviço Comunitário também foram apontados como importantes, demonstrando que, para esta população, observa-se certo equilíbrio entre os papéis. Para adultos com nível superior de escolaridade e boas condições econômicas, parece valer a ideia da realização pessoal mediante a multiplicidade de papéis (Super, 1980, 1990), uma vez que esta população apresenta maior possibilidade de usufruir de bens e serviços que os auxiliem a gerenciar as demandas dos papéis centrais, principalmente Trabalho e Casa e Família, permitindo melhor distribuição do tempo dentre os papéis e, portanto, melhor qualidade de vida.

Considerações Finais

Os resultados do presente estudo requerem algum cuidado na sua generalização, uma vez que apresentou limitações, principalmente em relação às características da amostra à qual se referem, compreendida por trabalhadores com nível superior de escolaridade, com renda bem acima à média da população brasileira, condições que favorecem a possibilidade de escolha ocupacional, maiores e melhores oportunidades de trabalho e realização profissional e pessoal. Assim, é preciso avaliar saliência em populações com características diferentes, como, por exemplo, com níveis socioeconômicos mais baixos, pessoas com dificuldades de ingresso e permanência no mercado de trabalho, adultos e adolescentes com nível de escolaridade médio ou mesmo fundamental, para quem a escolha ocupacional ainda é uma alternativa distante e a realização profissional pode ser uma meta desconsiderada. Contextos diferenciados como estes, requerem estudos específicos.

Saliência de papel é um conceito fundamental tanto para a pesquisa como para a intervenção na área de desenvolvimento de carreira, uma vez que para se realizar escolhas profissionais ou mesmo para se construir um projeto profissional, um mínimo de saliência no papel de trabalhador é fundamental (Super, 1980) e, na medida em que a literatura contemporânea da área pressupõe a ausência de clivagens entre a "vida" e o trabalho, este papel deve ser visto como parte integrante da construção de projeto integral de vida das pessoas (Duarte et al., 2010). Assim, a partir deste estudo, espera-se estimular a pesquisa com o Inventário de Saliência, com vistas a se estabelecer padrões mais elevados de qualidade da pesquisa e da intervenção em aconselhamento e desenvolvimento de carreira no contexto brasileiro.

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Recebido: 26/09/2010

1ª revisão: 24/07/2011

Aceite final: 15/10/2011

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  • Endereço para correspondência:
    Maria Célia Lassance
    Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia
    Rua Ramiro Barcelos, 2600/117
    CEP 90.035-003. Porto Alegre-RS, Brasil
    E-mail:
  • 1
    Artigo derivado da Tese de Doutorado da primeira autora, intitulada Saliência de Papel, Valores de Trabalho e Tarefas de Desenvolvimento de Carreira, sob a orientação do segundo autor, defendida em 2010 junto ao Programa de Pós-graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Dez 2012
    • Data do Fascículo
      Ago 2012

    Histórico

    • Recebido
      26 Set 2010
    • Aceito
      15 Out 2011
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