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Gestão social e desenvolvimento

O número especial de Revista O&S assinala um novo momento na reflexão sobre a gestão do desenvolvimento sócio-territorial. Poderes locais, organizações especialmente localizadas e gestão de territórios são linhas estruturantes de reflexões sobre híbridas organizações e processos gestionários de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, hoje articulados, interdisciplinarmente, pelo Programa de Desenvolvimento e Gestão Social (PDGS).

De 1986 a 2004, é possível olhar em perspectiva e perceber trajetórias, recorrências e transformações. Os nove colóquios internacionais sobre poder local foram eventos catalisadores de interesses, bem como foram específicos de divergências e pluralismo teórico e metodológico. Os Colóquios, são, também, momentos especiais de reencontro de comunidades de interesses e práticas, atraindo parceiros acadêmicos, gestores e técnicos, professores e alunos.

Os trabalhos selecionados por um comitê de avaliação para este número especial são reflexivos da natureza interdisciplinar do campo da questão social do desenvolvimento, bem como da estreita relação entre conhecimento e práticas.

No primeiro artigo, de Tânia Fischer e Vanessa P. Melo, discutem-se os conceitos de desenvolvimento a partir das formas inter-organizacionais observáveis em territórios. Estruturas podem ser representadas por redes e as estas é atribuída capacidade de gestão sócio-territorial. Componentes de redes, as organizações associativas, não governamentais, são mapeadas e identificadas configurações a partir de relações estabelecidas entre as mesmas, com vistas ao desenvolvimento sócio-territorial em estudo de tipo survey, realizado em Salvador.

O artigo de Carlos Brandão analisa o papel das escalas espaciais no processo de desenvolvimento, defendendo a posição de que o tratamento teórico e analítico articulador das ações institucionais em territórios deve ser respaldado por construções sociais e políticas das escalas de intervenção e de concepções de contextos de ação.

Jean Louis Laville rearticula os conceitos de espaço público e espaço econômico a partir do reconhecimento de novas formas de cidadania.

Os artigos de Amílcar Baiardi e Ruthy Laniado, bem como o de Cleverson Cunha e Marlene Catarina Melo tratam de confiança na ação coletiva e a importância desta na configuração de redes inter-organizacionais.

Carlos Milani realiza estudo sobre desenvolvimento local à luz das teorias do capital social, tendo como referência empírica a experiência do município de Pintadas, assim como Remei Pinheiro e José Ferreira Irmão analisam o mesmo tema referenciando-o aos projetos de combate à pobreza rural em Pernambuco.

A cidade como objeto de análise e espaço de referência é o objeto dos artigos de Luciano Junqueira, Maria Cecy Mizoski e colaboradores e Mônica Mac-Allister.

Descentralização e intersetorialidade na gestão de cidades e a cidade como objeto de estudos organizacionais são abordagens complementadas por um estudo de caso, de auto-gestão babélica, tão efêmera e rica em significados quanto o Fórum Mundial de Porto Alegre. Os co-autores são Romualdo Paz Oliveira e Rafael Pavan dos Passos, alunos de graduação, bem como Luiza Teixeira, Fátima Gomes e Esdras Hoche que produziram um caso para ensino vivido em cooperativa de produção de pães como requisito da residência social do PDGS e inspiração de práticas de gestão social vividos na Associação de Fomento à Economia Solidária - BANSOL, sob a supervisão de Sylvia Roesch.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jun 2020
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2004
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