Acessibilidade / Reportar erro

Tendências

TENDÊNCIAS

Este Encarte Tendências aborda um dos temas centrais desenvolvidos nas pesquisas de opinião - o da representação política.

A primeira seção, resgata dados das primeiras pesquisas políticas realizadas pelo IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística -, entre as décadas de 1940 a 1960. Esses dados, pertencentes ao Acervo Histórico do instituto doado à UNICAMP, são registros únicos da relação dos eleitores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro com a política, os políticos e as instituições representativas. Nesta seção, constam opiniões sobre o trabalho parlamentar, o desempenho dos políticos e das instâncias parlamentares. Constam, inclusive, dados de pesquisa realizada durante o regime militar, em 1968, sobre a percepção das atividades parlamentares, e apresentados aqui com as devidas ressalvas que a leitura desses dados deve levar em conta.

A segunda seção, apresenta informações sistematizadas sobre a avaliação do Congresso Nacional e identificação partidária para as décadas de 1990 e 2000, além de um conjunto de dados sobre a relação dos eleitores com os partidos políticos, neste caso, extraídos da pesquisa "A Desconfiança dos cidadãos das instituições democráticas", realizada em 2006.

A terceira seção traz informações específicas sobre o voto: a memória do voto entre eleições e as opiniões sobre o voto obrigatório. No primeiro caso, os dados provêm das duas ondas do Estudo Eleitoral Brasileiro de 2002 e 2006 e mostram os vínculos distintos que o eleitor estabelece na escolha dos representantes dos poderes legislativo e executivo.

A última seção traz dados sobre aspectos associados aos temas da reforma política e sistema eleitoral. As opiniões dos eleitores sobre dispositivos de regulação do sistema partidário e da competição, como a cláusula de barreira, o número de partidos e a reeleição, estão apresentadas ao lado da percepção da importância da reforma.

Editores de OP

Série Histórica IBOPE I

As primeiras pesquisas políticas conduzidas pelo IBOPE foram realizadas ainda na década de 1940, nos principais centros urbanos do país, São Paulo e Rio de Janeiro.

Na pesquisa ilustrada abaixo, estão divulgadas as primeiras manifestações de insatisfação com o trabalho parlamentar. Os eleitores da cidade de São Paulo que se afirmaram insatisfeitos com a atuação dos deputados estaduais apontaram para o distanciamento dos políticos dos problemas do povo e para as próprias promessas políticas como principais causas da avaliação negativa.

Clique aqui para ampliar

Série Histórica IBOPE II

Clique aqui para ampliar

As primeiras avaliações do parlamento brasileiro, realizadas quando o Distrito Federal ainda estava estabelecido no Rio de Janeiro, em 1957, mostraram porcentagens significativas de percepções negativas da população: em torno de 1/3, apenas, dos entrevistados apontavam que os parlamentares cumpriam seus deveres e colaboravam com as ações do poder executivo. Diferentemente, a avaliação do Congresso coletada pela pesquisa de 1962, com o Distrito Federal já estabelecido em Brasília e a dois anos do golpe militar de 1964, mostra uma percepção mais positiva dos parlamentares.

Série Histórica IBOPE III

Clique aqui para ampliar

Os dados para 1968 sobre o posicionamento dos indivíduos em relação às atividades do Legislativo e do Executivo devem ser observados com cautela. Sob vigência do regime militar instaurado em 1964, é possível supor a conjuntura adversa para a expressão de opiniões políticas. O predomínio das afirmações de indiferença com relação ao Parlamento nos níveis federal e estadual, e com relação ao poder executivo também nesses dois níveis, tem boa parte de sua explicação nas limitações da opinião pública em regimes fechados, não democráticos. Destaca-se, entretanto, o envolvimento com a política de nível local, provavelmente devido à realização de eleições municipais naquele ano.

O período democrático pós-1985 mostra a manutenção no tempo das percepções negativas sobre o Congresso Nacional, tal como ilustram os dados avaliativos entre 1995 e 2007.

Não obstante, ao longo desse período, aumenta a percepção de que o Congresso é importante para o país.

Clique aqui para ampliar

Os vinte anos entre 1990 e 2010 mostram uma grande oscilação nos índices de identificação partidária. Os pontos altos dessa tendência respondem, em parte, ao envolvimento com a política em períodos eleitorais. Os dados mostram ainda que o PT concentra o maior número de identificados.

Clique aqui para ampliar

A fluida identificação partidária se reflete na percepção negativa da atuação dos partidos. Entretanto, partidos são considerados necessários para o funcionamento da democracia.

Clique aqui para ampliar

Ao lado da fluida identificação partidária caminha a memória do voto do eleitor. As ondas do Estudo Eleitoral Brasileiro para 2002 e 2006 mostram que, à exceção dos votos dirigidos aos cargos de Presidente e governador, o voto para os cargos legislativos não se constituem por vínculos mais sólidos.

Assim, destaca-se que, dias após a eleição de 2002 e 2006, respectivamente, a metade dos entrevistados e menos da metade, lembravam seu voto para deputados estadual e federal.

Clique aqui para ampliar

A relação frágil com os partidos afeta parcialmente a disposição dos eleitores em votar. As séries temporais chegam em 2010 com 48% de eleitores favoráveis ao voto obrigatório e 55% dispostos a votar se o voto fosse facultativo.

Clique aqui para ampliar

Reforma Política

O tema da Reforma Política esteve presente no debate público brasileiro em várias conjunturas entre as décadas de 1990 e 2000. A percepção de sua necessidade frente a outros temas do país é comparativamente menor, como mostram as pesquisas de 1998 e 2002. Em 2006, no entanto, a percepção de sua importância aumentou entre os brasileiros.

Clique aqui para ampliar

Opiniões sobre...

Clique aqui para ampliar

Sobre as regras para candidaturas

O sistema eleitoral tem sido apontado como um dos âmbitos que concentram as dificuldades do eleitor frente ao sistema representativo, e as regras para definição de candidatos se destacam.

Clique aqui para ampliar

A reeleição para cargos executivos foi tema recorrente nos governos FHC e Lula. Embora em 1996 a maioria da população fosse favorável à reeleição do presidente da República apenas a partir do seguinte presidente eleito, a Constituição foi alterada e viabilizou um novo mandato de Fernando Henrique. Em 2007, ao contrário, a discussão sobre um terceiro mandato tinha recusa de mais de 60% da população. Para este ano os dados mostram ainda que os brasileiros apóiam a reeleição para presidente, governador e prefeito, mas apenas para mais um mandato, mantendo a legislação atual.

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Clique aqui para ampliar

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Dez 2010
  • Data do Fascículo
    Nov 2010
Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária 'Zeferino Vaz", CESOP, Rua Cora Coralina, 100. Prédio dos Centros e Núcleos (IFCH-Unicamp), CEP: 13083-896 Campinas - São Paulo - Brasil, Tel.: (55 19) 3521-7093 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: rop@unicamp.br