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Nova Economia, sempre nova

A revista Nova Economia publicou o seu primeiro número em 1990. Em julho de 2003, João Antonio de Paula, assumindo então a editoria da revista, escreve uma curta apresentação para o número 1 do volume 12 (relativo ainda ao ano de 2002). Fosse pelo vermelho brilhante da capa ou pela gramatura do papel, pelo formato quadrado da publicação ou pela diagramação em colunas, ou, mais ainda, por cada uma das árvores de madeira de José Bento ou pelo haikai de Marcelo Dolabela que iam estampados na folha de guarda, encarte e páginas iniciais das seções da revista, não havia como o leitor não ser arrebatado pela surpresa ao ter nas mãos aquele primeiro número com o novo projeto gráfico desenvolvido para a Nova Economia.

Tratava-se de um posicionamento claro, no qual a renovação gráfica reforçava a intenção de “redefinição da linha editorial”, com “uma maior explicitação dos compromissos da Revista com uma concepção de economia que a entende, necessariamente, plural e aberta, capaz de abrigar a diversidade metodológica, conceitual e temática de que é feito o nosso campo de reflexão e atuação” (Paula, 2012, p. 7). O pluralismo que é marca do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG nunca permitiu que a Nova Economia fosse uma só coisa, mas o que aquela apresentação dizia com todas as letras era que apenas alguma variedade não era suficiente e que essa economia plural e aberta só poderia ser representada com muitas e diversas vozes. A poesia e a escultura que afloravam em imagens naquele primeiro número do volume 12, e que foram sucedidas por muitas manifestações das artes plásticas e visuais, sempre em bem-cuidadas curadorias, foram constantes desde então nos números impressos da revista. As edições digitais até agora não deram conta de replicar em sua totalidade essa polifonia, sendo esse um dos motivos (não o único) por que os números impressos seguem sendo tão importantes para a Nova Economia. Trata-se de uma lembrança contundente de que quase nada é de fato estranho ao econômico e à linguagem econômica, diversa por natureza, ou ainda de como múltiplas formas devem sempre ser combinadas na produção de conhecimento científico no campo das ciências sociais. Enfim, uma lembrança de que naquelas páginas muitas línguas estavam e estão a ser faladas.

Mudanças importantes se avizinham neste momento. A principal delas está relacionada à adoção do formato de publicação contínua, agora exigido pela SciELO a todos os periódicos que integram a sua coleção, e para o qual a Nova Economia migrará a partir do primeiro número do próximo volume. Há ganhos importantes nessa mudança, particularmente em relação à agilidade na publicação dos artigos e na divulgação das pesquisas dos nossos autores, mas há também muitos desafios envolvidos para que possamos continuar reeditando nosso compromisso com a qualidade editorial e instigando surpresa e interesse em nossos leitores. Voltaremos oportunamente ao tema das mudanças no modelo de publicação, por ora o principal é agradecer o trabalho continuado das diversas equipes editoriais que nos antecederam, assim como aos professores e pesquisadores que atuaram como pareceristas, aos autores que vêm escolhendo divulgar suas pesquisas na Nova Economia e a todos os que contribuíram ao longo dos anos para esse projeto coletivo.

É com essa compreensão clara de que uma revista acadêmica precisa de muitas mãos dadas para seguir adiante que a nova editoria da Nova Economia vem se apresentar, saudando seus leitores e amigos e reforçando o compromisso indelével com a pluralidade.

Referências

  • PAULA, J. A. de. Apresentação. Nova Economia, v. 12, n. 1, p. 7, 2002.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Out 2023
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2023
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