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A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE FUTSAL ESCOLAR EXTRACURRICULAR ACERCA DE SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA PARTICIPAÇÃO DAS EQUIPES EM COMPETIÇÕES E EVENTOS

THE PERCEPTION OF EXTRACURRICULAR SCHOOL FUTSAL TEACHERS ABOUT THEIR PEDAGOGICAL PRACTICE IN TEAMS PARTICIPATION IN COMPETITIONS AND EVENTS

LA PERCEPCIÓN DE LOS PROFESORES DE FÚTSAL ESCOLAR EXTRACURRICULAR SOBRE SU PRÁCTICA PEDAGÓGICA EN LA PARTICIPACIÓN DE EQUIPOS EN COMPETICIONES Y EVENTOS

Resumo

O foco de investigação deste artigo está no contexto extracurricular de aulas de futsal em escolas particulares de Porto Alegre. O objetivo do estudo foi analisar a percepção dos professores da modalidade sobre a sua prática pedagógica em situação de participação de equipes escolares em competições. As atividades de cunho competitivo se mostram presentes nas escolas e impactam no aprendizado dos alunos e alunas. Os sete professores participantes da pesquisa foram entrevistados por meio de uma entrevista semiestruturada. As entrevistas, gravadas e transcritas, foram analisadas por meio da análise temática. Na prática pedagógica, a utilização de competições esportivas entre escolas parece ser central. As percepções dos professores entrevistados indicam as competições como algo que está presente e intimamente ligado à razão de existir da atividade; muitas vezes, acabam sendo utilizadas como um fim e não como um meio de aprendizado pedagogicamente estruturado.

Palavras-chave
Futsal; Prática pedagógica; Competição esportiva

Abstract

The investigation focus of this paper is the extracurricular context of futsal classes in private schools in Porto Alegre. The aim of the study was to analyze the perception of the modality’s coaches about their pedagogical practice in the context of participation of school teams in competitions. Competitive activities are present in schools and have an impact on male and female students' learning. The seven teachers participating in the research were interviewed through a semi-structured interview. The interviews, recorded and transcribed, were analyzed using thematic analysis. In pedagogical practice, the use of sports competitions between schools seems to be central. The perceptions of the interviewed teachers indicate competitions as something that is present and closely linked to the activity's reason for existing, often ending up being used as an end and not as a pedagogically structured means of learning.

Keywords
Futsal; Pedagogical practice; Sport competition

Resumen

El foco de investigación de este artículo está en el contexto extracurricular de las clases de Futsal en escuelas privadas de Porto Alegre. El objetivo del estudio fue analizar la percepción de los profesores de la modalidad sobre su práctica pedagógica en situación de participación de equipos escolares en competencias. Las actividades competitivas están presentes en las escuelas y repercuten en el aprendizaje de los alumnos y alumnas. Los siete docentes participantes en la investigación fueron entrevistados a través de una entrevista semiestructurada. Las entrevistas, grabadas y transcritas, fueron analizadas mediante análisis temático. En la práctica pedagógica, el uso de competencias deportivas entre escuelas parece ser central. Las percepciones de los docentes entrevistados señalan a las competencias como algo presente y estrechamente ligado a la razón de ser de la actividad, muchas veces termina siendo utilizado como un fin y no como un medio pedagógicamente estructurado de aprendizaje.

Palabras clave
Futsal; Práctica pedagógica; Competición deportiva

1 INTRODUÇÃO1 1 Este artigo é um desdobramento de: HARO, Guilherme Krummenauer. A percepção de professores de futsal "extracurricular" sobre a sua prática pedagógica em escolas particulares de Porto Alegre. 2021, 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.

No esporte escolar extracurricular, aquele vivenciado fora das aulas curriculares de educação física (EF), há a competição e os jogos entre diferentes turmas ou escolas inseridas no aprendizado e iniciação esportiva, configurando-se como um assunto de relevância. A competição faz parte do esporte sendo, inclusive, um dos motivos de se procurar a prática esportiva (por inspiração nos atletas e conquistas em evidência); sendo assim, não é possível separá-los ou ignorar suas relações (MOIOLI; BAGNI, 2017MOIOLI, Altair; BAGNI, Guilherme. Competição: Em que momento inserir? In: MACHADO, Afonso Antonio; TERTULIANO, Ivan Wallan. Educação Física e esporte: novos caminhos. São Paulo: Alexa Cultural, 2017.; REVERDITO et al. 2008REVERDITO, Riller Silva et al. Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar a prática, v. 11, n. 1, p. 37-45, 2008. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v11i1.1207
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; SENA; VERZANI; OLIVEIRA, 2017SENA, Arthur B. D.; VERZANI, Renato Henrique; OLIVEIRA, Vivian de. Iniciação esportiva: estamos favorecendo a auto-seleção? In: MACHADO, Afonso Antonio; TERTULIANO, Ivan Wallan. Educação Física e esporte: novos caminhos. São Paulo: Alexa Cultural, 2017.). Refletir sobre uma prática que possibilite a competição ao longo do aprendizado esportivo se torna parte do processo de ensino. Devido à importância educativa, a competição inserida no contexto escolar deve estar alinhada às suas funções e objetivos, não se encerrando em si mesma, mas que continuando e colaborando para uma conscientização da própria condição humana. A vivência no contexto de competição pode ser um problema, a depender da maneira como ela é conduzida (muitas vezes, feita por visões de adultos e para suprir necessidades adultas) (MOIOLI; BAGNI, 2017MOIOLI, Altair; BAGNI, Guilherme. Competição: Em que momento inserir? In: MACHADO, Afonso Antonio; TERTULIANO, Ivan Wallan. Educação Física e esporte: novos caminhos. São Paulo: Alexa Cultural, 2017.; REVERDITO et al. 2008REVERDITO, Riller Silva et al. Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar a prática, v. 11, n. 1, p. 37-45, 2008. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v11i1.1207
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; SENA; VERZANI; OLIVEIRA, 2017SENA, Arthur B. D.; VERZANI, Renato Henrique; OLIVEIRA, Vivian de. Iniciação esportiva: estamos favorecendo a auto-seleção? In: MACHADO, Afonso Antonio; TERTULIANO, Ivan Wallan. Educação Física e esporte: novos caminhos. São Paulo: Alexa Cultural, 2017.). A esse contexto de competição, soma-se o fato de formas de avaliação da aprendizagem claras, intencionais e sistemáticas ainda serem pouco exploradas pelos professores em suas práticas e ainda com baixo desenvolvimento em pesquisas no campo da pedagogia do esporte (PE) (REVERDITO; SCAGLIA; PAES, 2016REVERDITO, Riller Silva et al. Pedagogia do Esporte: possibilidades para o convívio com o esporte no contexto escolar. In: SILVA, Junior Vagner; GONÇALVES-SILVA, Luíza; MOREIRA, Wagner. Educação Física e seus diversos olhares. Campo Grande: Editora UFMS, 2016.). Assim, corre-se o risco de pautar o aprendizado dos e das estudantes nos resultados de competições e eventos, o que pode acabar resumindo em um único (e equivocado) ponto o desempenho de trabalho de uma professora ou de um professor (REVERDITO et al., 2016REVERDITO, Riller Silva et al. Pedagogia do Esporte: possibilidades para o convívio com o esporte no contexto escolar. In: SILVA, Junior Vagner; GONÇALVES-SILVA, Luíza; MOREIRA, Wagner. Educação Física e seus diversos olhares. Campo Grande: Editora UFMS, 2016.).

Tomando por base que a competição no contexto do esporte escolar extracurricular é presente e de influência no aprendizado, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos professores da modalidade extracurricular de futsal sobre a sua prática pedagógica em situação de participação de equipes escolares em eventos e competições.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo se trata de uma pesquisa voltada à vivência de uma ação humana. O fenômeno (prática pedagógica) estudado possui características complexas e não-lineares. Dessa forma, a abordagem qualitativa se torna adequada devido às formas e expressões de vida não serem singulares; isso direciona um olhar sensível para os estudos de natureza humana (FLICK, 2009FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.). Assim, procuramos registrar de maneira ampla as percepções dos professores acerca do fenômeno da prática pedagógica, dando ouvidos e espaço de visibilidade aos professores que vivenciam o campo do futsal extracurricular em escolas particulares de Porto Alegre. Ainda, não se objetivou com esse estudo generalizar informações ou apontar inferências (CRESWELL, 2014CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.). As informações aqui apresentadas fazem parte de um estudo maior, de dissertação de mestrado.

2.1 PARTICIPANTES

Os participantes da pesquisa foram sete professores de EF de escolas particulares que atuam com o ensino da modalidade futsal em aulas de esporte extracurricular (fora da EF como componente curricular). Todos participam com suas escolas de uma tradicional liga escolar em Porto Alegre, organizada por eles próprios, sem vínculo com qualquer entidade esportiva, sendo o próprio grupo responsável por todas as articulações e gestão da competição. O grupo em questão conta com 12 professores e todos foram convidados a participar do estudo. No entanto, nove manifestaram interesse em participar do estudo, mas apenas sete professores permaneceram na pesquisa (Tabela 1).

Tabela 1
Participantes

Os nomes utilizados são fictícios, não condizendo com a realidade ou contexto dos professores. Como características do grupo entrevistado encontram-se: todos são homens, brancos e com graduação como formação mínima (todos dentro da área da EF); as idades variaram de 30 (André) até 59 anos (Alberto); o tempo de experiência em atividades extracurriculares variou de 8 anos (Antônio e Daniel) até 27 anos (Paulo); a carga horária semanal destinada ao contexto esportivo escolar extracurricular de duas horas (Daniel) até 30 horas (Antônio); quatro dos professores (Alex, Paulo, Felipe e Daniel) atuam com o esporte extracurricular em apenas uma escola, outros dois (Antônio e Alberto) em duas escolas e um deles (André) em três escolas. A ausência de mulheres na pesquisa é devida ao fato de que a liga escolar utilizada como base dos contatos conta com apenas duas professoras (o grupo total conta com 15 pessoas, sendo os 12 convidados, eu e as duas professoras). As duas fazem parte do corpo docente de escolas públicas - que participam da liga como convidadas. Este estudo voltou seu olhar para o contexto das escolas particulares, o que fez com que as duas professoras não fossem convidadas a participar da pesquisa. O contexto do esporte reflete aspectos da sociedade. Logo, evidencia-se a desigualdade na participação de mulheres enquanto treinadoras (GALATTI; MILISTETD, 2022GALATTI, Larissa Rafaela; MILISTETD, Michel (org.). Modelo de desenvolvimento esportivo do Comitê Olímpico do Brasil. [S.l]: COB, 2022.) e isso se torna evidente nas escolas particulares, foco deste estudo. Historicamente marcada por proibições e preconceitos enraizados na sociedade e no esporte, a participação das mulheres (no esporte em geral) ainda tem sido baixa, ainda mais nos papéis de treinadoras e líderes (GALATTI; MILISTETD, 2022GALATTI, Larissa Rafaela; MILISTETD, Michel (org.). Modelo de desenvolvimento esportivo do Comitê Olímpico do Brasil. [S.l]: COB, 2022.). Sendo assim, ao longo da escrita da análise e discussão, utilizamos o termo “professores” por terem sido entrevistados apenas docentes do gênero masculino.

2.2 INSTRUMENTOS

Tendo em vista a nossa intenção em analisar um fenômeno complexo (prática pedagógica), a escolha de abordagem foi a qualitativa. Em relação às ferramentas para obtenção de informações, optamos pela entrevista. Creswell (2014)CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014. aponta a entrevista aos indivíduos como um dos instrumentos característicos desse tipo de estudo (qualitativo). Assim, para a obtenção das informações, foram realizadas entrevistas semiestruturadas (CRESWELL, 2014CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.). Devido ao contexto pandêmico que havia no momento das coletas de dados, todas as entrevistas foram feitas de maneira remota por meio de aplicativo de vídeo conferência (Zoom). As entrevistas semiestruturadas seguiram um roteiro e foram gravadas e transcritas (CRESWELL, 2014CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.). A duração das entrevistas foi de 32 minutos (André) até uma hora e três minutos (Alberto), sendo o total das entrevistas de 340 minutos (aproximadamente cinco horas e 35 minutos). As transcrições geraram um total de 192 páginas.

2.3 PROCEDIMENTOS ÉTICOS

A pesquisa à nível de dissertação foi aprovada pelo Comitê de Ética da Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 23 de dezembro de 2020, por meio de parecer consubstanciado. Todos os professores assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS

A análise dos registros na pesquisa qualitativa tem como predominante a interpretação das informações coletadas (GAYA et al., 2016GAYA, Adroaldo et al. Projetos de pesquisa científica e pedagógica: o desafio da iniciação científica. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 2016.). Dessa forma, as informações coletadas nas entrevistas (gravadas e transcritas) foram descritas, analisadas e interpretadas com base na teoria da análise temática (BRAUN; CLARKE; WEATE, 2016BRAUN; Virginia; CLARKE, Victoria; WEATE, Paul. Using thematic analysis in sport and exercise research. In: SMITH, Brett; SPARKES, Andrew C. Routledge handbook of qualitative research in sport and exercise. New York: Routledge, 2016.). Assim, todo o material oriundo dos registros passou por fases de organização até se tornarem temas de análise (BRAUN; CLARKE; WEATE, 2016BRAUN; Virginia; CLARKE, Victoria; WEATE, Paul. Using thematic analysis in sport and exercise research. In: SMITH, Brett; SPARKES, Andrew C. Routledge handbook of qualitative research in sport and exercise. New York: Routledge, 2016.) conforme Quadro 1:

Quadro 1
Etapas da análise temática com base em Braun, Clarke e Weate (2016)BRAUN; Virginia; CLARKE, Victoria; WEATE, Paul. Using thematic analysis in sport and exercise research. In: SMITH, Brett; SPARKES, Andrew C. Routledge handbook of qualitative research in sport and exercise. New York: Routledge, 2016.

Ao longo de todo o processo de análise e interpretação das informações, houve três momentos de reunião formal (por meio de vídeo chamada) e reflexão com o professor orientador do estudo, visando planejar e estruturar os passos seguintes. A primeira reunião ocorreu no dia 18 de maio de 2021, logo após a fase 1 da análise temática (BRAUN; CLARKE; WEATE, 2016BRAUN; Virginia; CLARKE, Victoria; WEATE, Paul. Using thematic analysis in sport and exercise research. In: SMITH, Brett; SPARKES, Andrew C. Routledge handbook of qualitative research in sport and exercise. New York: Routledge, 2016.). A segunda reunião foi no dia 29 de junho de 2021, pensando em organizações para a etapa 2. A reunião três, por sua vez, aconteceu no dia 13 de agosto de 2021, contribuindo para reflexão acerca da maneira como os nomes das notas foram aproximados. Ao longo de todo o processo, além desses momentos formais, o compartilhamento de ideias e debates eram constantes, sendo a comunicação mantida, em especial, por e-mail.

Ao final, chegamos a quatro temas de análise. Neste artigo, no entanto, apresentaremos a análise do tema nomeado como “participação em competições eventos”.

4 RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO

De acordo com as percepções dos entrevistados, esse tema aparentemente é o que centraliza todas as demais nuances do trabalho do professor com o futsal escolar extracurricular. A participação em eventos (em especial os de ordem competitiva) parece ser o que vai orientar os caminhos do esporte extracurricular, assim como sua existência. A competição (e consequentemente a prática pedagógica do professor) parece ser orientada por algumas demandas e pressões externas: a escola, os pais e (em alguns casos) as expectativas da história pessoal de cada um dos próprios professores participantes. Há indicativos, de acordo com a fala dos entrevistados, de que a prática pedagógica é constituída a partir desses fatores e não por um currículo; ou seja, talvez essas atividades possam ser de fato “extracurriculares”, pois, não há evidências presentes nos discursos dos professores participantes que é o currículo que vai orientar a prática, mas a competição e as expectativas sobre a competição por parte dos pais/responsáveis, escola e/ou os próprios professores.

Tomando por base a fala de três dos entrevistados, a ideia de um esporte pautado apenas em treinos e aulas, sem que se tenha a participação em eventos e competições, aparentemente não tem sentido. Os próprios alunos, sem jogos, não permanecem nas atividades, conforme a fala do Paulo: “apesar de saber que, vamos dizer, dentro dos nossos grupos aí se tu disser pra uma turma tua que naquele ano a gente não vai competir, não sei se tu permanece com os alunos”. Já o Antônio, ao se referir à área do esporte extracurricular como “esse mundo escolar, né, das competições escolares, das equipes escolares, do turno, né, do contraturno, do extraclasse”, apresenta a competição como uma das características centrais do esporte extracurricular. Há ainda a realidade do Daniel, que deu início ao modelo de equipes de competição na sua escola por conta de pedidos dos próprios alunos, iniciando sua prática pedagógica no futsal extracurricular “principalmente pelo... por esse desejo deles, pela nossa parceria lá que a gente tinha, né, que a gente tem sempre, né, nossa parceria aluno-professor, então por muito pedidos deles aí a gente montou... montou essa equipe”. Com base nessas ideias, a percepção desses professores denota o sentido de ser do esporte extracurricular como advindo da necessidade e intenção de se realizar uma atividade com vistas à competição.

Isso pode estar ligado ao fato de o esporte ser uma atividade cultural “competitiva por natureza”, conforme encontrado em Krahenbühl et al. (2019)KRAHENBÜHL, Tathyane et al. Competição de base e a formação de jovens atletas na perspectiva de treinadores de elite no handebol. Pensar a prática, v. 22, p. 1-13, 2019. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v22.53089
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, Leonardo e Scaglia (2018a)LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides. A avaliação de competições esportivas de jovens: definições de categorias e aplicações ao handebol. Movimento, v. 24, n. 3, p. 875-888, jul/set, 2018a. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.83620
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e Leonardo e Scaglia (2018b)LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides. Oito anos de adaptações competitivas na federação paulista de handebol: um estudo documental da categoria sub-14. Motrivivência, v. 30, n. 55, p. 75-92, set 2018b. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2018v30n55p75
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, que indicam o esporte e a competição caminhando de mãos dadas, sendo impossível separá-los. Esse vínculo entre esporte e competição é coerente e natural, visto que sempre haverá a intenção de superar os adversários, mesmo em situações de aula (fora dos eventos). Assim, a área de atuação dos professores está permeada pelo competitivo, como percebe o André: “porque 90 por cento, 95 por cento das pessoas quando entram em educação... educação física é competição”.

Com a possibilidade de estar aliada à própria história de vida dos professores e da cultura do país do futebol, a razão de ser e existir do esporte no espaço extracurricular parece estar ligado à competição com raízes profundas; é como se, para a existência e manutenção da atividade, fosse quase um tipo de obrigação participar de eventos (em especial os de ordem competitiva). Partindo do pressuposto que o esporte é competitivo por natureza, visto que sempre há a intenção de se sobressair ao adversário, não necessariamente é um problema o esporte no contexto extracurricular ter como um de seus pilares a participação em eventos. A competição pode ser um meio, uma ferramenta formadora, utilizada de maneira coerente e contextualizada e tendo o estudante como foco do processo (BALBINO et al., 2013BALBINO, Hermes et al. Pedagogia do Esporte: significações da iniciação esportiva e da competição. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013.; KRAHENBÜHL et al., 2019KRAHENBÜHL, Tathyane et al. Competição de base e a formação de jovens atletas na perspectiva de treinadores de elite no handebol. Pensar a prática, v. 22, p. 1-13, 2019. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v22.53089
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; MONTAGNER; SCAGLIA, 2013MONTAGNER, Paulo; SCAGLIA, Alcides; Pedagogia da competição: teoria e proposta de sistematização nas escolas de esportes. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013.; REVERDITO et al., 2016REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto. Pedagogia do Esporte: conceito e cenário contemporâneo. In: REVERDITO, Riller Silva; SADI, Renato S. Pedagogia do Esporte: explorando os caminhos da formação permanente e da intervenção criativa em crianças e jovens esportistas. São Paulo: Ícone, 2016.; REVERDITO; SCAGLIA, 2013REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Competições escolares: reflexão e ação fazendo diferença na escola. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013.; REVERDITO; SCAGLIA; MONTAGNER, 2013REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013.; SCAGLIA, 2013SCAGLIA, Alcides et al. O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências essenciais e a lógica do jogo em meio ao processo organizacional sistêmico. Movimento, v. 19, n. 4, p. 227-249, 2013. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.37893
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). Para Paulo:

[...] a nossa classe [referindo-se a área de atuação dos professores de futsal extracurricular], assim, é... ela é muito... ela é muito competitiva, assim, na verdade ela prima muito pela competição, e tá falando um cara que gosta de competir, mas... eh... não competir só por competir, assim [...] competir como... não como fim, como meio, né, e eu vejo muita gente competir como fim.

Essa fala apresenta a percepção de uma área de atuação na qual alguns professores utilizam a competição como fim, como objetivo e razão de ser, não como um meio pedagogicamente estruturado aos moldes da infância.

A reprodução das competições profissionais e federativas dentro dos muros da escola é comentada por Paulo ao citar um dos eventos que participa, percebendo que se assemelha: “a um mini modelo federativo agora, assim, eu vejo com muitas coisas... eh... que são legais, mas ao mesmo tempo são inoportunas pra aquele... eu acho que pra aquele momento”. Acaba que esses fatores conduzem a atividade, como comentado pelo Felipe, às expectativas dos adultos ali envolvidos:

[...] então eu acho que muitas vezes os professores... eh... eles também fazem um campeonato pra eles, entendeu [...] é a expectativa deles, mas a gente esquece de... de... de pensar, assim, qual é a expectativa da criança naquele momento, quando ela vai jogar, o que ela quer.

Essas percepções vão ao encontro do apresentado em Balbino et al. (2013)BALBINO, Hermes et al. Pedagogia do Esporte: significações da iniciação esportiva e da competição. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013. e em Krahenbühl et al. (2019)KRAHENBÜHL, Tathyane et al. Competição de base e a formação de jovens atletas na perspectiva de treinadores de elite no handebol. Pensar a prática, v. 22, p. 1-13, 2019. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v22.53089
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, quando indicam que os eventos esportivos escolares de natureza competitiva têm suprido mais os desejos dos adultos e das instituições em detrimento do que é esperado e das necessidades das crianças e jovens.

Partindo para a expectativa da instituição escolar, percebe-se que espera e incentiva que se participe de competições e eventos esportivos, levando o nome e a marca da instituição. Há, junto a isso, espaço nas mídias e redes sociais da escola para fotos e notícias, como apresentado por Alex “quando a gente tem um cenário de torneios que a gente ganha, por exemplo, o colégio posta foto no Instagram, isso aí... isso tá lincado com a escola”; isso pode conduzir ao fato de os resultados facilitarem o trabalho do professor, conforme percepção de Daniel, onde reflete: “muito importante o esporte na escola, o esporte escolar, muito importante, por mais que tu não tenhas resultado, mas tu tem envolvimento, obviamente que um envolvimento com resultado é mais fácil, né”. Junto ao que a instituição pensa e espera, há a figura das famílias dos alunos, conforme Paulo relata, um outro colega de área lhe disse que: “não posso perder o jogo da escolinha pra outra escolinha porque senão os pais vão querer levar os meus alunos pra outra escolinha, né?”.

Essas expetativas de uma atividade esportiva que atenda a resultados relacionados a performance, de certa forma acabam “forçando” alguns colegas de área a quererem vencer acima de outras coisas, como uma forma, talvez, de provar que é um bom professor e que desempenha um bom trabalho. O Paulo percebe em colegas de área “uma falta de... de... de paciência e... e desvio de conduta, assim, em alguns processos pra atingir um objetivo que eu acho que deveria ser o meio e não o fim”. O Antônio, indicando sua percepção sobre a competição como mais um meio, uma etapa e uma ferramenta formadora, salienta ser ideal:

[...] não introduzir coisas que tu acha legal de enxergar no... num adulto replicar nos menores, porque tu quer ser treinador do colégio, tu quer ganhar títulos pelo colégio achando que isso vai te dar... hã... estabilidade, vai te dar notoriedade. Não tem nada a ver com isso, né, tu tem que entender esse processo de formador.

As pressões externas por resultado, que facilitariam o processo do trabalho do professor, vinculado ao próprio espírito competitivo nato da área, resultam em ações por parte dos adultos que condizem com a literatura, no que diz respeito a existência de eventos sem caráter pedagógico e sob uma ótica “[...] em que prevalece o ideário de ganhar a qualquer custo, o individualismo e a escravidão dos resultados” (REVERDITO et al., 2008REVERDITO, Riller Silva et al. Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar a prática, v. 11, n. 1, p. 37-45, 2008. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v11i1.1207
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, p. 43). A competição em si não é um problema, ela faz parte da estrutura do esporte. No entanto, quando não há orientação pedagógica clara e um espaço concreto e definido (como aparentemente é o caso do futsal extracurricular no contexto investigado), o esporte fica sujeito a pressões e parâmetros moduladores da qualidade da prática pedagógica dos professores, sendo a competição e o resultado um perigoso indicativo de sucesso. Assim, é necessário apresentar a todos os adultos envolvidos no processo as intenções pedagógicas (e o foco no estudante) desse tipo de evento, trazendo o senso de corresponsabilidade ao longo de todas as etapas (MONTAGNER; SCAGLIA, 2013MONTAGNER, Paulo; SCAGLIA, Alcides; Pedagogia da competição: teoria e proposta de sistematização nas escolas de esportes. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do Esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013.). A competição deve estar embasada em fundamentos voltados para as crianças e seu desenvolvimento, sendo a criança quem de fato compete e não os adultos ou instituições envolvidas.

Com relação às competições em si, os professores as percebem como de relevância pedagógica, pois contribuem no lidar com frustrações, nos desafios, no enfrentamento de barreiras, nas tomadas de decisão e em contornar situações problema. Esse impacto no desenvolvimento dos estudantes pode ser mais ou menos positivo, dependendo da forma como é organizado. Na realidade estudada, aparentemente toda a responsabilidade recai sobre o professor. As expectativas das escolas, das famílias e dos próprios estudantes são mediadas, organizadas e conduzidas unicamente pelo professor da atividade. Toda essa carga pode ser um risco ao processo e ao impacto pedagógico do esporte no contexto extracurricular. Esses fatores indicam que pode não estar claro a todos os envolvidos no contexto estudado qual o real papel da atividade. Com busca em documento nacional (RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NACIONAL, 2017RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NACIONAL. Movimento é vida: atividades físicas e esportivas para todas as pessoas. Brasília: PNUD, 2017.), procuramos se havia algum tipo de orientação na qual as escolas pudessem embasar as atividades extracurriculares. Aparentemente o apoio governamental acerca do esporte extracurricular é mais voltado à linha dos projetos sociais ou com foco na descoberta de talentos. A exemplo dessa possibilidade de não estar claro o rumo da atividade extracurricular, um dos professores entrevistados relata que:

[...] não estamos aqui para formar atleta. Primeira coisa é isso, primeira coisa, cara, quem tem que vir falar comigo para contar qual é o desejo é a criança, que talvez ela queira estar no basquete, ela queira estar no judô, ela queira estar... Certo? Primeira coisa é isso, né? Aí depois disso, pai, o resto tu não te preocupas que vai dar certo. Então quando a gente consegue fazer, né, esse processo [...] de comunicação, tudo dá certo, porque não é jogar bem, é o estar entre amigos, é o dividir frustrações, dividir alegrias, é isso que vale

(ALEX).

De acordo com isso, na fala de Felipe percebe-se a possibilidade de uma coexistência da competição aliada a um fazer pedagogicamente planejado e estruturado: “se tu compete tu não gosta do lúdico, se tu é lúdico tu não gosta [de competir], não consigo entender isso. Então eu acho que tu podes ter performance, tu podes ensinar e tu pode ter aquelas questões pedagógicas, porque afinal o cara tá na escola”. Esses apontamentos convergem com o exposto por Silveira (2017)SILVEIRA, Sergio Roberto. Esporte Escolar: perspectivas de produção do Esporte da Escola. In: MACHADO, Afonso Antonio; TERTULIANO, Ivan Wallan. Educação Física e esporte: novos caminhos. São Paulo: Alexa Cultural, 2017., sendo a competição um espaço e uma etapa de aprimoramento dos conteúdos desenvolvidos nas aulas, bem como um contexto de aproximação entre todos os envolvidos, oportunizando situações que o dia a dia das aulas não alcança e que mantém o caráter de aprendizado.

Todas essas percepções, denotando figura de destaque aos eventos competitivos, podem estar relacionadas ao fato de o ponto de partida dos entrevistados ser advindo justamente de um círculo de professores envolvidos em uma competição escolar. Algumas reflexões podem surgir a partir disso: há escolas particulares com esporte extracurricular que não participam de eventos? Quais seriam as expectativas e percepções de uma realidade na qual a escola não se envolve com eventos e competições?

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento do dia a dia da prática pedagógica, a utilização de eventos e competições esportivas entre escolas parece ser central na prática pedagógica dos professores. As percepções dos professores entrevistados sobre as suas práticas são permeadas por uma fala que parece apresentar os eventos e as competições como algo que está presente e intimamente ligado à razão de existir da atividade. Esse tipo de atividade voltada a um contexto competitivo, segundo as observações dos participantes desse estudo, parece ser o balizador da qualidade do professor às vistas da escola, das famílias, dos alunos e alunas e, em alguns casos, dos demais professores desse campo de atuação (podendo haver até um certo tipo de facilidade no trabalho desenvolvido enquanto se alcança resultados vitoriosos). Muitas vezes, as competições (que podem ser vistas como ferramentas pedagógicas) acabam sendo utilizadas como um fim e não como um meio, um tempo e um espaço pedagogicamente pensado e estruturado para, intencionalmente falando, impactar positivamente no desenvolvimento esportivo e humano das crianças e jovens.

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    Este artigo é um desdobramento de: HARO, Guilherme Krummenauer. A percepção de professores de futsal "extracurricular" sobre a sua prática pedagógica em escolas particulares de Porto Alegre. 2021, 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.
  • FINANCIAMENTO

    O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.
  • ÉTICA DE PESQUISA

    A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Número na Plataforma Brasil CAAE: 4.484.156.
  • COMO REFERENCIAR

    HARO, Guilherme Krummenauer; GINCIENE, Guy. A percepção de professores de futsal escolar extracurricular acerca de sua prática pedagógica na participação das equipes em competições e eventos. Movimento, v. 29, p. e29065, jan./dez. 2023. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.133997

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Editado por

RESPONSABILIDADE EDITORIAL

Alex Branco Fraga *, Elisandro Schultz Wittizorecki *, Mauro Myskiw *, Raquel da Silveira *
*Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    02 Ago 2023
  • Aceito
    08 Nov 2023
  • Publicado
    24 Dez 2023
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