Acessibilidade / Reportar erro

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE COLABORATIVO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA INTRODUÇÃO

DESARROLLO PROFESIONAL DOCENTE COLABORATIVO EN EDUCACIÓN FÍSICA: UNA INTRODUCCIÓN

Resumo

Práticas colaborativas no desenvolvimento profissional docente em Educação Física (DPD-EF) têm sido cada vez mais apoiadas devido aos benefícios reconhecidos para professores e alunos. Ao apresentar esta seção Em Foco, este artigo visa ampliar e aprofundar as conversas entre pesquisadores sobre as práticas colaborativas no DPD-EF. Codesenhado como um projeto colaborativo de dois anos sobre práticas colaborativas, esta edição especial buscou colaboração e solidariedade, compartilhamento de conhecimento e negociação de desafios na internacionalização da pesquisa. Pesquisadores do Brasil, Austrália, Canadá, Irlanda, Portugal, Nova Zelândia, Estados Unidos e Turquia trabalharam em seis grupos para discutir quatro temas: (a) tipos de DPD-EF colaborativo, (b) facilitação de DPD-EF, (c) metodologias inovadoras e, (d) o desenvolvimento de experiências colaborativas. Ao final, esperamos destacar os desafios e contribuições que podem melhorar as pesquisas e experiências daqueles que formam, concebem e participam de práticas colaborativas de DPD-EF em todo o mundo.

Palavras-chave:
Desenvolvimento de pessoal; Professores; Educação Física; Aprendizagem.

Resumen

Prácticas colaborativas en el desarrollo profesional docente en Educación Física (DPD-EF) han sido cada vez más apoyadas debido a sus beneficios reconocidos para profesores y alumnos. Al presentar esta sesión En Foco, este artículo pretende ampliar y profundizar el diálogo entre investigadores acerca de las prácticas colaborativas en el DPD-EF. Codiseñado como un proyecto colaborativo de dos años sobre prácticas colaborativas, esta sesión especial buscó colaboración y solidaridad, intercambio de conocimiento y negociación de desafíos en la internacionalización de la investigación. Investigadores de Brasil, Australia, Canadá, Irlanda, Portugal, Nueva Zelanda, Estados Unidos y Turquía trabajaron en seis grupos para discutir cuatro temas: (a) tipos de DPD-EF colaborativo, (b) facilitación de DPD-EF, (c) metodologías innovadoras y (d) el desarrollo de experiencias colaborativas. Al final, esperamos destacar los desafíos y contribuciones que pueden mejorar las investigaciones y experiencias de aquellos que forman, conciben y participan en prácticas colaborativas de DPD-EF en todo el mundo.

Palabras clave:
Desarrollo de personal; Profesores; Educación Física; Aprendizaje.

Abstract

Collaborative practices in Physical Education continuing professional development (PE-CPD) have been increasingly recognized due to evident benefits for teachers and students. In introducing this special issue, this paper aims to extend and deepen conversations among scholars about the collaborative practices in PE-CPD. Co-designed as a two-year project about collaborative practices, this special issue pursued collaboration through solidarity, knowledge sharing, and negotiation of challenges in internationalised research. Researchers from Brazil, Australia, Canada, Ireland, Portugal, New Zealand, the U.S., and Turkey worked in six groups to explore four themes: (a) types of collaborative PE-CPD, (b) facilitation of PE-CPD, (c) innovative methodologies and, (d) the development of collaborative experiences. In this special issue, we highlight the opportunities and inputs that might improve the research and experiences of those who form, conceive, and participate in collaborative PE-CPD programs around the world.

Key words:
Staff development; Teachers; Physical Education; Learning

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento profissional docente (DPD) engloba múltiplas oportunidades de aprendizagem nas quais os professores se envolvem uns com os outros para melhorar seu trabalho ao longo de suas trajetórias de aprendizagem profissional (DAY; SACHS, 2004DAY, Christopher; SACHS, Judith. Professionalism, performativity and empowerment: discourses in the politics, polices and purposes as CPD. In: DAY, Christopher; SACHS, Judith. International Handbook on the CPD of Teachers. Maidenhead: Open University Press, 2004. p. 3-32.). Cada vez mais, o DPD garante que “os professores aprendem e se desenvolvem profissionalmente mediante participação em diferentes práticas, processos e contextos, intencionais ou não, que promovem a formação ou a melhoria da prática docente” (FIORENTINI; CRECCI, 2013FIORENTINI, Dario; CRECCI, Vanessa. Desenvolvimento profissional docente: um termo guarda-chuva ou um novo sentido à formação?! Formação Docente, v. 5, n. 8, p. 11-23, 2013. Disponível em: https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/74 Acesso em: 20 jul. 20, 2021.
https://revformacaodocente.com.br/index....
, p. 13). Além disso, defende-se amplamente que, para ser eficaz, a aprendizagem dos professores deve ocorrer de forma colaborativa (PATTON; PARKER; GONÇALVES, 2022PATTON, Kevin; PARKER, Melissa; GONÇALVES, Luiza. Toward a common understanding: promoting and supporting effective continuing professional development. In: Routledge Encyclopedia of Sport Studies. [S.l.]: Routledge, 2022 (in press).), ou seja, dois ou mais professores compartilham seus aprendizados e experiências e oferecem apoio mútuo quando enfrentam desafios ao longo de suas trajetórias de carreira (CORDINGLEY et al., 2003CORDINGLEY, Philippa et al. The impact of collaborative CPD on classroom teaching and learning. In: RESEARCH EVIDENCE IN EDUCATION LIBRARY. London: EPPI-Centre, Social Science Research Unit, Institute of Education, 2003. Disponível em: http://eppi.ioe.ac.uk/cms/Portals/0/PDF%20reviews%20and%20summaries/CPD_rv1.pdf. Acesso em: 14 jul., 2020
http://eppi.ioe.ac.uk/cms/Portals/0/PDF%...
; 2015CORDINGLEY, Philippa et al. Developing great teaching: lessons from the international reviews into effective professional development. London: Teacher Development Trust. 2015. Disponível em: https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2015/10/DGT-Summary.pdf. Acesso em: 14 jul., 2020
https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2...
; HARGREAVES; O’CONNOR, 2017HARGREAVES, Andy; O’CONNOR, Michael T. Cultures of professional collaboration: their origins and opponents. Journal of Professional Capital and Community, v. 2, n. 2, p. 74-85, 2017. DOI: https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-000...
). Nas práticas colaborativas em DPD: (a) as relações entre os participantes são caracterizadas pelo respeito e apoio mútuos, não sendo de natureza fiscalizadora (os participantes não são monitorados); (b) os participantes estão motivados e comprometidos com a aprendizagem e a colaboração; (c) as atividades de aprendizagem ocorrem em um ambiente onde o diálogo é possível e onde os participantes buscam feedback e críticas construtivas, e (d) os participantes se envolvem em práticas reflexivas (KEAY, 2006KEAY, Jeanne. Collaborative learning in physical education teachers’ early-career professional development. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 11, n. 3, p. 285-305, 2006. DOI: https://doi.org/10.1080/17408980600986322
https://doi.org/10.1080/1740898060098632...
).

Nos últimos 20 anos, e particularmente na última década, os benefícios das práticas colaborativas no DPD dos professores têm sido cada vez mais apoiados por formuladores de políticas e pesquisadores da área de educação e educação física (EF). Dentre outros benefícios, estudos indicam que a colaboração formal e informal contribui para os processos de DPD (CORDINGLEY et al., 2015CORDINGLEY, Philippa et al. Developing great teaching: lessons from the international reviews into effective professional development. London: Teacher Development Trust. 2015. Disponível em: https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2015/10/DGT-Summary.pdf. Acesso em: 14 jul., 2020
https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2...
; HARGREAVES; O’CONNOR, 2017HARGREAVES, Andy; O’CONNOR, Michael T. Cultures of professional collaboration: their origins and opponents. Journal of Professional Capital and Community, v. 2, n. 2, p. 74-85, 2017. DOI: https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-000...
; TIMPERLEY et al., 2007TIMPERLEY, Helen et al. Teacher professional learning and development: best evidence synthesis iteration. Auckland: New Zealand Ministry of Education, 2007.), para a implementação do currículo escolar e reformas educacionais (BORGES et al., 2017BORGES, Cecilia et al. Collaboration entre chercheurs et praticiens dans le cadre du projet Saines habitudes de vie - éducation physique et à la santé (SHV-ÉPS). Éducation et Socialisation, v. 45, p. 1-19, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.4000/edso.2587. Acesso em: 10 fev., 2020.
https://doi.org/10.4000/edso.2587...
; BORGES; LESSARD, 2007BORGES, Cecilia; LESSARD, Claude. Qu’arrive-t-il quand la collaboration enseignante devient une norme? In.: TARDIF, Maurice; MARCEL, Jean-François; DUPRIEZ, Vincent; PÉRISSET-BAGNOUD, Danièle. Coordonner, collaborer, coopérer. Bruxelles: De Boeck, 2007. p. 61-74.) e também introduz melhorias no ensino, com benefícios para a aprendizagem dos alunos (HARGREAVES; O’CONNOR, 2017HARGREAVES, Andy; O’CONNOR, Michael T. Cultures of professional collaboration: their origins and opponents. Journal of Professional Capital and Community, v. 2, n. 2, p. 74-85, 2017. DOI: https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-000...
; VANGRIEKEN et al., 2017VANGRIEKEN, Katrien et al. Teacher communities as a context for professional development: a systematic review. Teaching and Teacher Education, v. 61, p. 47-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.0...
).

As práticas colaborativas têm tido impacto nos programas de DPD e nas práticas educativas por meio da criação de comunidades de aprendizagem (CA), projetos pedagógicos coletivos, práticas em grupo (envolvendo toda a escola ou turmas específicas) e o estabelecimento de grupos de co-desenvolvimento (CARON; PORTELANCE, 2016; VANDERCLEYEN; L’HOSTIE; DUMOULIN, 2019VANDERCLEYEN, François; L’HOSTIE, Monique; DUMOULIN, Marie-Josée. Le groupe de codéveloppement pour former à l’accompagnement de stagiaires. Québec: Presses Université du Québec, 2019.). Práticas semelhantes se refletem na pesquisa educacional, que tem adotado formas cada vez mais participativas e colaborativas, como a pesquisa-ação ou a pesquisa colaborativa (DESGAGNÉ et al., 2001DESGAGNÉ, Serge et al. L’approche collaborative de recherche en éducation: un rapport nouveau à établir entre recherche et formation. Revue des Sciences de L’éducation, v. 27, n.1, p. 33-64, 2001. DOI: https://doi.org/10.7202/000305ar
https://doi.org/10.7202/000305ar...
; DESGAGNÉ; BEBNARZT, 2005DESGAGNÉ, Serge.; BEBNARZT, Nadine. Médiation entre recherche et pratique en éducation: faire de la recherche “avec” plutôt que “sur” les praticiens Revue des Sciences de L’éducation, v. 31, n. 2, p. 245-258, 2005. DOI: https://doi.org/10.7202/012754ar
https://doi.org/10.7202/012754ar...
; LECLERC; MOREAU, 2011LECLERC, Martine; MOREAU, Andre. Communautés d’apprentissage professionnelles dans huit écoles inclusives de l’Ontario. Éducation et francophonie, v. 39, n. 2, p. 189-206, 2011. DOI: https://doi.org/10.7202/1007734ar
https://doi.org/10.7202/1007734ar...
). Além disso, os próprios professores apropriam-se coletivamente de ferramentas de pesquisa para investigar e resolver problemas pedagógicos e aprimorar seu próprio trabalho (SANCHES NETO; OVENS; CRAIG, 2015SANCHEZ NETO, Luiz; OVENS, Alan; CRAIG, Cheryl. Teacher networks as professional knowledge communities: contributions from a Brazilian autonomous community of teacher researchers. In: GARBETT, Dawn; OVENS, Alan (ed). Teaching for tomorrow today. Auckland, NZ: Edify, 2015. p. 105-114.).

Ao mesmo tempo, devido ao crescente interesse em práticas colaborativas nas escolas, formação inicial ou contínua de professores, os programas de DPD são objeto de muitas investigações. Esses estudos revelaram diferentes conceitos, tipologias e caracterizações, bem como múltiplos desafios, tanto para professores quanto para pesquisadores que se envolvem em projetos colaborativos. Atualmente, as CA constituem uma das práticas colaborativas mais comumente utilizadas em DPD-EF (PARKER et al., 2022PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; GONÇALVES, Luiza; LUGUETTI, Carla; LEE, Okseon. Learning communities and physical education professional development: a scoping review. European Physical Education Review, v. 28, n. 2, p. 500-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
https://doi.org/10.1177/1356336X21105558...
), por isso é importante apresentar aqui alguns conceitos de CA adotados no campo.

1.1 COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO FÍSICA

Com base em estudos da psicologia e sociologia, ou teorias de organização de aprendizagem, várias terminologias têm sido adotadas por pesquisadores para se referir a comunidades de aprendizagem (CAs). De acordo com Grossman, Wineburg e Woolworth (2001)GROSSMAN, Pam; WINEBURG, Sam; WOOLWORTH, Stephen. Teachers College Record. The Teachers College Record, v. 103, p. 942-1012, 2001. e Toole e Louis (2002)TOOLE, James Charles; LOUIS, Karen Seashore. The role of professional learning communities in international education. In: LEITHWOOD, Kenneth; HALLINGER, Phillip (ed.).Second International Handbook of Educational Leadership and Administration. Berlin: Springer, 2002. p. 245-280., uma variedade de termos foi desenvolvida para definir ou explicar contextos de aprendizagem colaborativa, como, mas não limitado a, comunidades de aprendizes, comunidades escolares, comunidades de professores, e comunidades de prática. Esses termos levaram a mal-entendidos e, às vezes, os termos foram desenvolvidos sem a devida atenção aos fundamentos teóricos (VANGRIEKEN et al., 2017VANGRIEKEN, Katrien et al. Teacher communities as a context for professional development: a systematic review. Teaching and Teacher Education, v. 61, p. 47-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.0...
).

Apesar da variedade de termos, no entanto, parece haver consenso sobre as características das CAs: grupos de apoio com liderança compartilhada onde as pessoas compartilham valores, visões e objetivos, que implicam aprendizado e envolvimento coletivo, prática individual compartilhada e condições de apoio (VANGRIEKEN et al., 2017VANGRIEKEN, Katrien et al. Teacher communities as a context for professional development: a systematic review. Teaching and Teacher Education, v. 61, p. 47-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.0...
). Portanto, esse consenso demonstra que o fundamento principal das CAs (sejam elas criadas pelos professores na escola ou vinculados aos programas de DPD) é a potencial transformação das práticas dos professores que, em última análise, apoia a aprendizagem dos alunos.

Na área de EF, Parker et al. (2022) destacam que os estudos sobre CA surgem no início de 2000 e são baseados principalmente na teoria da aprendizagem situada (LAVE; WENGER, 1991LAVE, Jean; WENGER, Etienne. Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1991.; WENGER, 1998WENGER, Etienne. Communities of practice: learning, meaning, and identity. Cambridge, UK: Cambridge University, 1998.). Desde então, houve um crescimento exponencial da pesquisa na área internacionalmente. As CAs têm sido usadas como estratégia de DPD em EF (BEAUDOIN; TURCOTTE; GIGNAC, 2018BEAUDOIN, Sylvie; TURCOTTE, Sylvain; GIGNAC, Catherine. Dans la « boite noire » de la démarche d’analyse conjointe des données: les processus de collaboration entre les acteurs d’une recherche-action-formation. Recherches Qualitatives, v. 37, n. 2, p. 61-83, 2018. Disponível em: https://www.erudit.org/fr/revues/rechqual/2018-v37-n2-rechqual04014/1052108ar/. Acesso em: 10 fev., 2020.
https://www.erudit.org/fr/revues/rechqua...
; DUMOULIN et al., 2019DUMOULIN, Marie-Josée et al. L’approche de codéveloppement professionnel pour la formation des enseignants associés: un défi de posture? In: VANDERCLEYEN, François; L’HOSTIE, Monique; DUMOULIN, Marie-Josée. Le groupe de codéveloppement professionnel pour former à l’accompagnement de stagiaires: conditions, enjeux et perspectives. Canada : Presses de l’Université du Québec, 2019. p. 101-123.; PARKER et al., 2022PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; GONÇALVES, Luiza; LUGUETTI, Carla; LEE, Okseon. Learning communities and physical education professional development: a scoping review. European Physical Education Review, v. 28, n. 2, p. 500-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
https://doi.org/10.1177/1356336X21105558...
), bem como um caminho para superar os desafios do desenvolvimento profissional, aprimorando a agência e a colaboração entre professores de EF, professores em formação e formadores de professores (MACPHAIL; LAWSON, 2020MACPHAIL, Ann; LAWSON, Hal. School physical education and teacher education: Collaborative redesign for the twenty-first century. New York, NY/London, UK: Routledge, 2020.). Este corpo de pesquisa relatou resultados que incluem melhorar a aprendizagem dos alunos (HUNUK et al. 2013), melhorar a aprendizagem dos professores (PATTON; PARKER, 2014PATTON, Kevin; PARKER, Melissa. Moving from ‘things to do on Monday’ to student learning: physical education professional development facilitators’ views of success. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 19, n. 1, p. 60-75, 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/17408989.2012.726980
https://doi.org/10.1080/17408989.2012.72...
) e o empoderamento dos professores (TANNEHILL; MACPHAIL, 2017TANNEHILL, Deborah; MACPHAIL, Ann. Teacher empowerment through engagement in a learning community in Ireland: working across disadvantaged schools. Professional Development in Education, v. 43, n. 3, p. 334-352, 2017. DOI: https://doi.org/10.1080/19415257.2016.1183508
https://doi.org/10.1080/19415257.2016.11...
). Outros investigaram o papel dos facilitadores em CAs (GONÇALVES et al., 2022aGONÇALVES, Luiza Lana; PARKER, Melissa; LUGUETTI, Carla; CARBINATTO, Michele. The facilitator’s role in supporting physical education teachers’ empowerment in a professional learning community. Sport, Education and Society, v. 27, n. 3, p. 272-285, 2022a. Disponível em: https://doi.org/10.1080/13573322.2020.1825371. Acesso em: 20 jun., 2022.
https://doi.org/10.1080/13573322.2020.18...
; LUGUETTI; OLIVER; PARKER, 2020LUGUETTI, Carla; OLIVER, Kim; PARKER, Melissa. Facilitation as an Act of Love: A self-study of how a facilitator’s pedagogy changed over time in the process of supporting a community of learners. Journal of Teaching in Physical Education. v. 40, n. 2, p. 207-214, 2020. DOI: https://doi.org/10.1123/jtpe.2019-0193
https://doi.org/10.1123/jtpe.2019-0193...
), e a mudança profissional dos professores (DEGLAU; O’SULLIVAN, 2006DEGLAU, Dena; O’SULLIVAN, Mary. Chapter 3: The effects of a long-term professional development program on the beliefs and practices of experienced teachers. Journal of Teaching in Physical Education, v. 25, n. 4, p. 379-396, 2006. Disponível em: https://journals.humankinetics.com/view/journals/jtpe/25/4/article-p379.xml. Acesso em: 14 jul., 2020
https://journals.humankinetics.com/view/...
). Dos estudos iniciais em 2000 até 2020, quase cem estudos abordaram CAs na área de EF (PARKER et al., 2022PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; GONÇALVES, Luiza; LUGUETTI, Carla; LEE, Okseon. Learning communities and physical education professional development: a scoping review. European Physical Education Review, v. 28, n. 2, p. 500-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
https://doi.org/10.1177/1356336X21105558...
).

Considerando o contexto do Brasil, os estudos iniciais foram desenvolvidos com professores-pesquisadores de EF (SANCHES NETO; OVENS; CRAIG, 2015SANCHEZ NETO, Luiz; OVENS, Alan; CRAIG, Cheryl. Teacher networks as professional knowledge communities: contributions from a Brazilian autonomous community of teacher researchers. In: GARBETT, Dawn; OVENS, Alan (ed). Teaching for tomorrow today. Auckland, NZ: Edify, 2015. p. 105-114.), treinadores (BRASIL et al., 2015BRASIL, Vinícius Zeilmann et al. A trajetória de vida do treinador esportivo: as situações de aprendizagem em contexto informal. Movimento, v. 21, n. 3, p. 815-829, 2015. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.50773.
https://doi.org/10.22456/1982-8918.50773...
), em contextos universitários (LUGUETTI et al., 2018LUGUETTI, Carla Nascimento et al. The complexity, tensions and struggles in developing learning communities throughout a Sport Education season. European Physical Education Review, v. 25, n. 4, p. 1075-1092, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X18802285
https://doi.org/10.1177/1356336X18802285...
), professores de EF em ambientes escolares (GONÇALVES et al., 2022bGONÇALVES, Luiza Lana; PARKER, Melissa; LUGUETTI, Carla; CARBINATTO, Michele. ‘We united to defend ourselves and face our struggles’: nurturing a physical education teachers’ community of practice in a precarious context. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 27, n. 4, p. 339-352, 2022b. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17408989.2021.1891212 Acesso em: 20 jun., 2022.
https://doi.org/10.1080/17408989.2021.18...
), e professores de EF em um espaço online (HEIDI; GONÇALVES; PARKER, 2022). Além disso, com o crescimento do interesse pelas CAs, foram consideradas não apenas as oportunidades de trabalhar com práticas colaborativas, mas também os desafios que se apresentam no desenvolvimento dessas práticas no campo educacional.

1.2 OPORTUNIDADES E DESAFIOS DAS PRÁTICAS COLABORATIVAS

Estudos já mostraram que as práticas colaborativas dos professores fazem parte de um continuum, desde uma simples conversa até o compartilhamento de ideias e historietas sobre o ensino, até relações mais robustas e interdependentes, caracterizadas por planejamento compartilhado e trabalho conjunto (BORGES; LESSARD, 2007BORGES, Cecilia; LESSARD, Claude. Qu’arrive-t-il quand la collaboration enseignante devient une norme? In.: TARDIF, Maurice; MARCEL, Jean-François; DUPRIEZ, Vincent; PÉRISSET-BAGNOUD, Danièle. Coordonner, collaborer, coopérer. Bruxelles: De Boeck, 2007. p. 61-74.; DIONNE, 2003DIONNE, Liliane. La collaboration entre collègues comme mode de développement professionnel chez l’enseignant: une étude de cas. Thèse (Doctorate n Éducation). Montréal, Université du Québec à Montréal, 2003. Disponível em: https://archipel.uqam.ca/3725/1/D1045.pdf. Acesso em: 14 jul., 2020.
https://archipel.uqam.ca/3725/1/D1045.pd...
; LITTLE, 1990LITTLE, Judith Warren. The persistence of privacy: autonomy and initiative in teachers’ professional relations. Teachers College Record, v. 91, n. 4, p. 509-536, 1990. DOI: https://doi.org/10.1177/016146819009100403
https://doi.org/10.1177/0161468190091004...
, 2003LITTLE, Judith Warren. Inside Teacher Community: Representations of Classroom Practice. Teachers College Record, v.105, n. 6, p. 913-945, 2003. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9620.00273
https://doi.org/10.1111/1467-9620.00273...
; TOOLE; LOUIS, 2002). Por vezes, o estabelecimento de práticas colaborativas é um grande desafio para os professores. O fomento de CAs, por exemplo, depende de uma combinação de fatores, como aprendizado dos professores, recursos humanos e sociais, estrutura física e relacionamento com partes interessadas fora da CA (STOLL et al., 2006STOLL, Louise et al. Professional learning communities: a review of the literature. Journal of Educational Change, v. 7, n. 4, p. 221-258, 2006. DOI: https://doi.org/10.1007/s10833-006-0001-8
https://doi.org/10.1007/s10833-006-0001-...
; VANGRIEKEN et al., 2017VANGRIEKEN, Katrien et al. Teacher communities as a context for professional development: a systematic review. Teaching and Teacher Education, v. 61, p. 47-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.0...
).

Um dos principais desafios é que os professores já estão sobrecarregados, então adicionar práticas colaborativas lhes dá mais trabalho. Tem-se argumentado que, com a quantidade de trabalho pelo qual os professores são responsabilizados e a redução do financiamento e do quadro de funcionários das escolas, o envolvimento em práticas colaborativas, como projetos de pesquisa-ação, por exemplo, é problemático (TINNING et al., 1996TINNING, Richard et al. Action research and the professional development of teachers in the health and physical education field: the Australian NPDP experience. Educational Action Research, v. 4, n. 3, p. 389-405, 1996. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/0965079960040308
http://dx.doi.org/10.1080/09650799600403...
). Além disso, quando as práticas colaborativas são impostas e não emergem dos próprios professores, as colaborações tornam-se um fardo, pois exigem energia, habilidade e um alto nível de investimento e confiança mútua, que não pode ser imposta. A colaboração requer condições de trabalho adequadas e apoio da direção da escola ou autoridades educacionais (BORGES; LESSARD, 2007BORGES, Cecilia; LESSARD, Claude. Qu’arrive-t-il quand la collaboration enseignante devient une norme? In.: TARDIF, Maurice; MARCEL, Jean-François; DUPRIEZ, Vincent; PÉRISSET-BAGNOUD, Danièle. Coordonner, collaborer, coopérer. Bruxelles: De Boeck, 2007. p. 61-74.). Ainda, quando as práticas colaborativas não provocam questionamentos sobre as práticas atuais e reflexão para resolver problemas comuns, a participação e a interação entre os professores tornam-se ineficazes (ou são reduzidas, etc.) (HARGREAVES; O’CONNOR, 2017HARGREAVES, Andy; O’CONNOR, Michael T. Cultures of professional collaboration: their origins and opponents. Journal of Professional Capital and Community, v. 2, n. 2, p. 74-85, 2017. DOI: https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-000...
; KEAY, 2006KEAY, Jeanne. Collaborative learning in physical education teachers’ early-career professional development. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 11, n. 3, p. 285-305, 2006. DOI: https://doi.org/10.1080/17408980600986322
https://doi.org/10.1080/1740898060098632...
; WATSON, 2014WATSON, Cate. Effective professional learning communities? the possibilities for teachers as agents of change in schools. British Educational Research Journal v. 40, n. 1, p. 18-29, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/berj.3025
https://doi.org/10.1002/berj.3025...
). Finalmente, não se deve supor ingenuamente que as CAs poderiam resolver todos os problemas. Como aponta Wenger (1998)WENGER, Etienne. Communities of practice: learning, meaning, and identity. Cambridge, UK: Cambridge University, 1998., elas não são uma panaceia e não constituem ou contêm por si mesmas uma força emancipatória. As CAs poderiam se tornar um espaço onde os participantes, numa perspectiva funcionalista, apenas reproduzem a ordem social vigente, ao invés de questionar e transformar suas realidades (KENNEDY, 2014KENNEDY, Aileen. Models of Continuing Professional Development: A framework for analysis. Professional Development in Education, v. 40, n. 3, p. 336-351, 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/19415257.2014.929293
https://doi.org/10.1080/19415257.2014.92...
; LAVE; WENGER, 1991LAVE, Jean; WENGER, Etienne. Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1991.; WATSON, 2014WATSON, Cate. Effective professional learning communities? the possibilities for teachers as agents of change in schools. British Educational Research Journal v. 40, n. 1, p. 18-29, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/berj.3025
https://doi.org/10.1002/berj.3025...
).

Apesar desses desafios, diferentes formatos de práticas colaborativas têm sido amplamente utilizados em diversas áreas acadêmicas, principalmente no DPD, uma vez que podem proporcionar possibilidades de aprendizagem significativa, incentivar o trabalho coletivo dos professores, potencializar o engajamento pessoal, facilitar a negociação entre pares e transformar práticas individuais (KENNEDY, 2014KENNEDY, Aileen. Models of Continuing Professional Development: A framework for analysis. Professional Development in Education, v. 40, n. 3, p. 336-351, 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/19415257.2014.929293
https://doi.org/10.1080/19415257.2014.92...
; PARKER et al., 2022PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; GONÇALVES, Luiza; LUGUETTI, Carla; LEE, Okseon. Learning communities and physical education professional development: a scoping review. European Physical Education Review, v. 28, n. 2, p. 500-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
https://doi.org/10.1177/1356336X21105558...
; WATSON, 2014WATSON, Cate. Effective professional learning communities? the possibilities for teachers as agents of change in schools. British Educational Research Journal v. 40, n. 1, p. 18-29, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/berj.3025
https://doi.org/10.1002/berj.3025...
).

2 VISÃO GERAL DA EDIÇÃO ESPECIAL

Ao apresentar esta edição especial, é importante destacar que este número visa ampliar e aprofundar as conversas entre os estudiosos sobre as práticas colaborativas em DPD-EF. Esta seção Em Foco traz diversidade de práticas e abordagens colaborativas, demonstrando diferentes experiências, contextos e atores envolvidos nessas experiências. Vinte e dois pesquisadores brasileiros e internacionais da Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia, Portugal, Estados Unidos e Turquia se uniram para compartilhar experiências e investigações com e sobre práticas colaborativas de DPD-EF. Esses pesquisadores colaboraram em pequenos grupos de pesquisa e seu trabalho gerou os seis artigos que constituem esta seção Em Foco. Além disso, escrevemos um artigo final para oferecer um modelo para colegas que desejam co-desenhar uma edição especial que questione a noção de solidariedade.

O leitor perceberá que os estudos partem de diferentes arcabouços teóricos e metodológicos, destacando experiências sobre as oportunidades e desafios das práticas colaborativas de DPD-EF, e foram orientados por diferentes temas e questões de pesquisa. Foram tidos em consideração os seguintes tópicos:

  • - Tipos de DPD-EF colaborativo. Como se caracterizam os programas colaborativos de DPD-EF? Quais são os objetivos perseguidos? Qual é a natureza dos programas colaborativos de DPD-EF (por exemplo, indução profissional, desenvolvimento e reformas curriculares, transformação de práticas, apoio à aprendizagem dos alunos, etc.)? Que tipos de práticas colaborativas são realmente implementadas?

  • - O processo facilitador no desenvolvimento e continuidade do DPD-EF colaborativo. Qual é o papel do facilitador no DPD-EF colaborativo? Que ações do facilitador contribuem e/ou dificultam o surgimento, desenvolvimento e cultivo de práticas colaborativas entre professores, alunos e pesquisadores?

  • - O processo de desenvolvimento do DPD-EF colaborativo. Como são desenvolvidas as práticas de DPD-EF? Como os grupos evoluem durante longos períodos? Quais são as fases de desenvolvimento? Quais são as oportunidades e desafios no processo de desenvolvimento do DPD-EF colaborativo?

  • - Metodologias inovadoras em DPD-EF colaborativo. Quais são as metodologias inovadoras para a avaliação do DPD-EF? Quais são os métodos de pesquisa? Que formas inovadoras de coleta de dados são empregadas na área?

Abordando os tipos de DPD-EF colaborativo, Roraima, Roberto, Stephani, Tim, Anne-Sophie e Cecília se reuniram para compartilhar suas diferentes experiências com práticas colaborativas de DPD-EF no Brasil e em diferentes partes do Canadá (COSTA FILHO et al., 2022COSTA FILHO, Roraima Alves da; BENI, Stephanie; AUBIN, Anne-Sophie; IAOCHITE, Roberto Tadeu; FLETCHER, Tim; BORGES, Cecilia. Tipos de desenvolvimento profissional colaborativo contínuo em Educação Física: um diálogo. Movimento, v. 28, p. e28064, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127398
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12739...
). Este primeiro artigo destaca essas experiências, mas também examina como eles aprenderam ouvindo as experiências uns dos outros. Este artigo fornece insights sobre como projetar práticas colaborativas de DPD-EF, destacando como a frequência e a intensidade da colaboração e o grau de interdependência entre professores e entre professores e pesquisadores são essenciais para as mudanças dos participantes e a melhoria das práticas de ensino.

Dois artigos enfatizam o processo de facilitação no desenvolvimento e continuidade do DPD-EF colaborativo. Carla Vidoni, Deniz e Luiza discutiram o processo de facilitação das práticas de DPD-EF em programas de formação de professores de EF (VIDONI, HUNUK; GONÇALVES, 2022VIDONI, Carla; HUNUK, Deniz; GONÇALVES, Luiza Lana. It is a never-ending journey: learning to become a facilitator in Physical Education teacher education collaborative practices. Movimento, v. 28, p.e28065, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127287
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12728...
). Além disso, por mais que se reunissem para compartilhar suas experiências, os autores perceberam que também estavam aprendendo juntos sobre o processo de facilitação. Como resultado desse auto estudo colaborativo, eles reconheceram que o processo de aprender a se tornar um facilitador é uma jornada sem fim. Destacaram que mesmo que desafios como isolamento e relações de poder estejam sempre presentes nesta jornada, a jornada de aprendizagem é mais rica se for apoiada por amigos críticos e prática vivida. O auto estudo com foco no processo de facilitação também foi o método utilizado por Luiz Sanches Neto, João e Alan para refletir e compartilhar as experiências de Luiz como participante de uma comunidade de conhecimento formada por professores ao longo de 17 anos no Brasil (SANCHES NETO, COSTA; OVENS, 2022SANCHES NETO, Luiz; COSTA, João; OVENS, Alan. A complexidade e a criticidade dos processos colaborativos de longo prazo: autoestudo de um professor-pesquisador de Educação Física dentro de uma comunidade de saberes. Movimento, v. 28, p. e28066, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127557
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12755...
). Com o apoio de João e Alan como seus amigos críticos, Luiz foi capaz de olhar para trás e trazer suas experiências na promoção e manutenção desta comunidade em trabalho colaborativo com os outros membros por tantos anos. Eles destacam a complexidade desse processo, considerando as conexões relacionais, as forças afetivas, as possibilidades e as capacidades agenciais presentes nas comunidades. Ambos os artigos deste tema enfocam a importância de entender a facilitação como um elemento crítico do desenvolvimento de práticas colaborativas, que requer o apoio de amigos críticos e um envolvimento de longo prazo com o grupo e/ou com o aprendizado sobre como facilitar essas práticas em si.

Dois artigos focam no processo de desenvolvimento colaborativo de DPD-EF. No primeiro artigo, Heidi, professora-facilitadora de uma comunidade de aprendizagem brasileira desde 2020, trabalhou com Missy e Kevin para compartilhar em detalhes como sua comunidade se desenvolveu. Os autores descrevem o que uniu uma comunidade somente de professores e o que os mantém juntos mesmo no período desafiador da pandemia COVID-19 e subsequente ensino remoto de EF (FERREIRA, PATTON; PARKER, 2022FERREIRA, Heidi Jancer; PATTON, Kevin; PARKER, Melissa. Do isolamento à colaboração: desenvolvimento de uma comunidade de professores de Educação Física em tempos de pandemia. Movimento, v. 28, p. e28067, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127470
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12747...
). O segundo artigo sobre o processo de desenvolvimento do DPD-EF colaborativo foi escrito por Janaina, Samuel e Paula (FERREIRA, SOUZA NETO; BATISTA, 2022FERREIRA, Janaína da Silva; SOUZA NETO, Samuel de; BATISTA, Paula Maria Fazendeiro. Desenvolvimento do conhecimento profissional docente no seio de práticas colaborativas: um estudo no contexto de um programa de formação de professores. Movimento, v. 28, p. e28068, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127534
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12753...
). Este artigo descreve as experiências de um dos maiores programas de desenvolvimento profissional do Brasil, a Residência Pedagógica, como prática colaborativa1 1 O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência e a Residência Pedagógica são os dois programas nacionais brasileiros de Formação de Professores de Educação Física voltados para a formação de alunos-professores. Os programas estavam centrados na escola e eram colaborativos em sua natureza, uma vez que reúnem professores, formadores de professores e alunos-professores em encontros semanais e práticas pedagógicas estabelecendo uma parceria entre escolas e universidades de todo o Brasil. Para entender mais sobre esses programas, incentivamos os leitores a lerem Costa Filho et al. (2022) e Ferreira, Souza Neto e Batista (2022) nesta edição especial. . Janaína, Samuel e Paula analisaram como os alunos-professores de EF desenvolveram seus saberes profissionais dentro de uma comunidade, transitando de uma posição periférica e individualizada de saberes para saberes construídos coletivamente. Ambos os artigos neste tema destacaram como as comunidades de aprendizagem podem ser estruturadas, especialmente no formato online/híbrido, para facilitar o desenvolvimento da própria comunidade e, em última análise, a aprendizagem de alunos-professores e professores.

O sexto artigo desta edição especial reflete sobre metodologias inovadoras em DPD-EF colaborativo. Luiz Gustavo, Marcos, Carla e Cassandra (RUFINO et al., 2022RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; GODOI, Marcos Roberto; LUGUETTI, Carla Nascimento; IANNUCCI, Cassandra. Vidas profissionais de dois professores de Educação Física e pesquisadores brasileiros: encontros e desencontros com as práticas colaborativas.Movimento, v. 28, p. e28069, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127385
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12738...
) demonstram as coincidências e desencontros encarados nas práticas colaborativas que podem ocorrer na vida de professores e pesquisadores no Brasil. Usando metodologias de pesquisa inovadoras, como gráficos vivos e fotoelicitação, os autores revisitaram a trajetória profissional de Luiz e Marcos para mostrar as barreiras ao trabalho colaborativo no Brasil, mas também práticas colaborativas eficazes que podem ajudar os professores a superar seus desafios diários.

No artigo final desta seção Em Foco (LUGUETTI et al., 2022LUGUETTI, Carla; GONÇALVES, Luiza Lana; BORGES, Cecilia; MACPHAIL, Ann. Solidariedade em ação: uma seção em foco co-desenhada com pesquisadores brasileiros e internacionais. Movimento, v. 28, p.e28070, jan./dez. 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127882
https://doi.org/10.22456/1982-8918.12788...
), nós, como editores, com o apoio de Ann como amiga crítica, detalhamos o processo de co-desenho desta edição especial e discutimos as bases teóricas que motivaram o projeto. Além de definir uma forma de modelo para os colegas que desejam trabalhar com colaboração e internacionalização, este artigo final reforça a importância de reconhecer a colaboração e a internacionalização fundamentada na solidariedade como um aspecto crítico da transformação da desigualdade na academia.

Como editores, fomos motivados a organizar este projeto com base na colaboração e internacionalização no Brasil em primeiro lugar pela crescente emergência do tema DPD-EF colaborativo, conforme demonstrado anteriormente e, em segundo lugar, para divulgar as diversas experiências ricas que são vividas no Brasil e nem sempre compartilhadas e reconhecidas. No entanto, quisemos evitar um formato de edição especial baseado em uma forma moderna de colonização, onde pesquisadores internacionais são convidados a trabalhar individualmente e importar teorias ou experiências para o Brasil. Em vez disso, buscamos colaboração e solidariedade, conhecimento compartilhado e negociação de desafios na internacionalização da pesquisa. Assim, mais do que uma coleção de artigos, esta seção Em Foco foi um projeto colaborativo de dois anos sobre práticas colaborativas de DPD-EF. Ao final, esperamos não apenas contribuir para uma melhor compreensão do DPD-EF colaborativo como campo de estudo, mas também evidenciar os desafios e oportunidades que podem aprimorar as pesquisas e experiências daqueles que formam, concebem e participam de programas colaborativos de DPD-EF em todo o mundo. Esperamos que os leitores gostem dos artigos desta edição especial e que este trabalho repercuta no planejamento, ação e pesquisa sobre práticas colaborativas de DPD-EF no Brasil e no exterior.

  • 1
    O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência e a Residência Pedagógica são os dois programas nacionais brasileiros de Formação de Professores de Educação Física voltados para a formação de alunos-professores. Os programas estavam centrados na escola e eram colaborativos em sua natureza, uma vez que reúnem professores, formadores de professores e alunos-professores em encontros semanais e práticas pedagógicas estabelecendo uma parceria entre escolas e universidades de todo o Brasil. Para entender mais sobre esses programas, incentivamos os leitores a lerem Costa Filho et al. (2022)COSTA FILHO, Roraima Alves da; BENI, Stephanie; AUBIN, Anne-Sophie; IAOCHITE, Roberto Tadeu; FLETCHER, Tim; BORGES, Cecilia. Tipos de desenvolvimento profissional colaborativo contínuo em Educação Física: um diálogo. Movimento, v. 28, p. e28064, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127398
    https://doi.org/10.22456/1982-8918.12739...
    e Ferreira, Souza Neto e Batista (2022)FERREIRA, Janaína da Silva; SOUZA NETO, Samuel de; BATISTA, Paula Maria Fazendeiro. Desenvolvimento do conhecimento profissional docente no seio de práticas colaborativas: um estudo no contexto de um programa de formação de professores. Movimento, v. 28, p. e28068, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127534
    https://doi.org/10.22456/1982-8918.12753...
    nesta edição especial.
  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.

ÉTICA DE PESQUISA

A pesquisa seguiu os protocolos vigentes nas Resoluções 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil.

RESPONSABILIDADE EDITORIAL

Alex Branco Fraga*, Elisandro Schultz Wittizorecki*, Mauro Myskiw*, Raquel da Silveira*

*Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.

REFERÊNCIAS

  • BEAUDOIN, Sylvie; TURCOTTE, Sylvain; GIGNAC, Catherine. Dans la « boite noire » de la démarche d’analyse conjointe des données: les processus de collaboration entre les acteurs d’une recherche-action-formation. Recherches Qualitatives, v. 37, n. 2, p. 61-83, 2018. Disponível em: https://www.erudit.org/fr/revues/rechqual/2018-v37-n2-rechqual04014/1052108ar/ Acesso em: 10 fev., 2020.
    » https://www.erudit.org/fr/revues/rechqual/2018-v37-n2-rechqual04014/1052108ar/
  • BORGES, Cecilia et al Collaboration entre chercheurs et praticiens dans le cadre du projet Saines habitudes de vie - éducation physique et à la santé (SHV-ÉPS). Éducation et Socialisation, v. 45, p. 1-19, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.4000/edso.2587 Acesso em: 10 fev., 2020.
    » https://doi.org/10.4000/edso.2587
  • BORGES, Cecilia; LESSARD, Claude. Qu’arrive-t-il quand la collaboration enseignante devient une norme? In: TARDIF, Maurice; MARCEL, Jean-François; DUPRIEZ, Vincent; PÉRISSET-BAGNOUD, Danièle. Coordonner, collaborer, coopérer Bruxelles: De Boeck, 2007. p. 61-74.
  • BRASIL, Vinícius Zeilmann et al A trajetória de vida do treinador esportivo: as situações de aprendizagem em contexto informal. Movimento, v. 21, n. 3, p. 815-829, 2015. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.50773
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.50773
  • CARON, Josianne; PORTELANCE, Liliane. La collaboration entre chercheuse et praticiens dans un groupe de codéveloppement professionnel. Éducation et Socialisation, v.45, p.1-16, 2017. DOI: https://doi.org/10.4000/edso.2555
    » https://doi.org/10.4000/edso.2555
  • CORDINGLEY, Philippa et al Developing great teaching: lessons from the international reviews into effective professional development. London: Teacher Development Trust. 2015. Disponível em: https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2015/10/DGT-Summary.pdf Acesso em: 14 jul., 2020
    » https://tdtrust.org/wp-content/uploads/2015/10/DGT-Summary.pdf
  • CORDINGLEY, Philippa et al The impact of collaborative CPD on classroom teaching and learning. In: RESEARCH EVIDENCE IN EDUCATION LIBRARY. London: EPPI-Centre, Social Science Research Unit, Institute of Education, 2003. Disponível em: http://eppi.ioe.ac.uk/cms/Portals/0/PDF%20reviews%20and%20summaries/CPD_rv1.pdf Acesso em: 14 jul., 2020
    » http://eppi.ioe.ac.uk/cms/Portals/0/PDF%20reviews%20and%20summaries/CPD_rv1.pdf
  • COSTA FILHO, Roraima Alves da; BENI, Stephanie; AUBIN, Anne-Sophie; IAOCHITE, Roberto Tadeu; FLETCHER, Tim; BORGES, Cecilia. Tipos de desenvolvimento profissional colaborativo contínuo em Educação Física: um diálogo. Movimento, v. 28, p. e28064, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127398
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127398
  • DAY, Christopher; SACHS, Judith. Professionalism, performativity and empowerment: discourses in the politics, polices and purposes as CPD. In: DAY, Christopher; SACHS, Judith. International Handbook on the CPD of Teachers. Maidenhead: Open University Press, 2004. p. 3-32.
  • DEGLAU, Dena; O’SULLIVAN, Mary. Chapter 3: The effects of a long-term professional development program on the beliefs and practices of experienced teachers. Journal of Teaching in Physical Education, v. 25, n. 4, p. 379-396, 2006. Disponível em: https://journals.humankinetics.com/view/journals/jtpe/25/4/article-p379.xml Acesso em: 14 jul., 2020
    » https://journals.humankinetics.com/view/journals/jtpe/25/4/article-p379.xml
  • DESGAGNÉ, Serge.; BEBNARZT, Nadine. Médiation entre recherche et pratique en éducation: faire de la recherche “avec” plutôt que “sur” les praticiens Revue des Sciences de L’éducation, v. 31, n. 2, p. 245-258, 2005. DOI: https://doi.org/10.7202/012754ar
    » https://doi.org/10.7202/012754ar
  • DESGAGNÉ, Serge et al L’approche collaborative de recherche en éducation: un rapport nouveau à établir entre recherche et formation. Revue des Sciences de L’éducation, v. 27, n.1, p. 33-64, 2001. DOI: https://doi.org/10.7202/000305ar
    » https://doi.org/10.7202/000305ar
  • DIONNE, Liliane. La collaboration entre collègues comme mode de développement professionnel chez l’enseignant: une étude de cas. Thèse (Doctorate n Éducation). Montréal, Université du Québec à Montréal, 2003. Disponível em: https://archipel.uqam.ca/3725/1/D1045.pdf Acesso em: 14 jul., 2020.
    » https://archipel.uqam.ca/3725/1/D1045.pdf
  • DUMOULIN, Marie-Josée et al L’approche de codéveloppement professionnel pour la formation des enseignants associés: un défi de posture? In: VANDERCLEYEN, François; L’HOSTIE, Monique; DUMOULIN, Marie-Josée. Le groupe de codéveloppement professionnel pour former à l’accompagnement de stagiaires: conditions, enjeux et perspectives. Canada : Presses de l’Université du Québec, 2019. p. 101-123.
  • FERREIRA, Heidi Jancer; GONÇALVES, Luiza Lana; PARKER, Melissa. Physical Education Teachers’ Experiences of Nurturing a Learning Community Online. Journal of Teaching in Physical Education, (Ahead of Print). 2022, DOI: https://doi.org/10.1123/jtpe.2021-0305
    » https://doi.org/10.1123/jtpe.2021-0305
  • FERREIRA, Heidi Jancer; PATTON, Kevin; PARKER, Melissa. Do isolamento à colaboração: desenvolvimento de uma comunidade de professores de Educação Física em tempos de pandemia. Movimento, v. 28, p. e28067, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127470
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127470
  • FERREIRA, Janaína da Silva; SOUZA NETO, Samuel de; BATISTA, Paula Maria Fazendeiro. Desenvolvimento do conhecimento profissional docente no seio de práticas colaborativas: um estudo no contexto de um programa de formação de professores. Movimento, v. 28, p. e28068, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127534
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127534
  • FIORENTINI, Dario; CRECCI, Vanessa. Desenvolvimento profissional docente: um termo guarda-chuva ou um novo sentido à formação?! Formação Docente, v. 5, n. 8, p. 11-23, 2013. Disponível em: https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/74 Acesso em: 20 jul. 20, 2021.
    » https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/74
  • GONÇALVES, Luiza Lana; PARKER, Melissa; LUGUETTI, Carla; CARBINATTO, Michele. The facilitator’s role in supporting physical education teachers’ empowerment in a professional learning community. Sport, Education and Society, v. 27, n. 3, p. 272-285, 2022a. Disponível em: https://doi.org/10.1080/13573322.2020.1825371 Acesso em: 20 jun., 2022.
    » https://doi.org/10.1080/13573322.2020.1825371
  • GONÇALVES, Luiza Lana; PARKER, Melissa; LUGUETTI, Carla; CARBINATTO, Michele. ‘We united to defend ourselves and face our struggles’: nurturing a physical education teachers’ community of practice in a precarious context. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 27, n. 4, p. 339-352, 2022b. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17408989.2021.1891212 Acesso em: 20 jun., 2022.
    » https://doi.org/10.1080/17408989.2021.1891212
  • GROSSMAN, Pam; WINEBURG, Sam; WOOLWORTH, Stephen. Teachers College Record. The Teachers College Record, v. 103, p. 942-1012, 2001.
  • HARGREAVES, Andy; O’CONNOR, Michael T. Cultures of professional collaboration: their origins and opponents. Journal of Professional Capital and Community, v. 2, n. 2, p. 74-85, 2017. DOI: https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
    » https://doi.org/10.1108/JPCC-02-2017-0004
  • HUNUK, Deniz.; INCE, Mustafa Levent; TANNEHILL, Deborah. Developing teachers’ health-related fitness knowledge through a community of practice. European Physical Education Review, v. 19, n. 1, p. 1-18, 2013. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X12450769
    » https://doi.org/10.1177/1356336X12450769
  • KEAY, Jeanne. Collaborative learning in physical education teachers’ early-career professional development. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 11, n. 3, p. 285-305, 2006. DOI: https://doi.org/10.1080/17408980600986322
    » https://doi.org/10.1080/17408980600986322
  • KENNEDY, Aileen. Models of Continuing Professional Development: A framework for analysis. Professional Development in Education, v. 40, n. 3, p. 336-351, 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/19415257.2014.929293
    » https://doi.org/10.1080/19415257.2014.929293
  • LAVE, Jean; WENGER, Etienne. Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1991.
  • LECLERC, Chantal.; BOURRASSA, Bruno; PICARD, France.; CORCY, François. Du groupe focalisé à la recherche collaborative : avantages, défis et stratégies. Recherches Qualitatives, v. 29, n. 3, p. 145-167, 2011. Disponível em: http://www.recherche-qualitative.qc.ca/documents/files/revue/edition_reguliere/numero29%283%29/RQ_29%283%29_Leclerc_et_al.pdf Acesso em: 30 ago., 2021.
    » http://www.recherche-qualitative.qc.ca/documents/files/revue/edition_reguliere/numero29%283%29/RQ_29%283%29_Leclerc_et_al.pdf
  • LECLERC, Martine; MOREAU, Andre. Communautés d’apprentissage professionnelles dans huit écoles inclusives de l’Ontario. Éducation et francophonie, v. 39, n. 2, p. 189-206, 2011. DOI: https://doi.org/10.7202/1007734ar
    » https://doi.org/10.7202/1007734ar
  • LITTLE, Judith Warren. Inside Teacher Community: Representations of Classroom Practice. Teachers College Record, v.105, n. 6, p. 913-945, 2003. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9620.00273
    » https://doi.org/10.1111/1467-9620.00273
  • LITTLE, Judith Warren. The persistence of privacy: autonomy and initiative in teachers’ professional relations. Teachers College Record, v. 91, n. 4, p. 509-536, 1990. DOI: https://doi.org/10.1177/016146819009100403
    » https://doi.org/10.1177/016146819009100403
  • LUGUETTI, Carla Nascimento et al The complexity, tensions and struggles in developing learning communities throughout a Sport Education season. European Physical Education Review, v. 25, n. 4, p. 1075-1092, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X18802285
    » https://doi.org/10.1177/1356336X18802285
  • LUGUETTI, Carla; GONÇALVES, Luiza Lana; BORGES, Cecilia; MACPHAIL, Ann. Solidariedade em ação: uma seção em foco co-desenhada com pesquisadores brasileiros e internacionais. Movimento, v. 28, p.e28070, jan./dez. 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127882
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127882
  • LUGUETTI, Carla; OLIVER, Kim; PARKER, Melissa. Facilitation as an Act of Love: A self-study of how a facilitator’s pedagogy changed over time in the process of supporting a community of learners. Journal of Teaching in Physical Education v. 40, n. 2, p. 207-214, 2020. DOI: https://doi.org/10.1123/jtpe.2019-0193
    » https://doi.org/10.1123/jtpe.2019-0193
  • MACPHAIL, Ann; LAWSON, Hal. School physical education and teacher education: Collaborative redesign for the twenty-first century. New York, NY/London, UK: Routledge, 2020.
  • PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; GONÇALVES, Luiza; LUGUETTI, Carla; LEE, Okseon. Learning communities and physical education professional development: a scoping review. European Physical Education Review, v. 28, n. 2, p. 500-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
    » https://doi.org/10.1177/1356336X211055584
  • PATTON, Kevin; PARKER, Melissa. Moving from ‘things to do on Monday’ to student learning: physical education professional development facilitators’ views of success. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 19, n. 1, p. 60-75, 2014. DOI: https://doi.org/10.1080/17408989.2012.726980
    » https://doi.org/10.1080/17408989.2012.726980
  • PATTON, Kevin; PARKER, Melissa; GONÇALVES, Luiza. Toward a common understanding: promoting and supporting effective continuing professional development. In: Routledge Encyclopedia of Sport Studies. [S.l.]: Routledge, 2022 (in press).
  • RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; GODOI, Marcos Roberto; LUGUETTI, Carla Nascimento; IANNUCCI, Cassandra. Vidas profissionais de dois professores de Educação Física e pesquisadores brasileiros: encontros e desencontros com as práticas colaborativas.Movimento, v. 28, p. e28069, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127385
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127385
  • SANCHES NETO, Luiz; COSTA, João; OVENS, Alan. A complexidade e a criticidade dos processos colaborativos de longo prazo: autoestudo de um professor-pesquisador de Educação Física dentro de uma comunidade de saberes. Movimento, v. 28, p. e28066, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127557
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127557
  • SANCHEZ NETO, Luiz; OVENS, Alan; CRAIG, Cheryl. Teacher networks as professional knowledge communities: contributions from a Brazilian autonomous community of teacher researchers. In: GARBETT, Dawn; OVENS, Alan (ed). Teaching for tomorrow today Auckland, NZ: Edify, 2015. p. 105-114.
  • STOLL, Louise et al Professional learning communities: a review of the literature. Journal of Educational Change, v. 7, n. 4, p. 221-258, 2006. DOI: https://doi.org/10.1007/s10833-006-0001-8
    » https://doi.org/10.1007/s10833-006-0001-8
  • TANNEHILL, Deborah; MACPHAIL, Ann. Teacher empowerment through engagement in a learning community in Ireland: working across disadvantaged schools. Professional Development in Education, v. 43, n. 3, p. 334-352, 2017. DOI: https://doi.org/10.1080/19415257.2016.1183508
    » https://doi.org/10.1080/19415257.2016.1183508
  • TIMPERLEY, Helen et al Teacher professional learning and development: best evidence synthesis iteration. Auckland: New Zealand Ministry of Education, 2007.
  • TINNING, Richard et al Action research and the professional development of teachers in the health and physical education field: the Australian NPDP experience. Educational Action Research, v. 4, n. 3, p. 389-405, 1996. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/0965079960040308
    » http://dx.doi.org/10.1080/0965079960040308
  • TOOLE, James Charles; LOUIS, Karen Seashore. The role of professional learning communities in international education. In: LEITHWOOD, Kenneth; HALLINGER, Phillip (ed.).Second International Handbook of Educational Leadership and Administration Berlin: Springer, 2002. p. 245-280.
  • VANDERCLEYEN, François; L’HOSTIE, Monique; DUMOULIN, Marie-Josée. Le groupe de codéveloppement pour former à l’accompagnement de stagiaires Québec: Presses Université du Québec, 2019.
  • VANGRIEKEN, Katrien et al Teacher communities as a context for professional development: a systematic review. Teaching and Teacher Education, v. 61, p. 47-59, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
    » https://doi.org/10.1016/j.tate.2016.10.001
  • VIDONI, Carla; HUNUK, Deniz; GONÇALVES, Luiza Lana. It is a never-ending journey: learning to become a facilitator in Physical Education teacher education collaborative practices. Movimento, v. 28, p.e28065, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.127287
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.127287
  • WATSON, Cate. Effective professional learning communities? the possibilities for teachers as agents of change in schools. British Educational Research Journal v. 40, n. 1, p. 18-29, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/berj.3025
    » https://doi.org/10.1002/berj.3025
  • WENGER, Etienne. Communities of practice: learning, meaning, and identity. Cambridge, UK: Cambridge University, 1998.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    18 Out 2022
  • Aceito
    21 Out 2022
  • Publicado
    15 Dez 2022
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rua Felizardo, 750 Jardim Botânico, CEP: 90690-200, RS - Porto Alegre, (51) 3308 5814 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: movimento@ufrgs.br