Resumo
Este artigo argumenta que o debate sobre o colonialismo interno na América Latina é fruto de uma dinâmica coletiva, transnacional e interdisciplinar gerada a partir de trocas ocorridas na confluência entre a institucionalização das ciências sociais da região e as primeiras críticas ao horizonte modernizador então dominante. Os diálogos seminais estabelecidos entre Roberto Cardoso de Oliveira, Pablo González Casanova e Rodolfo Stavenhagen, entre o final dos anos 1950 e a primeira metade de 1960 em torno do Centro Latino-Americano de Pesquisas em Ciências Sociais (CLAPCS), são reconstruídos a partir de várias fontes primárias originais. Assim, propõem-se uma genealogia e um itinerário do conceito de colonialismo interno, em que contexto, história e teoria interagem numa trama de emergência, construção e reelaboração de uma noção-chave para o pensamento latino-americano, em suas interfaces com outros conceitos afins como o de “fricção interétnica”.
Palavras-chave:
Colonialismo interno; Fricção interétnica; CLAPCS; Roberto Cardoso de Oliveira; Pablo González Casanova; Rodolfo Stavehangen