Acessibilidade / Reportar erro

Tolerância zero para mortes por asma em crianças Please cite this article as: Fiocchi A, Valluzzi R, Dahdah L. Zero tolerance for asthma deaths in children. J Pediatr (Rio J). 2020;96:403-5. , ☆☆ ☆☆ Ver artigo de Pitchon et al. nas páginas 432-8.

A primeira vez que ouvi alguém falar sobre tolerância zero em relação à morte por asma foi na WAO International Scientific Conference em Dubai em 2010. Fiquei impressionado com o vigor com que a professora Tari Haahtela apresentou os resultados obtidos com o uso de planos de educação em saúde na prevenção da mortalidade por asma na Finlândia. Gary Wong tinha acabado de afirmar o mesmo conceito em um contexto diferente.11 Wong GW. Zero tolerance to asthma death. Hong Kong Med J. 2010;16:84-5. Sob todos os céus então, inclusive o da América Latina,22 Flórez-Tanus Á, Parra D, Zakzuk J, Caraballo L, Alvis-Guzmán N. Health care costs and resource utilization for different asthma severity stages in Colombia: a claims data analysis. World Allergy Organ J. 2018;11:26. não há custo maior do que a morte evitável de um paciente, em particular entre crianças.

Após seu aumento de 0,45/100.000 em 1974/5 até um pico de 0,62/100.000 em 1985/6, a mortalidade por asma diminuiu no mundo. Em 2004/5, as taxas de mortalidade nos países desenvolvidos, inclusive Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Japão, caíram para uma taxa de 0,23/100.000. Essa redução foi associada ao aumento do uso de corticosteroides inalatórios.33 Pawankar R, Canonica GW, Holgate ST, Lockey RF, editors. WAO white book on allergy. Update 2013. World Allergy Organization; 2013. Available from https://www.worldallergy.org/wao-white-book-on-allergy [cited 03.07.19].
https://www.worldallergy.org/wao-white-b...

A queda na mortalidade coincidiu com a introdução de diretrizes cada vez mais precisas para o manejo da asma internacionalmente e em países específicos, com o desenvolvimento de planos educacionais para clínicos, farmacêuticos e outros profissionais da saúde e com sua implantação pelas autoridades de saúde de cada país.

O protótipo dos modelos de controle de doenças continua a ser o programa finlandês de controle da asma, que produziu um enorme efeito na redução da mortalidade e morbidade da asma em 1994-2004. Ele era centrado no diagnóstico precoce, tratamento anti-inflamatório ativo imediatamente após o diagnóstico, informações sobre a doença e seu tratamento, automanejo e um networking efetivo entre especialistas, médicos de atenção primária e farmacêuticos. Esse programa resultou em uma redução nas mortes por asma de 100 para menos de 20 por ano em uma população de 5 milhões de finlandeses, o que poderia ser atribuído em grande parte ao uso precoce e mais eficaz de medicamentos anti-inflamatórios, especialmente corticosteroides inalatórios (fig. 1).44 Haahtela T, Tuomisto LE, Pietinalho A, Klaukka T, Erhola M, Kaila M, et al. A 10 year asthma programme in Finland: major change for the better. Thorax. 2006;61:663-70.,55 Haahtela T, Herse F, Karjalainen J, Klaukka T, Linna M, Leskelä RL, et al. The Finnish experience to save asthma costs by improving care in 1987-2013. J Allergy Clin Immunol. 2017;139:408-41.

Figura 1
Diminuição da mortalidade por asma na Finlândia após a implantação do Programa Nacional de Asma (National Asthma Programme) de 1994 a 2004.

Outros países (Austrália, Irlanda, Canadá, Polônia, Tonga, África do Sul, Nova Zelândia) seguiram o exemplo finlandês, desenvolveram suas próprias estratégias nacionais de redução da asma com bom êxito.22 Flórez-Tanus Á, Parra D, Zakzuk J, Caraballo L, Alvis-Guzmán N. Health care costs and resource utilization for different asthma severity stages in Colombia: a claims data analysis. World Allergy Organ J. 2018;11:26.,66 Verwey C. The National Asthma Education Programme and asthma in Africa. S Afr Med J. 2019;109:453-4. Na Europa, o plano integrado European Asthma Research and Innovation Partnership (Earip) também foi posto em prática para harmonizar as atividades educacionais sobre a asma em todo o continente, a fim de desenvolver uma abordagem abrangente focada no controle da asma, reduzir a mortalidade e morbidade.77 Selroos O, Kupczyk M, Kuna P, Łacwik P, Bousquet J, Brennan D, et al. National and regional asthma programmes in Europe. Eur Respir Rev. 2015;24:474-83. Seu objetivo é reduzir a mortalidade por asma na Europa em 25% em 10 anos e em 50% em 20 anos.

Apesar de todo o progresso feito com a intervenção terapêutica precoce, uma taxa de mortalidade incompressível permanece mesmo quando as possibilidades oferecidas pelos anti-inflamatórios convencionais foram saturadas (fig. 1). Nos países desenvolvidos, agora experimentamos sinais de recuperação ascendente na mortalidade,88 Vianello A, Caminati M, Crivellaro M, El Mazloum R, Snenghi R, Schiappoli M, et al. Fatal asthma; is it still an epidemic?. World Allergy Organ J. 2016;9:42. juntamente com um aumento dos eventos adversos induzidos por corticosteroides em pacientes com asma grave,99 Canonica GW, Colombo GL, Bruno GM, Di Matteo S, Martinotti C, Blasi F, et al. Shadow cost of oral corticosteroids-related adverse events: a pharmacoeconomic evaluation applied to real-life data from the Severe Asthma Network in Italy (SANI) registry. World Allergy Organ J. 2019;12:100007. enquanto a mortalidade por asma não foi eliminada em qualquer lugar.

Esse cenário é aplicável a algumas partes do Brasil, mas não a todo o país. Os dados publicados nesta edição da Revista1010 Pitchon RR, Alvim CG, Andrade CR, Lasmar LM, Cruz ÁA, Reis AP. Asthma mortality in children and adolescents of Brazil over a 20-year period. J Pediatr (Rio J). 2020;96:432-8. são interessantes, pois surgem de um sólido sistema de relatos em uma faixa etária jovem, na qual a mortalidade por asma pode ser mais precisamente rastreada devido à ausência de diagnósticos confundidores.1111 Ebmeier S, Thayabaran D, Braithwaite I, Benamara C, Weatherall M, Beasley R. Trends in international asthma mortality: analysis of data from the WHO mortality database from 46 countries (1993-2012). Lancet. 2017;390:935-45. No Brasil, a redução da mortalidade por asma ao longo de 20 anos é visível, demonstra o grande progresso no atendimento pediátrico pneumológico nesse país. A redução mais importante foi alcançada no grupo de crianças menores de quatro anos, o qual, entretanto, continua a ser o grupo que mais contribuiu para a mortalidade por asma em 2015. De fato, a mortalidade por asma em crianças brasileiras não atingiu um nível baixo ideal em todo o país. Algumas áreas de maior mortalidade ainda persistem, particularmente entre crianças menores de 10 anos e em algumas áreas geográficas, como o Norte e o Nordeste.1010 Pitchon RR, Alvim CG, Andrade CR, Lasmar LM, Cruz ÁA, Reis AP. Asthma mortality in children and adolescents of Brazil over a 20-year period. J Pediatr (Rio J). 2020;96:432-8.

O estudo mostra duas áreas de possível intervenção: os adolescentes e os pré-escolares.

Os adolescentes brasileiros com asma correm o risco de sub-hospitalização durante as crises,1010 Pitchon RR, Alvim CG, Andrade CR, Lasmar LM, Cruz ÁA, Reis AP. Asthma mortality in children and adolescents of Brazil over a 20-year period. J Pediatr (Rio J). 2020;96:432-8. talvez como parte de sua negação da doença, comportamentos terapêuticos incompatíveis, tabagismo e problemas psicossociais. Algumas dessas condições podem ser melhoradas com intervenções educacionais específicas, voltadas para as razões do mau controle dos sintomas asmáticos: subestimação por pacientes e médicos, subtratamento, especialmente com drogas anti-inflamatórias, uso excessivo de broncodilatadores em caso de crises, baixa adesão aos medicamentos e pouca habilidade no uso dos dispositivos prescritos.1212 Sastre J, Fabbri LM, Price D, Wahn HU, Bousquet J, Fish JE, et al. Insights, attitudes, and perceptions about asthma and its treatment: a multinational survey of patients from Europe and Canada. World Allergy Organ J. 2016;9:13. Uma parte importante poderia ser o uso da agora disponível versão em português do Test for Respiratory and Asthma Control in Kids (Track).1313 Wandalsen GF, Dias RG, Chong-Neto HJ, Rosário N, Moraes L, Wandalsen NF, et al. Test for respiratory and asthma control in kids (TRACK): validation of the Portuguese version. World Allergy Organ J. 2018;11:40. Uma parte substancial das causas (por exemplo, famílias de baixa renda1414 Oland AA, Booster GD, Bender BG. Psychological and lifestyle risk factors for asthma exacerbations and morbidity in children. World Allergy Organ J. 2017;10:35.,1515 Richter JC, Jakobsson K, Taj T, Oudin A. High burden of atopy in immigrant families in substandard apartments in Sweden - on the contribution of bad housing to poor health in vulnerable populations. World Allergy Organ J. 2018;11:9.) exigiria intervenções complexas.

Digno de nota, 68% das mortes relatadas ocorreram em crianças com menos de 4 anos.1010 Pitchon RR, Alvim CG, Andrade CR, Lasmar LM, Cruz ÁA, Reis AP. Asthma mortality in children and adolescents of Brazil over a 20-year period. J Pediatr (Rio J). 2020;96:432-8. Nessa faixa etária, as incertezas permanecem sobre a possibilidade de rotular uma criança como asmática.1616 Ducharme FM, Dell SD, Radhakrishnan D, Grad RM, Watson WT, Yang CL, et al. Diagnosis and management of asthma in preschoolers: a Canadian Thoracic Society and Canadian Paediatric Society position paper. Paediatr Child Health. 2015;20:353-71. Concordo plenamente com a opinião dos autores de que, na idade pré-escolar, a asma deve ser considerada como tal, além das dificuldades de definição. Sob seus fenótipos multifacetados,1717 Oksel C, Granell R, Haider S, Fontanella S, Simpson A, Turner S, et al. Distinguishing wheezing phenotypes from infancy to adolescence. A pooled analysis of five birth cohorts. Ann Am Thorac Soc. 2019;16:868-76. pré-escolares experimentam episódios de sibilância grave, resultaram em visitas ao pronto-socorro, hospitalização e uso de esteroides orais. Pré-escolares merecem o tratamento da asma, pois uma intervenção precoce pode diminuir o número de exacerbações e promover o crescimento do pulmão. Como parte dessa intervenção, os planos educacionais não devem ser poupados.

Um obstáculo considerável para a realização de planos educacionais pode ser a vastidão territorial e a heterogeneidade econômica e social do Brasil. Essa nação tem uma das maiores taxas de desigualdade do mundo e o índice de Gini, que mede a desigualdade econômica dentro dos países, já foi associado a uma alta prevalência de alergias e asma.1818 Uphoff EP. International prevalence rates of asthma and allergy are associated with income inequality. J Allergy Clin Immunol. 2015;136:189-90. É também um país com alta prevalência de sensibilização a alérgenos perenes, associado à mortalidade por asma.1919 Souza Lima IP, Aarestrup BJ, Souza Lima EM, Souza Lima MC, Souza Lima EC, Aarestrup FM. Brazilian experience with atopy patch tests for Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae and Blomia tropicalis. World Allergy Organ J. 2018;11:27. Entretanto, o Brasil oferece oportunidades para planos educacionais. É o 5° país em uso de smartphones no mundo: 54% dos adultos brasileiros têm um smartphone e as famílias geralmente compartilham um dispositivo; estima-se que 120 milhões de brasileiros acessem a internet.2020 Lopez B. Brazil is the 5th country in smartphone usage. PagBrasil. 2019. Available from: https://www.pagbrasil.com/noticias/smart phone-usage-in-brazil/ [cited 07.07.19].
https://www.pagbrasil.com/noticias/smart...
Isso poderia oferecer as oportunidades de infraestrutura para intervenções modernas baseadas na saúde digital.2121 Merchant R, Szefler SJ, Bender BG, Tuffli M, Barrett MA, Gondalia R, et al. Impact of a digital health intervention on asthma resource utilization. World Allergy Organ J. 2018;11:2. Um esforço adicional será necessário por parte da comunidade médica brasileira e autoridades de saúde para abordar, juntamente com os problemas de saúde, os problemas sociais que podem ser vislumbrados sob os números do estudo publicado hoje. Afinal, trata-se de enfrentar um dos muitos aspectos da fragilidade das crianças na idade pré-escolar e adolescência, que nos lembra a necessidade de reconhecimento, cuidado e educação.

Toda morte por asma é demais. Os pediatras brasileiros estão prontos para aceitar esse desafio.

  • Please cite this article as: Fiocchi A, Valluzzi R, Dahdah L. Zero tolerance for asthma deaths in children. J Pediatr (Rio J). 2020;96:403-5.
  • ☆☆
    Ver artigo de Pitchon et al. nas páginas 432-8.

References

  • 1
    Wong GW. Zero tolerance to asthma death. Hong Kong Med J. 2010;16:84-5.
  • 2
    Flórez-Tanus Á, Parra D, Zakzuk J, Caraballo L, Alvis-Guzmán N. Health care costs and resource utilization for different asthma severity stages in Colombia: a claims data analysis. World Allergy Organ J. 2018;11:26.
  • 3
    Pawankar R, Canonica GW, Holgate ST, Lockey RF, editors. WAO white book on allergy. Update 2013. World Allergy Organization; 2013. Available from https://www.worldallergy.org/wao-white-book-on-allergy [cited 03.07.19].
    » https://www.worldallergy.org/wao-white-book-on-allergy
  • 4
    Haahtela T, Tuomisto LE, Pietinalho A, Klaukka T, Erhola M, Kaila M, et al. A 10 year asthma programme in Finland: major change for the better. Thorax. 2006;61:663-70.
  • 5
    Haahtela T, Herse F, Karjalainen J, Klaukka T, Linna M, Leskelä RL, et al. The Finnish experience to save asthma costs by improving care in 1987-2013. J Allergy Clin Immunol. 2017;139:408-41.
  • 6
    Verwey C. The National Asthma Education Programme and asthma in Africa. S Afr Med J. 2019;109:453-4.
  • 7
    Selroos O, Kupczyk M, Kuna P, Łacwik P, Bousquet J, Brennan D, et al. National and regional asthma programmes in Europe. Eur Respir Rev. 2015;24:474-83.
  • 8
    Vianello A, Caminati M, Crivellaro M, El Mazloum R, Snenghi R, Schiappoli M, et al. Fatal asthma; is it still an epidemic?. World Allergy Organ J. 2016;9:42.
  • 9
    Canonica GW, Colombo GL, Bruno GM, Di Matteo S, Martinotti C, Blasi F, et al. Shadow cost of oral corticosteroids-related adverse events: a pharmacoeconomic evaluation applied to real-life data from the Severe Asthma Network in Italy (SANI) registry. World Allergy Organ J. 2019;12:100007.
  • 10
    Pitchon RR, Alvim CG, Andrade CR, Lasmar LM, Cruz ÁA, Reis AP. Asthma mortality in children and adolescents of Brazil over a 20-year period. J Pediatr (Rio J). 2020;96:432-8.
  • 11
    Ebmeier S, Thayabaran D, Braithwaite I, Benamara C, Weatherall M, Beasley R. Trends in international asthma mortality: analysis of data from the WHO mortality database from 46 countries (1993-2012). Lancet. 2017;390:935-45.
  • 12
    Sastre J, Fabbri LM, Price D, Wahn HU, Bousquet J, Fish JE, et al. Insights, attitudes, and perceptions about asthma and its treatment: a multinational survey of patients from Europe and Canada. World Allergy Organ J. 2016;9:13.
  • 13
    Wandalsen GF, Dias RG, Chong-Neto HJ, Rosário N, Moraes L, Wandalsen NF, et al. Test for respiratory and asthma control in kids (TRACK): validation of the Portuguese version. World Allergy Organ J. 2018;11:40.
  • 14
    Oland AA, Booster GD, Bender BG. Psychological and lifestyle risk factors for asthma exacerbations and morbidity in children. World Allergy Organ J. 2017;10:35.
  • 15
    Richter JC, Jakobsson K, Taj T, Oudin A. High burden of atopy in immigrant families in substandard apartments in Sweden - on the contribution of bad housing to poor health in vulnerable populations. World Allergy Organ J. 2018;11:9.
  • 16
    Ducharme FM, Dell SD, Radhakrishnan D, Grad RM, Watson WT, Yang CL, et al. Diagnosis and management of asthma in preschoolers: a Canadian Thoracic Society and Canadian Paediatric Society position paper. Paediatr Child Health. 2015;20:353-71.
  • 17
    Oksel C, Granell R, Haider S, Fontanella S, Simpson A, Turner S, et al. Distinguishing wheezing phenotypes from infancy to adolescence. A pooled analysis of five birth cohorts. Ann Am Thorac Soc. 2019;16:868-76.
  • 18
    Uphoff EP. International prevalence rates of asthma and allergy are associated with income inequality. J Allergy Clin Immunol. 2015;136:189-90.
  • 19
    Souza Lima IP, Aarestrup BJ, Souza Lima EM, Souza Lima MC, Souza Lima EC, Aarestrup FM. Brazilian experience with atopy patch tests for Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae and Blomia tropicalis World Allergy Organ J. 2018;11:27.
  • 20
    Lopez B. Brazil is the 5th country in smartphone usage. PagBrasil. 2019. Available from: https://www.pagbrasil.com/noticias/smart phone-usage-in-brazil/ [cited 07.07.19].
    » https://www.pagbrasil.com/noticias/smart phone-usage-in-brazil/
  • 21
    Merchant R, Szefler SJ, Bender BG, Tuffli M, Barrett MA, Gondalia R, et al. Impact of a digital health intervention on asthma resource utilization. World Allergy Organ J. 2018;11:2.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Ago 2020
  • Data do Fascículo
    Jul-Aug 2020
Sociedade Brasileira de Pediatria Av. Carlos Gomes, 328 cj. 304, 90480-000 Porto Alegre RS Brazil, Tel.: +55 51 3328-9520 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: jped@jped.com.br