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Constrição de cordão umbilical como causa de morte fetal intrauterina

RESUMO

A constrição de cordão umbilical (CCU) é uma condição infrequente, não bem descrita na literatura, apesar de ser uma importante etiologia observada em fetos natimortos. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de CCU como causa de morte fetal e as características etiopatológicas associadas. Para tanto, um estudo retrospectivo transversal foi realizado a partir das informações do banco de dados do Instituto de Patologia de Passo Fundo, durante os anos de 1995 a 2017. Os resultados foram: 1.359 mortes de embriões/fetos, das quais 69 (5,07%) foram devidas a CCU; 60,9% eram do sexo masculino e 39,1%, do feminino. A média de idade das gestantes foi de 27,5 anos; desvio padrão (DP) de ± 7,2 anos. A maioria das mortes ocorreu no segundo trimestre (76,5%), seguido pelo primeiro (14,7%) e terceiro (8,8%). Entre o total de CCU observadas, 87% tiveram ocorrência de apenas uma constrição; 11%, de duas; e 1%, de três ou mais. A presença de malformações congênitas foi encontrada em 20,2% das necropsias; a identificação de sofrimento fetal crônico foi relatada em 71% dos laudos; e características de vasculopatia obstrutiva na análise da microscopia, em 17% dos casos. Em relação às características anatomopatológicas entre os sexos masculino e feminino, nenhuma diferença significativa (p > 0,05) foi encontrada correlacionando idade gestacional dos fetos/embriões, peso ou malformações congênitas. A CCU é uma condição incomum de morte fetal associada a baixo peso fetal e restrição de crescimento. Nossa pesquisa sugere uma possível relação entre a CCU e a vasculopatia obliterativa.

Unitermos:
morte fetal; sofrimento fetal; cordão umbilical

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