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Nossa capa - Cézanne: o fundador da arte moderna

NOSSA CAPA

Cézanne: o fundador da arte moderna

"Quero saber para melhor sentir e sentir para melhor saber."

Cézanne fez de sua obra a sua vida. Pouco exibiu seus quadros e seu trabalho foi delineado no isolamento artístico. Entretanto, é considerado, hoje, um dos grandes mestres da pintura moderna, principalmente pela qualidade da forma que ele alcançou por meio de um tratamento único de espaço, peso e cor. Cézanne foi contemporâneo dos impressionistas. Fez amigos como Monet, Pissarro e Renoir, mas, além de manter raros contatos, não permitia que interferissem em seu trabalho. Pintava incansavelmente com método único e consciente do que fazia, mas estava sempre insatisfeito. Por isso foi muito além dos interesses dos colegas, com relação à pincelada individual e à luz que incide sobre os objetos, criando, segundo ele, "algo mais sólido e durável, como a arte dos museus".

Paul Cézanne nasceu em Aix-en-Provence, sul da França, em 19 de janeiro de 1839. Estudou em sua cidade e fez amizade com o novelista Émile Zola. Cursou Direito, por imposição do pai, entre 1859 e 1861, ao mesmo tempo em que assistia às aulas de desenho. Contra a vontade da família, decidiu que queria pintar e, em 1861, juntou-se a Zola em Paris. Apesar de contrário a essa decisão, seu pai o apoiou financeiramente, o que proporcionou a Cézanne viver sem a pressão de marchandse as exigências de compradores.

Em Paris, conheceu Pissarro e outros integrantes do grupo de impressionistas, contudo foi reprovado na Escola de Belas-Artes devido a seu comportamento. De 1874 a 1877, Cézanne participou de exposições impressionistas, mas sua real ambição era ser aceito no famoso Salão Anual, no qual a crítica especializada reunia aqueles que ela considerava os principais artistas. Cézanne, no entanto, era sistematicamente rejeitado. Diante da hostilidade do público, da crítica e mesmo de alguns de seus colegas impressionistas, Cézanne voltou a Aix-en-Provence, indo raramente a Paris. Em 1886, rompeu com Zola por sentir-se retratado no romance A obra, no personagem de um pintor fracassado. Nesse mesmo ano, seu pai morreu e lhe deixou uma grande fortuna. O artista fixou-se, então, em Aix-en-Provence e casou-se oficialmente com Hortense Fiquet, mulher com a qual mantinha um relacionamento de muitos anos e com quem tinha um filho, Paul.

Em 1890, abateu-lhe uma crise de diabetes, desestabilizando-o. Separou-se da esposa e do filho, com a qual reatou anos depois. Nessa fase, já reconhecido, recebia visitas de jovens artistas e seus quadros eram muito disputados.

Em outubro de 1906, foi surpreendido por uma tempestade enquanto pintava no campo. Afetado por uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois. Ao contrário de Van Gogh e Gauguin, morreu com sua obra reconhecida e valorizada pelo público e pela crítica.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Set 2010
  • Data do Fascículo
    Ago 2010
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