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Os arquétipos na gestão de uma marca: aplicação à marca líder do mercado de cervejas brasileiro

Los arquetipos en la gestión de una marca: aplicación a la marca líder del mercadode cervezas brasileño

Resumo

Este trabalho analisa o significado de uma marca utilizando uma metodologia ainda pouco explorada, em particular no Brasil, que é o uso de arquétipos. Inicialmente, abarca-se a teoria de Mark e Pearson (2001), baseada em arquétipos, para depois indicar como as empresas podem aplicar tal conceito para fortalecer suas marcas. Em pesquisa de campo com 157 pessoas, realizada com questionário semiestruturado, foi identificado o arquétipo associado à marca de cerveja mais conhecida no país, a fim de aplicar a teoria a um caso real no contexto brasileiro. Os resultados demonstram que o arquétipo mais associado à marca foi o Bobo da Corte, coerente com a teoria de Mark e Pearson (2001), que indica ser este o arquétipo típico da categoria de cervejas. O fato de se associar a marca estudada a tal arquétipo pode contribuir de forma decisiva para seu sucesso, inclusive pelo fato de que 91% dos que têm uma opinião positiva sobre a marca associaram-na a ele.

Palavras-chave
Arquétipo; Cerveja; Marca; Marketing; Caso

Resumen

Este estudio analiza el significado de una marca con una metodología aún infrautilizada en Brasil – el uso de arquetipos. Inicialmente, se trató de abordar la teoría basada en arquetipos, de Mark y Pearson (2001), para entonces indicar cómo empresas pueden aplicar este concepto a fortalecer sus marcas. En un trabajo de campo con 157 personas, realizado mediante cuestionario semiestructurado, el arquetipo asociado a la marca de cerveza más conocida en el país ha sido identificado, para aplicar la teoría a un caso real en el contexto brasileño. Los resultados muestran que el arquetipo más asociado con la marca fue el bufón, consistente con la teoría de Mark y Pearson (2001), que indica que este es el arquetipo típico de la categoría. El hecho de que las personas asocian la marca estudiada con este arquetipo puede contribuir a su éxito, pues 91% de los que tienen una opinión positiva sobre ella la asocian con el bufón.

Palabras clave
Arquetipos; Cerveza; Marca; Marketing; Caso

Abstract

In this paper, we analyze the meaning of a brand based on a methodology still underexplored in Brazil, which is the one based on archetypes. First, we expose and discuss the theory based on archetypes Mark and Pearson (2001), to indicate how companies can apply this concept to strengthen their brands. Performing a survey involving 157 people, conducted through semi structured questionnaires, we identified the archetype associated with the most famous brand of beer presently in Brazil, in order to apply the theory to a real case in the Brazilian context. The results show the archetype most associated with this brand was the Jester, consistent with Mark and Pearson’s theory (2001), which states the typical archetype of the beer category is indeed the Jester. So the fact that people associate the considered brand to such an archetype can contribute to the success of the brand. This is highlighted by the fact that 91% of those who are positive about the brand associated it to this archetype.

Keywords
Archetypes; Beer; Brand; Marketing; Case

Introdução

Com o mercado cada vez mais competitivo, em determinados setores é tarefa árdua fazer o cliente perceber os produtos de uma marca ou fabricante específico. Até recentemente era possível comercializar produtos com base em suas características e benefícios; porém, hoje, em categorias cada vez mais complexas e altamente competitivas, os casos em que a diferenciação da marca estaria baseada nas diferenças perceptíveis do produto tornaram-se raros. E, mesmo quando uma organização consegue criar e oferecer ao mercado um produto genuinamente diferenciado, este é imitado e copiado velozmente pelos concorrentes (MARK; PEARSON, 2001MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001.).

Há tempos, a demanda era maior do que a oferta, os produtos e serviços apresentavam uma distinção perceptível e, consequentemente, as marcas eram construídas sobre essas diferenças. Hoje, muitos produtos tornaram-se simples commodities. Nesse novo cenário, a escolha entre um produto e outro é feita, muitas vezes, com base em critérios subjetivos e consumidores acabam escolhendo produtos de empresas pelas quais sentem uma simpatia muitas vezes inexplicável. O que influencia a decisão do cliente são, com frequência, fatores intangíveis, pela falta de uma diferenciação perceptível (MOWEN; MINOR, 2003MOWEN, J.C.; MINOR, M.S. Comportamento do Consumidor. Trad. Vera Jordan. São Paulo: Pearson, 2003.).

Portanto, as marcas ganharam uma importância admirável. Empresas e organizações dentre as mais conhecidas do mundo, como Coca-Cola e McDonald’s, têm nas marcas seus ativos mais valiosos, representando grande parte de seu valor de mercado. Entretanto, o mais importante é que tais marcas passam a carregar um significado com elas (NUNES; HAIGH, 2003NUNES, G; HAIGH, D. Marca, Valor do Intangível: medindo e gerenciando seu valor econômico. São Paulo: Atlas, 2003.).

Algo novo ocorre no contexto atual. Empresas inteiras são adquiridas e milhões são gastos para se obter a posse de uma marca, por se tratar de um atributo responsável para que certos produtos se diferenciem, mesmo assemelhando-se aos demais (NUNES; HAIGH, 2003NUNES, G; HAIGH, D. Marca, Valor do Intangível: medindo e gerenciando seu valor econômico. São Paulo: Atlas, 2003.). De acordo com Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., algumas marcas valem milhões por terem auferido um significado que é universal, icônico. Segundo as autoras, isso pode acontecer por causa do uso, mesmo que inconsciente, dos arquétipos pelas marcas. Portanto, os significados que essas marcas passaram a carregar são ativos primordiais para a empresa e precisam ser geridos com tanto cuidado quanto os investimentos financeiros.

Cada vez mais, as empresas buscam novas maneiras de entender a mente dos consumidores e seu processo de decisão (MOWEN; MINOR, 2003MOWEN, J.C.; MINOR, M.S. Comportamento do Consumidor. Trad. Vera Jordan. São Paulo: Pearson, 2003.). Com isso, diversas teorias que têm origem na psicologia e no marketing são utilizadas pelas maiores empresas do mundo. O marketing baseado em arquétipos surge, então, como uma nova opção para as empresas que buscam sair das teorias tradicionais e entender mais a fundo o significado de suas marcas. Apesar disto, não há muitos trabalhos desenvolvidos a respeito desse tema no Brasil, o que justifica a importância do presente artigo no sentido de utilizar a teoria a respeito dos arquétipos e evidenciar que estes podem ser bastante úteis para marcas e suas estratégias, em especial ao se apresentar a análise do significado de uma marca por intermédio dos arquétipos. A contribuição do presente estudo se dá por apresentar uma compreensão do conceito de arquétipo como ferramenta estratégica de branding e relacioná-lo à estratégia de marketing, em especial visando criar marcas mais fortes, como no caso demonstrado adiante.

Com base nesse contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar os arquétipos existentes segundo a teoria de Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001. e, aplicando tal teoria a uma marca conhecida no Brasil, identificar o arquétipo associado a ela por parte de seus consumidores. A aplicação prática da teoria dos arquétipos é adequada para avaliar se esta é válida em um caso real no contexto brasileiro, uma vez que as autoras desenvolvem-na apresentando evidências da realidade norte-americana, o que não necessariamente implica sua aceitação em outros mercados. Como são raras tais análises com foco no mercado brasileiro, mostrase a relevância da pesquisa realizada para a teoria que a abarca.

As necessidades básicas e os arquétipos

Todos temos necessidades que precisam ser satisfeitas constantemente, havendo quatro necessidades básicas que podem ser posicionadas ao longo de dois eixos (MARK; PEARSON, 2001MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001.), mostrados na Figura 1.

Figura 1
As quatro necessidades básicas

Todos os dias, o ser humano é empurrado por esses desejos e impulsos. Nem sempre conseguimos ter tudo o que desejamos, sendo, às vezes, preciso que se sacrifique uma ponta do eixo em favor da outra. A vida demanda uma negociação constante ao longo de tais polos, portanto, a tendência é de buscar o equilíbrio.

Os arquétipos, usualmente percebidos por meio de imagens simbólicas (BARROS, 2010BARROS, A.T.M.P. Comunicação e imaginário-uma proposta metodológica. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. v.33, n.2, p.125-143, jul/dez.2010.) fazem a intermediação entre os produtos e a motivação do consumidor por oferecerem uma experiência intangível do sentido ou significado. Uma cerveja, por exemplo, não satisfaz apenas a sede, mas sim a necessidade de pertença, pois o simples fato de sair para bebê-la significa, para muitas pessoas, estar com amigos ou familiares, e não somente saciar a sede.

A Tabela 1 identifica os arquétipos mais importantes para a satisfação das quatro necessidades humanas básicas, conforme Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001..

Tabela 1
Arquétipos e Motivação

De acordo com o que é mostrado na Figura 1 e na Tabela 1, os arquétipos amparam o consumidor na satisfação de suas necessidades de pertencimento, estabilidade, maestria ou independência e servem como intenso fator motivacional para as pessoas em seu cotidiano.

Na primeira coluna de dados da Tabela 1, estão os arquétipos do Criador, do Prestativo e do Governante, que ajudam o consumidor a ter uma sensação de segurança. Devido à insegurança e incerteza da vida em geral e da contemporânea em particular, tais arquétipos se mostram úteis para as marcas da época presente. Eles informam como conservar tanto a ordem quanto a estabilidade, assim como conciliar anseios e modificações.

Já os arquétipos do Cara Comum, do Amante e do Bobo da Corte são o oposto da individualidade. Em vez de se preocupar em causar impacto no mundo, o indivíduo reflete, como citado por Mark e Pearson (2001, p.168)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001.: “Eu sou agradável? Atraente? Engraçado? Será que as pessoas vão me aceitar?”. Os arquétipos do Cara Comum, do Amante e do Bobo da Corte ajudam os consumidores a se conectarem com outras pessoas. E todos desejam se unir a outros seres humanos, não importa o que mostrem em seu comportamento aparente (FORSYTH, 2010FORSYTH, D.R. Group Dynamics. 5.ed. Belmont: Wadsworth Cengage Learning, 2010.).

O Herói, o Fora-da-Lei e o Mago, arquétipos de poder, focam as atitudes do consumidor que têm importância não só para alcançar suas próprias metas, mas até para transformar o mundo. Assim, esses arquétipos proporcionam insígnias de marca naturais para os produtos que causam um impacto acentuado sobre sua época e local.

Por último, os arquétipos do Inocente, do Explorador e do Sábio enfatizam a si mesmos acima dos demais, e a autonomia acima da pertença. Eles são os opostos dos arquétipos do Bobo da Corte, do Cara Comum e do Amante, que dão mais valor à pertença do que à autenticidade. Tais arquétipos fornecem, cada um, diferentes estratégias para a autorrealização.

Os arquétipos no marketing

Em 1991, Carol Pearson publicou uma obra relacionada ao inconsciente coletivo e arquétipos. Foi no livro O Despertar do Herói Interior que Pearson, depois de anos de estudos tendo como principal fonte de referência os trabalhos de Jung, apresentou para o mundo os chamados 12 arquétipos, decorrentes de uma análise de âmbito psicológico. Os arquétipos de Pearson (1995)PEARSON, C.S. O Despertar do Herói Interior: a presença dos doze arquétipos nos processos de autodescoberta e de transformação do mundo. São Paulo: Pensamento, 1995. estão mostrados no Quadro 1.

Quadro 1
Os 12 arquétipos

Dez anos mais tarde, Pearson, em conjunto com Mark, amplia o conceito para o marketing, procurando identificar as acepções das marcas por meio dos arquétipos. As autoras, no livro O Herói e o Fora-da-Lei, defendem o estudo e a utilização dos arquétipos na gestão das marcas como pré-requisito para qualquer organização ou corporação. Para Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., por meio dos 12 arquétipos, os profissionais de marketing conseguiriam alcançar o verdadeiro significado de suas marcas, o que seria um fator decisivo para o sucesso.

Os arquétipos apontados por Pearson são personificações de sentimentos e emoções. Assim, ao associar uma marca a um deles, ela ganharia uma identidade consistente.

Os 12 principais arquétipos

Há uma infinidade de arquétipos em nosso inconsciente, mas os variados personagens dos mitos e lendas podem ser definidos com base em 12 principais, conforme Howard-Spink (2003)HOWARD-SPINK, J. What is your story? And Who is your brand? AdMap, n.443, p.16-18, Sep.2003., para quem é preciso utilizar tais arquétipos para a construção de uma marca forte.

Ao estudar a base arquetípica das marcas de sucesso, é possível identificar que os 12 arquétipos são expressos frequentemente nas atividades comerciais. O Quadro 2 expõe, de forma resumida, como eles funcionam no inconsciente das pessoas e como podem favorecer a identidade de uma marca segundo as autoras do livro O Herói e o Fora-da-lei, que dá base ao presente artigo devido à sua adequação ao assunto em questão.

Quadro 2
Arquétipos, definições, análise e exemplos

Arquétipos como ferramenta de branding.

Como citado anteriormente, quando um arquétipo está alinhado com uma marca, torna-se mais fácil identificá-la entre as congêneres.

Hoje, é possível afirmar que qualquer marca necessita definir claramente uma posição na mente dos consumidores, sendo isto vital para a empresa. Nesse contexto, torna-se imprescindível conhecer e compreender plenamente o significado da marca para, assim, conseguir desenvolver identidades fortes e bem definidas. É, contudo, preeminente ressaltar que diferenças socioculturais podem levar a interpretações diversificadas do significado do arquétipo de uma marca; o consumidor muitas vezes adquire um produto de certa marca devido ao simbolismo do arquétipo nela incrustado, assim construindo sua identidade social e cultural (TSAI, 2006TSAI, S. Investigating Archetype-icon Transformation in Brand Marketing. Marketing Intelligence & Planning, v.24, n.6, p.648-663, 2006.).

Branding refere-se ao ativo que a marca representa, sendo um bem imaterial e intangível que pode ser entendido como os efeitos inerentes a uma marca graças aos quais os resultados obtidos pelos produtos e serviços sobrepujam aqueles alcançados na ausência daquela marca (YANAZE, 2011YANAZE, M.H. Gestão de Marketing e Comunicação: avanços e aplicações. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.). Além disso, é necessário que os consumidores entendam que há diferenças expressivas entre as marcas existentes em um mercado para que surja a percepção de valor da marca, o que não ocorreria se todas fossem percebidas como iguais. Utilizar arquétipos pode facilitar tal percepção ao criar estruturas mentais que auxiliem nessa diferenciação.

Bengala, Nascimento e Silva (2005)BENGALA, A.; NASCIMENTO, F; SILVA, J.P. Archetypal Branding. Marketeer. Ed.112, 2005. percebem também a necessidade da utilização dos arquétipos no branding de uma marca, indicando que, na fase de criação ou de recriação de uma marca, os arquétipos permitem:

  • Estabilizar o posicionamento da marca, embasando-a em valores coerentes e/ou complementares entre si e que comportem o desenvolvimento de uma estratégia específica de marca clara e eficaz.

  • Atribuir uma identidade à marca, assim fornecendo-lhe personalidade.

Na fase posterior de gestão, monitoramento e desenvolvimento de marcas, e também nos acertos e correções a serem aplicados, por meio dos arquétipos permite-se:

  • Identificar como a marca está disposta na mente do consumidor, em comparação com as concorrentes.

  • Analisar a uniformidade do posicionamento da marca por intermédio de um “índice de concentração” dos arquétipos a ela pertinentes.

  • Perceber hiatos entre os posicionamentos almejados e observados para a marca.

  • Identificar a percepção e a compreensão da identidade da marca ou do produto, além de mensurar o quão eficaz se mostra a estratégia de marketing no posicionamento do produto, ou mesmo na difusão da identidade corporativa.

Outros autores apresentam conceitos relevantes referentes aos arquétipos como instrumentos úteis para o branding. Siraj e Kumari (2011)SIRAJ, S.; KUMARI, S. Archetyping the Brand: Strategy to Connect. The IUP Journal of Brand Management, v.VIII, n.3, p.47-59, 2011. citam que os arquétipos fornecem uma linguagem intuitiva acessível para descrever a essência de uma marca, e que um dos benefícios por eles providos é personificá-la, atuando como uma ferramenta persuasiva para a construção de seu sucesso. Para Jansen (2006)JANSEN, M. Brand Prototyping: developing meaningful brands. Amsterdam: Kluwer, 2006., uma característica aspiracional e motivacional encontrada nos arquétipos é o fato de influenciarem diretamente no comportamento dos indivíduos. Uma vez que os arquétipos façam sentido, serão reconhecidos e “ativados” em uma situação apropriada, assim colaborando para o acionamento de um conceito com o qual se constrói a marca. A partir daí, uma relação mais intensa pode se formar com o cliente, pois a marca se conectaria com ele de um modo mais profundo. Quando a identidade de uma marca é erigida a partir de um arquétipo, as aspirações mais intensas existentes no consumidor podem ser alcançadas e desencadeadas (JANSEN, 2006JANSEN, M. Brand Prototyping: developing meaningful brands. Amsterdam: Kluwer, 2006.). Isso demonstra a relevância de considerar os arquétipos quando de um planejamento de marca, sendo eles utilizados como uma ferramenta que eleva o poder dela, assim favorecendo o branding em si. A análise da marca Skol, feita a seguir, vai ilustrar tal fato no contexto nacional, vis-à-vis os achados de Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001. no mercado americano.

Metodologia

Tendo definidos os arquétipos existentes segundo Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., e com o intuito de observar a teoria apresentada em uma marca bastante conhecida no Brasil para identificar o arquétipo a ela associado em um caso real, foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva (VERGARA, 2009VERGARA, S.C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2009.). Visando a identificar qual é o arquétipo associado pelos consumidores à marca Skol, realizou-se uma pesquisa de campo em que se fez uso de questionário semiestruturado como instrumento de pesquisa. A amostra utilizada foi composta por 157 pessoas de ambos os sexos, consumidores ou não de cerveja, residentes na cidade do Rio de Janeiro, escolhidos de forma não-probabilística nesse local, com o perfil mostrado na Tabela 2, em que predominam indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 25 anos e da classe econômica A, pelo Critério do IBGE. Isso se apresenta como uma limitação da pesquisa, visto que a faixa etária predominante entre os respondentes não é, necessariamente, aquela predominante em quaisquer localidades ou a qualquer época. Contudo, para um estudo exploratório, não se observam maiores empecilhos ocasionados por tais limitações. O fato de haver três pesquisados com idade abaixo de 18 anos não deprecia os achados, uma vez que, ainda que não possam consumir bebidas alcoólicas conforme as leis nacionais, podem conhecer a marca a eles apresentada.

Tabela 2
Perfil da amostra

A opção pela marca Skol se deu pelo fato de ser uma das marcas mais fortes do Brasil, além de ser a primeira marca lembrada nesse mercado desde 2002 (DATAFOLHA, 2015EUROMONITOR. Disponível em: www.portal.euromonitor.com/portal/statistics/changemeasure. Acesso em: 31 jun.2016.
www.portal.euromonitor.com/portal/statis...
), o que indica ser uma marca conhecida pela maior parte dos consumidores no país. Além desses fatores determinantes, a Skol tem muita exposição em veículos de comunicação em geral, o que tende a ocasionar um maior conhecimento da marca por parte de muitos consumidores e também de não-consumidores do produto, permitindo um estudo com maior embasamento.

A Skol é líder absoluta do mercado brasileiro de cervejas, como pode ser observado na Tabela 3. Nas últimas décadas, ganhou muita força e se tornou referência no Brasil, como comprovado pela pesquisa Top of Mind, que identifica a marca mais lembrada em diversos mercados – a Skol ficou com a primeira colocação como marca de cerveja mais lembrada pelos consumidores em vários anos consecutivos (Tabela 4).

Tabela 3
Participação no mercado brasileiro de cerveja
Tabela 4
Top of mind, marcas de cerveja - Resposta obtida à pergunta “Qual é a primeira marca que lhe vem à cabeça quando se fala em cerveja?”.

Posicionamento e associações com a marca Skol

A Skol se posiciona como uma marca jovem, ousada, irreverente, referência em eventos e a mais inovadora (ROSA, 2011ROSA, E.S.S. A Construção de Relacionamentos Emocionais Entre Marca e Consumidor: um estudo de caso da Skol. 6 dez. 2011. Trab. Conclusão de Curso – Fac. de Comunicação Social, UFJF, Juiz de Fora, 2011.; AMBEV, 2015AMBEV. Disponível em: www.ambev.com.br. Acesso em: 13 abr.2015.
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). Portanto, para que a marca seja bem-sucedida no posicionamento, ela precisa criar associações para que seu público-alvo, que são os jovens, a perceba desta forma.

Investindo intensamente em marketing, procura estar relacionada a eventos modernos, inovadores e divertidos. A marca acredita que patrocinar e desenvolver eventos culturais é uma forma eficiente de atingir seu público-alvo e se consolidar no mercado. Além disso, busca sempre investir em ações inovadoras e que se mostram como tendências. Todas as iniciativas nessa área visam a trabalhar os valores de marca: inovação, ousadia e espírito jovem. Outro ponto marcante que contribuiu muito para a construção da imagem da marca foram seus comerciais. Para transmitir a imagem de moderna e irreverente, sempre colocou no ar campanhas bem-humoradas e inovadoras, que costumam ser lembradas por muito tempo.

Na pesquisa de campo realizada, foi utilizado um questionário semiestruturado, buscando identificar as marcas de cerveja mais consumidas pelos respondentes e o grau de conhecimento em relação à marca Skol, a fim de perceber se condizia com o fato de ser a líder do mercado. Sendo ou não consumidor da marca, foi pedido ao respondente que expusesse sua afeição, em uma escala de cinco pontos, variando de “odeio a marca” até “gosto muito da marca”. Também foi solicitado que citasse a palavra mais adequada para descrever a marca Skol, na única pergunta aberta do questionário.

Depois, foi pedido que os respondentes indicassem, dentre diversas frases apresentadas, aquelas que sentiam ser mais relacionadas à marca Skol. Cada arquétipo foi representado por duas frases, perfazendo um total de 24 frases apresentadas. Essas frases retratavam um resumo de cada arquétipo, dentre os 12 especificados por Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001. – ainda que isto não tivesse sido explicado aos respondentes, a quem foi apenas solicitado que assinalassem as frases entendidas como as que melhor descrevessem a marca em questão. Na sequência, foram considerados os arquétipos primário e secundário. O arquétipo primário (Ap) é aquele com o qual a marca mais é identificada e o secundário (As) é o segundo mais identificado com ela. Assim, se Ap – As > D (sendo D um valor maior ou igual a dez pontos percentuais), a marca em questão terá uma identidade arquetípica fortemente definida, conforme a teoria de Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001..

Resultados e discussão

Na pesquisa de campo, foi constatado que a Skol ratifica a liderança do mercado: 80% dos respondentes consomem cerveja, dentre os quais 90% indicaram que costumam consumir Skol (Gráfico 1).

Gráfico 1
Cervejas consumidas pela amostra

Outras duas perguntas também tinham como objetivo comprovar a força da marca Skol. Perguntados sobre o grau de conhecimento da marca, todos os pesquisados responderam que a conheciam, dentre os quais 89% conheciam bem ou muito bem. Ninguém marcou a opção “nunca ouvi falar”, e apenas 10% disseram que conheciam pouco (Gráfico 2).

Gráfico 2
Nível de conhecimento da marca Skol

Quanto à opinião das pessoas sobre a marca, mais uma vez a Skol se mostrou muito forte: 82% disseram gostar ou gostar muito da marca. Ninguém marcou a opção “odeio a marca” (Gráfico 3), demonstrando mais uma vez sua boa aceitação.

Gráfico 3
Opinião em relação à marca Skol

Na única pergunta aberta do questionário, foi obtido um resultado que é o reflexo do posicionamento da Skol nos últimos tempos. Pediu-se que as pessoas descrevessem a marca em apenas uma palavra, e 36% responderam “redondo”, demonstrando estar em sintonia com o famoso slogan da empresa. A Ambev afirma em seu website que “a marca Skol mantém o mesmo posicionamento vencedor que a tornou a cerveja preferida e mais consumida do Brasil: a cerveja que desce redondo”. Dessa forma, percebe-se que a Skol vem posicionando sua marca com muito sucesso. Além do destaque da palavra “redondo”, a palavra “jovem” foi bem lembrada, tendo sido citada por 8% dos respondentes, e “alegria” ou “diversão” foi mencionado por 7% da amostra. No Gráfico 4, em que podem ser observados os principais grupos de palavras citados, o grupo “características do produto” refere-se àquelas respostas que descreveram o produto físico e não a marca Skol, como havia sido pedido. As pessoas deste grupo usaram palavras como “gelada”, “gostosa”, “saborosa”, entre outras similares, para se referir à marca.

Gráfico 4
A palavra que melhor descreve a marca Skol

A mais extensa pergunta apresentada era constituída de 24 frases e os pesquisados deveriam marcar todas aquelas que consideravam uma boa descrição ou que supunham estar relacionadas à marca Skol, a fim de identificar seus arquétipos primário e secundário. Era permitido marcar quantas frases julgassem adequado. A pesquisa foi baseada nos 12 arquétipos de Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001. descritos anteriormente, sendo cada arquétipo representado por duas frases; o objetivo desta pergunta era identificar qual arquétipo era mais relacionado à marca Skol na percepção dos respondentes. Para ser considerada associada à marca, pelo menos uma das duas frases referentes ao arquétipo deveria ser marcada. Os resultados estão no kk:

Gráfico 5
Arquétipo da marca Skol

O arquétipo mais associado à marca foi o Bobo da Corte (Ap), indicado por 89% da amostra. O arquétipo secundário (As) da Skol é o Inocente, com 68%. Observa-se a diferença entre Ap e As como: D = 89% – 68% = 21%. Sendo D maior que 10%, há uma identidade arquetípica de elevada magnitude na marca Skol. Portanto, de acordo com Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., o sucesso da marca pode ser explicado pela sua forte identificação com um arquétipo específico, neste caso o Bobo da Corte.

Por fim, foram cruzados os dados referentes à opinião das pessoas em relação à marca e ao arquétipo associado por elas. Nesse cruzamento foram identificadas duas diferenças importantes entre os dois grupos. Entre as pessoas que gostam da marca (aqueles que indicaram gostar ou gostar muito da marca Skol), 91% associaram a marca ao arquétipo do Bobo da Corte (Gráfico 6). Entre as que não gostam da Skol, apenas 67% associaram a marca ao Bobo da Corte, enquanto 83% associaram-na ao arquétipo do Mago (entre os que gostam da marca, apenas 51% fizeram a associação com este arquétipo).

Gráfico 6
Quem gosta x quem não gosta da Skol

Devido à grande diferença na associação ao Bobo da Corte entre os que gostam e os que não gostam da marca, conclui-se que este arquétipo deve, de fato, ser bem explorado pela Skol, uma vez que 91% dos que têm uma opinião positiva sobre a marca associaram-na a ele.

De acordo com Mark e Pearson (2001, p.344)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., além de descobrir o arquétipo da marca em questão, é essencial saber qual é o arquétipo da categoria que está sendo estudada. Para as autoras, “a posição mais competitiva, na maioria dos casos, é possuir a essência da categoria de uma marca”. Ou seja, a empresa deveria buscar associar-se ao arquétipo de sua categoria. Como já citado anteriormente, no Quadro 2, a literatura indica que o arquétipo da categoria de cervejas é normalmente o Bobo da Corte, portanto, o fato de as pessoas associarem a Skol a este arquétipo pode ser um fator decisivo para o sucesso da marca.

Considerações finais

A partir deste estudo, é possível afirmar que os arquétipos podem servir como uma importante ferramenta para o marketing. É fundamental planejar uma estratégia, ter um bom produto ou serviço e comunicá-lo da melhor maneira possível, mas, quando não se sabe exatamente qual é o significado de sua marca, tal tarefa se torna um tanto complicada.

Não é necessário realizar um estudo complexo para afirmar que Skol é uma marca divertida, alegre e jovem. Contudo, é uma tarefa intricada colocar todas as sensações e sentimentos que a marca transmite em um sistema que possa ser utilizado na estratégia de marketing da empresa.

Utilizando os arquétipos, foi possível descobrir na presente pesquisa o que a marca realmente significa para as pessoas. Depois de descoberto este significado, o próximo passo seria definir uma estratégia de posicionamento de acordo com o arquétipo que se pretende atingir, fornecendo uma contribuição gerencial.

Em relação à Skol, uma marca líder de mercado e top of mind no Brasil, nota-se que ela tem um significado consistente. De acordo com os resultados da pesquisa de campo, a marca é vista pela grande maioria das pessoas como jovem, vibrante, espontânea e criativa. Portanto, a pujante identidade da Skol é uma das razões de seu grande sucesso.

Os resultados da pesquisa revelaram também que os consumidores associam fortemente a cerveja ao arquétipo do Bobo da Corte. De acordo com a teoria de Mark e Pearson (2001)MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001., baseada nos arquétipos, o sucesso da Skol pode ser explicado por esta associação em sua identidade, já que o arquétipo secundário está 21 pontos percentuais abaixo do primário. Assim, conclui-se que a marca deve se posicionar como Bobo da Corte, buscando aumentar sua associação com tal arquétipo por meio de sua estratégia de comunicação.

Pode-se afirmar que o arquétipo citado é o ideal para a Skol, já que foi identificado também que quanto mais as pessoas gostavam da marca, mais a relacionavam ao Bobo da Corte. Além disso, esse é o típico arquétipo da categoria de cervejas (MARK; PEARSON, 2001MARK, M.; PEARSON, C.S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001.), reforçando ainda mais tal afirmação. Foi possível, assim, por meio da análise do caso real da cerveja estudada, obter indícios sobre a teoria apresentada em um caso envolvendo consumidores brasileiros, os quais podem gerar hipóteses a serem testadas em futuras pesquisas.

Como mencionado anteriormente na apresentação das quatro necessidades básicas (Figura 1), o Bobo da Corte ajuda as pessoas a satisfazerem as necessidades de pertença. Portanto, para as cervejas em geral, e a Skol em particular, “sair para beber cerveja” deve ser sempre um programa para aproveitar com as pessoas de quem se gosta. A marca deve transmitir a seus consumidores a ideia de descontração e diversão. Em suma, empresas do setor precisam conhecer o arquétipo do Bobo da Corte a fundo para, assim, conseguir trabalhar suas marcas de modo eficaz.

Recomendações para trabalhos futuros

Recomenda-se que trabalhos futuros sejam realizados com uma amostra representativa a fim de validar os presentes achados. A partir daí seria viável realizar uma pesquisa similar à presente, analisando as demais marcas de cerveja não exploradas neste trabalho. Sugerese ainda a análise arquetípica de outras bebidas alcoólicas, concorrentes indiretos das cervejas, e a divisão do público pesquisado por gênero e classes sociais, uma vez que pode haver preferências específicas em cada um desses grupos quanto a determinados arquétipos, o que não era intenção do presente estudo contemplar, mas que pode gerar aplicações em estratégias empresariais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Apr 2017

Histórico

  • Recebido
    07 Ago 2016
  • Aceito
    10 Abr 2017
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