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Onagraceae Juss. no Núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, Estado de São Paulo, Brasil.

Onagraceae Juss. in Núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo State, Brazil.

RESUMO

Este estudo consistiu no levantamento florístico e estudo taxonômico de Onagraceae no Núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, Estado de São Paulo, Brasil. Para melhor identificação das espécies, são fornecidas chave analítica, descrições morfológicas, ilustrações, distribuição geográfica e dados fenológicos. A família está representada na área por cinco espécies: Fuchsia regia (Vell.) Munz., Ludwigia burchellii (Micheli) H.Hara., L. elegans (Cambess.) H.Hara., L. longifolia (DC.) H.Hara e L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven.

Palavras-chave:
Fuchsia; Ludwigia; Mata Atlântica; Taxonomia

ABSTRACT

This study consisted of the floristic survey and taxonomic study of Onagraceae in Núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo State, Brazil. In order to better identify the species, analytical key, morphological descriptions, illustrations, geographical distribution and phenology data are provided. The family is represented in the area by five species: Fuchsia regia (Vell.) Munz., Ludwigia burchellii (Micheli) H.Hara., L. elegans (Cambess.) H.Hara., L. longifolia (DC.) H.Hara and L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven.

Keywords:
Atlantic Forest; Fuchsia; Ludwigia; Taxonomy

Introdução

Inserida na ordem Myrtales Juss. ex Bercht & J.Presl, Onagraceae Juss. é uma família com distribuição cosmopolita, representada por cerca de 650 espécies, com maior concentração nas regiões subtropicais e temperadas, com espécies predominantemente americanas (Judd et al. 2009Judd, W.S., Campbell, Christopher, S., Kellogg, Elizabeth A., Stevens, P.F. &, Donoghue M.J. 2009. Sistemática Vegetal - Um Enfoque Filogenético, 3 ed. Porto Alegre: Artmed., Souza & Lorenzi 2012Souza, C.V. & Lorenzi, H. 2012. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação de famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III, 3 ed. São Paulo. Instituto Plantarum, Nova Odessa.).

A família é composta por ervas, arbustos, lianas e ocasionalmente árvores; folhas simples, alternas, opostas ou verticiladas, estípulas pequenas a ausentes; flores geralmente tetrâmeras e pentâmeras, bissexuadas, solitárias, terminais e axilares; cálice dialissépalo ou gamossépalo, valvado; corola dialipétala, imbricada, convoluta ou valvada; estames em número duplo ou raramente igual ao das sépalas, anteras rimosas; ovário ínfero, geralmente tetralocular com placentação axial e pluriovulado; disco nectarífero geralmente próximo da base do hipanto; fruto cápsula loculicida, frequentemente com deiscência irregular, ou baga (Judd et al. 2009Judd, W.S., Campbell, Christopher, S., Kellogg, Elizabeth A., Stevens, P.F. &, Donoghue M.J. 2009. Sistemática Vegetal - Um Enfoque Filogenético, 3 ed. Porto Alegre: Artmed., Souza & Lorenzi 2012Souza, C.V. & Lorenzi, H. 2012. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação de famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III, 3 ed. São Paulo. Instituto Plantarum, Nova Odessa.).

Duas subfamílias compõem Onagraceae: Ludwigioideae, apresenta Jussieae como sua única tribo, tendo Ludwigia L. como seu único gênero; e a subfamília Onagroideae apresenta seis tribos, Hauyeae, Circaeeae, Lopeziae, Gongylocarpeae, Epilobiae, Onagreae e 21 gêneros (Wagner et al. 2007Wagner, W.L., Hoch, P.C. & Raven, P.H. 2007. Revised classification of the Onagraceae. Systematic Botany Monographs 83: 1-240. ).

Os gêneros mais representativos são Epilobium L. (165 spp.), Oenothera L. (145 spp.), Fuchsia L. (107 spp.), Ludwigia L. (82 spp.) e Clarkia Pursh (42 spp.) (Stevens 2001Stevens, P.F. 2001. Angiosperm Phylogeny Website. Version 14, July 2017 [and more or less continuously updated since ]." will do. http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/(acesso em 20-VIII-2021).
http://www.mobot.org/MOBOT/research/APwe...
, Wagner et al. 2007Wagner, W.L., Hoch, P.C. & Raven, P.H. 2007. Revised classification of the Onagraceae. Systematic Botany Monographs 83: 1-240. ).

No Brasil, ocorrem 64 espécies distribuídas em quatro gêneros nativos, Epilobium, Fuchsia, Ludwigia, Oenothera, destacando-se Ludwigia com 45 espécies. Para o Estado de São Paulo, há ocorrência de três gêneros, Fuchsia, Ludwigia, Oenothera, e 25 espécies (Zeferino et al. 2020Zeferino, L.C., Fernandes, F., Echternacht, L. & Heiden, G. 2020. Onagraceae in Flora do Brasil 2020.Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB177 (acesso em 26-VII-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Em relação aos aspectos econômicos, alguns gêneros possuem potencial ornamental, como as espécies de Clarkia, Oenothera e as flores pendentes de Fuchsia, popularmente conhecidas como “brincos-de-princesa”, enquanto outras são ervas daninhas em áreas úmidas ou campos cultivados, como as do gênero Ludwigia, Epilobium e Oenothera (Wagner et al. 2007Wagner, W.L., Hoch, P.C. & Raven, P.H. 2007. Revised classification of the Onagraceae. Systematic Botany Monographs 83: 1-240. , Souza & Lorenzi 2012Souza, C.V. & Lorenzi, H. 2012. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação de famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III, 3 ed. São Paulo. Instituto Plantarum, Nova Odessa.).

Com o objetivo de desenvolver o estudo taxonômico de Onagraceae do Núcleo Curucutu, foram realizadas coletas, identificações, descrições, ilustrações e a confecção de chave de identificação das espécies, contribuindo assim para o conhecimento da flora local e do Estado de São Paulo.

Material e Métodos

O Núcleo Curucutu faz parte do Parque Estadual Serra do Mar e originou-se a partir de uma fazenda produtora de carvão adquirida pelo Estado e transformada em Reserva Florestal. Um dos objetivos da Reserva é a preservação das nascentes e mananciais da região metropolitana de São Paulo através dos rios Capivari, Monos e Embu Guaçu, que abastecem o reservatório Guarapiranga na área do planalto, e no litoral o Sistema Mambu/Rio Branco, em Itanhaém. Atualmente apresenta uma área de 37.512 hectares, abrangendo os municípios de Itanhaém, Juquitiba, Mongaguá e São Paulo (Figura 1) (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente 2021Secretária de Infraestrutura e Meio Ambiente, 2021. Parque Estadual Serra do Mar. Núcleo Curucutu.Disponível em https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ap/parque-estadual-serra-do-mar-nucleo-curucutu/ (acesso em 08-VII-2021).
https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/...
).

Figura 1.
Localização do Parque Estadual Serra do Mar, Estado de São Paulo, Brasil. Figure 1. Location of Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo State, Brazil.

Encontramos no Núcleo Curucutu trechos com altitudes chegando a 870 metros (Bellato & Mendes 2002Bellato, S.M. & Mendes, I.A. 2002. Análise da suscetibilidade ambiental no núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar (SP-Brasil). In: Geraldi LHO. & Mendes IA (orgs.). Do natural, do Social e de suas interações: visões geográficas. UNESP, Rio Claro.), com clima temperado e chuvoso, verões quentes e inverno com temperaturas amenas (Garcia & Pirani 2003Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 2003. Revisão sobre o diagnóstico e caracterização da vegetação campestre junto à crista de serras, no Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 30: 217-242.). A vegetação é composta predominantemente por campos nebulares e matas de altitudes. Ainda que tenha sua importância e localização nas proximidades da capital paulista, trata-se de uma porção pouco conhecida da Serra do Mar (Garcia & Pirani 2005Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 2005. Análise Florística, Ecológica e Fitogeográfica do Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo-SP, com ênfase nos campos junto à crista da Serra do Mar. Hoehnea 32: 1-48.).

Este trabalho faz parte do estudo da Flora do Núcleo Curucutu, que surgiu a partir de uma parceria entre a Universidade Santo Amaro e o Herbário PMSP. Diversos clados já foram estudados, dentre os quais podemos citar para angiospermas basais, a ordem Nymphaeales (Hora & Affonso 2021Hora, I.P. & Affonso, P. 2021. Nymphaeales no núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo, SP, Brasil. Brazilian Journal of Development 7 (3): 22234-20792.); para monocotiledôneas, as famílias Iridaceae (Takeuchi et al. 2008Takeuchi, C., Affonso, P. & Chukr, N.S. 2008. Levantamento de Iridaceae Juss. no Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo. Revista do Instituto Florestal 20: 51-63.) e o gênero Oncidium Sw. (Orchidaceae - Rosa & Affonso 2009Rosa, D.A. & Affonso, P. 2009. Levantamento do gênero Oncidium Sw. sensu lato (Orchidaceae) no Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo. Revista do Instituto Florestal 21: 55-62.); para eudicotiledôneas, o gênero Miconia Ruiz & Pav. (Melastomataceae - Rodrigues Lima & Affonso 2016Rodrigues-Lima, A.A & Affonso, P. 2016. Miconia Ruiz & Pav. no Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 43: 77-86.) e as famílias Gentianaceae (Pscheidt & Affonso 2008Pscheidt, A.C. & Affonso, P. 2008. Levantamento de Gentianaceae Juss. no Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo. Revista do Instituto Florestal 20: 147-153.), Ericaceae (Takeuchi & Affonso 2009Takeuchi, C. & Affonso, P. 2009. Levantamento de Ericaceae Juss. no Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo. Revista do Instituto Florestal 21: 131-138.) e Ochnaceae (Bianchi & Affonso 2020Bianchi, J.M. & Affonso, P. 2020. Levantamento de Ochnaceae DC. no núcleo Curucutu, Parque Estadual Serra do Mar, São Paulo, SP, Brasil. Brazilian Journal of Development6 (10): 76549-76557.).

Para o levantamento de Onagraceae foram utilizados exemplares coletados de fevereiro de 2018 a abril de 2019, bem como aqueles que se encontram depositados na coleção científica da Universidade Santo Amaro e no Herbário PMSP, além dos Herbários virtuais FUEL, HFC, MBM, SP, SPF e UEC (acrônimos de acordo com ThiersThiers, B. [continuamente atualizado]. Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium.Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 15-IX-2021).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
[continuamente atualizado]). Esses exemplares são provenientes das áreas de planalto do Núcleo Curucutu.

As coletas e os procedimentos de herborização seguiram a metodologia descrita por Fidalgo & Bononi (1989Fidalgo, O. & Bononi, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica .). Foram utilizados materiais herborizados, além de flores e frutos fixados em álcool 70%. Para as análises, descrições e identificações foram feitas comparações com as coleções dos herbários, e consultas às literaturas especializadas (Munz 1942Munz, P.A. 1942. Studies in Onagraceae XII, A revision of the New World species of Jussiaeae. Darwiniana 4: 244., Munz 1947Munz, P. A. 1947. Onagráceas. In: Hoehne F.C. (ed.). Flora Brasílica. Secretaria da Agricultura. São Paulo. São Paulo, v 41, pp. 1-62., Raven 1963Raven, P. H., 1963. The old world species of Ludwigia (including Jussiaea), with a synopsis of the genus (Onagraceae). Reinwardtia 6: 327-427. , Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120., Berry 1989Berry, P.E. 1989. A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76. 532-584., Zardini & Raven 1992Zardini, E. M. & Raven, P.H. 1992. A new section of Ludwigia (Onagraceae) with a key to the sections of the genus. Systematic Botany 17: 481-485., Grillo & Giulietti 1998Grillo, A.A.S. & Giulietti, A.M. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Onagraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 17: 109-114., Duarte & Esteves 2001Duarte M.C. & Esteves G.L. 2001. Onagraceae. In: Melo M.M.R.F., Barros F., Chiea S.A.C., Kirizawa M., Jung-Mendaçolli S.L., Wanderley M.G.L. (eds.). Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso (São Paulo, Brasil). São Paulo: Instituto de Botânica, v 8, pp. 27-30. , Bertuzzi et al. 2011Bertuzzi, T., Grigoletto, D., Dorow, T.S.C. & Eisinger, S.M. 2011. O gênero Ludwigia L. (Onagraceae) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência e Natura, UFSM, 33 (1): 43-73., Rodrigues & Singer 2014Rodrigues, D.M. & Singer, R.B. 2014. As subespécies de Fuchsia regia (Vand. Ex Vell.) Munz (Onagraceae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia 69 (2): 257-266., Lovo & Zappi 2018Lovo, J. & Zappi, D.C. 2018. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Onagraceae, Rodriguésia, 69: 157-164.). Os dados de fenologia foram obtidos por meio de fichas presentes nas exsicatas, observações em campo e consulta à literatura. A terminologia morfológica empregada seguiram os descritos por Gonçalves & Lorenzi (2011Gonçalves, E.G. & Lorenzi, H. 2011. Morfologia Vegetal Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares, 2 ed. São Paulo. Instituto Plantarum, Nova Odessa.). As ilustrações foram confeccionadas a mão livre com o auxílio de um estereomicroscópio e finalizadas pelo ilustrador Klei Rodrigo de Sousa, os registros fotográficos foram realizados durante as expedições em campo.

Resultados e Discussão

Chave de identificação dos gêneros e espécies de Onagraceae do núcleo Curucutu

1 Arbustos escandentes; hipanto prolongado acima do ovário, formando o tubo floral; cálice rosa; corola roxa a magenta; fruto baga .............................................................................. 1. Fuchsia regia

1. Ervas a subarbustos; hipanto concrescido com o ovário, não formando o tubo floral; cálice verde a avermelhado; corola amarela; fruto cápsula

2. Flores curto pediceladas, pedicelo 1-2 mm compr.; bractéolas reduzidas 1-3 mm compr.; cápsula cilíndrica pubescente ....................................................................... 5. Ludwigia octovalvis

2. Flores longo pediceladas, pedicelo 6-28 mm compr.; bractéolas não reduzidas 6-17 mm compr.; cápsula obcônica-obpiramidal glabra a vilosa

3 Caule 4-angulado, alado; lâminas estreito elípticas a lineares lanceoladas ...... 4. Ludwigia longifolia

3. Caule cilíndrico a subcilíndrico, alas ausentes; lâminas elípticas, obovadas, amplamente obovadas, elípticas-oblanceoladas a oblanceoladas

4 Folhas com nervuras numerosas, 23-40 de cada lado, venulações paralelas a nervura principal presentes; estames subiguais, curvados ..................................... 3. Ludwigia elegans

4. Folhas sem nervuras numerosas, 7-19 de cada lado, venulações reticuladas presentes; estames desiguais, eretos ....................................................................... 2. Ludwigia burchellii

1. Fuchsia regia (Vand. ex Vell.) Munz., Proc. Calif. Acad. Sci., ser. 4, 25:13. 1943.

Figura 2 a, b; figura 3 a

Figura 2.
Fuchsia regia (Vell.) Munz. a. Flor. b. Sépalas conatas. Ludwigia burchellii (Micheli) H.Hara. c. Porção de um ramo com flor e frutos. d. Fruto. L. longifolia (DC.) H.Hara. e. Porção de um ramo com flor e botões florais. L. elegans (Cambess.) H.Hara. f. Flor. g. Fruto. L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven. h. Fruto. Figure 2. Fuchsia regia (Vell.) Munz. a. Flower. b. Connate sepals. Ludwigia burchellii (Micheli) H.Hara. c. Portion of a branch with flower and fruits. d. Fruit. L. longifolia (DC.) H.Hara. e. Portion of a branch with flower and flower buds. L. elegans (Cambess.) H.Hara. f. Flower. g. Fruit. L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven. h. Fruit.

Figura 3.
Fuchsia regia (Vell.) Munz. a. Flor. Ludwigia elegans (Cambess.) H.Hara. b. Flor. c. Fruto. L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven. d. Hábito. L. burchellii (Micheli) H.Hara. e. Flor. f. Fruto. Fotos: a, d, f. Paulo Affonso; b, c. Lucas Natã; e. Ágatha Ferreira. Figure 3. Fuchsia regia (Vell.) Munz. a. Flower. Ludwigia elegans (Cambess.) H.Hara. b. Flower. c. Fruit. L. octovalvis (Jacq.) P.H.Raven. d. Habit. L. burchellii (Micheli) H.Hara. e. Flower. f. Fruit. Photos: a, d, f. Paulo Affonso; b, c. Lucas Natã; e. Ágatha Ferreira.

Arbustos escandentes 1,5-8 m alt., ramos glabrescentes a pubescentes nos ramos jovens. Folhas opostas com indumento piloso sobre a nervura principal na face abaxial. Pecíolos glabros a pubescentes, levemente rosados, canaliculado, 0,2-1,6 cm compr., estípulas crassas, recurvadas 1-3 mm compr. Lâminas oval-lanceoladas 1,3-10,8 × 0,5-4,9 cm, ápice atenuado a acuminado, base arredondada a levemente assimétrica, margem inteira a levemente denticulada, ciliada, cartácea a coriácea. Flores pêndulas, normalmente solitárias ou agrupadas até 2 flores nas axilas das folhas. Cálice gamossépalo, rosa, sépalas 4 conatas na base, ca. 8 mm compr., lobos recurvados para cima, 2,1-2,9 × 0,6 cm, lanceoladas, ápice agudo, glabras. Corola dialipétala, roxa a magenta, pétalas 4 convolutas, 1,3-1,6 × 0,9-1,1 cm, oboval-espatuladas, ápice arredondado. Estames 8, exsertos, desiguais, 4 opostos as pétalas, 2,2-2,3 cm compr., 4 alternipétalos 2,8-2,9 cm compr., filetes 19-23 mm compr., rosas, anteras 3-4 mm compr., rosas. Hipanto prolongado acima do ovário formando o tubo floral, cilíndrico-elíptico, rosa, 5-11 × 4-5,5 mm, nectário anular. Ovário ínfero, elipsoide, 5-8 mm compr., 4-locular, pluriovulado, estilete exserto 4,8-5,2 cm compr., rosa, tricomas esparsos presentes na base, estigma clavado, rosa, 2-3 mm comp. Fruto baga, oblonga, verde (imaturo) 1-1,9 × 0,4-0,6 cm. Sementes obovadas, 2-3 mm compr.

Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Curucutu. Trilha do Mirante, sobre Tibouchina, 13-IV-1997, fl., R.J.F. Garcia 1163 (UNISA); Caminho para o Mirante, 14-V-1997, fl., N.S. Chukr 549 (UNISA); Trilha do Embú, 22-VIII-1997, fl., P. Affonso 106 (UNISA); Trilha ao lado da sede, junto ao heliporto, 30-IV-1999, fl., L.C.Q.M.P. Sampaio 195 (UNISA); Trilha em torno do lago, 31-III-2005, fl., fr., P. Affonso 810 (UNISA); Trilha lateral do lago, 21-II-2007, fl., Winck 02 (UNISA); Trilha do lago, 12-III-2007, fl., Winck 07 (UNISA); Trilha da bica (nova), 18-III-2008, fl., fr., P. Affonso 1052 (UNISA); Trilha do lago, 31-III-2009, fl., P. Affonso 1116 (UNISA); Trilha nova da bica, 07-IX-2018, fl., fr., Natã 04 (UNISA); Trilha nova da bica, 14-XII-2018, fl., Natã 11 (UNISA).

O gênero Fuchsia compreende 107 espécies com 119 taxons, pertencentes a 12 seções, com cerca de 3/4 das espécies concentradas nos Andes tropicais, e 1/4 ocorrendo no México, América Central, Hispaniola, Sudeste do Brasil, Sul dos Andes, Nova Zelândia e Taiti (Wagner et al. 2007Wagner, W.L., Hoch, P.C. & Raven, P.H. 2007. Revised classification of the Onagraceae. Systematic Botany Monographs 83: 1-240. , Berry 1989Berry, P.E. 1989. A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76. 532-584.).

Fuchsia seção Quelusia (Vand.) DC. é um grupo de espécies que ocorrem predominantemente na América do Sul, nos andes temperados chilenos e argentinos, e nas montanhas costeiras e altas planícies do sudeste brasileiro. A seção Quelusia está representada por 9 espécies, sendo Fuchsia regia (Vand. ex Vell.) Munz a única espécie que cobre toda a faixa da seção no Brasil, ao longo da Serra do Mar e Serra Geral (Berry 1989Berry, P.E. 1989. A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76. 532-584.). No Brasil, F. regia está presente nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Zeferino & Echternacht 2020aZeferino, L.C. & Echternacht, L. 2020a. Fuchsia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB3938 > (acesso em 26-VII-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
, Sousa et al. 2021Sousa, N.X.M., Vieira, A.O.S. & Aona, L.Y.S. 2021. Flora da Bahia: Onagraceae. Sitientibus série Ciências Biológicas 21: 10.13102/scb5850
https://doi.org/10.13102/scb5850...
).

A floração ocorre entre os meses de fevereiro e maio, podendo se estender até julho (Grillo & Giulietti 1998Grillo, A.A.S. & Giulietti, A.M. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Onagraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 17: 109-114.). Na área de estudo, a frutificação foi registrada apenas nos meses de março e setembro, florescendo praticamente ao longo de todo o ano.

Ocorrem três subespécies de F. regia no Brasil, F. regia (Vell.) Munz subsp. regia, F. regia subsp. reitzii P.E.Berry e F. regia subsp. serrae P.E.Berry. Acreditamos que os exemplares da área de estudo sejam F. regia subsp. serrae por apresentarem folhas com lâminas coriáceas e brilhosas, sépalas conatas com grau de soldadura até 8 mm de compr., ca. de 1/3 de seu compr. total e lobos das sépalas recurvados. Berry (1989Berry, P.E. 1989. A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76. 532-584.) inclui ainda a presença de estípulas crassas persistentes nas características desta subespécie, mas de acordo com Rodrigues & Singer (2014Rodrigues, D.M. & Singer, R.B. 2014. As subespécies de Fuchsia regia (Vand. Ex Vell.) Munz (Onagraceae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia 69 (2): 257-266.), estas características não aparecem sempre todas juntas em campo.

Fuchsia regia se assemelha a F. magellanica Lam., mas difere por ter o hábito arbustivo escandente ou lianóide, tubo floral com 4-5,5 mm larg., enquanto em F. magellanica encontramos principalmente arbustos eretos, tubo floral com 2-3,5 mm larg., ocorrendo apenas nas cordilheiras do Chile e Argentina (Berry 1989Berry, P.E. 1989. A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76. 532-584.).

Ludwigia L.

Ervas a subarbustos. Ramos verdes a avermelhados, glabros, vilosos a hirsutos. Folhas alternas, sésseis a subsésseis, membranáceas a cartáceas, estípulas presentes. Flores solitárias nas axilas das folhas, longo ou curto pediceladas. Bractéolas reduzidas ou não reduzidas, inseridas na base do ovário, caducas. Cálice 4(-5)mero, dialissépalo, verde a avermelhado. Corola 4(-5)mera, dialipétala, amarela. Disco nectarífero plano ou elevado. Androceu diplostêmone, estames 8 amarelos, subiguais ou desiguais em tamanho, eretos ou recurvados. Ovário ínfero, 4-locular, pluriovulado, cilíndrico a obcônico-obpiramidal, estreito na base, estilete espesso, estigma capitado a subcapitado. Fruto cápsula cilíndrica a obcônica-obpiramidal, longo ou curto pedunculada. Sementes plurisseriadas em cada lóculo, globosas ou ovóides, liberadas durante a desintegração das paredes do fruto.

Ludwigia possui distribuição pantropical, compreendendo 82 espécies com 87 taxons pertencentes a 23 seções. As espécies estão mais concentradas na América do Sul, onde ocorrem 45 das 82 espécies (Raven 1963Raven, P. H., 1963. The old world species of Ludwigia (including Jussiaea), with a synopsis of the genus (Onagraceae). Reinwardtia 6: 327-427. , Ramamoorty & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120., Zardini & Raven 1992Zardini, E. M. & Raven, P.H. 1992. A new section of Ludwigia (Onagraceae) with a key to the sections of the genus. Systematic Botany 17: 481-485.).

Algumas espécies são predominantemente aquáticas, embora todas se desenvolvam em locais úmidos (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.). No Núcleo Curucutu todas as espécies foram encontradas em ambientes úmidos, em cursos d’água ou áreas brejosas.

O gênero pode apresentar variações morfológicas dentro de uma mesma espécie de acordo com as condições ambientais que os indivíduos se desenvolvem, variando a intensidade do indumento, além da coloração e tamanho do caule, folhas e frutos (Sousa et. al 2019Sousa, N.X.M., Vieira, A.O.S., Costa, G.M. & Aona, L.Y.S. 2019. Caracteres importantes da identificação de espécies de Ludwigia (Onagraceae) ocorrentes no Recôncavo da Bahia, Brasil, Rodriguésia 70: 1-13. ), como observado em algumas das espécies tratadas neste trabalho.

2. Ludwigia burchellii (Micheli) H. Hara, J. Jap. Bot. 28(10): 292. 1953.

Figura 2 c, d; figura 3 e, f

Ervas eretas, decumbentes a subarbustos 0,6-2 m alt., ramos glabros, caule cilíndrico, verde, lenhoso ou não. Folhas glabras, sem nervuras numerosas 7-19 de cada lado. Pecíolos glabros, verdes, 0,5-7 mm compr., estípulas 0,7-1,2 mm compr. Lâminas elíptica-oblanceoladas a oblanceoladas, 3-12,2 × 0,6-2,6 cm, ápice atenuado a curto acuminado, base atenuada, margem inteira na metade inferior e presença de indumento estrigoso na metade superior, cartáceas. Flores longo pediceladas. Pedicelo glabro, 14-27 mm compr., bractéolas não reduzidas, oblanceoladas 9-17 × 2,5-7 mm. Sépalas verdes, 12-17 × 5,4-6 mm, deltoide-lanceoladas, glabras, ápice agudo a atenuado. Pétalas 2,3-2,9 × 2-2,3 cm, orbiculares, base assimétrica, ápice retuso. Disco nectarífero elevado 2-4 mm alt. Estames desiguais, eretos, filetes 4-6 mm compr., amarelos, anteras 4,7-5,3 mm compr. Ovário 5-12 × 4-5 mm, obcônico-obpiramidal, glabro, estilete 1,1-3 mm compr., estigma subcapitado 1,9-3 × 3,2-4 mm. Fruto cápsula, obcônica-obpiramidal 4-angulada, verde 10-19 × 3-6,6 mm, longo pedunculada, 13-44 mm compr., glabra. Sementes ovoides, ca. 0,9 mm compr.

Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Parque Estadual Serra do Mar - núcleo Curucutu. Trilha do Campo, 18-I-1996, fl., fr., R. Simão-Bianchini 933 (PMSP); Trilha do Mirante, 28-III-1996, fl., fr., G.M.P. Ferreira 75 (PMSP); Trilha da Beira do Lago, 28-I-1999, fl., P. Affonso 346 (UNISA); Trilha do Banquinho, 27-IV-2001, fl., fr., M.A.S. Mayworm 206 (UNISA); Vala ao lado da ponte e do lago drenado, 11-V-2018, fr., Natã 03 (UNISA); Ao lado do antigo lago próximo à entrada da Trilha da Bica, 22-II-2019, fl., Natã 14 (UNISA); Antes da Ponte do lago drenado - vala, 22-III-2019, fl., fr., P. Affonso 1415 (UNISA).

Material adicional: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Várzea do Rio Embu-Guaçu, Estrada do Mambú, 26-I-2016, fl., fr., E.H.P. Barretto 665 (PMSP); Várzea do Rio Embu-Guaçu, Estrada do Mambú, 29-III-2016, fl., fr., E.H.P. Barretto 707 (PMSP); Estrada antes do Curucutu - Brejo próximo a estrada da entrada, 22-III-2019, fl., fr., P. Affonso 1414 (UNISA).

Espécie nativa e endêmica do Brasil, ocorrendo apenas no Estado de São Paulo (Zeferino & Echternacht 2020bZeferino, L.C.; Echternacht, L. 2020b. Ludwigia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4035 > (acesso em 26-VII-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
), aparentemente restrita a região Sul da Cidade de São Paulo (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.). Não há trabalhos recentes que indiquem o status atual da espécie, onde a baixa ocorrência citada pelos autores foi observada na área de estudo, sendo uma espécie com distribuição rara e restrita, neste aspecto, estar dentro de uma Unidade de Conservação como o Núcleo Curucutu, pode contribuir para sua preservação.

Esta espécie, na área de estudo, costuma se desenvolver próximo a cursos d’água e solo arenoso, além de ter sido encontrada em cursos d’água na beira da estrada, fora do núcleo, bem próximo da entrada do parque (exsicata: P. Affonso 1414), em áreas de várzea nos arredores do Núcleo Curucutu (exsicata: E.H.P. Barretto 665; E.H.P. Barretto 707). Na área de estudo floresce de janeiro a abril e frutifica de janeiro a maio.

Ludwigia burchelli pode ser confundida com Ludwigia foliobracteolata (Munz) H.Hara, mas difere-se por suas bractéolas estarem inseridas na metade do ovário, enquanto em L. burchellii as bractéolas estão inseridas na base do ovário (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.).

Na área de estudo, pode ser confundida com L. elegans, mas pode ser facilmente diferenciada por formar subarbustos, possuir estames desiguais, e venulações reticuladas em suas folhas, enquanto em L. elegans encontramos ervas decumbentes, às vezes eretas com estames subiguais e venulações paralelas à nervura principal de suas folhas.

3. Ludwigia elegans (Camb.) H. Hara, J. Jap. Bot. 28(10): 292. 1953.

Figura 2 f, g; figura 3 b, c

Ervas decumbentes, as vezes eretas 0,4-1 m alt., ramos espessos, caule subcilíndrico, verde a avermelhado, glabro a viloso nos ramos jovens. Folhas glabras ou com tricomas esparsos ao longo das nervuras na face abaxial, nervuras numerosas 23-40 de cada lado, com veias paralelas a nervura principal. Pecíolos glabros a esparsamente vilosos, verdes a avermelhados, 1-12 mm compr., estípulas, 1,2-1,8 mm compr. Lâminas elípticas, obovadas a amplamente obovadas, 2,2-14 × 1-4,2 cm, ápice atenuado a acuminado, base atenuada, margem inteira com indumento estrigoso da base ao ápice, as vezes sinuada, cartáceas a coriáceas. Flores longo pediceladas. Pedicelo glabro a viloso 23-28 mm compr., bractéolas não reduzidas, obovadas, 13 × 6-7 mm. Sépalas verdes, 11-19 × 6-7 mm, deltoide-lanceoladas, glabras a esparsamente vilosas na face externa, ápice agudo a acuminado. Pétalas, 1,9-2,7 × 1,8-2,4 cm, orbiculares, base obtusa a assimétrica, ápice retuso. Disco nectarífero elevado, 1,7-2 mm alt. Estames subiguais, recurvados, filetes, 2,8-4 mm compr., amarelos, anteras, 4,3-5,1 mm compr. Ovário, 5-11 × 4,4-5 mm, obcônico-obpiramidal, esparsamente viloso a viloso, estilete, 1-2,5 mm compr., estigma subcapitado, 2,8-3 × 2,7-3,4 mm. Fruto cápsula obcônica-obpiramidal 4-angulada, verde a avermelhada, 6-14 × 3-8 mm, longo pedunculada, 12-32 mm compr., glabra a vilosa. Sementes ovóides, 1 mm compr.

Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Parque Estadual Serra do Mar - núcleo Curucutu. Primeiro lago da Estrada da Entrada, 16-III-2018, fl., fr., P. Affonso 1395 (UNISA); Lago da Estrada da Entrada, 11-05-2018, fl., fr., Natã 01 (UNISA); Trilha da Estrada da Entrada, antes da sede, sob Pinus, 14-XII-2018, fl., Natã 08 (UNISA); Sede ao lado do lago, 14-XII-2018, fl., Natã 09 (UNISA); Trilha da Estrada da Entrada, antes da sede sob Pinus, 14-XII-2018, fl., Natã 10 (UNISA); Trilha da Estrada da Entrada, 22-II-2019, fr., Natã 12 (UNISA); Final da Trilha da Estrada da Entrada, sob Pinus próximo a sede, 22-II-2019, fl., fr., Natã 15 (UNISA).

Ludwigia elegans é nativa do Brasil, com ocorrência na maioria dos países da América do Sul e Estados Unidos. No Brasil é encontrada nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, nos Estados do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120., Zeferino & Echternacht 2020bZeferino, L.C.; Echternacht, L. 2020b. Ludwigia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4035 > (acesso em 26-VII-2021).
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).

A espécie é amplamente distribuída no Núcleo Curucutu, podendo ser observadas em locais de fácil acesso, como a Trilha da Estrada da Entrada ou nas margens do Lago da Sede, incluindo a estrada fora da Unidade de Conservação, presentes em solos úmidos e pantanosos, sendo comum nas bordas de lagos e pântanos. Para Bertuzzi et al. (2011Bertuzzi, T., Grigoletto, D., Dorow, T.S.C. & Eisinger, S.M. 2011. O gênero Ludwigia L. (Onagraceae) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência e Natura, UFSM, 33 (1): 43-73.) a espécie é abundante e aparentemente pouco vulnerável, por ocorrer em ambientes abertos e ensolarados em campos cultivados ou não, em beira de rios, açudes e estradas.

Ludwigia elegans é uma espécie frequente no sul do Brasil e apresenta grande plasticidade morfológica principalmente em suas folhas, que geralmente são ovado-lanceoladas a lanceoladas, porém é comum a ocorrência de indivíduos com folhas obovadas a amplamente obovadas nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.). Esta plasticidade morfológica foi observada em muitos dos exemplares da área de estudo.

De acordo com Bertuzzi et al. (2011Bertuzzi, T., Grigoletto, D., Dorow, T.S.C. & Eisinger, S.M. 2011. O gênero Ludwigia L. (Onagraceae) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência e Natura, UFSM, 33 (1): 43-73.), a espécie floresce e frutifica de outubro a junho, na área de estudo, foram registradas floração de dezembro a maio e frutificação de fevereiro a maio.

No Núcleo Curucutu, L. elegans é constantemente encontrada junto com L. octovalvis, duas espécies facilmente distintas pelo fruto obcônico-obpiramidal de L. elegans que é bem diferente do fruto cilíndrico e curto pedunculado de L. octovalvis.

Ludwigia elegans pode ser confundida com Ludwigia peruviana (L.) H.Hara e L. foliobracteolata, mas distingui-se de L. peruviana por suas venulações paralelas à nervura principal, enquanto L. peruviana apresenta venulações reticuladas, e difere-se de L. foliobracteolata por possuir bractéolas caducas inseridas entre o pedicelo e ovário, enquanto em L. foliobracteolata suas bractéolas são persistentes e inseridas na metade do ovário (Ramamoorthy & Zardini 1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.).

4. Ludwigia longifolia (DC.) H. Hara, J. Jap. Bot. 28(10): 293. 1953.

Figura 2 e

Ervas eretas, 50 cm alt., ramos glabros, caule 4-angulado alado, verde a avermelhado. Folhas glabras, sem nervuras numerosas 15-17 de cada lado. Pecíolos glabos, verdes a avermelhados, 0,5-1,3 mm compr., estípulas, 0,5-0,9 mm compr. Lâminas estreito-elípticas a lineares lanceoladas, 9-11 × 0,8-1 cm, ápice agudo, base atenuada, margem inteira com indumento estrigoso da base ao ápice, membranáceas. Flores longo pediceladas. Pedicelo glabro, ca. 6 mm compr., bractéolas não reduzidas, estreito-elipticas a lineares lanceoladas, ca. 6 × 1 mm. Sépalas verdes a avermelhadas, ca. 9 × 5 mm, deltóide-ovaladas, glabras, ápice agudo a acuminado. Pétalas, ca. 1,4 × 1,1 cm, largo-obovadas, base cuneada, ápice retuso. Disco nectarífero plano. Estames subiguais, levemente recurvados, filetes, ca. 0,9 mm compr., amarelos, anteras, ca. 2 mm compr. Ovário, ca. 10 × 2 mm, obcônico-obpiramidal, glabro, estilete, ca. 2 mm compr., estigma capitado, ca. 1,8 × 1,9 mm. Fruto cápsula obcônica-obpiramidal 4-angulada castanha a vinácea, ca. 16 × 4 mm, longo pedunculada, ca. 9 mm compr., glabra. Sementes ovoides, 0,5-0,9 mm compr.

Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Parque Estadual Serra do Mar - núcleo Curucutu. Estrada da entrada, próximo do poste 4223, 21-II-2007, fl., fr., Pscheidt 06 (UNISA).

Material adicional: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Marsilac, antes da entrada do Parque Estadual Serra do Mar, núcleo Curucutu, 12-III-2007, fl., fr., Winck 04 (UNISA); Marsilac, Estrada do Curucutu, 28-IV-2019, fl., fr., Natã 17 (UNISA).

Espécie nativa e não endêmica do Brasil, presente no Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Zeferino & Echternacht 2020bZeferino, L.C.; Echternacht, L. 2020b. Ludwigia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4035 > (acesso em 26-VII-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
).

Ludwigia logifolia apresenta baixa ocorrência no Núcleo Curucutu, havendo apenas um registro em um trecho percorrido da Trilha da Estrada da Entrada (exsicata: Pscheidt 06), e dois registros no entorno do parque (exsicatas: Winck 04; Natã 17), em beira de estrada.

Apresenta floração e frutificação de outubro a julho (Bertuzzi et al. 2011Bertuzzi, T., Grigoletto, D., Dorow, T.S.C. & Eisinger, S.M. 2011. O gênero Ludwigia L. (Onagraceae) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência e Natura, UFSM, 33 (1): 43-73.). Os materiais observados (exsicatas: Pscheidt 06; Winck 04 e Natã 17), apresentaram floração e frutificação de fevereiro a maio.

No Núcleo Curucutu a espécie é facilmente distinta das demais espécies do gênero por ser a única que apresenta caule 4-angulado alado e lâminas estreito-elípticas a lineares lanceoladas.

Ramamoorthy & Zardini (1987Ramamoorthy, T.P. & Zardini, E.M. 1987. The Systematics and Evolution of Ludwigia sect. Myrtocarpus sensu lato (Onagraceae). Monographs in Systematic Botany. Missouri Botanical Garden 19: 1-120.) apontam esta espécie sendo muito próxima de Ludwigia major (Micheli) Ramamoorthy, mas são facilmente diferenciadas pela coloração da corola, onde L. major apresenta pétalas brancas, enquanto em L. longifolia está presente pétalas amarelas.

5. Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven, Kew Bull. 15(3): 476. 1962.

Figura 2 h; figura 3 d

Ervas eretas a subarbustos 0,40-1 m alt., ramos delgados, caule cilíndrico, verde a avermelhado, densamente hirsuto a subglabro. Folhas glabras, subglabras ou com indumento piloso em ambas as faces, sem nervuras numerosas 9-15 de cada lado. Pecíolos densamente hirsutos a subglabros, 1-3 mm compr., estípulas, 0,7-3 mm compr. Lâminas elípticas, estreito-elípticas a ovada-lanceoladas, 2,2-9,4 × 0,7-2,6 cm, ápice atenuado, base atenuada a aguda, margem inteira, ciliada da base ao ápice, membranáceas a cartáceas. Flores curto pediceladas. Pedicelo densamente hirsuto ou curto pubescente, 1-2 mm compr., bractéolas geralmente muito reduzidas, setáceas a lineares, 1-3 mm compr. Sépalas geralmente avermelhadas, 9-11 × 5-6,5 mm, deltoide-ovaladas, pilosas a curto pubescentes, ápice agudo a acuminado. Pétalas, 1,3-1,6 × 1,2-1,3 cm, largo-obovadas, base cuneada, ápice retuso. Disco nectarífero plano. Estames subiguais, eretos, filetes, 2-3 mm compr., amarelos, anteras, 1,8-2 mm compr. Ovário, 12-14 × 2 mm, cilíndrico, ligeiramente 4-angulado, densamente hirsuto a curto pubescente, estilete, 2,4-2,5 mm compr., estigma capitado, 1-2 × 1,4-2 mm. Fruto cápsula, cilíndrica 8-costada, avermelhada, 25-45 × 2,2-4 mm, curto pedunculada, 2,5-5,5 mm compr., pubescente. Sementes globosas, ca. 0,5 mm compr.

Material examinado: BRASIL. SÃO PAULO. São Paulo. Parque Estadual Serra do Mar - núcleo Curucutu. Lado esquerdo depois da trilha da entrada, 21-II-2007, fl., fr., Winck 01 (UNISA); Caminho da estrada sob Pinus, 12-III-2007, fl., fr., Winck 05 (UNISA); Caminho da entrada sob Pinus, 12-III-2007, fl., fr., Winck 06 (UNISA); Ao lado da sede, 28-V-2007, fl., fr., Winck 08 (UNISA); Entrada próxima ao laguinho, 29-IX-2017, fl., fr., P. Affonso 1373 (UNISA); Trilha da entrada - 2º lago, 15-VI-2018, fl., fr., P. Affonso 1404 (UNISA); Lago da Trilha da estrada da entrada, 14-XII-2018, fl., fr., Natã 07 (UNISA).

Espécie nativa e não endêmica do Brasil, presente no Distrito Federal e na maioria dos estados brasileiros, exceto no Maranhão, Tocantins, Rondônia e Acre (Zeferino & Echternacht 2020bZeferino, L.C.; Echternacht, L. 2020b. Ludwigia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4035 > (acesso em 26-VII-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora...
). Segundo Lovo & Zappi (2018Lovo, J. & Zappi, D.C. 2018. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Onagraceae, Rodriguésia, 69: 157-164.), a espécie é comum em brejos, solos úmidos, alagadiços, e solos pedregosos, ocorrência também observadas na área estudo, onde a espécie se mostrou amplamente distribuída.

De acordo com Grillo & Giulietti (1998Grillo, A.A.S. & Giulietti, A.M. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Onagraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 17: 109-114.) a floração desta espécie ocorre entre os meses de janeiro a maio. Na área de estudo, floresceu e frutificou de dezembro a junho e setembro.

Raven (1963Raven, P. H., 1963. The old world species of Ludwigia (including Jussiaea), with a synopsis of the genus (Onagraceae). Reinwardtia 6: 327-427. ) descreve três subespécies de L. octovalvis, L. octovalvis subsp. octovalvis e L. octovalvis subsp. sessiliflora que ocorrem no Brasil, enquanto L. octovalvis subsp. brevisepala está restrita ao continente Africano. A espécie é considerada com ampla variação morfológica, dificultando a sustentação taxonômica das subespécies (Grillo & Giulietti 1998Grillo, A.A.S. & Giulietti, A.M. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Onagraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 17: 109-114., Vieira 2002Vieira, A.O.S. 2002. Biologia reprodutiva e hibridação em espécies sintópicas de Ludwigia (Onagraceae) no sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas., Sousa et al. 2019Sousa, N.X.M., Vieira, A.O.S., Costa, G.M. & Aona, L.Y.S. 2019. Caracteres importantes da identificação de espécies de Ludwigia (Onagraceae) ocorrentes no Recôncavo da Bahia, Brasil, Rodriguésia 70: 1-13. ), sendo tratada aqui somente a nível específico.

Ludwigia octovalvis é facilmente distinta das espécies presentes no Núcleo Curucutu por ser a única que apresenta fruto cilíndrico curto pedunculado. Esta espécie é frequentemente confundida com L. leptocarpa, mas difere-se por possuir 4 pétalas e sementes plurisseriadas em cada lóculo, enquanto em L. leptocarpa estão presentes 5 pétalas e sementes unisseriadas em cada lóculo.

Agradecimentos

À equipe do Núcleo Curucutu, pelo apoio em todas as coletas. Ao Instituto Florestal, pela autorização para a realização do presente trabalho. Ao Curador do Herbário PMSP Ricardo José Francischetti Garcia. À Universidade Santo Amaro, pelo apoio.

Literatura citada

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Editado por

Editor Associado:

Alain Chautems

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    18 Set 2021
  • Aceito
    15 Mar 2022
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