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As 100 primeiras espécies de briófitas, com sete novos registros para o Sul do Brasil identificadas no Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul1 1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora

The first 100 species of bryophytes, with seven new records for southern Brazil identified in the Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul State

RESUMO

O Parque Estadual de Itapeva (PEVA) é uma Unidade de Conservação de proteção integral, localizada no litoral norte do Estado do Rio Grande do Sul, cujo objetivo principal é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica como dunas, banhados, mata paludosa e mata de restinga, remanescentes da Floresta Atlântica. Objetivando conhecer as briófitas existentes no PEVA foi realizado levantamento florístico através de caminhadas livres, resultando na identificação de 101 espécies, 46 gêneros e 31 famílias. Dentre as fitofisionomias amostradas, a floresta arenosa de restinga sobre afloramento rochoso foi a mais expressiva, com 70 espécies identificadas. Catorze espécies são novas ocorrências para o Estado do Rio Grande do Sul e entre essas, sete são novos registros para a região sul do Brasil. Os resultados indicam que o PEVA é uma importante área de conservação que preserva a biodiversidade demonstrando a necessidade de mais estudos florísticos no Estado, especialmente no Litoral.

Palavras-chave:
Floresta Atlântica; formações pioneiras; hepáticas; musgos; Restinga

ABSTRACT

The Parque Estadual de Itapeva (PEVA) is an integral protection Conservation Unit, located on the north coast of Rio Grande do Sul State, whose main objective is the conservation of natural ecosystems of great ecological relevance and scenic beauty such as dunes, wetlands, sandy and swamp Restinga forests, remnants of the Atlantic Forest. Aiming to know bryophytes existing in PEVA, were carried out floristic inventory using a free walking method, resulting in the identification of 101 species, 46 genera and 31 families. Among the phytophysiognomies sampled, the sandy Restinga forest on rocky outcrops was the most expressive, with 70 species identified. Fourteen species were identified as new occurrences in the state of Rio Grande do Sul State and among those, seven are also new records for Southern Brazil. The results indicate that PEVA is an important conservation area and demonstrates the need for more floristic studies in the state, especially in the coast.

Keywords:
Atlantic Forest; liverworts; mosses; pioneer formations; Restinga

Introdução

As Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais com características naturais relevantes, a fim de garantir a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, ambientes e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente (Brasil 2000Brasil. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm Acesso em 18-I-2020.
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). As áreas protegidas cobrem cerca de 25% do território brasileiro, no entanto, menos de 1% das UCs são consideradas bem amostradas, ou seja, possuem de 10 a 130 registros de espécies por km2 (Oliveira et al. 2017Oliveira, U., Soares-Filho, B.S., Paglia, A.P., Brescovit, A.D., Carvalho, C.J., Silva, D.P., Rezende, D.T., Leite, F.S.F., Batista, J.A.N., Barbosa, J. P. P. P., Stehmann, J.R., Ascher, J.S., Vasconcelos, M.F., De Marco, P., Lowenberg-Neto, P., Ferro, V.G. & Santos, A.J. 2017. Biodiversity conservation gaps in the Brazilian protected areas. Scientific reports 7(1), 9141.). No Estado do Rio Grande do Sul, existem 76 UCs que correspondem à 708.582 ha do território estadual (CNUC 2020CNUC. Painel Dinâmico do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. Disponível em http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs.html Acesso em 15-I-2020.
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).

O Parque Estadual de Itapeva (PEVA) é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criado em 2002, integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Rio Grande do Sul 2002Rio Grande Do Sul. Decreto nº 42.009, de 12 de dezembro de 2002. Disponível em http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&Hid_TodasNormas=724&hTexto=&Hid_IDNorma=724 . Acesso em 01-XII-2020.
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). Possui como objetivo principal a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Os ecossistemas naturais existentes na área do PEVA fazem parte do domínio fitogeográfico da Floresta Atlântica, onde ocorrem diversas espécies da fauna e flora silvestres incluindo algumas endêmicas e ameaçadas de extinção. São reconhecidas diversas fitofisionomias como dunas frontais, dunas interiores móveis, campos úmidos, banhados, butiazal, mata arenosa e mata paludosa. No diagnóstico da flora é citada apenas a ocorrência do musgo Sphagnum entre plantas avasculares (Duarte & Bencke 2006Duarte, M.M. & Bencke, G.A. (orgs.). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva: Relatório final. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.). Em virtude da diversidade de ambientes, da localização e a extensão de área, o PEVA qualifica-se como uma área de estudo singular e de elevado potencial na região.

As briófitas abrangem três divisões do Reino Plantae: Anthocerotophyta (Stotler & Crandall-Stotler 2005Stotler, R.E. & Crandall-Stotler, B. 2005. A revised classification of the Anthocerotophyta and a checklist of the hornworts of North America, North of Mexico. The Bryologist 108(1): 16-26.), Marchantiophyta (Crandall-Stotler et al. 2009Crandall-Stotler, B., Stotler, R.E. & Long, D.G. 2009. Morphology and classification of the Marchantiophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. 2ª ed. Cambridge, Cambridge University Press.) e Bryophyta (Goffinet et al. 2009Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. 2ª ed. Cambridge, Cambridge University Press.). Pertencem a estas divisões, respectivamente, os antóceros, as hepáticas e os musgos. São plantas criptógamas, avasculares, geralmente pequenas com aspecto folhoso ou taloso que apresentam alternância de gerações no ciclo de vida com gametófito dominante (Vanderpoorten & Goffinet 2009Vanderpoorten, A. & Goffinet, B. 2009. Introduction to bryophytes. Cambridge, Cambridge University Press.). Ocorrem em todos os ambientes habitáveis por plantas fotossintetizantes de todos os continentes exceto no ambiente subaquático marinho (Glime 2017Glime, J.M. 2017. Bryophyte Ecology. Disponível em https://digitalcommons.mtu.edu/bryophyte-ecology/ Acesso em 18-I-2020.
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). Crescem geralmente em ambientes úmidos, mas muitas espécies podem ser encontradas em ambientes relativamente secos como desertos (Frahm 2003Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196., Vanderpoorten & Goffinet 2009Vanderpoorten, A. & Goffinet, B. 2009. Introduction to bryophytes. Cambridge, Cambridge University Press.). Desenvolvem-se em diversos tipos de substratos como solos, rochas, troncos e ramos de árvores (Frahm 2003Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196.).

Segundo os recentes dados disponíveis na Flora do Brasil 2020 (2020)Flora Do Brasil 2020. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ Acesso em 18-I-2020
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, são citados 580 táxons para o Estado do Rio Grande do Sul. As coletas referem-se, principalmente, às regiões da Encosta Superior e Inferior do Nordeste, Campos de Cima da Serra, existindo pouca amostragem para as regiões do Litoral, Campanha, Missões, Alto Uruguai e Planalto Médio (Bordin & Yano 2010Bordin, J. & Yano, O. 2010. Lista das Briófitas (Anthocerotophyta, Bryophyta, Marchantiophyta) do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisa, Botânica 61:39-170.).

Os dados de briófitas específicos sobre o litoral do Estado do Rio Grande do Sul se resumem a cinco estudos apenas: Heidtmann (2012)Heidtmann, L.P. 2012. Florística e ecologia de briófitas em um fragmento de restinga no extremo sul do Brasil. Disponível em http://repositorio.furg.br/handle/1/6265 Acesso em 18-I-2020.
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que encontrou 53 espécies de briófitas estudando um fragmento de restinga no município de Rio Grande; Yano & Bordin (2015)Yano, O. & Bordin, J. 2015. Briófitas da restinga de Tapes, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica 68: 177-209. analisando coletas realizadas em 1994 na restinga de Tapes identificaram 46 espécies, ambos no litoral sul do Estado. No litoral norte, Weber et al. (2015)Weber, D.A., Bordin, J. & Prado, J.F. 2015. Briófitas de um fragmento de mata de restinga do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas: Botânica 67: 81-8. estudaram um fragmento de restinga no município de Imbé, onde encontraram 47 espécies; Gamba (2015)Gamba, M.S. 2015. Briófitas epixilas de troncos em diferentes estágios de decomposição em um remanescente de Mata Atlântica em Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Disponível em https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143833 Acesso em 18-I-2020.
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identificou 22 espécies de briófitas epixilas e Chilanti & Bordin (2016)Chilanti, S.B. & Bordin, J. 2016. Variação vertical de Briófitas Epífitas na APA Morro de Osório, Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Eletrônica Científica da UERGS 2(1): 5-17. encontraram 32 espécies de briófitas epífitas, ambas na Área de Preservação Ambiental Morro de Osório, município de Osório. Por fim, Bordin et al. (2020)Bordin, J., Dewes, T.S., Peralta, D.F., Ferri, M. & Rosa, B.R. 2020. New occurrences of bryophytes species in Southern Brazil: bryodiversity still scarcely known. Check List 16(4): 915-926. registraram 16 novas ocorrências de espécies para o Sul do Brasil, sendo 15 destas citadas para o Litoral Norte. Esse panorama do conhecimento briológico da região salienta a importância da realização de levantamentos florísticos específicos, principalmente em remanescentes de um domínio fitogeográfico tão ameaçado como a Floresta Atlântica.

O objetivo do presente estudo foi ampliar o conhecimento da flora de briófitas de diferentes fitofisionomias da Floresta Atlântica do Estado do Rio Grande do Sul, além de obter dados sobre o substrato, fitofisionomia, frequência e distribuição geográfica das espécies de briófitas existentes no PEVA. Essas informações poderão contribuir para a revisão do Plano de Manejo dessa unidade de conservação e também para estudos futuros relacionados à conservação da biodiversidade.

Material e Métodos

Área de estudo - O PEVA possui uma área aproximada de 1.000 ha e sua zona de amortecimento ultrapassa o raio de 10 km. Essa unidade de conservação situa-se no município de Torres, coordenadas 29º21’51”S e 49º45’03”W, Litoral Norte do Estado do Rio Grande do Sul, entre o Balneário Itapeva, ao sul, a Estrada do Mar (RS-389), a oeste, o oceano Atlântico, a leste, e a zona urbana do município de Torres, ao norte (figura 1). Segundo a classificação de Köppen, o clima da região de Torres é tipo Cfa, subtropical marítimo úmido com forte influência marítima e condicionado pelo relevo local, caracterizado por verões e invernos relativamente amenos (Duarte & Bencke 2006Duarte, M.M. & Bencke, G.A. (orgs.). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva: Relatório final. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.).

Quanto à vegetação, podemos verificar diferentes fitofisionomias no PEVA. Algumas formações herbáceas pioneiras classificadas como vegetação halófila, psamófila e limnófila compõem respectivamente as dunas frontais, dunas interiores móveis e campos úmidos, e banhados. E formações florestais classificadas como floresta arenosa e paludosa de restinga. Além de uma formação arbustivo-arbórea com presença significativa de butiás, Butia capitata (Mart.) Becc., chamada butiazal (Duarte & Bencke 2006Duarte, M.M. & Bencke, G.A. (orgs.). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva: Relatório final. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.). Exceto uma porção de floresta arenosa de restinga, que está associada ao afloramento rochoso com basalto da Formação Serra Geral e arenitos da Formação Botucatu, as demais fitofisionomias ocorrem em uma formação geomorfológica chamada restinga (sentido amplo) (Waechter 1985Waechter, J.L. 1985. Aspectos ecológicos da vegetação de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, série Botânica 33(1): 49-68., Duarte & Bencke 2006Duarte, M.M. & Bencke, G.A. (orgs.). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva: Relatório final. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul., Brack 2009Brack, P. 2009. Vegetação e paisagem do Litoral Norte do Rio Grande do Sul: exuberância, raridade e ameaças à biodiversidade. In: N. L. Würdig & S. M. F. Freitas (orgs.). Ecossistemas e biodiversidade do Litoral Norte do RS. Porto Alegre, Nova Prova., Ribeiro et al. 2009Ribeiro, A.M., Bauermann, S.G. & Scherer, C.S. (orgs.). 2009. Quaternário do Rio Grande do Sul: integrando conhecimentos. Porto Alegre, Sociedade Brasileira de Paleontologia.). Buscando a representatividade do gradiente ambiental existente no PEVA, foram selecionadas algumas fitofisionomias para amostragem, considerando as condições ambientais e disponibilidade de substrato em cada uma delas: baixadas úmidas (BU) - localizam-se entre as dunas frontais e as dunas interiores móveis, apresentando uma vegetação herbácea psamófila, ou seja, que têm preferência pelo solo arenoso e úmido; floresta arenosa de restinga sobre dunas (FARD) - associada a solos arenosos, porém bem drenados, localiza-se principalmente na crista das dunas interiores móveis e no seu flanco interno e caracteriza-se por uma vegetação arbustiva- arbórea; floresta arenosa de restinga sobre afloramento rochoso (FARR) - possui composição florística semelhante à Floresta Ombrófila Densa e situa-se sobre afloramento rochoso com altura máxima de 60 mn e floresta paludosa de restinga (FPR) - caracteriza-se pela presença de solos mal drenados, vegetação palustre, microclima muito úmido, com variações reduzidas de temperatura (Waechter 1985Waechter, J.L. 1985. Aspectos ecológicos da vegetação de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, série Botânica 33(1): 49-68., Duarte & Bencke 2006Duarte, M.M. & Bencke, G.A. (orgs.). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva: Relatório final. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.).

Figura 1
Localização do Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil e áreas de coleta.
Figure 1
Location of Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul State, Brazil and collection areas.

Amostragem e tratamento de dados - Para realização do levantamento florístico, as quatro fitofisionomias foram percorridas através de caminhamento (Filgueiras et al. 1994Filgueiras, T.S., Brochado, A.L., Nogueira, P.E. & Guala, G.F. 1994. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências (12): 39-43.), durante o qual foi utilizada a metodologia habitual de coleta e herborização para o grupo conforme Frahm (2003)Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196.. Foram realizadas cinco excursões a campo no período entre outubro de 2018 e julho de 2019. A amostragem abrangeu todos os substratos disponíveis, sendo que nas árvores a coleta foi realizada até a altura aproximada de 2 m.

A identificação das espécies foi realizada através da análise morfológica no Laboratório de Biologia e Conservação da UERGS - Litoral Norte (LABeC), utilizando estereomicroscópio e microscópio óptico, além de bibliografia especializada, consulta em materiais de herbário e aos especialistas. As amostras foram incorporadas ao acervo do Herbário Dr. Ronaldo Wasum da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (HERW).

A classificação taxonômica seguiu o sistema de Crandall-Stotler et al. (2009)Crandall-Stotler, B., Stotler, R.E. & Long, D.G. 2009. Morphology and classification of the Marchantiophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. 2ª ed. Cambridge, Cambridge University Press. para Marchantiophyta e o de Goffinet et al. (2009)Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. 2ª ed. Cambridge, Cambridge University Press. para Bryophyta. O estado de conservação das espécies registradas na área de estudo foi consultado na Portaria do Ministério do Meio Ambiente nº443, de 17 de dezembro de 2014- Lista Nacional Oficial das espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (Ministério do Meio Ambiente, 2014Ministério do Meio Ambiente. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Disponível em http://dados.gov.br/dataset/portaria_443 Acesso em 18-I-2020.
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) e no Decreto Estadual nº 52.109, de 19 de dezembro de 2014 - Lista das espécies da flora nativa ameaçadas de extinção (Rio Grande do Sul 2014Rio Grande Do Sul. Decreto nº 52.109, de 19 de dezembro de 2014. Disponível em http://www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf Acesso em 18-I-2020.
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).

Os grupos briocenológicos foram definidos de acordo com o tipo de substrato colonizado, sendo estes: arenícola (AR- sedimento arenoso), casmófita (CA- substratos artificiais), corticícola (CO- tronco vivo), epifila (EF- folhas), epixila (EX- tronco em decomposição), saxícola (SA- rocha) e terrícola (TE- solos) (adaptado de Gams 1932Gams, H. 1932. Bryocoenology (moss-societies). In.: Verdoorn Fr. (ed.). Manual of Bryology. Martinus Nijhoff, The Hague. pp. 323-366., Fudali 2001Fudali, E. 2001. The ecological structure of the bryoflora of Wroclaw’s parks and cemeteries in relation to their localization and origin. Acta Societatis Botanicorum Poloniae 70(3): 229-235.).

A ocorrência das espécies nos biomas brasileiros seguiu os dados disponíveis no Projeto Flora do Brasil 2020 (Flora do Brasil 2020).

A frequência absoluta foi estimada de acordo com a ocorrência das espécies nas amostras e classificada em rara (1- 5 ocorrências); pouco freqüente (6- 10); assídua (11- 20); frequente (21- 30) e muito frequente (>31) seguindo Silva & Pôrto (2007)Silva, M.P.P. & Pôrto, K.C. 2007. Composição e riqueza de briófitas epixilas em fragmentos florestais da Estação Ecológica de Murici, Alagoas. Revista Brasileira de Biociências 5(S2): 243-245..

Resultados e Discussão

Levantamento Florístico - Nas 230 amostras coletadas, foram identificadas 101 espécies, 46 gêneros e 31 famílias pertencentes às Divisões Bryophyta e Marchantiophyta (tabela 1). Os musgos (Bryophyta) constituem a maioria em número de famílias (21) e gêneros (28), mas em relação ao número de espécies (48) é relativamente menor que as hepáticas (Marchantiophyta) que apresentaram 53 espécies, distribuídas em 18 gêneros e 10 famílias. A partir desse levantamento florístico, foram identificadas catorze novas ocorrências para o Estado do Rio Grande do Sul e sete para a região Sul do Brasil. Destas, duas espécies, Lejeunea angusta (Lehm. & Lindenb.) Mont. e Microlejeunea cystifera Herzog, estão sendo citadas aqui pela primeira vez (figura 2). As demais foram citadas por Bordin et al. (2020)Bordin, J., Valente, D.V., Peralta, D.F. & Câmara, P.E.A.S. 2020. Sphaerocarpos muccilloi (Sphaerocarpaceae, Marchantiophyta), a critically endangered species recollected in Rio Grande do Sul, Brazil, and Sphaerocarpos texanus, a new record to Brazil. Rodriguesia 71: e0231201., como parte de um estudo mais amplo, abrangendo novas ocorrências também para outras áreas do Estado. Não foram encontrados espécimes de antóceros (Anthocerotophyta).

A riqueza específica encontrada no presente estudo é maior que a encontrada nos demais estudos para o litoral do Estado do Rio Grande do Sul. No entanto, é necessário considerar que os métodos e o esforço amostral aplicados neste estudo diferem dos demais. Além disso, a área amostrada por cada um destes estudos apresenta características distintas. Heidtmann (2012)Heidtmann, L.P. 2012. Florística e ecologia de briófitas em um fragmento de restinga no extremo sul do Brasil. Disponível em http://repositorio.furg.br/handle/1/6265 Acesso em 18-I-2020.
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encontrou 53 espécies de briófitas num fragmento de mata de restinga que apresentava uma transição entre dunas vegetadas e mata paludosa. Weber et al. (2015)Weber, D.A., Bordin, J. & Prado, J.F. 2015. Briófitas de um fragmento de mata de restinga do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas: Botânica 67: 81-8. descrevem a área como um fragmento de mata de restinga, na maior parte de vegetação arbustiva- arbórea e uma porção menor de vegetação arbustiva- herbáceas mais aberta, onde foram encontradas 47 espécies. Yano & Bordin (2015)Yano, O. & Bordin, J. 2015. Briófitas da restinga de Tapes, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica 68: 177-209. identificaram 46 espécies coletadas na restinga de Tapes, caracterizada por vegetação rasteira e pequenas áreas de mata. Gamba (2015)Gamba, M.S. 2015. Briófitas epixilas de troncos em diferentes estágios de decomposição em um remanescente de Mata Atlântica em Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Disponível em https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143833 Acesso em 18-I-2020.
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e Chilanti & Bordin (2016)Chilanti, S.B. & Bordin, J. 2016. Variação vertical de Briófitas Epífitas na APA Morro de Osório, Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Eletrônica Científica da UERGS 2(1): 5-17. estudaram substratos específicos, respectivamente, tronco em decomposição e tronco em geral em uma unidade de conservação que se encontram em zona de contato entre Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual.

Segundo Richards (1984)Richards, P.W. 1984. The ecology of tropical forest bryophytes. In: Schuster RM. (ed.) New Manual of Bryology. Nichinan, Hattori Botanical Laboratory., as condições de temperatura, umidade e luminosidade proporcionadas pelos diferentes ambientes influenciam na riqueza e composição de espécies existentes. As únicas espécies comuns em todos esses trabalhos são Brittonodoxa subpinnata (Brid.) W.R. Buck, P.E.A.S.Câmara & Carv.-Silva), Helicodontium capillare (Hedw.) A.Jaeger e Metzgeria furcata (L.) Dumort., as quais colonizam diversos substratos e são comuns nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (Buck 1998Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous mosses of the West Indies. Memoirs of The New York Botanical Garden, 82:1-401., Flora do Brasil 2020).

A família com maior riqueza específica foi Lejeuneaceae com 26 espécies, resultado também encontrado por Heidtmann (2012)Heidtmann, L.P. 2012. Florística e ecologia de briófitas em um fragmento de restinga no extremo sul do Brasil. Disponível em http://repositorio.furg.br/handle/1/6265 Acesso em 18-I-2020.
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, Yano & Bordin (2015)Yano, O. & Bordin, J. 2015. Briófitas da restinga de Tapes, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica 68: 177-209. e Weber et al. (2015)Weber, D.A., Bordin, J. & Prado, J.F. 2015. Briófitas de um fragmento de mata de restinga do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas: Botânica 67: 81-8., o que era esperado devido à predominância de hepáticas, especialmente desta família, entre as espécies de briófitas das Florestas Tropicais de planície (Gradstein et al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86:1-577.). Além de Lejeuneaceae, entre as hepáticas com maior número de espécies estão as famílias Metzgeriaceae (7 spp.), Plagiochilaceae (6) e Frullaniaceae (5). Entre os musgos, as famílias com maior riqueza específica foram Fissidentaceae (6 spp.), Orthotrichaceae (5), Brachytheciaceae, Bryaceae e Dicranaceae (4 cada), conforme figura 3. Além de serem citadas como representativas deste tipo de floresta tropical, todas essas famílias também estão entre as mais representativas em número de espécies no Brasil (Costa & Peralta 2015Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4): 1063-1071.). Ademais, aproximadamente 45% das famílias identificadas apresentaram apenas uma espécie.

Apesar do maior número total de espécies e por família pertencerem às hepáticas, os musgos apresentaram maior frequência nas amostras. Apenas uma espécie foi classificada como muito frequente: Brittonodoxa subpinnata (Brid.) W.R.Buck, P.E.A.S.Câmara & Carv.-Silva), seguida de Helicodontium capillare (Hedw.) A.Jaeger classificada como frequente, ambas pertencentes à Divisão Bryophyta. Das cinco espécies classificadas como assíduas, três são hepáticas: Acanthocoleus trigonus (Nees & Mont.) Gradst., Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont. e Lejeunea flava (Sw.) Nees e duas são musgos: Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt., e Macromitrium richardii Schwägr. No entanto, destaca-se que a maioria das espécies são consideradas raras como observa-se na figura 4. Esse cenário, no qual a maioria das espécies apresenta baixa frequência na comunidade e poucas espécies possuem um grande número de indivíduos, pode indicar um alto índice de diversidade local (Dajoz 1983Dajoz, R. 1983. Ecologia geral. 4ª ed. Petrópolis, Editora Vozes.), e corrobora com o padrão florístico para florestas tropicais úmidas como a Mata Atlântica observado em outros estudos (Silva & Pôrto 2007Silva, M.P.P. & Pôrto, K.C. 2007. Composição e riqueza de briófitas epixilas em fragmentos florestais da Estação Ecológica de Murici, Alagoas. Revista Brasileira de Biociências 5(S2): 243-245., Borella et al. 2019Borella, T.A.C., Peralta, D.F., & Milaneze-Gutierre, M.A. 2019. Briófitas do Parque do Ingá, Maringá, estado do Paraná, Brasil. Pesquisas, Botânica 73: 119-149.).

Distribuição das espécies por substrato e fitofisionomias - As amostras analisadas apresentaram-se ralas e pouco vistosas, observações corroboradas por Gradstein et al. (2001)Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86:1-577. que descrevem as briófitas das Florestas Tropicais de planície como pouco conspícuas, formando tapetes bem aderidos aos substratos. Os grupos briocenológicos mais expressivos foram corticícola (71 espécies), epixila (22), arenícola (13) e terrícola (11) (figura 5). Os grupos casmófita, saxícola e epifila apresentaram, respectivamente, oito, seis e duas espécies apenas. Os resultados estão de acordo, parcialmente, com Gradstein et al. (2001)Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86:1-577., os quais afirmam que a maioria das briófitas nas Florestas Tropicais úmidas crescem como corticícola ou epifila, sendo menos frequentes em solo e rochas.

Os troncos propiciam a colonização por diversos táxons, já que apresentam condições variadas de temperatura, umidade, luminosidade, estrutura e química da casca (Gradstein et al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86:1-577., Frahm 2003Frahm, J.P. 2003. Manual of Tropical Bryology. Tropical Bryology 23: 1-196.). Além disso, conforme Carmo et al. (2015)Carmo, D.M., Gasparino E.C. & Peralta D.F. 2015. Análise comparativa de briófitas urbanas da região Noroeste do estado de São Paulo com demais trabalhos em diferentes fitofisionomias brasileiras. Pesquisas, Botânica 67: 255-272., Paiva et al. (2015)Paiva, L.A., Silva, J.C., Passarella, M.A. & Luizi-Ponzo, A.P. 2015. Briófitas de um fragmento florestal urbano de Minas Gerais (Brasil). Pesquisas, Botânica 67: 181-199. e Borella et al. (2019)Borella, T.A.C., Peralta, D.F., & Milaneze-Gutierre, M.A. 2019. Briófitas do Parque do Ingá, Maringá, estado do Paraná, Brasil. Pesquisas, Botânica 73: 119-149. também verificaram, os substratos mais colonizados por briófitas refletem diretamente a alta disponibilidade desses bem como as condições dos ambientes nos quais se encontravam.

As espécies corticícolas são as mais abundantes nas duas fitofisionomias com vegetação de porte arbóreo, FARR e FPR. Essas fitofisionomias foram as mais ricas em relação ao número de espécies, respectivamente, 70 e 39 espécies. Em contraste com BU e FARD que apresentaram, respectivamente, nove e 11 espécies. Essas fitofisionomias caracterizam-se pela vegetação de porte herbáceo ou arbustivo e estão mais sujeitas a fatores abióticos estressantes como o vento, salinidade, estresse hídrico, alta irradiação, escassez de nutrientes e alta mobilidade do solo (Cordazzo et al. 2006Cordazzo, C.V., Paiva, J.B. & Seeliger, U. 2006. Guia ilustrado- Plantas das Dunas da Costa Sudoeste Atlântica. Pelotas, USEB.), além da restrita variedade de substratos. Na BU foram encontradas apenas espécies arenícolas (7) e terrícolas (2). Na FARD ocorreram sete espécies arenícolas, sete corticícolas e apenas uma epixila. Dewes et al. (in press)Dewes, T.S., Santos, N.D. & Bordin, J. In press. What does a phytophysiognomic mosaic reveal about mosses and liverworts from the subtropical Atlantic Forest? Acta Botanica Brasilica. verificaram uma baixa similaridade entre a brioflora dessas fitofisionomias e substratos, e sugerem que essa singularidade brioflorística está relacionada à disponibilidade e peculiaridades dos substratos, bem como à heterogeneidade microambiental das fitofisionomias.

Tabela 1
Lista de espécies de briófitas ocorrentes no Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Freq.: Frequência de ocorrência1 - rara (1-5 ocorrências), pouco frequente (6-10), assídua (11-20), frequente (21-30) e muito frequente (>31). Briocenose: arenícola (AR), casmófita (CA), corticícola (CO), epifila (EF), epixila (EX), saxícola (SA) e terrícola (TE). Fitofisionomias: baixadas úmidas (BU), floresta arenosa de restinga sobre dunas (FARD), floresta arenosa de restinga sobre afloramento rochoso (FARR) e floresta paludosa de restinga (FPR). Ocor.Bio.: Ocorrência nos biomas brasileiros2: AM (Amazônia), CA (Caatinga), CE (Cerrado), MA (Mata Atlântica), PA (Pampa), PN (Pantanal). Voucher: registro de exsicata. *: Nova ocorrência para o Rio Grande do Sul. **: Nova ocorrência para a região Sul.1 Classificação conforme Silva & Pôrto (2007)Silva, M.P.P. & Pôrto, K.C. 2007. Composição e riqueza de briófitas epixilas em fragmentos florestais da Estação Ecológica de Murici, Alagoas. Revista Brasileira de Biociências 5(S2): 243-245..2 Distribuição conforme Flora do Brasil 2020 (2020)Flora Do Brasil 2020. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ Acesso em 18-I-2020
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
.

Ocorrência das espécies nos biomas brasileiros e conservação - Conforme os dados do Projeto Flora do Brasil 2020 (Flora do Brasil 2020), todas as espécies, exceto Lejeunea angusta ocorrem na Mata Atlântica, sendo que destas 31 espécies são exclusivas deste bioma. A Floresta Atlântica é apontada como o domínio fitogeográfico com maior riqueza de espécies, endemismos e espécies ameaçadas de briófitas no Brasil (Gradstein & Costa 2003Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The hepaticae and anthocerotae of Brazil. Memoirs of The New York Botanical Garden 87:1-318., Costa et al. 2011Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A. S., Peralta, D.F., Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334., Costa & Peralta 2015Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4): 1063-1071.). Das 31 espécies consideradas endêmicas da Floresta Atlântica, vale destacar Aerolindigia capilacea, Rhynchostegium serrulatum, Campylopus introflexus, Orthostichopsis tijucae, Cololejeunea clavatopapillata, Cololejeunea minutilobula, Lejeunea aphanes e Microlejeunea cystifera as quais são citadas para apenas 1-4 Estados brasileiros, ou seja, possuem distribuição geográfica restrita ou são pouco coletadas devido ao tamanho pequeno. Observa-se que estas espécies apresentam também frequência rara no PEVA, encontram-se em substrato específico, além de três delas terem sido identificadas pela primeira vez para o Estado, Microlejeunea cystifera, Cololejeunea minutilobula e Lejeunea aphanes conforme Bordin et al. (2020)Bordin, J., Valente, D.V., Peralta, D.F. & Câmara, P.E.A.S. 2020. Sphaerocarpos muccilloi (Sphaerocarpaceae, Marchantiophyta), a critically endangered species recollected in Rio Grande do Sul, Brazil, and Sphaerocarpos texanus, a new record to Brazil. Rodriguesia 71: e0231201.. Do mesmo modo, Bryum atenense, Lejeunea angusta, Microlejeunea subulistipa e Metzgeria rufula que também apresentam frequência rara no PEVA, encontram-se em substrato específico e foram citadas pela primeira vez para o Estado, ampliando a distribuição geográfica conhecida. Destaca-se também Lejeunea angusta que era registrada apenas na Amazônia e Caatinga, sendo este o primeiro registro para a Mata Atlântica e para a Região Sul do Brasil, ampliando desta forma o conhecimento sobre a distribuição geográfica da mesma.

Dezesseis espécies são compartilhadas entre Mata Atlântica e outro bioma, sendo nove registradas para Mata Atlântica e Amazônia; seis espécies ocorrem na Mata Atlântica e Cerrado e uma espécie, Campylopus introflexus é registrada para Mata Atlântica e Pampa, ocorrendo exclusivamente no Estado do Rio Grande do Sul. Onze espécies não possuem registro apenas para o Pampa, entre elas espécies com ampla distribuição geográfica no Brasil, como Fissidens intromarginatus e F. zollingeri, o que indica a já relatada falta de coletas neste bioma. Bryum atenense e Fissidens serratus não são registrados no Pampa e Pantanal e Bryum argenteum não possui registro apenas para o Pantanal, possivelmente devido à falta de coletas, uma vez que estes biomas, historicamente, são os que menos possuem coletas de briófitas.

Por fim, apenas cinco espécies ocorrem em todos os biomas brasileiros, sendo três musgos: Fissidens angustifolius, F. elegans, Isopterygium tenerum e duas hepáticas: Frullania ericoides e Lejeunea flava, as quais também são bem distribuídas por quase todos os Estados brasileiros, conforme dados da Flora do Brasil 2020 (Flora do Brasil, 2020).

Nenhuma das espécies identificadas neste trabalho possui estado de conservação ameaçado no âmbito estadual (Rio Grande do Sul 2014Rio Grande Do Sul. Decreto nº 52.109, de 19 de dezembro de 2014. Disponível em http://www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf Acesso em 18-I-2020.
http://www.al.rs.gov.br/filerepository/r...
) ou federal (Ministério do Meio Ambiente 2014Ministério do Meio Ambiente. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Disponível em http://dados.gov.br/dataset/portaria_443 Acesso em 18-I-2020.
http://dados.gov.br/dataset/portaria_443...
). Resultado que não pode ser interpretado positivamente visto que, de acordo com os dados disponíveis na Flora do Brasil 2020 (2020)Flora Do Brasil 2020. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ Acesso em 18-I-2020
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
, a maioria dessas espécies (90) não foi avaliada quanto à ameaça.

Figura 2
Lejeunea angusta (Lehm. & Lindenb.) Mont. a. Gametófito. b. Detalhe do lóbulo. Microlejeunea cystifera Herzog c. Detalhe do lóbulo. d. Gametófito.
Figure 2
Lejeunea angusta (Lehm. & Lindenb.) Mont. a. Gametophyte. b. Lobule detail. Microlejeunea cystifera Herzog c. Lobule detail. d. Gametophyte.

A recorrente adição de novas citações (Yano & Bordin 2006Yano, O. & Bordin, J. 2006. Novas ocorrências de briófitas para o Rio Grande do Sul, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 18: 111-122., 2015Yano, O. & Bordin, J. 2015. Briófitas da restinga de Tapes, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica 68: 177-209., Bordin & Yano 2009aBordin, J. & Yano, O. 2009a. Novas ocorrências de antóceros e hepáticas para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Brazilian Journal of Botany 32(2): 189-211., 2009bBordin, J. & Yano, O. 2009b. Novas ocorrências de musgos (Bryophyta) para o estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Brazilian Journal of Botany 32(3): 455-477., Weber et al. 2015Weber, D.A., Bordin, J. & Prado, J.F. 2015. Briófitas de um fragmento de mata de restinga do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas: Botânica 67: 81-8., Aires et al. 2020Aires, T., Garcia, M. & Bordin, J. 2020. Brioflora associada a arroio rural no município de Morro Redondo, Rio Grande do Sul, com novas ocorrências para o Pampa. Pesquisas, Botânica 74: 303-323., Bordin et al. 2020Bordin, J., Valente, D.V., Peralta, D.F. & Câmara, P.E.A.S. 2020. Sphaerocarpos muccilloi (Sphaerocarpaceae, Marchantiophyta), a critically endangered species recollected in Rio Grande do Sul, Brazil, and Sphaerocarpos texanus, a new record to Brazil. Rodriguesia 71: e0231201., Peralta et al. 2020Peralta, D.F., Bordin, J., Valente, D.V., Câmara, P.E.A.S. & Stech, M. 2020. First record of the family Gigaspermaceae (Bryophyta) in Brazil. Hoehnea 47: e102020.) evidencia a falta de informações sobre a distribuição de espécies de briófitas no Estado e reforça a necessidade de levantamentos florísticos, para que possa ser avaliado o estado de conservação dessas no âmbito federal e estadual. Além disso, os levantamentos florísticos contribuem também para a conservação dos ambientes.

De acordo com Oliveira et al. (2017)Oliveira, U., Soares-Filho, B.S., Paglia, A.P., Brescovit, A.D., Carvalho, C.J., Silva, D.P., Rezende, D.T., Leite, F.S.F., Batista, J.A.N., Barbosa, J. P. P. P., Stehmann, J.R., Ascher, J.S., Vasconcelos, M.F., De Marco, P., Lowenberg-Neto, P., Ferro, V.G. & Santos, A.J. 2017. Biodiversity conservation gaps in the Brazilian protected areas. Scientific reports 7(1), 9141., o conhecimento da biodiversidade dentro das áreas protegidas no Brasil permanece escasso e a proteção efetiva desta biodiversidade depende da análise de informações sobre todos os grupos, não sendo justificável a substituição de todo o espectro da biodiversidade por alguns táxons para avaliar as prioridades de conservação. O estudo das briófitas de áreas de restinga demonstra-se relevante, uma vez que, considerando o papel ecológico desempenhado por essas plantas, o entendimento de sua distribuição e composição pode beneficiar a conservação desses ambientes dentro e fora do PEVA.

A lista de espécies de briófitas, bem como os demais dados reunidos neste estudo, amplia o conhecimento taxonômico da flora briológica do Estado do Rio Grande do Sul, contribui com o conhecimento da biodiversidade e o Plano de Manejo do PEVA, e poderá servir como subsídio para estudos futuros relacionados à conservação de ecossistemas, à aplicação de briófitas como bioindicadores e outras pesquisas de ciência aplicada.

Figura 3
Representação gráfica da riqueza de espécies por famílias do Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Figure 3
Graphic representation of species richness by families of Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul State, Brazil.
Figura 4
Representação gráfica do número de espécies por classe de frequência do Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Figure 4
Graphic representation of number of species by frequency class of Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul State, Brazil.
Figura 5
Representação gráfica do número de espécies por grupo briocenológico do Parque Estadual de Itapeva, Torres, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Figure 5
Graphical representation of the number of species per briocenological group of Parque Estadual de Itapeva, Torres, Rio Grande do Sul State, Brazil.

O elevado número de espécies de briófitas que estão sendo citadas pela primeira vez para o Estado do Rio Grande do Sul e para a região Sul do Brasil, além de uma espécie com nova citação para a Mata Atlântica, ressalta a importância e evidencia o papel fundamental do PEVA na conservação dos ecossistemas litorâneos e a biodiversidade associada a eles.

Agradecimentos

Agradecemos a equipe do Parque Estadual de Itapeva, pela recepção e prestatividade; à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Litoral Norte, pela estrutura e equipamentos, imprescindíveis para a realização deste trabalho; à Ms. Bianca Kalinowski Canestraro, pela confirmação de Bryum ateniense; ao Ms. Leandro de Almeida Amélio, pela confirmação de Telaranea nematodes; às bolsistas Bárbara da Rosa e Janaina da Rosa, pelo auxílio ao longo do estudo; à Fundação Telefônica-Vivo, Associação Telecentro de Informação e Negócios, Hardfun Studios e B&S Educação e Tecnologia, pelo apoio financeiro na aquisição do microscópio óptico e estereomicrosópio.

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Editado por

Editor Associado: Anna Luiza Ilkiu-Borges

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    09 Dez 2020
  • Aceito
    27 Maio 2021
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