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T E S E S

Na encruzilhada das diferenças: política, classes e relações de gênero na construção do ativismo contra a Aids (1989-1997)

Esta pesquisa tem como objetivo reconstruir a trajetória político-institucional da ONG/Aids carioca Grupo Pela Vidda, bem como as memórias de alguns de seus membros. Através do exame de seus valores e princípios, buscou-se compreen-der de que forma as hierarquias de gêneros e de classes sociais foram reproduzidas nas experiências de seus integrantes. Para atender tais objetivos, essa dissertação foi dividida em três momentos: o surgimento da Aids no Brasil e as primeiras iniciativas para o seu controle; a história do Grupo Pela Vidda, onde foram privilegiadas as diferenças nos modos de inserção institucional das mulheres e dos homens, em sua maioria homossexuais e, por último, as diferenças/semelhanças entre seus membros, no que se refere às suas concepções sobre sexualidade, gênero e Aids.

Ana Paula Zaquieu

Dissertação de mestrado defendida no Programa de

Pós-graduação em História da

Universidade Federal Fluminense, 2002.

Rua 2, Quadra 1 - 19

anazaquieu@hotmail.com

Louca pela vida: a história de Pierina

Em julho de 1909, a camponesa Pierina Cechini, branca, casada, filha de imigrantes, habitante de uma antiga colônia italiana do Rio Grande do Sul, foi internada no Hospício São Pedro de Porto Alegre sob a suspeita de 'sofrer das faculdades mentais', depois de ser indiciada em processo criminal por ter afogado sua filha pequena. Através da contextualização das cartas que Pierina escreveu no hospício — entre outros documentos —, procurou-se elucidar aspectos do quotidiano de um tempo e lugar, onde se cruzaram e mesclaram relações de gênero e relações sociais. As relações entre indivíduo, sociedade, sistema judiciário e saber médico psiquiátrico, no Rio Grande do Sul do início do século XX, foram configuradas para que pudessem se tornar visíveis as experiências de uma mulher tida como 'louca'. O desvelamento de experiências singulares, como a de Pierina, surge assim como condição para novas interpretações sobre a condição feminina, bem como para a compreensão de quão múltiplas são as dimensões mobilizadas em processos singulares por pessoas tidas como loucas e homogeneiza-das pelo modelo interpretativo da medicina psiquiátrica. Neste sentido, esta tese é, antes de tudo, um exercício de interpretação histórica, onde se buscou desocultar as inúmeras possibilidades de apreensão de uma 'escritura', bem como da vida contada por ela.

Yonissa Marmitt Wadi

Tese de doutoramento, 2002

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ¾ PUC/SP

Programa de Estudos Pós-Graduados em História

Rua Ministro de Godói, 969 4o. andar ¾ Perdizes

05015-901 ¾ São Paulo ¾ SP

yonissamw@uol.com.br ou yonissa@unioeste.br

A lepra em Mato Grosso: caminhos da segregação social e do isolamento hospitalar (1924-1941)

Esta dissertação analisa representações e práticas sociais acerca da lepra, em especial no que concerne às estratégias políticas de segregação social e de isolamento hospitalar das pessoas acometidas pela moléstia no decorrer do período 1924-1941. Sua preocupação central é discutir, com base em documentos oficiais, o modo pelo qual a sociedade mato-grossense se mobilizou para enfrentar a problemática da doença, focalizando especialmente as ações das elites. Também busca identificar as condições sócio-políticas e médico-sanitárias em que a lepra passa a ser encarada como um problema de ordem institucional em Mato Grosso, de responsabilidade do poder público, e, em que medida a doença foi de fato tratada como uma questão de Saúde Pública no Estado. Procura-se demonstrar que o medo, a rejeição, o preconceito e o estigma milenar em relação à doença (e aos infelizes acometidos por ela) eram representações que faziam parte de um imaginário cujas raízes remontam aos tempos bíblicos, mas que ainda persistia, com poucas alterações, entre a maioria dos mato-grossenses que viveram no período aqui analisado. Esse imaginário recorrente, carregado de representações estigmatizantes, resultava em práticas sociais que obrigavam os leprosos a serem segregados do convívio social e isolados em hospitais destinados para tal fim.

Heleno Braz do Nascimento

Dissertação de mestrado, 2001

Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de

Ciências Humanas e Sociais Departamento

de História Programa de

pós-graduação em História

helebraz@uol.com.br

Lima Barreto e os caminhos da loucura. Alienação, alcoolismo e raça na virada do século XX

O trabalho tem como objetivo analisar a loucura na cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX, bem como os temas que com ela se relacionam tais como raça, alcoolismo e hereditariedade, através da lente do escritor-paciente Afonso Henriques de Lima Barreto, privilegiando os escritos ficcionais e autobiográficos do autor. A pesquisa procurou inserir o registro do particular, isto é, de um indivíduo que sofreu na própria pele a discriminação e o tratamento destinado aos que eram considerados doentes mentais, de forma que o estudo possa ser visto e examinado dentro de uma perspectiva mais ampla. A dissertação foi dividida em três momentos: a tentativa de estabelecer uma analogia entre a experiência da loucura e aquela vivida por todos os habitantes do Rio de Janeiro nos primeiros anos do século XX, a análise das concepções médicas e científicas sobre a loucura e a presença do tema nos textos do autor e, por último, o convívio do romancista com a loucura no espaço doméstico e também no Hospício Nacional de Alienados. O roteiro desta nossa viagem começa, portanto, numa cidade eufórica, enlouquecida pelo ritmo do novo e atravessa até chegar a vida na "sombria cidade dos lunáticos", expressão inventada pelo próprio Afonso Henriques de Lima Barreto.

Roberta Cardoso Cerqueira

Dissertação de mestrado, 2002

Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro (PUC) Programa de Pós-Graduação em

História Social da Cultura

cardosoc@coc.fiocruz.br

Avaliação da resposta imune do tipo celular em pacientes chagásicos, frente a frações antigênicas isoladas de Trypanosoma cruzi

A doença de Chagas, protozoose causada pelo Trypanosoma cruzi é endêmica no continente americano, sendo considerada a mais importante e principal causa de doenças infecciosas do miocárdio na América Latina. Apesar de ter sido objeto de muitos estudos experimentais e clínicos algumas perguntas até hoje não foram respondidas na doença de Chagas. Qual(is) o(s) fator(es) que condiciona(m) a evolução da doença para formas auto limitadas ou graves? Que eventos regem o desencadeamento da lesão tecidual? Qual é o agente principal: o parasito ou sistema imune? Para responder estas perguntas muitas abordagens podem ser seguidas. Uma delas é a verificação de antígenos parasitários que pudessem ser reconhecidos de forma variada pelos diferentes indivíduos. Dentre estes antígenos podemos citar enzimas parasitárias que participam dos processos de interação entre o parasito e seu hospedeiro mas que podem ser reconhecidas como antígeno pelo sistema imune deste último. A caracterização da resposta imune celular estimulada por estas enzimas pode ser de grande importância na compreensão dos mecanismos de patogênese da infecção. Recentemente, Pinho (tese, 2001) isolou e caracterizou duas frações enzimáticas com características do grupo das aspártico proteinases. No presente trabalho estas frações, denominadas CZI e CZII foram usadas em ensaios in vitro para detecção e caracterização da resposta imune celular em pacientes chagásicos e indivíduos controles. Foi evidenciada uma resposta imune específica do tipo celular com características de tipo 1, com secreção importante de IFN-gama em comparação a IL-10. As células respondedoras foram identificadas como linfócitos T CD4+. Esta resposta estava presente nos pacientes chagásicos mas não nos indivíduos controle. Apenas a fração CZII mostrou correlação positiva entre a produção de IFN-gama e IL-10. A resposta a esta fração foi considerada estatísticamente diferente (p=0,01) quando comparados pacientes chagásicos com ou sem cardiomiopatia respectivamente. A resposta ao antígeno total de T.cruzi foi também estudada nos mesmos indivíduos não sendo verificada diferença estatisiticamente significante na resposta observada entre os pacientes e entre estes e os indivíduos controle. Esta é a primeira caracterização de resposta imune celular in vitro de CMSP de pacientes chagásicos frente a frações de aspártico proteinase isoladas de T. cruzi. Estudos adicionais devem ser feitos para caracterizar respostas a peptídeos isolados destas frações de modo a caracterizar as diferenças observadas no presente estudo.

Thereza Christina Benévolo de Andrade

Dissertação de mestrado, 2002-10-24

Departamento de Imunobiologia

Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz

tcba@ioc.fiocruz.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jan 2004
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
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