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Oidium asteris-punicei em plantas de Hortelã-Pimenta

Oidium asteris-punicei on mint plants

PHYTOPATHOLOGICAL NOTES NOTAS FITOPATOLÓGICAS

Oidium asteris-punicei em plantas de Hortelã-Pimenta

Oidium asteris-punicei on mint plants

Olga M. R. Russomanno; Pedro C. Kruppa; Mário B. Figueiredo

Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Cx. Postal 12.898, CEP 04010-970, São Paulo, SP, e-mail: russomano@biologico.sp.gov.br

ABSTRACT

In this paper the occurrence of mint (Mentha piperita) powdery mildew caused by Oidium asteris-punicei is reported for the first time in São Paulo State, Brazil.

O gênero Mentha (família Lamiaceae), ao qual pertence a hortelã (Mentha piperita L.), compreende cerca de 25 espécies pouco diferentes entre si, porém a maioria bastante conhecida, principalmente por seu sabor característico e aroma refrescante. Supõe-se que a hortelã tenha sido introduzida na Europa, via norte da África, vinda do Oriente. São plantas comumente utilizadas na alimentação como condimento. Industrialmente, devido a seus óleos essenciais (mentol, mentona, mentofurona, cineol, limonemo, pinemo e cânfora), tem sido empregada em perfumaria, farmácia e fabricação de bebidas e doces. A hortelã-pimenta (Mentha piperita L.) é a mais famosa e refrescante das hortelãs, híbrido da hortelã-verde [Mentha viridis (L.) L., sinônimo de Mentha spicata L.] com a aquática (Mentha aquática L.) (Martins et al. Plantas Medicinais. Editora UFV, 2000; Panizza, S. Plantas que Curam. 20ª Ed. São Paulo: IBRASA, 1997). Em setembro de 2002, em viveiro de produtor de plantas medicinais, localizado no município de São Paulo, SP, detectou-se em folhas e talos de M.piperita, uma doença fúngica caracterizada por uma massa de micélio, conidióforos e conídios de coloração branco-acinzentada e aspecto pulverulento. Nos estágios iniciais de infecção as plantas apresentavam lesões necróticas nas folhas, que progrediam até a seca total, prejudicando, portanto a produção (Figura 1-A). Embora tendo as características de um fungo patogênico, da Ordem Erysiphales, grupo de fungos ecologicamente obrigatórios, realizou-se o teste de patogenicidade em casa de vegetação, utilizando-se plantas sadias de M. piperita que foram pulverizadas com água destilada e, em seguida, inoculadas por pincelamento com o fungo retirado das plantas doentes. Como testemunha, pulverizaram-se algumas plantas apenas com água destilada. Todas as plantas foram mantidas em câmara úmida por três dias. Essa inoculação foi realizada também com o intuito de averiguar o tempo de manifestação dos sintomas. Após oito dias da inoculação ocorreu o desenvolvimento da infecção, reproduzindo os sintomas originais e o aspecto pulverulento (Figura 1-B). As plantas testemunhas mantiveram-se sadias. Através de exames microscópicos óptico e estereoscópico, baseando-se em análises morfológicas, identificou-se o fungo Oidium asteris-punicei Peck cuja forma teleomórfica corresponde a Erysiphe cichoracearum DC. De acordo com a literatura internacional (Farr et al. Fungi on plants and plant products in the United States. APS PRESS, 1989), esse fungo parasita mais de 150 gêneros hospedeiros, sendo esta a primeira constatação sobre M. piperita no Brasil.



Aceito para publicação em 30/01/2004

Autor para correspondência: Olga M. R. Russomanno

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2005
  • Data do Fascículo
    Out 2005
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