Acessibilidade / Reportar erro

BASES PARA UM REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE O FENÔMENO DA COGNIÇÃO

Resumo:

Apresentamos um referencial teórico para investigar a sala de aula, que articulamos a partir das seguintes matrizes teórico-metodológicas: cognição situada, etnometodologia, fundamentos biológicos da cognição, cognição distribuída e fenomenologia. Discutimos as contribuições que extraímos dessas matrizes ao longo de uma investigação que comparou as práticas de interpretação de alunos em diferentes ambientes de aprendizagem. Com base nessa discussão propomos direções para olhar a sala de aula, que se articulam em torno da afirmação da cognição como fenômeno. A cognição, como processo de produção de conhecimento, é materialmente e socialmente distribuída. Portanto, é situada e, como fenômeno, expressa a ação de uma consciência que se projeta para fora do indivíduo, constituindo os objetos do mundo.

Palavras-chave:
ambientes de aprendizagem; cognição situada; fenomenologia.

Abstract:

This paper is aimed at presenting a theoretical framework for investigating the classroom. It was articulated from the following theoretical and methodological frameworks: situated cognition, ethno-methodology, biological foundations of cognition, distributed cognition and phenomenology. The contributions from these frameworks were grasped in the course of an inquiry in which we seek to compare some features of the interpretative practices of students in different learning environments. The results of the theoretical study, in a continuous dialogue with the investigation practice, were articulated to provide directions to look at the classroom. Cognition, as a knowledge production process, is understood as socially and materially distributed. Then, it is situated, and as a phenomenon, expresses consciousness's action of projecting itself out of the being, constituting the world's objects.

Keywords:
learnign environments; situated cognition; phenomenology.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • BARTLETT, F. C. Remembering: A study in experimental and social psychology (reprinted). Cambridge: Cambridge University Press, {1932} 1977.
  • BATESON, G. Steps to an ecology of mind New York: Ballantine Books. 1972.
  • CLANCEY, W. J. Conceptual coordination: abstraction without description. International Journal of Educationa Research 27(1), p.5-19, 1996.
  • CLANCEY, W. J. Situated Cognition; On human knowledge and computer representation. New York: Cambridge University Press, 1997. 406p..
  • COULON, A. Etonometodologia e Educação. In: FORQUIN, J.C. (Org.); Socilogia da Educação. Dez anos de pesquisa. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1995. cap.6, p.300-349.
  • DARTIGUES, André. O que é a fenomenologia Tradução de Maria José J. G. de Almeida. 3aed. São Paulo: Editora Moraes, 1992, 174p..
  • DEWEY, J. Experiência e Natureza. In: Pensadores São Paulo: Abril Cultural, 1974a.
  • DEWEY, J. Experiência e Natureza. In: Pensadores São Paulo: Abril Cultural, 1974b.
  • DEWEY, J. The reflex arc concept in psychology. Psychological Review 3: 357-370, [1896] 1981.
  • GIBSON, J. J. The ecological approach to visual perception. Boston: Houghton Mifflin, 1979.
  • HOLSTEIN, J.A. and GUBRIUM, J.F. Fenomenologia, Etnometodologia e Prática Interpretativa. In: DENZIN, N. K. and LINCOLN, Y. S. (ed.) Handbook of Qualitative Research London: Sage Publications, 1994. p. 262 a 272.
  • HUSSERL, E. A idéia da fenomenologia Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1986. 133p.. (Coleção Textos Filosóficos, 8)
  • JAMES, W. Pragmatismo. In: Pensadores São Paulo: Abril Cultural, 1974.
  • MATURANA, H. R. e VARELA, F. G. A árvore do conhecimento. As bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Editorial Psy II, 1995. 281p.. (Traduzido da edição, em alemão, por Jonas Pereira dos Santos.)
  • MATURANA, H.R. What is it to see? Que és ver? Archivos de Biologia y Medicina Experimentales 16, 255-269, 1983.
  • MOREIRA, A. F. e BORGES, O. Percepção e elaboração de conceitos. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 8, 2002, Águas de Lindóia, SP. Atas {CD-ROM}. Organizadas por Deise M. Vianna, Luiz O. Q. Peduzzi, Oto N. Borges, Roberto Nardi. São Paulo: SBF, 2002.
  • MOREIRA, A. F. e BORGES, O.Práticas de interpretação mediadas por experimentos e simulações. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 3, 2001, Atibaia, SP. Atas {CD-ROM}. Organizadas por Marco Antônio Moreira, Ileana Maria Greca e Sayonara Cabral da Costa. Porto Alegre: s.n., 2001.
  • MOREIRA, A. F. e BORGES, O. (2004) Tempo vivido e tempo medido. Trabalho aceito para comunicação oral In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 9, 2004, Joatuba, MG.
  • MOREIRA, A. F. (2003) Práticas de interpretação em ambientes de aprendizagem de Física Belo Horizonte, UFMG, 2003, Tese de Doutorado,180p.
  • ROTH, W.M. (2002) From stimulus to science: the changing nature of visual perception. In AMERICAN EDUCATIONAL RESEARCH ASSOCIATION Annual Meeting. New Orleans. April 1-5, 2002
  • ROY, J-M.; PETITO, J.; PACHOUD, B. and VARELA, F.J. Beyonde the gap: na introduction to naturalizing phenomenology. In: Naturalizing Phenomenology. Issues in contermporary phenomenology and cognitive science. Standford: Standford University Press, 1999. (cap.1, p.1-80)
  • SALOMON, G. (Ed.) Distributed Cognitions. Psychological and educational considerations. Cambridge University Press: 1997. cap.4. p.111-138.
  • Apoio: CNPQ

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2006

Histórico

  • Recebido
    30 Maio 2005
  • Aceito
    10 Abr 2006
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antonio Carlos, 6627, CEP 31270-901 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Tel.: (55 31) 3409-5338, Fax: (55 31) 3409-5337 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: ensaio@fae.ufmg.br