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Autoconfiança para o manejo inicial das intercorrências de saúde na escola: construção e validação de uma escala visual analógica

Resumo

Objetivo:

Descrever a construção e validação da escala visual analógica de autoconfiança dos professores com relação ao manejo inicial das intercorrências de saúde na escola.

Método:

Estudo metodológico desenvolvido a partir do procedimento teórico (construção dos itens e validação do conteúdo), empírico (análise semântica e teste piloto) e analítico (análise da consistência interna). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados:

Escala constituída por 12 itens referentes as principais intercorrências de saúde na escola, índice de validação de conteúdo de 100% na segunda rodada, compreensível pelo público-alvo e com alta consistência interna entre os itens (α de Cronbach 0.89).

Conclusão e implicações para a prática:

Ferramenta de fácil utilização que mostrou-se pertinente para atender a dimensão da autoconfiança dos professores no manejo inicial das intercorrências de saúde na escola. A escala pode contribuir no planejamento de estratégias educativas sistematizadas e efetivas entre os professores.

Palavras-chave:
Saúde Escolar; Enfermagem; Primeiros Socorros; Estudos de validação; Escala Visual Analógica

Abstract

Objective:

To describe the construction and validation of a visual analogue scale of teachers' self-confidence with regard to the initial management of health issues in schools.

Method:

A methodological study was developed based on theoretical (items' construction and content validation), empirical (semantic analysis and pilot test), and analytical procedures (internal consistency analysis). The project was approved by a research ethics committee.

Results:

The scale consisted of 12 items regarding the main health issues in schools, presented content validity index of 100% in the second round, was understood by the target audience, and presented high internal consistency among items (Cronbach's alpha of 0.89).

Conclusion and implications for practice:

An easy-to-use tool that proved to be relevant to meet the dimension of teachers' self-confidence in the initial management of health issues in schools. The scale may contribute to the planning of systematized and effective educational strategies among teachers.

Keywords:
School Health; Nursing; First Aid; Validation Studies; Visual Analog Scale

Resumen

Objetivo:

Describir la construcción y validación de la escala visual analógica de autoconfianza de profesores respecto a la gestión inicial de problemas de salud en la escuela.

Método:

Estudio metodológico desarrollado a partir del procedimiento teórico (construcción de ítems y validación del contenido), empírico (análisis semántico y prueba piloto) y analítico (análisis de consistencia interna). Proyecto aprobado por Comité de Ética en Investigación.

Resultados:

Escala integrada por 12 ítems referentes a las principales complicaciones de salud en la escuela, índice de validación de contenido de 100% en segunda rueda, comprensible por público objetivo y con alta consistencia interna entre los ítems (α de Cronbach 0.89).

Conclusióne implicancias para la práctica:

Herramienta de fácil uso, adecuada para atender la dimensión de autoconfianza de docentes en gestión inicial de complicaciones sanitarias en la escuela. Puede contribuir al planeamiento de estrategias educativas sistematizadas y efectivas entre los docentes.

Palabras clave:
Salud Escolar; Enfermería; Primeros Auxilios; Estudios de Validación; Escala Visual Analógica

INTRODUÇÃO

Intercorrências de saúde seja por doença ou acidentes são frequentes no ambiente escolar, haja visto o tempo de permanência das crianças nas escolas e a exposição às atividades recreativas.11 Galindo Neto NM, Caetano JA, Barros LM, Silva TM, Vasconcelos EMR. First aid in schools: construction and validation of an educational booklet for teachers. Acta Paul Enferm [Internet]. 2017; [cited 2017 Oct 15]; 30(1):87-93. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n1/1982-0194-ape-30-01-0087.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700013
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2 Calandrim LF, Santos AB, Oliveira LR, Massaro LG, Vedovato CA, Boaventura AP. First aid at school: teacher and staff training. Rev Rene [Internet]. 2017 May/Jun; [cited 2017 Oct 10]; 18(3):292-9. Available from: http://periodicos.ufc.br/rene/article/viewFile/20044/30695. http://dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2017000300002
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-33 Masih S, Sharma RK, Kumar A. Knowledge and practice of primary school teachers about first aid management of selected minor injuries among children. Int J Med Public Health [Internet]. 2014; [cited 2017 May 15]; 4(4):458-62. Available from: http://ijmedph.org/sites/default/files/IntJMedPublicHealth_2014_4_4_458_144114.pdf. http://dx.doi.org/10.4103/2230-8598.144114
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Na escola, as crianças estão expostas a quedas, ferimentos, contusões, afogamento e queimaduras, bem como podem apresentar condições clínicas próprias às principais doenças da infância, como febre, convulsões e síncopes.44 Li F, Sheng X, Zhang J, Jiang F, Shen X. Effects of pediatric first aid training on preschool teachers: a longitudinal cohort study in China. BMC Pediatr [Internet]. 2014 Aug; [cited 2017 May 24]; 14:2009. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25152013. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2431-14-209
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Nessa direção, a escola representa um espaço de relevante contribuição para a implementação de ações de prevenção de acidentes e, também, para a prestação dos primeiros socorros.44 Li F, Sheng X, Zhang J, Jiang F, Shen X. Effects of pediatric first aid training on preschool teachers: a longitudinal cohort study in China. BMC Pediatr [Internet]. 2014 Aug; [cited 2017 May 24]; 14:2009. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25152013. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2431-14-209
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2515...

5 Rodrigues KL, Antão JYFL, Sobreira GLS, Brito RN, Freitas GLS, Serafim SC, et al. Teacher's Knowledge about First Aid in the School Environment: Strategies to Develop Skills. Int Arch Med [Internet]. 2015; [cited 2017 May 23]; 8(209):1-9. Available from: https://imed.pub/ojs/index.php/iam/article/view/1295/1038. http://dx.doi.org/10.3823/1808
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6 Monteiro PHN, Bizzo N. A saúde na escola: análise dos documentos de referência nos quarenta anos de obrigatoriedade dos programas de saúde, 1971-2011. Hist Ciênc Saúde [Internet]. 2015 Apr/Jun; [cited 2017 Abr 20]; 22(2):411-27. Available from: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v22n2/0104-5970-hcsm-2014005000028.pdf
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7 Oliveira IS, Souza IP, Marques SM, Cruz AF. Knowledge of edutors on prevention of accidents in childhood. J Nurs UFPE On Line [Internet]. 2014; [cited 2017 Jul 3]; 8(2):279-85. Available from: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/9672
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revi...
-88 Carvalho LS, Alarcão ALC, Barroso PD, Meireles GOAB. Abordagem de Primeiros Socorros Realizada Pelos Professores em uma Unidade de Ensino Estadual em Anápolis - GO. Ensaios Cienc Biol Agrar Saúde [Internet]. 2014; [cited 2017 Mar 23]; 18(1):25-30. Available from: http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/article/view/407/2899
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Entende-se por primeiros socorros, as ações iniciais realizadas por profissional da saúde ou não com o objetivo de auxiliar pessoas que se encontram em sofrimento ou em risco de morte.99 Singletary EM, Charlton NP, Epstein JL, Ferguson JD, Jensen JL, MacPherson AI, et al. First Aid: 2015 American Heart Association and American Red Cross Guidelines Update for First Aid. Circulation [Internet]. 2015 Nov; [cited 2017 Jun 22]; 132(18 Suppl 2):S574-89. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26473003. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000269
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2647...
É o manejo de qualquer lesão ou doença antes da disponibilidade do profissional de saúde habilitado e tem como objetivo evitar agravamentos, garantir recuperação, minimizar sequelas, preservar e salvar vidas.33 Masih S, Sharma RK, Kumar A. Knowledge and practice of primary school teachers about first aid management of selected minor injuries among children. Int J Med Public Health [Internet]. 2014; [cited 2017 May 15]; 4(4):458-62. Available from: http://ijmedph.org/sites/default/files/IntJMedPublicHealth_2014_4_4_458_144114.pdf. http://dx.doi.org/10.4103/2230-8598.144114
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,1010 Semwal J, Bakshi RK, Juyal R, Vyas S, Kandpal SD. Study of knowledge and attitudes to first aid among school children of Doiwalablock, Dehradun. Int J Community Med Public Health [Internet]. 2017 Aug; [cited 2017 Oct 10]; 4(8):2934-8. Available from: http://www.ijcmph.com/index.php/ijcmph/article/view/1213. http://dx.doi.org/10.18203/2394-6040.ijcmph20173348
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Para tanto, a presente investigação adotou como sinônimos os termos "primeiros socorros" e "manejo inicial das intercorrências de saúde".

Em âmbito nacional e internacional, no contexto escolar, o manejo inicial das intercorrências de saúde são, geralmente, realizados pelos professores.1111 Galindo Neto NM, Pereira JC, Muniz ML, Mallmann DG, Souza NMG, Neri MFS, et al. Health Education Intervention on First Aid in School: Integrative Review. Int Arch Med [Internet]. 2016 Jul; [cited 2017 Oct 15]; 9(144):1-7. Available from: https://imed.pub/ojs/index.php/iam/article/view/1733. http://dx.doi.org/10.3823/2015
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12 Joseph N, Narayanan T, bin Zakaria S, Nair AV, Belayutham L, Subramanian AM, et al. Awareness, attitudes and practices of first aid among school teachers in Mangalore, south India. J Prim Health Care [Internet]. 2015; [cited 2017 Jun 24]; 7(4):274-81. Available from: http://www.publish.csiro.au/hc/HC15274. http://dx.doi.org/10.1071/HC15274
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-1313 Adrien N, Onesphore H. Evaluation of first aid knowledge among elementary school teacher in Burundi. Int J Sports Sci Fitness [Internet]. 2015; [cited 2017 Nov 14]; 5(2):304. Available from: https://www.ijssf.org/PDF/v05issue02abs13.pdf
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Todavia, há lacunas quanto ao preparo dos mesmos diante de intercorrências de saúde.11 Galindo Neto NM, Caetano JA, Barros LM, Silva TM, Vasconcelos EMR. First aid in schools: construction and validation of an educational booklet for teachers. Acta Paul Enferm [Internet]. 2017; [cited 2017 Oct 15]; 30(1):87-93. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n1/1982-0194-ape-30-01-0087.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700013
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,22 Calandrim LF, Santos AB, Oliveira LR, Massaro LG, Vedovato CA, Boaventura AP. First aid at school: teacher and staff training. Rev Rene [Internet]. 2017 May/Jun; [cited 2017 Oct 10]; 18(3):292-9. Available from: http://periodicos.ufc.br/rene/article/viewFile/20044/30695. http://dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2017000300002
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A literatura internacional corrobora ao identificar em seus resultados, baixos níveis de conhecimento com relação aos primeiros socorros.1212 Joseph N, Narayanan T, bin Zakaria S, Nair AV, Belayutham L, Subramanian AM, et al. Awareness, attitudes and practices of first aid among school teachers in Mangalore, south India. J Prim Health Care [Internet]. 2015; [cited 2017 Jun 24]; 7(4):274-81. Available from: http://www.publish.csiro.au/hc/HC15274. http://dx.doi.org/10.1071/HC15274
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,1313 Adrien N, Onesphore H. Evaluation of first aid knowledge among elementary school teacher in Burundi. Int J Sports Sci Fitness [Internet]. 2015; [cited 2017 Nov 14]; 5(2):304. Available from: https://www.ijssf.org/PDF/v05issue02abs13.pdf
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Nessa perspectiva, inúmeros sentimentos podem ser potencializados pelo desconhecimento como insegurança, medo e nervosismo, por exemplo.55 Rodrigues KL, Antão JYFL, Sobreira GLS, Brito RN, Freitas GLS, Serafim SC, et al. Teacher's Knowledge about First Aid in the School Environment: Strategies to Develop Skills. Int Arch Med [Internet]. 2015; [cited 2017 May 23]; 8(209):1-9. Available from: https://imed.pub/ojs/index.php/iam/article/view/1295/1038. http://dx.doi.org/10.3823/1808
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Segundo investigação recente realizada na Coreia, tais sentimentos fragilizam a autoconfiança dos professores.1414 Hwang JY, Oh ES, Cho KJ. A study on the self-confidence in performance and education demand of first aid in kindergarten and daycare center teachers. J Korea Acad Industr Cooperat Soc [Internet]. 2016; [cited 2017 Nov 23]; 17(1):234-43. Available from: http://www.koreascience.or.kr/article/ArticleFullRecord.jsp?cn=SHGSCZ_2016_v17n1_234. http://dx.doi.org/10.5762/KAIS.2016.17.1.234
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Entende-se por autoconfiança, a perspectiva de um indivíduo se sentir seguro, de manifestar convicção com relação as suas próprias habilidades.1515 Perry PConcept analysis: confidence/self-confidenceNurs Forum [Internet]. 2011 Oct/Dec; [cited 2017 Oct 24]; 46(4)21830. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1744-6198.2011.00230.x/full. http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-6198.2011.00230.x
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A autoconfiança aliada às experiências prévias e ao conhecimento subsidia o sucesso das ações.1616 Mazzo A, Martins AJC, Jorge BM, Batista RCN, Almeida RGS, Henriques FMS, et al. Validação de escala de autoconfiança para assistência de enfermagem na retenção urinária. Rev Lat Am Enferm [Internet]. 2015 Sep/Oct; [cited 2017 Jun 23]; 23(5):814-20. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n5/pt_0104-1169-rlae-23-05-00814.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.0256.2619
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A autoconfiança é um elemento fundamental para um adequado desempenho diante de situações de urgência e emergência, trata-se de uma variável que pode ser influenciada por sentimentos negativos oriundos da situação de emergência.1717 Martins JCA, Baptista RCN, Coutinho VRD, Mazzo A, Rodrigues MA, Mendes IAC. Autoconfiança para intervenção em emergências: adaptação e validação cultural da Self-confidence Scale em estudantes de Enfermagem. Rev Lat Am Enferm [Internet]. 2014; [cited 2017 Jun 22]. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/2014nahead/pt_0104-1169-rlae-0104-1169-3128-2451.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.3128.2451
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Instrumentos vêm sendo construídos a fim de mensurar a autoconfiança de profissionais da saúde e estudantes em diferentes contextos clínicos.1616 Mazzo A, Martins AJC, Jorge BM, Batista RCN, Almeida RGS, Henriques FMS, et al. Validação de escala de autoconfiança para assistência de enfermagem na retenção urinária. Rev Lat Am Enferm [Internet]. 2015 Sep/Oct; [cited 2017 Jun 23]; 23(5):814-20. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n5/pt_0104-1169-rlae-23-05-00814.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.0256.2619
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,1717 Martins JCA, Baptista RCN, Coutinho VRD, Mazzo A, Rodrigues MA, Mendes IAC. Autoconfiança para intervenção em emergências: adaptação e validação cultural da Self-confidence Scale em estudantes de Enfermagem. Rev Lat Am Enferm [Internet]. 2014; [cited 2017 Jun 22]. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/2014nahead/pt_0104-1169-rlae-0104-1169-3128-2451.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.3128.2451
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Todavia, inexiste um instrumento específico que contemple a autoconfiança dos professores diante das intercorrências de saúde. Diante do exposto, justifica-se o desenvolvimento de uma escala com potencialidade para mensurar a autoconfiança dos professores para o manejo inicial das intercorrências de saúde na escola fortalecendo, assim, o planejamento de intervenções educativas efetivas entre os professores. Dessa forma, o objetivo deste estudo é descrever a construção e validação da escala visual analógica de autoconfiança dos professores com relação ao manejo inicial das intercorrências de saúde na escola.

MÉTODO

Trata-se de um estudo metodológico à medida que possibilita a elaboração de instrumentos ou métodos de investigação confiáveis para serem empregados em novos estudos ou na prática clínica.1818 Polit DF, Beck CT. Fundamentos da Pesquisa Clínica em Enfermagem: Avaliação da evidência para a prática de enfermagem. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2011. A construção do instrumento seguiu os pressupostos de Pasquali.1919 Pasquali L. Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. 1ª ed. Brasília: LabPAM/IBAPP; 1999. Segundo o autor, faz-se necessário seguir três procedimentos para a construção e validação de um instrumento, os quais são: procedimento teórico, procedimento empírico e procedimento analítico.

O procedimento teórico corresponde à explicitação dos fundamentos teóricos que orientaram a criação dos itens do instrumento. Na presente investigação, a construção dos itens foi embasada em análise da literatura nacional e internacional e discussões entre membros de um grupo de pesquisa de uma universidade pública localizada no interior do estado de São Paulo voltado à saúde da criança com experiência assistencial e de pesquisa na área. A busca na literatura objetivou aprofundar a compressão do constructo autoconfiança, bem como, reconhecer as principais intercorrências de saúde que ocorrem no ambiente escolar. A seguir, foi elaborado a primeira versão da escala com oito itens e definido que o instrumento teria o objetivo de mensurar o nível de autoconfiança de professores de educação infantil e fundamental I para oferecer os primeiros socorros ao escolar.

Optou-se pelo emprego de uma escala visual analógica (EVA), uma vez que é de fácil e rápida aplicação, além de ser capaz de favorecer a variabilidade de respostas e emprego de diferentes análises estatísticas.2020 Voutilainen A, Pitkäaho T, Kvist T, Vehviläinen-Julkunen K. How to ask about patient satisfaction? The visual analogue scale is less vulnerable to confounding factors and ceiling effect than a symmetric Likert scale. J Adv Nurs [Internet]. 2016 Apr; [cited 2017 Oct 22]; 72(4):946-57. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jan.12875/abstract. http://dx.doi.org/10.1111/jan.12875
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Desse modo, a EVA desenvolvida possui uma linha horizontal de 10 centímetros com os seguintes descritores nas extremidades: "nada confiante" à esquerda e "completamente confiante" à direita. Para estabelecer a pontuação, o respondente deve indicar ao longo da linha o nível de autoconfiança que possui. A interpretação dos resultados se dá mediante a mensuração do espaço compreendido entre a extremidade à esquerda e o ponto sinalizado pelo respondente, com uma régua graduada em centímetros. A escala permite mensurar o nível de autoconfiança para cada item e, também, mensurar a média geral de autoconfiança.

Diante da primeira versão da escala, iniciou-se o processo de validação de conteúdo por 12 profissionais com expertise no assunto. Os critérios de elegibilidade para a escolha dos profissionais foram: profissionais especialistas na área de enfermagem pediátrica e/ou primeiros socorros, com experiência acadêmica e/ou assistencial de pelo menos um ano. Vale ressaltar que os especialistas foram recrutados utilizando a técnica bola de neve, ou seja, especialistas, inicialmente, selecionados sugeriram potenciais participantes.2121 Biernacki P, Waldorf D. Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociol Methods Res [Internet]. 1981 Nov; [cited 2018 Jun 10]; 10(2):141-63. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/004912418101000205
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Considerou-se como critério de exclusão, os profissionais que não responderam ao formulário para avaliação dos itens da escala no tempo determinado.

A validação de conteúdo considerou quatro aspectos os quais foram: organização, clareza, abrangência e pertinência dos itens. Os profissionais especialistas foram orientados a analisar cada item por uma escala Likert com as seguintes possibilidades de escolha: discordo fortemente, discordo, não sei, concordo e concordo fortemente. Havia espaço reservado para comentários e sugestões. Para análise, foram consideradas as sugestões e computado o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) por item, em cada aspecto analisado (organização, clareza, abrangência e pertinência) e da escala total.2222 Rubio DM, Berg-Weger M, Tebb SS, Lee ES, Rauch S. Objectifying content validity: Conducting a content validity study in social work research. Soc Work Res [Internet]. 2003 Jun; [cited 2017 Jun 25]; 27(2):94-105. Available from: https://academic.oup.com/swr/article-abstract/27/2/94/1659075. https://doi.org/10.1093/swr/27.2.94
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Para análise do IVC por item, as escolhas "concordo" e "concordo fortemente" foram somadas e divididas pelo número total de profissionais especialistas. Para cálculo do IVC da escala total, utilizou-se a média do IVC de cada item. Para fins de validação do conteúdo, foi considerado IVC igual ou superior a 0,80, tanto por item como total.2222 Rubio DM, Berg-Weger M, Tebb SS, Lee ES, Rauch S. Objectifying content validity: Conducting a content validity study in social work research. Soc Work Res [Internet]. 2003 Jun; [cited 2017 Jun 25]; 27(2):94-105. Available from: https://academic.oup.com/swr/article-abstract/27/2/94/1659075. https://doi.org/10.1093/swr/27.2.94
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A seguir, deu-se início ao procedimento empírico, com o intuito de avaliar as propriedades psicométricas do instrumento. O procedimento empírico foi composto pelas etapas de análise semântica e teste piloto. Para ambas as etapas, estabeleceu-se como critérios de elegibilidade, professores que atuavam na educação infantil e fundamental I de escolas públicas de um município do interior do estado de São Paulo, idade acima de 18 anos e pelo menos três meses de experiência profissional. Os critérios de exclusão foram: professores em férias ou licença no período. Vale ressaltar que, embora os critérios de elegibilidade e exclusão tenham sido os mesmos, os participantes da análise semântica e do teste piloto foram distintos, totalizando 25 e 36 professores, respectivamente.

A análise semântica buscou verificar se todos os itens da escala estavam compreensíveis. Os professores responderam a escala e, a seguir, avaliaram cada item quanto à clareza na redação, compreensão de termos e orientações sobre o preenchimento, a partir de uma escala do tipo Likert com as seguintes possibilidades de respostas: entendi, está claro, tive dúvidas, está pouco claro e não entendi, está confuso. Havia espaço para sugestões.

O procedimento analítico deu-se mediante as respostas obtidas no teste piloto. Desse modo, com vistas à análise e à validação estatística da consistência interna da escala, as respostas dos 36 professores foram inseridas e armazenadas em planilha eletrônica Excel® e, posteriormente, por meio do programa computacional "Statistical Analysis System for Windows", versão 9.2, esses dados foram analisados e correlacionados para a determinação do coeficiente do teste de Alpha de Cronbach. Partindo do pressuposto de que quanto mais elevadas forem as correlações entre os itens, maior é a homogeneidade dos itens e a consistência com que medem a mesma dimensão ou construto teórico, foi considerado satisfatório alfa maior ou igual a 0,70.2323 Tavakol M, Dennick R. Making sense of Cronbach's alpha. Int J Med Educ [Internet]. 2011; [cited 2016 Aug 27]; 2:53-5. Available from: https://www.ijme.net/archive/2/cronbachs-alpha.pdf
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Considerando o envolvimento de seres humanos na pesquisa, o estudo seguiu os pressupostos éticos da Resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado sob o número CAEE 62949716.7.0000.5504, em 24 de fevereiro de 2017.

RESULTADOS

Após revisão da literatura nacional e internacional e discussões entre membros do grupo de pesquisa constitui-se a primeira versão da escala a qual continha oito itens. Os itens eram referentes à confiança dos professores em avaliar e garantir a segurança do local onde ocorre a intercorrência, em avaliar e constatar a necessidade de chamar por ajuda, em avaliar e oferecer o primeiro atendimento nas seguintes intercorrências de saúde: febre, engasgo, crise convulsiva, queda, ferimento profundo e sangramento e parada cardiorrespiratória.

Dentre os 12 especialistas que participaram da validação do conteúdo, 33,3% possuíam título de doutor, com tempo médio de experiência profissional de 9,5 anos. O IVC total da escala foi de 0,86, no entanto, o IVC para o critério clareza foi inferior ao limite estabelecido em cinco itens, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1
Índice de validação de conteúdo (IVC) da Escala visual analógica de autoconfiança dos professores para manejo das intercorrências de saúde na escola por item e total. São Carlos, São Paulo, 2017

Dentre as sugestões, para melhorar a clareza dos itens, destacam-se: substituir o termo "intercorrência clínica ou traumática" por "intercorrência de saúde, seja por doença ou acidente"; substituir "ferimento profundo" por "ferimento que está sangrando muito"; substituir "crise convulsiva" por "convulsão" e "criança encontrada inconsciente" por "criança se encontra desacordada"; acrescentar a especificação "chamar ajuda do Serviço Médico de Urgência (SAMU) pelo número telefônico 192". Outra sugestão importante, diz respeito à dissociação dos itens que analisam a autoconfiança de duas ações distintas simultaneamente, ou seja, o professor pode ter autoconfiança para avaliar uma determinada situação, contudo, pode não se sentir autoconfiante em oferecer o primeiro atendimento na mesma situação.

A partir das sugestões, foi proposta uma nova versão da escala com 12 itens, compreendendo os mesmos temas anteriormente descritos. Essa nova conformação foi submetida à segunda rodada de avaliação de conteúdo pelos mesmos especialistas, resultando em IVC total da escala e dos itens igual a 1,00.

Diante de versão validada, 25 professores da Educação Infantil e Fundamental I foram convidados a participar da etapa de análise semântica. Todos do sexo feminino e tempo médio de experiência profissional de 16 anos. Com relação à compreensão dos itens, 22 (88%) professores indicaram que todos os itens da escala estavam claros, três (12%) professores assinalaram pouca clareza no item 1 e 9, mas não apresentaram sugestão de redação. Nenhum item foi considerado "confuso", portanto, no geral considerou-se que os itens da escala eram compreensíveis.

Após certificação da clareza dos itens, deu-se início ao teste piloto. Nessa etapa, participaram 36 professores da Educação Infantil e Fundamental I, sendo 94% do sexo feminino, média de idade de 38,3 anos, tempo médio de experiência profissional de 12,3 anos. Quanto à formação, a maioria era graduada com especialização (38,9%). No que se refere à experiência prévia com intercorrências de saúde, 77,8% afirmaram já ter vivenciado. A Tabela 2 apresenta os escores médios de autoconfiança por item entre os professores (n=36).

Tabela 2
Escores médios de autoconfiança para manejo das intercorrências de saúde na escola entre os professores da Educação Infantil e Fundamental I. São Carlos, São Paulo, 2017

O valor do α de Cronbach da escala de autoconfiança foi de 0,89, verificando alta consistência interna (>0.70) para a escala. A Tabela 3 apresenta a correlação dos itens e o valor do α de Cronbach.

Tabela 3
Correlação e valor do a de Cronbach por item da Escala visual analógica de autoconfiança dos professores para manejo das intercorrências de saúde na escola. São Carlos, São Paulo, 2017

DISCUSSÃO

A versão final da escala de autoconfiança foi constituída por 12 itens, os quais referem-se às principais intercorrências de saúde ocorridas no ambiente escolar, corroborando com a literatura. Nessa direção, dentre as intercorrências clínicas que compõem a EVA-autoconfiança dos professores para manejo das intercorrências de saúde na escola destaca-se a febre. A febre apresenta-se como um evento comum na infância sendo responsável por 19 a 30% dos atendimentos em unidades de pronto-atendimento infantil.2424 Gomide ACM, Silva RM, Capanema FD, Gonçalves LAO, Rocha RL. Como os pais lidam com a febre infantil: influência das crenças, conhecimento e fontes informação no cuidado e manejo da febre na criança - revisão sistemática da literatura. Rev Med Minas Gerais [Internet]. 2014; [cited 2017 Nov 12]; 24(2):175-80. Available from: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1598. http://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20140050
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A febre quando não controlada, torna-se um potencial risco para complicações, como convulsões ou dano cerebral.2525 Pereira GL, Tavares NUL, Mengue SS, Dal Pizzol TD. Therapeutic procedures and use of alternating antipyretic drugs for fever management in children. J Pediatr [Internet]. 2013 Jan/Feb; [cited 2017 Oct 22]; 89(1):25-32. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0021755713000065?via%3Dihub. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2013.02.005
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-2626 Preux PM, Ratsimbazafy V, Jost J. Epidemiology of febrile seizures and epilepsy: a call for action. J Pediatr [Internet]. 2015 Nov/Dec; [cited 2017 Oct 12]; 91(6):512-4. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0021755715001254?via%3Dihub. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.08.003
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Para além da crise convulsiva febril, outra condição prevalente entre as crianças também apresentada na escala é a epilepsia.2727 Zuberi SM, Symonds JD. Update on diagnosis and management of childhood epilepsies. J Pediatr [Internet]. 2015 Nov/Dec; [cited 2017 Oct 12]; 91(Suppl 1):S67-77. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0021755715001229?via%3Dihub. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.07.003
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No que diz respeito às intercorrências relacionadas aos acidentes, a escala contempla as situações de queda, ferimentos com sangramento e engasgos, que estão em consonância com resultados de outras investigações. Estudo que analisou o perfil dos atendimentos de emergência por acidentes e violências envolvendo crianças menores de 10 anos, no Brasil, revelou que as quedas foram frequentes entre a população estudada.2828 Malta DC, Mascarenhas MDM, Neves ACM, Silva MA. Atendimentos por acidentes e violências na infância em serviços de emergências públicas. Cad Saúde Pública [Internet]. 2015; [cited 2017 Oct 22]; 31(5):1095-105. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2015000500020&script=sci_abstract&tlng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00068814
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Na mesma direção, estudo norte americano reafirma que a aspiração de corpo estranho/engasgo é uma emergência pediátrica comum sendo a sexta causa de mortes por acidentes entre as crianças.2929 Hegde SV, Hui PK, Lee EY. Tracheobronchial foreign bodies in children: imaging assessment. Semin Ultrasound CT MR [Internet]. 2015 Feb; [cited 2017 Oct 23]; 36(1)8-20. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25639173. DOI: 10.1053/j.sult.2014.10.001
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No que se refere à utilização de escalas analógicas, há inúmeros estudos que a utilizam, em especial para avaliação da dor.3030 Silva RL, Moreira DM, Fattah T, Conceição RS, Trombetta AP, Panata L, et al. Avaliação da dor durante o cateterismo por via transradial utilizando Escala Visual Analógica. Rev Bras Cardiol Invas [Internet]. 2015 Jul/Sep; [cited 2017 Nov 12]; 23(3):207-10. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0104184316300388?via%3Dihub. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbci.2016.06.009
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A escala visual analógica é mais sensível a pequenas diferenças e possui maior concordância entre os avaliadores.3131 Baravieira PB, Brasolotto AG, Montagnoli AN, Silvério KC, Yamasaki R, Behlau M. Análise perceptivo-auditiva de vozes rugosas e soprosas: correspondência entre a escala visual analógica e a escala numérica. CoDAS [Internet]. 2016 Mar/Apr; [cited 2017 Oct 12]; 28(2):163-7. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822016000200163&lng=pt&tlng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015098
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Estudo que comparou a escala visual analógica com a escala do tipo likert afirmou que, a escala visual analógica apresenta-se menos vulnerável a confusões de interpretação, além disso, apresenta vantagens com relação ao tempo de resposta, ou seja, é respondida mais rapidamente.2020 Voutilainen A, Pitkäaho T, Kvist T, Vehviläinen-Julkunen K. How to ask about patient satisfaction? The visual analogue scale is less vulnerable to confounding factors and ceiling effect than a symmetric Likert scale. J Adv Nurs [Internet]. 2016 Apr; [cited 2017 Oct 22]; 72(4):946-57. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jan.12875/abstract. http://dx.doi.org/10.1111/jan.12875
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Na validação de conteúdo, os juízes sugeriram alterações em alguns itens a fim de melhorar a clareza e ampliar a abrangência da escala. A incorporação destes apontamentos possibilitou 100% de concordância, evidenciando adequada compreensão do instrumento. Galindo e colaboradores, também obtiveram concordância de todos os especialistas com relação à relevância do conteúdo da cartilha "Primeiros Socorros na Escola" e a sua aplicabilidade.11 Galindo Neto NM, Caetano JA, Barros LM, Silva TM, Vasconcelos EMR. First aid in schools: construction and validation of an educational booklet for teachers. Acta Paul Enferm [Internet]. 2017; [cited 2017 Oct 15]; 30(1):87-93. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n1/1982-0194-ape-30-01-0087.pdf. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700013
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Embora este não tenha sido objetivo, os baixos índices de autoconfiança dos professores para manejo das intercorrências de saúde na escola corroboraram com os achados de uma investigação internacional.1414 Hwang JY, Oh ES, Cho KJ. A study on the self-confidence in performance and education demand of first aid in kindergarten and daycare center teachers. J Korea Acad Industr Cooperat Soc [Internet]. 2016; [cited 2017 Nov 23]; 17(1):234-43. Available from: http://www.koreascience.or.kr/article/ArticleFullRecord.jsp?cn=SHGSCZ_2016_v17n1_234. http://dx.doi.org/10.5762/KAIS.2016.17.1.234
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Valorizando a importância de pesquisas que explorem o efeito de intervenções educativas sobre o atendimento de primeiros socorros.

CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

O presente artigo apresentou o processo de construção e validação da Escala visual analógica de autoconfiança dos professores para manejo das intercorrências de saúde na escola. A escala demonstrou validade de conteúdo na opinião de especialistas (IVC 86% na primeira rodada e 100% na segunda), foi considerada compreensível pelo público-alvo e apresentou alta consistência interna entre os itens. Portanto, a escala mostrou-se fidedigna para atender à dimensão da autoconfiança dos professores em relação ao manejo inicial das intercorrências de saúde na escola, mostrou ser uma ferramenta de fácil utilização e compreensível.

A enfermagem, bem como, os profissionais que atuam na gestão da educação infantil podem apropriar-se dessa escala à medida que sua aplicação pode fornecer subsídios para o planejamento e organização de estratégias educativas sistematizadas e efetivas que promovam maior confiança entre os professores e, consequentemente, um manejo seguro das intercorrências de saúde no ambiente escolar.

No que se refere às limitações do estudo, aponta-se o reduzido número de participantes para as análises iniciais da consistência interna e a impossibilidade de acessar as demais propriedades de medida para reforçar sua utilização. Considera-se que ampliar as investigações sobre a validade e fidedignidade do instrumento deva ser considerado em pesquisas futuras.

REFERENCES

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Set 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    02 Abr 2018
  • Aceito
    24 Jul 2018
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