RESUMO:
Sementes de frutas são materiais tão nutritivos quanto grãos produzidos especificamente para o consumo, no entanto, comumente essas sementes são desprezadas pela agroindústria de processamento de polpas de frutas como resíduo sem valor. A inserção desse tipo de material como produto de consumo tão nobre quanto à própria polpa pode ser viabilizada pela utilização de processos que lhe agreguem valor, preferencialmente com os menores custos. O processo de germinação controlada pode ser utilizado com esse fim. Trata-se de uma estratégia de baixo custo, que permite modular os constituintes das sementes pela interrupção do processo no tempo adequado, permitindo a criação de um novo produto, com destaque para as propriedades bioativas. O trabalho foi realizado com o objetivo de se estudar o efeito do tempo de germinação sobre os constituintes das sementes de quatro variedades de melão. Foram utilizadas sementes de melões das variedades Cantaloupe, Gália, Pele-de-Sapo e Orange, determinando-se o teor de água, cinzas, proteínas, lipídios, açúcares totais e redutores, compostos fenólicos totais, taninos, flavonoides e antocianinas nas amostras in natura e após germinação em tempos de 24, 48, 72 e 96 h. Com exceção do teor de cinzas, todos os parâmetros foram alterados pela germinação. Na Pele-de-Sapo o teor de proteínas foi reduzido, nas demais, foi aumentado. Açúcares totais e redutores, compostos fenólicos totais, taninos, flavonoides e antocianinas tiveram teores elevados com a germinação, variando em tempos intermediários conforme a variedade, em sua maioria com valores mais altos atingidos em 96 h de processo germinativo.
Palavras-chave:
Cucumis melo L.; compostos bioativos; compostos fenólicos; resíduos agrícolas; sustentabilidade; meio ambiente