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Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia para Atores de Teatro Musical: resultados preliminares

RESUMO

Objetivo

Propor o Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia para Atores do Teatro Musical (PRRD-TM), verificar sua aplicabilidade em associação ao Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia Geral (PRRD-G), correlacionar escores finais de ambos, e desses com o escore total, e comparar o risco de disfonia entre atores com e sem queixa vocal.

Método

Estudo transversal observacional com 34 atores de teatro musical adultos, ambos os sexos, com e sem queixa vocal, profissionais ou estudantes. Os questionários foram aplicados individualmente. A análise estatística possibilitou verificar a correlação entre os escores de risco de disfonia e para comparação entre os grupos com e sem queixa vocal.

Resultados

A maioria dos participantes era do gênero masculino, jovens adultos, atores profissionais e sem queixa vocal. Observou-se elevado risco de disfonia, evidenciado pela aplicação do PRRD-G, com escores médios compatíveis com valores encontrados em indivíduos com disfonia, e reforçado pelos índices encontrados com aplicação do PRRD-TM. Observou-se correlação moderada e diretamente proporcional entre os escores dos dois questionários e desses com o escore total. Escores mais elevados do PRRD-G foram encontrados no grupo que apresentou queixa vocal.

Conclusão

O PRRD-TM mostrou-se viável e de fácil aplicabilidade e apresentou correlação positiva com o escore do PRRD-G e com o escore total. Elevado risco de disfonia foi evidenciado em indivíduos com queixa vocal. Apesar do escore específico do PRRD-TM não diferenciar atores de teatro musical com e sem queixa vocal, tanto o escore do PRRD-G quanto o escore total realizaram tal diferenciação.

Descritores
Voz; Distúrbios da Voz; Exposição Ocupacional; Saúde do Trabalhador; Inquéritos e Questionários

ABSTRACT

Purpose

To propose the Dysphonia Risk Screening Protocol for Musical Theatre Actors (DRSP-MTA), to verify its applicability in association with the General Dysphonia Risk Screening Protocol (G-DRSP), to correlate the final scores of both, and these with the total risk score, and to compare the risk of dysphonia measured in musical theater actors with and without vocal complaint.

Methods

An observational cross-sectional study with 34 musical theater actors, adults, of both genders, with and without vocal complaints and regardless of whether they are professionals or students. The questionnaires were applied individually. Statistical analysis made it possible to verify the correlation between the dysphonia risk scores and to compare the groups with and without vocal complaint.

Results

Most of the participants were male, young adults, professional actors and without vocal complaint. There was a high risk of dysphonia, evidenced by the application of G-DRSP, with means scores compatible with values found in individuals with dysphonia, and reinforced by the indices found with DRSP-MTA application. There was a moderate and directly proportional correlation between the two questionnaire scores; and a correlation of both with the total risk score. Higher G-DRSP scores were observed in the vocal complaint group.

Conclusion

DRSP-MTA was feasible and easy to apply and was positively correlated with the total score and G-DRSP score. A high risk of dysphonia was evidenced in individuals with vocal complaints. Although the specific DRSP-MTA score did not differentiate musical theatre actors with and without vocal complaints, the G-DRSP score and the total risk score performed such differentiation.

Keywords
Voice; Voice Disorders; Occupational Exposure; Occupational Health; Surveys and Questionnaires

INTRODUÇÃO

O uso de protocolos padronizados e validados favorece a prática fonoaudiológica na medida em que facilita a comparação dos resultados entre diferentes serviços e permite a realização de estudos que direcionem e aperfeiçoem procedimentos, o que contribui para a prática baseada em evidências e proporciona melhor qualidade de atendimento ao paciente(11 Hazlett DE, Duffy OM, Moorhead SA. Review of the impact of voice training on the vocal quality of professional voice users: implications for vocal health and recommendations for further research. J Voice. 2011;25(2):181-91. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2009.08.005. PMid:20137890.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2009....

2 Putnoki DS, Hara F, Oliveira G, Behlau M. Voice-related quality of life: the impact of a dysphonia according to gender, age and occupational use of voice. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(4):485-90. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000400003.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010...

3 Paoliello K, Oliveira G, Behlau M. Singing voice handicap mapped by different self-assessment instruments. CoDAS. 2013;25(5):463-8. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013005000008. PMid:24408551.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013...
-44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
).

Instrumento destinado à investigação inicial em voz denominado Protocolo de Rastreio de Risco de Disfonia – Geral (PRRD-G), com cálculo de escores, apresentou elevada sensibilidade para diferenciar grupos com e sem disfonia e demonstrou efetividade na clínica de voz(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
). O mesmo instrumento foi aplicado junto a indivíduos com diferentes diagnósticos laríngeos e seu escore correlacionou-se positivamente com o grau de alteração vocal(55 Nemr K, Cota A, Tsuji D, Simões-Zenari M. Voice deviation, dysphonia risk screening and quality of life in individuals with various laryngeal diagnoses. Clinics (São Paulo). 2018;73:e174. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2018/e174. PMid:29538494.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2018/e...
).

O PRRD-G tem sua aplicabilidade indicada a indivíduos de qualquer faixa etária, gênero e independentemente do uso profissional da voz, permitindo o estudo da multiplicidade de fatores envolvidos no desenvolvimento da disfonia(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
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). A proposta é que analise fatores gerais relacionados à voz, sendo necessário complementá-lo com instrumentos específicos de acordo com a faixa etária e profissão. O Protocolo de Rastreio de Risco de Disfonia Específico para Professores (PRRD-Pro), por exemplo, demonstrou que seu escore, associado ao escore do PRRD-G, sustenta a diferenciação entre grupos com e sem alteração vocal, além de fornecer dados qualitativos relevantes para avaliação e planejamento do atendimento fonoaudiológico junto a esta categoria profissional em especial(66 Silva BG, Chammas TV, Zenari MS, Moreira RR, Samelli AG, Nemr K. Analysis of possible factors of vocal interference during the teaching activity. Rev Saude Publica. 2017;51:124. http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000092. PMid:29236878.
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).

Uma variável possível de ser extraída pela aplicação do PRRD-G associado a um protocolo de rastreio do risco de disfonia específico é o escore total do risco de disfonia. Este escore é representado pela soma simples do escore do PRRD-Geral e do escore do PRRD-Específico. Teoricamente esse escore total possibilita a quantificação do risco de disfonia de maneira condizente com a realidade do indivíduo avaliado, pois permite mensuração única, tanto dos riscos gerais, aos quais toda a população pode estar exposta independentemente de faixa etária e profissão, quanto dos riscos específicos relacionados a diferentes faixas etárias ou profissões.

No que se refere à voz de atores do teatro musical há muitas especificidades a serem consideradas. Constituem um grupo especial dentro da elite vocal devido à necessidade de cantar, atuar e dançar(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
), e são considerados mais suscetíveis para o desenvolvimento de problemas vocais(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
). Na avaliação fonoaudiológica desses profissionais, além dos aspectos relacionados à produção vocal, é necessário compreender as demandas específicas de cada personagem, as possíveis condições adversas em relação ao ambiente, o preparo do ator e o estilo musical da produção. É importante considerar a vasta gama de estilos musicais existentes neste cenário e as diferenças entre eles(99 Gonçalves A, Elisabeth A, Behlau M. Overall voice and strain level analysis in rock singers. Pro Fono. 2010;22(3):195-200. PMid:21103705.

10 Green K, Freeman W, Edwards M, Meyer D. Trends in Musical Theatre Voice: an analysis of audition requirements for singers. J Voice. 2014;28(3):324-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2013.10.007. PMid:24467880.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2013....
-1111 Maxfield L, Manternach B. Perceptual differences between novice and professional music theater singers. J Voice. 2018;32(5):572-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.08.007. PMid:28888666.
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). Além disso, destaca-se a estrutura da produção de teatro musical que pode envolver cenografias grandiosas e longas coreografias, o que exige controle preciso tanto das técnicas vocais (ajustes laríngeos, do trato vocal e de suporte respiratório) quanto expressivos(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
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).

A necessidade de combinar canto projetado e dança atlética, que é a base do teatro musical, numa jornada de muitos ensaios e apresentações, pressupõe efeitos fisiológicos que precisam ser melhor conhecidos não apenas pela estética do musical, mas principalmente pelo bem-estar do artista e longevidade de sua carreira(1212 Dancey C, Reidy J. Estatística sem matemática para psicologia: usando SPSS para Windows. Porto Alegre: Artmed; 2006.).

No entanto, ainda são limitados os dados referentes aos hábitos e sintomas vocais e qualidade de voz desta população(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
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).

Um instrumento de investigação específico para ser utilizado junto aos atores do teatro musical contribuirá para compreensão mais aprofundada dos riscos e de aspectos que possam interferir em sua performance vocal.

O presente estudo teve por objetivo propor o Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia para Atores do Teatro Musical (PRRD-TM), verificar sua aplicabilidade, correlacionar seu escore específico ao escore do Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia Geral (PRRD-G) e com o escore total de risco de disfonia e, por fim, comparar o risco de disfonia mensurado em atores de teatro musical com e sem queixa de voz.

MÉTODO

Estudo transversal observacional aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (nº 0560/10).

A amostra formada por conveniência foi composta por 44 atores de teatro musical com idades entre 18 e 47 anos (média de 25,7 anos; ±6,08), dos quais 28 eram homens (17 profissionais e 11 estudantes) e 16 eram mulheres (8 profissionais e 8 estudantes).

Inicialmente foi perguntado a cada participante: “Você tem alguma queixa relacionada à sua voz?”. Dezessete (39%) responderam afirmativamente e 27 (70%) relataram não ter queixa vocal. Foram estabelecidos, assim, dois grupos: com queixa vocal (CQV) e sem queixa vocal (SQV).

O grupo CQV foi composto por: dez participantes homens (58,8%) e sete mulheres (41,2%), sendo onze estudantes (64,7%) e seis profissionais (35,3%), totalizando 17 indivíduos (média de idade de 23,7 anos ±4,01); o grupo SQV foi composto por dezoito participantes homens (66,7%) e nove mulheres (33,3%) sendo oito estudantes (29,6%) e dezenove profissionais (70,4%) totalizando 27 participantes (média de idade de 27 anos ± 6,86).

Todos os indivíduos preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam ao PRRD-G(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
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) e ao PRRD-TM, sendo este último elaborado para o presente estudo (Apêndice A Apêndice A Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia Específico para Atores de Teatro Musical (PRRD-TM) ). Os questionários foram aplicados pelo mesmo pesquisador, individualmente, em local silencioso e da conveniência dos participantes.

Para a elaboração do PRRD-TM foi realizada ampla revisão da literatura sobre o tema e duas aplicações piloto foram efetuadas para os ajustes necessários. Os dados das aplicações piloto não foram incluídos neste estudo.

Tanto o PRRD-G quanto o PRRD-TM possibilitam cálculo de escores parciais e um escore total. O escore do PRRD-G pode variar de zero a 131 pontos e o do PRRD-TM de zero a 166 pontos. Em ambos, quanto mais negativa a resposta mais elevada é a pontuação e maior o risco. Para o PRRD-G a pontuação de corte para risco elevado de disfonia foi definida, sendo 22,75 para homens adultos e 29,25 para mulheres adultas(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
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).

O PRRD-TM é composto por 28 perguntas, das quais quatro são qualitativas e 24 pontuadas em subescores (apresentando subitens), são eles: momento da carreira, atuação em outras profissões, formação artística, aula de canto, aula de dança, preparação física, ensaios, uso de microfone, condições ambientais, tipo respiratório autorreferido, dificuldades para manter a qualidade vocal, função na produção, qualidade vocal antes da prática artística, qualidade vocal depois da prática artística, estresse, aquecimento e desaquecimento vocais, uso vocal diário, fumo, ingestão de bebida alcoólica, uso de drogas, uso de prótese dentária, questões específicas para as mulheres, sinais e sintomas.

Para este estudo foram considerados os dois escores totais, além de ter sido criado um escore final de risco de disfonia (ER) a partir da soma simples entre ambos (PRRD-G + PRRD-TM; variação de zero a 298).

A análise dos dados foi descritiva e inferencial. Para definição da análise estatística foi aplicado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Para análise de correlação entre os escores finais dos dois instrumentos aplicados foi usado o teste de Correlação de Pearson, com interpretação do coeficiente de correlação baseada em Dancey e Reidy(1212 Dancey C, Reidy J. Estatística sem matemática para psicologia: usando SPSS para Windows. Porto Alegre: Artmed; 2006.) que apontam como fraca a correlação com coeficiente de 0,1 a 0,3, moderada de 0,4 a 0,6 e forte de 0,7 a 1; para comparação dos escores entre os grupos CQV e SQV foi utilizado o teste t de Student. O nível de significância foi estabelecido em 5%.

RESULTADOS

Na amostra de 44 atores observaram-se médias de 40,58 (±15,48) no PRRD-G, 58,39 (±15,80) no PRRD-TM e 98,98 (±26,86) no escore total. Os valores obtidos em cada grupo foram: CQV = 51,12 (± 17,26) no PRRD-G, 60,82 (± 17,38) no PRRD-TM e 111,95 (± 30,38) no escore total (PRRD-G + PRRD-TM); SQV = 33,95 (± 9,74) no PRRD-G, 56,86 (± 14,85) no PRRD-TM e 90,82 (± 21,13) no ER.

O escore do PRRD-TM apresentou correlação positiva moderada com o escore do PRRD-G, tanto no grupo CQV quanto no SQV. Também se correlacionou positivamente com o ER em ambos os grupos sendo uma correlação forte em ambos os grupos SQV e CQV, o mesmo ocorreu com o escore do PRRD-G que apresentou correlação positiva e forte com o ER em ambos os grupos (Tabela 1).

Tabela 1
Análise de correlação entre os escores dos questionários por grupo com e sem queixa vocal

O ER e o escore do PRRD-G diferenciaram atores de teatro musical com e sem queixa vocal, identificando-se médias mais elevadas no grupo CQV para ambos os escores (Tabela 2).

Tabela 2
Comparação entre os grupos com e sem queixa vocal em relação aos escores dos questionários

DISCUSSÃO

Ao se considerar os pontos de corte para baixo e alto risco de disfonia de referência(66 Silva BG, Chammas TV, Zenari MS, Moreira RR, Samelli AG, Nemr K. Analysis of possible factors of vocal interference during the teaching activity. Rev Saude Publica. 2017;51:124. http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000092. PMid:29236878.
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) evidenciou-se elevado risco de disfonia em atores de teatro musical com queixa de alteração de voz. Além disso, o valores do escore PRRD-G observados estão próximos à média encontrada em indivíduos com disfonia(66 Silva BG, Chammas TV, Zenari MS, Moreira RR, Samelli AG, Nemr K. Analysis of possible factors of vocal interference during the teaching activity. Rev Saude Publica. 2017;51:124. http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000092. PMid:29236878.
http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.20...
). Os achados laringológicos(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
), a carga vocal elevada(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
) e os resultados do presente estudo reforçam a necessidade de pesquisas com essa população, identificando e descrevendo suas necessidades e os riscos, tanto em estudantes quanto em profissionais. Além de explicitar a necessidade de programas específicos de treinamento(1313 Sliiden T, Beck S, MacDonald I. An evaluation of the breathing strategies and maximum phonation time in musical theater performers during controlled performance tasks. J Voice. 2017;31(2):253.e1-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.06.025. PMid:27666651.
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).

Os atores de teatro musical têm elevada demanda vocal e também grande exigência quanto à qualidade vocal(1414 Vilkman E. Voice problems at work: a challenge for occupational safety and health arrangement. Folia Phoniatr Logop. 2000;52(1-3):120-5. http://dx.doi.org/10.1159/000021519. PMid:10474011.
http://dx.doi.org/10.1159/000021519...
). Assim, alterações vocais, ainda que de grau discreto, podem impactar fortemente em suas carreiras. A excelência na execução de ajustes vocais específicos para cada personagem e em cada produção artística lhes é exigida; tanto ajustes relacionados à fonte glótica quanto relativos ao trato vocal e respiração(1313 Sliiden T, Beck S, MacDonald I. An evaluation of the breathing strategies and maximum phonation time in musical theater performers during controlled performance tasks. J Voice. 2017;31(2):253.e1-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.06.025. PMid:27666651.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
). Além disso, existe a elevada carga vocal composta pelo volume de apresentações semanais, ensaios e coreografias, muitas vezes complexas e associadas ao uso da voz(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
). Qualquer problema, seja vocal, físico ou emocional, poderá comprometer a performance do ator e resultar em dificuldades para que se estabeleça no mercado de trabalho(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
,88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
,1010 Green K, Freeman W, Edwards M, Meyer D. Trends in Musical Theatre Voice: an analysis of audition requirements for singers. J Voice. 2014;28(3):324-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2013.10.007. PMid:24467880.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2013....
).

Independentemente da presença ou não de queixa vocal, os escores médios obtidos com a aplicação dos protocolos de rastreio indicaram risco elevado de disfonia(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
). O valor médio obtido no PRRD-G, além de estar acima do ponto de corte para risco elevado de disfonia(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
), está próximo à média encontrada em indivíduos que apresentaram disfonia(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
). Os achados laringológicos(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
), a carga vocal elevada(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
) e os resultados do presente estudo reforçam a necessidade de pesquisas com essa população, identificando e descrevendo suas necessidades e os riscos, tanto em estudantes quanto em profissionais. Além de explicitar a necessidade de programas específicos de treinamento(1313 Sliiden T, Beck S, MacDonald I. An evaluation of the breathing strategies and maximum phonation time in musical theater performers during controlled performance tasks. J Voice. 2017;31(2):253.e1-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.06.025. PMid:27666651.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
).

Nesse contexto, o PRRD-TM apresentou-se inovador em sua proposta e, além de trazer questões quantitativas, oferece dados qualitativos pertinentes ao rastreio do risco de disfonia em atores do teatro musical.

As correlações positivas entre os escores do PRRD-TM e do PRRD-G, tanto no grupo com queixa vocal quanto no grupo sem queixa, reforçam a importância de se associar ambos questionários na investigação do risco de disfonia nessa população(66 Silva BG, Chammas TV, Zenari MS, Moreira RR, Samelli AG, Nemr K. Analysis of possible factors of vocal interference during the teaching activity. Rev Saude Publica. 2017;51:124. http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000092. PMid:29236878.
http://dx.doi.org/10.11606/S1518-8787.20...
). Quanto mais presentes os riscos gerais mais presentes estarão os riscos específicos referidos pelo ator de teatro musical. Essa evidência também é reforçada pelas correlações positivas observadas entre o escore total e os escores do PRRD-G e do PRRD-TM, observadas também em ambos os grupos (CQV e SQV).

A presença de queixa vocal foi determinante para maior risco de disfonia evidenciado pelo PRRD-G e pelo escore total. Os subescores disponíveis neste questionário poderão ser analisados futuramente para detalhar essa diferença. Pesquisa anterior mostrou eficiência do questionário na diferenciação de indivíduos com e sem disfonia(44 Nemr K, Simões-Zenari M, Duarte JMT, Lobrigate KE, Bagatini FA. Dysphonia risk screening protocol. Clinics. 2016;71(3):114-27. http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(03)01. PMid:27074171.
http://dx.doi.org/10.6061/clinics/2016(0...
).

O escore do PRRD-TM não diferenciou os grupos CQV e SQV. Questionar o ator sobre queixa relacionada à voz pode suscitar diversas interpretações, pois para uns poderá refletir dificuldades em ajustes específicos de fala e canto(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
). Para outros pode se relacionar à presença de alterações na qualidade vocal, por exemplo. O achado da presente pesquisa pode ser indicativo de que, neste caso, a queixa vocal estaria mais relacionada a aspectos gerais como sinais e sintomas vocais, comorbidades e alterações vocais anteriores, que poderão ser explorados na continuidade do estudo nessa temática.

Outro estudo(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
) encontrou alta prevalência de sinais e sintomas vocais negativos em 31 estudantes de teatro musical como fadiga vocal, garganta seca e desconforto no trato vocal, mas que não foram associados à presença de alteração vocal. Ainda assim, alta ocorrência de alterações laringológicas foi encontrada, como lesões inflamatórias, e que também podem explicar, pelo menos em parte, alguns sinais e sintomas referidos(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
). O sintoma mais mencionado em outro estudo foi também a fadiga vocal, nesse caso nem sempre considerada pelos atores como algo negativo, mas consequência do esforço/dedicação excessivos(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
). Indicaram também soprosidade, dificuldade para alcançar notas elevadas e desconforto na garganta(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
).

A necessidade de treinamento específico foi destacada em estudo que demonstrou dificuldades respiratórias quando o canto e a dança ocorrem simultaneamente no teatro musical, o que pode levar a sobrecargas, desconfortos e perda da qualidade estética(1313 Sliiden T, Beck S, MacDonald I. An evaluation of the breathing strategies and maximum phonation time in musical theater performers during controlled performance tasks. J Voice. 2017;31(2):253.e1-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.06.025. PMid:27666651.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
).

Os atores de teatro musical com queixa vocal apresentaram maior ER do que aqueles sem queixa vocal, riscos gerais e específicos. Tal achado confirma a hipótese da aplicabilidade dessa variável e indica a necessidade de estudos que a englobem.

Dentre os atores com queixa vocal muitos eram estudantes. Há autores que acreditam que os atores profissionais dominam melhor as técnicas vocais para o canto no teatro musical e por isso teriam risco um pouco menor do que os estudantes(1111 Maxfield L, Manternach B. Perceptual differences between novice and professional music theater singers. J Voice. 2018;32(5):572-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.08.007. PMid:28888666.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2017....
). Por outro lado, os profissionais podem estar envolvidos em produções teatrais mais exaustivas quanto à performance exigida, número de ensaios e de apresentações e ambiente inadequado, o que pode ainda interferir no tempo para descanso adequado e pouca dedicação aos aspectos de bem-estar vocal como práticas de aquecimento e desaquecimento vocal(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
).

Outro aspecto importante a ser considerado nesta população é a presença de comorbidades que podem interferir na voz. Estudo com estudantes de teatro musical encontrou elevada prevalência de ansiedade ou estresse(77 D’haeseleer E, Claeys S, Meerschman I, Bettens H, Degeest S, Dijckmans C, et al. Vocal characteristics and laryngoscopic findings in future musical theater performers. J Voice. 2017;31(4):462-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.11.018. PMid:28081916.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2016....
).

Os demais dados coletados com aplicação dos dois questionários envolvem o levantamento de sinais e sintomas, rotina e ambiente de trabalho, ensaios e apresentações, além daqueles relativos à hidratação, fumo e comorbidades, entre outros. E todos serão analisados na continuidade deste estudo, em associação a dados da avaliação da voz, com vistas a ampliar a análise, inclusive quanto à relação entre queixa de disfonia e presença de alteração vocal, e possíveis associações entre presença de queixa e/ou disfonia, escores de risco geral e específico e alterações laríngeas.

Além disso, o impacto de carga vocal tão intensa na função vocal, necessária nesse tipo de atuação, precisa ser melhor conhecido para que se possa prevenir ou ao menos reduzir o dano(88 Phyland DJ, Thibeault SL, Benninger MS, Vallance N, Greenwood KM, Smith JA. Perspectives on the impact on vocal function of heavy vocal load among working professional music theater performers. J Voice. 2013;27(3):390.e31-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012.12.003. PMid:23415149.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2012....
). Os professores de teatro musical preocupam-se com os riscos dos estilos de canto por serem altamente desgastantes, física e vocalmente, sendo imprescindível que o ensino ocorra de maneira eficiente e segura(1515 Bourne T, Kenny D. Vocal qualities in music theather voice: perceptions of expert pedagogues. J Voice. 2016;30(1):128.e1-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.03.008. PMid:25882989.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015....
).

Ampliar o conhecimento qualitativo e quantitativo específico sobre os atores do teatro musical contribuirá com o desenvolvimento de práticas mais direcionadas e efetivas para esta população.

CONCLUSÃO

Os resultados preliminares do presente estudo indicam que o PRRD-TM proposto possibilitou o levantamento qualitativo e quantitativo de informações específicas sobre atuação no teatro musical, sendo de fácil aplicação e interpretação junto a esta população.

Os atores apresentaram elevado risco de disfonia pelo PRRD-G e pelo PRRD-TM e houve correlação entre os escores dos dois questionários, sugerindo a aplicação associada de ambos.

O escore do PRRD-G e o escore total foram mais elevados entre aqueles com queixa vocal. No grupo com queixa vocal houve presença expressiva de estudantes.

Apêndice A Protocolo de Rastreio do Risco de Disfonia Específico para Atores de Teatro Musical (PRRD-TM)

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a todos os artistas participantes do estudo que gentil e pacientemente colaboraram para o avanço da ciência.

  • Trabalho realizado no Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP - São Paulo (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: Bolsa de Iniciação Científica PIBIC, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo nº 146636/2016-3.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Abr 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    15 Abr 2019
  • Aceito
    12 Mar 2020
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