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TEMPO DE CONTATO COM INTERVENÇÕES EDUCATIVAS E AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS

TIEMPO DE CONTACTO CON INTERVENCIONES EDUCATIVAS Y AUTOCUIDADO DE PERSONAS CON DIABETES MELLITUS

RESUMO

Objetivo:

verificar a relação entre o tempo de contato com intervenções educativas e as variáveis de autocuidado em usuários com diabetes mellitus.

Método:

estudo quase experimental do tipo antes e depois. Os dados foram coletados entre agosto e dezembro de 2019, em dois momentos distintos: no primeiro dia de intervenção educativa (momento inicial) e o no último dia (momento final). Na análise, utilizou-se o t-student pareado para comparar as médias dos escores no momento inicial e no momento final.

Resultados:

participaram do estudo 57 pessoas que viviam com diabetes mellitus tipo 2. A análise demonstrou melhora nos escores de autocuidado entre o momento inicial (4,15) e o momento final (4,81), com significância estatística (p<0,001).

Conclusão:

verificou-se uma relação positiva entre o tempo de contato com intervenções educativas e as variáveis de autocuidado em usuários acompanhados na estratégia de saúde da família que vivem com diabetes mellitus.

DESCRITORES:
Diabetes Mellitus; Enfermagem; Educação em Saúde; Autocuidado; Cuidados de Enfermagem

RESUMEN:

Objetivo:

verificar la relación entre el tiempo de contacto con intervenciones educativas y las variables de autocuidado en usuarios con diabetes mellitus.

Método:

estudio casi experimental del tipo antes y después. Se obtuvieron los datos entre agosto y diciembre de 2019, en dos momentos distintos: en el primer día de intervención educativa (momento inicial) y en el último día (momento final). En el análisis se utilizó el t-student para comparar los promedios de las puntuaciones en el momento inicial y en el momento final.

Resultados:

participaron del estudio 57 personas que presentaban diabetes mellitus tipo 2. El análisis demostró crecimiento en las puntuaciones de autocuidado entre el momento inicial (4,15) y el momento final (4,81), con significancia estadística (p<0,001).

Conclusión:

se verificó una relación positiva entre el tiempo de contacto con intervenciones educativas y las variables de autocuidado en usuarios acompañados en la estrategia de salud de la familia que presentan diabetes mellitus.

DESCRIPTORES:
Diabetes Mellitus; Enfermería; Educación en Salud; Autocuidado; Cuidados de Enfermería

ABSTRACT

Objective:

To identify the relationship between the contact time in educational interventions and self-care variables in users of the Family Health Strategy service with diabetes mellitus.

Method:

Quasi-experimental before and after study. Data were collected between August and December 2019 at two different times: on the first day (initial moment) and on the last day (final moment) of an educational intervention. In the analysis, paired t-student was used to compare the mean scores in the initial and final moments.

Results:

The participants were 57 people living with type 2 diabetes mellitus. Analysis showed improvement in the self-care scores between the initial moment (4.15) and the final moment (4.81), with statistical significance (p <0.001).

Conclusion:

A positive relationship was identified between the contact time in educational interventions and self-care variables in users of the family health strategy (ESF) service who live with diabetes mellitus.

DESCRIPTORS:
Diabetes Mellitus; Nursing; Health education; Self-care; Nursing care

INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é um importante problema de saúde pública, devido às suas complicações crônicas macrovasculares e microvasculares, caracterizadas pelo longo curso clínico e, na maioria das vezes, pela irreversibilidade, o que requer gerenciamento e administração do Sistema Único de Saúde de forma permanente e integral(1)1. Santos EKM dos, Souza VP de, Gonzaga IAA de S, Santos ECB dos. The self-care of users bearing diabetes mellitus: socio-demographic, clinical and therapeutic profiles. Rev. Fund. Care Online. [Internet]. 2018 [accessed 01 dez 2019]; 10(3). Available from: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i3.720-728.
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. A Sociedade Brasileira de Diabetes projetou que, em 2040, o número de pessoas com a doença deverá ser superior a 642 milhões, e cerca de 75% desses casos ocorrerá nos países em desenvolvimento(2)2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Epidemiologia e impacto global do diabetes mellitus (2017-2018). [Internet]. São Paulo: Clannad; 2017 [accessed 12 dez 2019]. Available from: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf.
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.

Estima-se que o aumento na prevalência dessa condição crônica se dá pela eminência da obesidade, fatores relacionados ao estilo de vida sedentário, modificações no consumo alimentar, e aumento da expectativa de vida da população(3)3. Muslu L, Ardahan M. Motivational interview technique for life style change in diabetes mellitus. Psikiyatride Güncel Yaklasimlar. [Internet]. 2018 [accessed 20 dez 2019]; 10(3). Available from: http://dx.doi.org/10.18863/pgy.348106.
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. Assim, é preciso reconhecer que o diabetes é uma doença que requer mudanças de comportamento, que exigem educação, desenvolvimento de habilidades, aconselhamento e apoio da equipe de saúde. Modificações comportamentais fazem parte de processos complexos afetados por vários fatores, como conhecimento, crenças, atitudes, habilidades, motivação e apoio social(4).

Considerando a problemática supracitada, são necessárias estratégias que empoderem os usuários com diabetes, tornando-os protagonistas do seu próprio cuidado, visto que pesquisas apontam que eles tendem a apresentar baixas taxas de adesão ao tratamento, principalmente por requerer autocuidado em longo prazo(5)5. Maia MA, Reis IA, Torres H de C. Relationship between the users’ contact time in educational programs on diabetes mellitus and self-care skills and knowledge. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 08 fev 2020]; 50(1). Available from: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100008.
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. Diante disso, a educação do indivíduo diabético passa a ser considerada um processo social, representando toda e qualquer influência sofrida pelo indivíduo, capaz de modificar seu comportamento(6)6. Imazu MFM, Faria BN, Arruda GO de, Sales CA, Marcon SS. Effectiveness of individual and group interventions for people with type 2 diabetes. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [Internet]. 2015 [accessed 15 fev 2020]; 23(2). Available from: https://doi.org/10.1590/0104-1169.0247.2543.
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. Acredita-se que, quanto mais conhecimento em relação à doença e ao tratamento, maior será a probabilidade da adoção de atitude positiva no autogerenciamento da saúde(7)7. Binh TQ, Phuong PT, Nhung BT. Knowledge and associated factors towards type 2 diabetes among a rural population in the Red River Delta region, Vietnam. Rural Remote Health. [Internet]. 2015 [accessed 16 fev 2020; 15(3). Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26408862.
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.

Estudos apontam que a utilização da educação em saúde apresenta efetividade na redução de complicações, cuidados com os pés, maior adesão aos hábitos dietéticos e de atividade física, monitorização de glicemia, e uso de medicamentos(55. Maia MA, Reis IA, Torres H de C. Relationship between the users’ contact time in educational programs on diabetes mellitus and self-care skills and knowledge. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 08 fev 2020]; 50(1). Available from: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100008.
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,88. Menezes MM, Lopes CT, Nogueira L de S. Impact of educational interventions in reducing diabetic complications: a systematic review. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2016 [accessed 18 fev 2020]; 69(4). Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690422i.
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). Ademais, evidências científicas demonstram que a adesão ao autocuidado adequado no diabetes potencializa e viabiliza o sucesso terapêutico, mediando resultados satisfatórios, como a melhora do controle metabólico, da qualidade de vida, de sintomas ansiosos e depressivos, e a redução do risco cardiovascular(9)9. Eid L P, Leopoldino SAD, Oller GASA de O, Pompeo DA, Martins MA, Gueroni LPB. Factors related to self-care activities of patients with type 2 diabetes mellitus. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2018 [accessed 14 dez 2019]; 22(4). Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0046.
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Considerando os elementos ora apresentados, ressalta-se que a investigação desses fatos permitirá o levantamento da efetividade das atividades de educação em saúde, bem como fornecerá aos indivíduos envolvidos a aquisição de experiência para o manejo de sua condição de saúde. Assim, aponta-se relevância e contribuição da temática proposta, principalmente no que diz respeito ao estabelecimento da relação tempo de intervenção educativa e autocuidado, visto que são incipientes estudos que abordem esse contexto.

Desta forma, esse estudo objetiva verificar a relação entre o tempo de contato com intervenções educativas e as variáveis de autocuidado em usuários com diabetes mellitus.

MÉTODO

Estudo quase experimental do tipo antes e depois. A população consistiu em usuários acompanhados na Estratégia de Saúde da Família de um município localizado no Curimataú paraibano, região nordeste do Brasil, que apresentavam diagnóstico médico de DM, idade superior a 18 anos e que participaram de no mínimo uma atividade de educação em saúde. É importante enfatizar que cada intervenção educativa teve duração mínima de 120 minutos. Foram excluídos aqueles que apresentaram dificuldades de entender e responder às questões dos instrumentos de coleta de dados, delimitando assim a amostra por conveniência.

As atividades de intervenção foram desenvolvidas em três encontros, com as seguintes temáticas: orientação quanto a hábitos alimentares e atividade física, uso de medicamentos orais e insulinoterapia, e cuidados com os pés. Os conteúdos abordados nas ações foram discutidos por meio de metodologias ativas, para estimular a reflexão e o protagonismo do usuário sobre o seu autocuidado.

Os dados foram coletados entre agosto e dezembro de 2019. Para a coleta, os usuários responderam a um questionário sociodemográfico no momento inicial (Mi) e Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire, que mensurou a adesão às atividades de autocuidado, sendo aplicado antes do início de cada ação, a fim de verificar o escore obtido no momento final (Mf).

O Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire foi traduzido para o português, adaptado culturalmente e teve suas propriedades psicométicas testadas(10)10. Michels MJ, Coral MHC, Sakae TM, Damas TB, Furlanetto LM. Questionnaire of diabetes self-care activities: translation, cross-cultural adaptation and evaluation of psychometric properties. Arq Bras Endocrinol Metab. [Internet]. 2010 [accessed 20 fev 2020]; 54(7). Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-27302010000700009.
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. Apresenta os itens distribuídos em dias por semana, de zero a sete, sendo zero a situação menos desejável e sete a mais favorável. A adesão é satisfatória quando os escores de atividades de autocuidado são maiores ou iguais a cinco. No entanto, existem estudos em que o comportamento de autocuidado desejável foi considerado quando a média obtida nas atividades foi superior a quatro, o que compreende o número de dias da semana em que a prática de autocuidado foi realizada(9)9. Eid L P, Leopoldino SAD, Oller GASA de O, Pompeo DA, Martins MA, Gueroni LPB. Factors related to self-care activities of patients with type 2 diabetes mellitus. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2018 [accessed 14 dez 2019]; 22(4). Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0046.
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Ademais, o questionário conta com informações referentes a alimentação geral, alimentação específica, atividade física, monitorização da glicemia, cuidados com os pés, medicação e tabagismo. Nos itens da dimensão alimentação específica, que questionam sobre o consumo de alimentos ricos em gordura e doces, os valores foram invertidos. Destaca-se que, nesta pesquisa, não foi considerada a avaliação do tabagismo para o estabelecimento de escore, visto que ela era apresentada por proporção de fumantes, média de cigarros consumidos e a última vez em que fumou.

Na análise inferencial, foi verificada a normalidade dos dados numéricos, por meio dos testes de Kolmogorov Smirnov. Como a distribuição apresentou normalidade, utilizouse o t-student pareado para comparar as médias dos escores nos tempos Mi e Mf. Em todas as análises o nível de significância adotado foi de <0,05.

A pesquisa foi operacionalizada após a apreciação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer nº 3.541.477/2019.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa 57 usuários que viviam com DM tipo 2, sendo 41 (71,9%) do sexo feminino, com idade média de 65,3 anos (±12,2). Constatou-se predomínio de casados 23 (40,4%), 34 (59,6%) apresentavam ensino fundamental incompleto e eram aposentados, e a renda familiar mensal de 48 (84,3%) era de um a dois salários mínimos.

Em relação às condições de saúde, tinham tempo médio de diagnóstico de 8,3 anos (±7,6), 36 (66,2%) apresentavam hipertensão arterial, e retinopatia foi a complicação mais frequente em oito (14,0%). Ressalta-se também que 30 (52,6%) nunca fumaram e 45 (78,9%) utilizavam hipoglicemiante oral como terapêutica farmacológica.

As atividades de autocuidado nos momentos Mi e Mf são apresentadas na Tabela 1. A análise dos dados demonstra que houve aumento médio nos escores entre o Mi e Mf, inferindo-se que houve impacto positivo no comportamento de autocuidado de usuários com DM a partir da participação nas atividades de educação em saúde.

Tabela 1
Comparação dos escores dos questionários Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire entre o momento inicial (Mi) e momento final (Mf). Cuité, PB, Brasil, 2019

Na Tabela 2 são apresentados os escores do Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire entre o Mi e Mf, de acordo com a adesão aos itens do questionário. O tratamento medicamentoso foi o que obteve média mais elevada dentre os itens do questionário, mesmo não apresentando diferenças médias entre Mi e Mf, no que diz respeito à utilização de antidiabéticos orais.

Tabela 2
Comparação dos escores do Summary of Diabetes Self-Care Activities Questionnaire entre o momento inicial (Mi) e momento final (Mf), de acordo com a adesão aos itens do questionário. Cuité, PB, Brasil, 2019 (continua)

DISCUSSÃO

A caracterização sociodemográfica e clínica dos sujeitos do estudo corrobora com resultados de outras investigações, em que é identificado predomínio de usuários com DM tipo 2 pela população idosa, do sexo feminino e com baixa escolaridade(11)11. Reis P dos, Marcon SS, Nass EMA, Arruda GO de, Back IR, Lino IGT, et al. Performance of people with diabetes mellitus under insulin therapy. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [accessed 30 mar 2020]; 25. Available from: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.66006.
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No que diz respeito às habilidades de autocuidado, observou-se um aumento na média dos diferentes momentos, a partir da participação nas ações realizadas. Esse dado sugere a relevância da realização de atividades de educação em saúde, principalmente em grupo, com pessoas que vivem com DM, pois permite que os participantes troquem experiências e verbalizem dúvidas e sentimentos relacionados a essa condição(12)12. Vieira G de LC, Cecílio SG, Torres H de C. The perception of users with diabetes regarding a group education strategy for the promotion of self-care. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2017 [accessed 20 mar 2020]; 21(1). Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-81452017000100217&lng=en&nrm=iso.
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Além disso, em algumas variáveis, baseando-se na diferença de média entre o Mi e o Mf houve significância estatística, que é o caso de alimentação geral, em que foram questionados sobre ingesta de alimentação saudável e seguimento de orientação alimentar.

A ingesta de uma alimentação adequada é de extrema importância para as pessoas com DM, visto que contribui para o controle glicêmico, além de repercutir metabolicamente para o ganho ideal de peso(13)13. Vicente MC, Silva CRR da, Pimenta CJL, Frazão MCLO, Costa TF da, Costa KN de FM. Resilience and self-care of elderly people with diabetes mellitus. Rev. Rene. [Internet]. 2019 [accessed 21 mar 2020]; 20(e:33947). Available from: http://dx.doi.org/10.15253/2175-6783.20192033947.
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. Nesta variável, obteve-se uma melhora significativa em relação à adesão de uma alimentação saudável, cujos valores foram próximos a sete, referente aos dias na semana em que se pôs em prática esse hábito. Este resultado é satisfatório e se contrapõe a um estudo que avaliou um grupo de diabéticos no Chile, cujos dados mostraram dificuldade dos entrevistados em relação a manter a dieta, obtendo uma média de 4,19(14)14. Aguayo-Verdugo N, Valenzuela-Suazo S, Luengo-Machuca L. Autocuidado, alfabetización en salud y control glicémico en personas con diabetes mellitus tipo 2. Cienc. Enferm. [Internet]. 2019 [accessed 22 mar 2020]; 25. Available from: http://dx.doi.org/10.4067/s0717-95532019000100217.
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Em relação à alimentação específica, nas perguntas referentes à ingesta de doces e alimentos ricos em gordura, por serem comportamentos considerados inadequados, inverteu-se a escala numérica, iniciando em ordem decrescente, mantendo o sete como valor desejável e zero insatisfatório. Desta forma, apesar da pouca diferença entre o primeiro e último encontro, ambos comportamentos obtiveram valores dentro dos parâmetros esperados.

No tocante ao consumo de doces, não se observou diferença estatisticamente significante entre Mi e Mf, mesmo esse hábito sendo pouco executado semanalmente. Destaca-se que os alimentos ricos em açúcares e doces, quando consumidos em excesso por essa população, além de elevar os índices glicêmicos, contribuem para elevação do sobrepeso, intolerância à glicose e aumento do risco de complicações cardiovasculares(15)15. Leite C P, Vieira SCR, Leite PIP, Santos EM dos, Landim MAT, Bezerra G da S. Food behavior of diabetes mellitus type II carriers at a UBS. Id on Line Rev. Mult. Psic. [Internet]. 2019 [accessed 23 mar 2020]; 13(47). Available from: http://doi.org/10.14295/idonline.v13i47.2094.
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Ademais, os dados encontrados revelam a realidade dos achados de um estudo realizado na Bahia com idosos diabéticos, em que estes associavam as restrições alimentares para o controle da glicemia apenas aos doces/açúcares e desconsideravam todos os outros carboidratos fonte de glicose, justificando a alta adesão à restrição de doces(16)16. Rocha NB de S, Souza A dos S, Barbosa CB de A, Meira EC, Oliveira J da S, Santos ISC, et al. Meanings and dietary practices among older adults diagnosed with type 2 diabetes mellitus. Rev Bras Promoç Saúde. [Internet]. 2019 [accessed 25 de mar 2020]; 32. Available from: http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2019.9518.
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Outra pesquisa aponta resultados diferentes deste estudo, em que, mesmo os usuários fazendo ingesta de frutas e verduras por pelo menos cinco dias da semana, ainda assim consumiam doces e alimentos ricos em gordura quase todos os dias(17)17. Costa Neto JD, Araújo ADS de, Santana TCFS de, Rêgo AS, Ferreira PR, Bassi D. Adherence of diabetes mellitus patients to self-care activities. Rev. Investig. Bioméd. [Internet]. 2018 [accessed 23 de mar]; 10(2). Available from: http://www.ceuma.br/portalderevistas/index.php/RIB/article/view/269.
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Nesse contexto, salienta-se que a pessoa com DM deve consumir alimentos que auxiliem o corpo no metabolismo de carboidratos, tais como verduras, frutas, legumes e cerais integrais. Em relação às proteínas, deve-se priorizar as magras, pois o consumo de gordura precisa ser rigorosamente controlado. Assim, o ideal é optar por gordura insaturada, pois esta relaciona-se com o controle do colesterol(18)18. Oliveira EBC de, Dias JCR. Evaluation of feeding quality and nutritional status of individuals with Diabetes Mellitus treated in the city of Bebedouro – S P. Revista Ciências Nutricionais Online. [Internet]. 2019 [accessed 23 mar 2020]; 3(1). Available from: http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cienciasnutricionaisonline/sumario/82/04062019133845.pdf.
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A respeito da realização de atividades físicas, observou-se uma melhora na média de dias realizados, porém insuficiente, visto que essa prática não era realizada nem por três dias na semana. A inatividade nesta população pode ser justificada pela idade avançada dos entrevistados, que dificulta a locomoção.

Ademais, evidencia-se ausência de uma rotina de prática de atividade física. Esses dados corroboram a pesquisa cuja média de dias de atividade física que os participantes realizavam era de 2,62(19)19. Hoepers NJ, Roldão G dos S, Fernandes PR, Dimer LM, Pavei SRP. Self-care of people with diabetes mellitus type II in family health strategy. Revista Inova Saúde. [Internet]. 2018 [accessed 24 mar 2020; 8(2). Available from: http://dx.doi.org/10.18616/inova.v8i2.3458.
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. Similarmente ao estudo desenvolvido com 65 pessoas que viviam com DM tipo 2, em que foi observado a prática de exercícios físicos de zero a três dias pelos participantes, e relataram desânimo, desconforto e falta de orientação de algum profssional como justificativa(20)20. Carmo RL do, Nunes TD, Nunes TD, Libardoni KS de B. Influência das atividades de autocuidado de pacientes diabéticos sobre os parâmetros bioquímicos e antropométricos. Texto contexto- enferm. [Internet]. 2018 [accessed 23 mar 2020]; 18(35). Available from: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2018.35.27-33.
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O exercício físico é um importante componente no tratamento e controle do DM, pois diminui a necessidade diária de insulina, na medida em que a glicose é degradada durante sua realização. Além disso, previne o desenvolvimento de complicações e auxilia no controle do peso corporal. Outro fator considerável são as repercussões psicológicas que o exercício físico desempenha, trazendo sensação de saúde emocional e bem estar(21)21. Orozco LB, Alves SH de S. Differences of self-care among patients with diabetes mellitus type 1 and 2. Psic., Saúde & Doenças. [Internet]. 2017 [accessed 24 mar 2020]; 18(1). Available from: http://dx.doi.org/10.15309/17psd180119.
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A monitorização da glicemia foi uma atividade que também apresentou melhora discreta. Apesar disso, a baixa realização da glicemia capilar deve-se ao fato de poucos entrevistados possuírem o glicosímetro, e a maioria dos serviços disponíveis só realizarem o teste uma vez na semana por paciente. Em uma pesquisa, constatou-se que apenas 38,9% dos entrevistados realizavam a monitorização da glicemia capilar por não possuírem o aparelho para o hemoglicoteste(22)22. Souza KOC de, Mendonça SCB de, Otero LM, Souza MFC de, Ribeiro S de O. Self-care of patients with diabetes mellitus type 2. Semina cienc. biol. saude. [Internet]. 2019 [accessed 25 mar 2020]; 40(1). Available from: http://doi.org/10.5433/1679-0367.2019v40n1p75.
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. Ressalta-se a importância da monitorização da glicemia para se controlar os índices sanguíneos de glicose, sendo possível a adequação das doses de insulina de acordo com o apresentado, além de evitar hipoglicemia e hiperglicemia(23)23. Alencar IGM, Medeiros CM, Muniz GG, Medeiros CM. Glycemic monitoring of brazilian adolescents with type 1 diabetes. Rev. enferm. UFPE online. [Internet]. 2018 [accessed 26 mar 2020]; 12(7). Available from: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/231277.
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No que tange aos cuidados com os pés, identificou-se uma melhora em relação à observação dos pés e inspeção dos calçados, ainda assim, os dados não conferiram significância estatística por não haver diferença nas médias entre Mi e Mf. Esse achado se deve ao fato de grande parte dos entrevistados não perceberem perda de sensibilidade na região podal. Em outra investigação, os autores obtiveram nesse item uma média de 5,5 dias, o que foi considerado adequado(9)9. Eid L P, Leopoldino SAD, Oller GASA de O, Pompeo DA, Martins MA, Gueroni LPB. Factors related to self-care activities of patients with type 2 diabetes mellitus. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2018 [accessed 14 dez 2019]; 22(4). Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2018-0046.
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A adesão do autocuidado com os pés mostra-se como fundamental medida para a redução de complicações como o pé diabético: trata-se de ulcerações nos membros inferiores, causadas pela neuropatia periférica e vasculopatia. Além das causas já citadas, outros fatores podem contribuir para o aparecimento do pé diabético, como tempo de diagnóstico, idade, demora e/ou não adesão ao tratamento(24)24. Padilha A P, Rosa LM da, Schoeller SD, Junkes C, Mendez CB, Martins MMFP da S. Care manual for diabetic people with diabetic foot: construction by scoping study. Texto contexto-enferm. [Internet]. 2017 [accessed 26 mar 2020]; 26(4). Available from: https://doi.org/10.1590/0104-07072017002190017.
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Em relação aos medicamentos, apesar de não haver diferenças nas médias entre Mi e Mf da utilização de antidiabéticos orais, e diminuição entre as médias entre Mi para Mf no uso de insulinoterapia, considera-se os dados satisfatórios, visto que todos apresentam média acima de seis, o que demonstra boa execução dessa prática, quando avaliada semanalmente.

Dados de outra investigação também pontuam resultado positivo em relação à utilização de insulina pelos usuários, porém, referindo-se a medicamentos orais a média foi de apenas 4,5(25)25. Trevizani FA, Doreto DT, Lima GS, Marques S. Self-care activities, sociodemographic variables, treatment and depressive symptoms among older adults with Diabetes Mellitus. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2019 [accessed 27 mar 2020]; 72(supl.2). Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0579.
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. Outros achados apontam que se obteve média satisfatória no que tange aos medicamentos orais, e média muito baixa na utilização de insulina conforme orientado(26)26. Sousa FDA, Soares JR, Freitas RF. Atividades de autocuidado de homens diagnosticados com diabetes mellitus tipo II. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. [Internet]. 2018 [accessed 28 mar]; 12(76). Available from: http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/847.
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Observa-se que o tratamento medicamentoso foi o que obteve média mais elevada dentre as variáveis. Isso é explicado pois as pessoas que vivem com DM tem dificuldades de aderir a mudanças no estilo de vida por valorizarem a acreditarem mais na terapia farmacológica(19)19. Hoepers NJ, Roldão G dos S, Fernandes PR, Dimer LM, Pavei SRP. Self-care of people with diabetes mellitus type II in family health strategy. Revista Inova Saúde. [Internet]. 2018 [accessed 24 mar 2020; 8(2). Available from: http://dx.doi.org/10.18616/inova.v8i2.3458.
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. A terapia medicamentosa, além dos outros cuidados, também tem papel significante no tratamento do DM. A utilização dos antidiabéticos orais faz com que o organismo produza e utilize insulina, como também auxilia o intestino na absorção de amido e açúcar(21)21. Orozco LB, Alves SH de S. Differences of self-care among patients with diabetes mellitus type 1 and 2. Psic., Saúde & Doenças. [Internet]. 2017 [accessed 24 mar 2020]; 18(1). Available from: http://dx.doi.org/10.15309/17psd180119.
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.

Já o tratamento com a insulina permite o controle rigoroso desse hormônio no corpo, diminuindo o risco de desenvolvimento de complicações a longo prazo, melhorando a qualidade de vida e consequentemente aumentando a sobrevida(27)27. Souza Z, Neves MC, Carvalho D. Insulin administration technique: a practice based on scientific evidence. Revista Portuguesa de Diabetes. [Internet]. 2019 [accessed 29 mar 2020]; 14(3). Available from: http://www.revportdiabetes.com/wp-content/uploads/2019/11/RPD-Set-2019-Artigo-de-Revis%C3%A3o-p%C3%A1gs-120-128.pdf.
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. A insulinoterapia, apesar de não estar muito relacionada ao DM tipo 2, também pode ser indicada nesses pacientes, tendo por objetivo reduzir a sobrecarga renal e hepática na metabolização e secreção dos antidiabéticos orais, bem como no controle da glicemia quando o tratamento medicamentoso e medidas dietéticas forem insuficientes(28)28. Ramírez MAM, Hidalgo EE, Avalos MÁS, Gómez AR, Cerda LMG, Blanco AA, et al. Factores que intervienen sobre la adherencia terapéutica en el tratamiento con insulina en pacientes diabéticos tipo II del Hospital Regional de Magdalena, Jalisco. Revista de Educación y Desarrollo. [Internet]. 2017 [accessed 29 mar 2020]; 41 Available from: http://www.cucs.udg.mx/revistas/edu_desarrollo/anteriores/41/41_Mercado.pdf.
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.

Algumas limitações do estudo estão relacionadas à baixa adesão dos usuários e à continuidade na participação das ações de educação em saúde. No entanto, além das contribuições científicas apontadas nesta pesquisa, os dados levantados viabilizam o desenvolvimento de novas estratégias e estudos capazes de sensibilizar as pessoas que vivem com diabetes a participarem de grupos e ações de educação em saúde, e aderirem às medidas de autocuidado, melhorando consequentemente sua qualidade de vida.

CONCLUSÃO

Este estudo possibilitou conhecer a relação positiva entre o tempo de contato com intervenções educativas e as variáveis de autocuidado em usuários cadastrados na estratégia de saúde da família que vivem com diabetes mellitus. Assim, foi possível observar melhoras significativas na adesão de habilidades de autocuidado a partir da participação em atividades de educação em saúde.

Apesar dos impactos positivos, alguns comportamentos ainda foram insuficientes, não atingindo média favorável no que diz respeito à execução semanal, como é o caso da realização de atividades físicas e da monitorização da glicemia capilar. Desta forma, é preciso que sejam construídas estratégias e políticas públicas que possibilitem a adesão dos usuários.

Acredita-se que os resultados obtidos nesse estudo demonstram a efetividade das ações executadas, contribuindo para a assistência de enfermagem e para a comunidade científica da área. Ademais, espera-se que esses achados embasem um melhor planejamento da assistência voltado aos usuários que vivem com DM, bem como sensibilizem os profissionais a visualizarem a relevância da educação em saúde para adesão às habilidades de autocuidado.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    01 Abr 2020
  • Aceito
    24 Jul 2020
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