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Modos de vida, experiências trans e enfrentamentos: considerações para a ação técnica em terapia ocupacional social

Resumo

Este artigo decorre de uma pesquisa que teve como objetivo central compreender como pessoas trans constroem estratégias de enfrentamento às condições de marginalização ao longo de suas histórias de vida. Para tanto, tomamos a história oral de vida como metodologia de apreensão de dados, além de ferramentas da etnografia, como a observação. Os dados foram organizados a partir do conceito de modos de vida, à luz da perspectiva de Isabel Guerra, disposta em três eixos centrais: o sistema e os atores sociais; a história e o cotidiano; o objetivo e o subjetivo na percepção do real. Além disso, procedemos as análises por uma perspectiva interseccional, e os resultados indicaram que as imposições do sistema sexo-gênero-desejo operam desde as primeiras etapas da vida, numa engrenagem que articula diversos atores e instituições sociais, como também os acessos às condições concretas de operacionalização da vida. A forma pela qual essas imposições e limites são percebidos media as principais estratégias de enfrentamento, que agregam a reconfiguração da rede de suporte e a luta pelo reconhecimento, que, no caso das/os interlocutoras/es da referida pesquisa, deu-se através da educação e dos espaços do movimento social. A análise amparada no conceito de modos de vida ofereceu uma potente lente para reconhecer as demandas desse grupo, apresentando-se como possibilidade teórico-metodológica para a terapia ocupacional social.

Palavras-chave:
Identidade de Gênero; Sexualidade; Terapia Ocupacional Social

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