Acessibilidade / Reportar erro

Aconselhamento para mudança do estilo de vida de trabalhadores sedentários sobre a dor musculoesquelética: revisão sistemática

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A dor musculoesquelética (DME) em trabalhadores sedentários é causa de absenteísmo, custos elevados em saúde e está relacionada ao seu estilo de vida e de trabalho. Revisões sistemáticas de intervenções sobre a condição de DME nesta população baseiam-se nos equipamentos de trabalho e não apresentam consenso quanto ao tipo de intervenção e sua efetividade. Portanto, o objetivo foi analisar as evidências dos estudos de intervenção que incluíram estratégias de educação para mudança do estilo de vida de trabalhadores sedentários para a redução da DME.

CONTEÚDO:

Esta revisão sistemática segue as recomendações do PRISMA 2020. Foram realizadas buscas até abril de 2021 nas bases de dados Pubmed, BIREME e Scielo, visando identificar estudos clínicos randomizados ou não randomizados publicados entre janeiro de 1999 e abril de 2021. Foram utilizados descritores de busca indexados e definidos critérios de elegibilidade segundo a estratégia PICOS. O risco de viés foi avaliado por meio da escala PEDro. Foram incluídos oito estudos clínicos randomizados publicados entre 2004 e 2020, realizados na Europa, Ásia, Estados Unidos e Austrália, que envolveram 1.871 pessoas (35 a 52 anos). As intervenções variaram de duas semanas a 12 meses. Cinco estudos apresentaram maior número de mulheres. Além dos aconselhamentos para estilo de vida, três estudos abordaram características do trabalho (tempo na postura sentada, postura corporal) e outros três investigaram questões relacionadas à dor (sintomas, anatomia pescoço/ombro e autogerenciamento). Seis intervenções foram efetivas para a redução da intensidade e da frequência de DME nas regiões cervical e lombar da coluna, nos ombros e coluna torácica, as quais utilizaram aconselhamentos para aumento da prática de atividade física, controle do estresse, alimentação saudável, diminuição do consumo de álcool e do tabagismo. Seis estudos apresentaram risco de viés médio/baixo nos itens alocação oculta, comparabilidade da linha de base, cegamento (indivíduos, terapeutas e avaliadores), acompanhamento adequado e análise de intenção de tratar; e dois estudos apresentaram risco médio/alto nos mesmos itens, exceto na comparabilidade da linha de base.

CONCLUSÃO:

Intervenções realizadas no local de trabalho e que incluam estratégias de educação e aconselhamentos para mudanças no estilo de vida podem ser efetivas para redução da intensidade e da frequência de DME em trabalhadores sedentários. Registro PROSPERO: CRD42022342636.

DESTAQUES

  • Educação a respeito de estilo de vida pode reduzir a dor musculoesquelética de trabalhadores.

  • Atividade física e controle do estresse contribuem para redução da intensidade de dor.

  • O local de trabalho é um ambiente potente para melhora na dor musculoesquelética.

INTRODUÇÃO

Os problemas musculoesqueléticos compreendem mais de 150 afecções que afetam o sistema locomotor das pessoas, sendo caracterizados por dor e limitações de mobilidade, podendo reduzir a capacidade de trabalhar11 World Health Organization. Musculoskeletal conditions [Internet]. 2021 [citado 22 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/musculoskeletal-conditions.
https://www.who.int/news-room/fact-sheet...
. Uma análise sistemática dos dados do Global Burden of Disease Study de 2019 mostrou que, em todo o mundo, aproximadamente 1,71 bilhão de pessoas apresentavam problemas associados com dor musculoesquelética (DME)22 Cieza A, Causey K, Kamenov K, Hanson S W, Chatterji S, Vos T. Global estimates of the need for rehabilitation based on the Global Burden of Disease study 2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet. 2021;396(10267):2006-17., os quais tiveram aumento de 58% nas duas últimas décadas, sendo que mulheres tiveram maior incidência que homens e as condições de dor lombar, dor cervical, artrite reumatoide, osteoartrite e gota foram as cinco com maior ocorrência33 Jin Z, Wang D, Zhang H, Liang J, Feng X, Zhao J, Sun L. Incidence trend of five common musculoskeletal disorders from 1990 to 2017 at the global, regional and national level: results from the global burden of disease study 2017. Ann Rheum Dis. 2020;79(8):1014-22..

No Brasil, as prevalências de DME variaram entre 16% e 82%44 Aguiar D P, Souza C P, Barbosa WJ, Santos-Júnior F F, Oliveira AS. Prevalence of chronic pain in Brazil: systematic review. BrJP. 2021;4(3):257-67., o que configura um problema de saúde pública. De acordo com dados da Previdência Social brasileira, problemas musculoesqueléticos como dorsopatias, traumatismos de mão, punhos, joelhos e pernas são as causas mais prevalentes de incapacidade para o trabalho55 Oliveira PRA, Portela MC, Corrêa Filho HR, Souza WR. Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP): risco das sete atividades econômicas e condições incapacitantes mais frequentes, Brasil, 2000-2016. Cad Saúde Pública. 2021;37(5):e00191119., sendo que trabalhadores sedentários (serviços administrativos ou de escritório) foram os que apresentaram maior número de dias de ausência no trabalho por esses problemas66 Haefiner R, Kalinke L P, Felli VEA, Mantovani M F, Consonni D, Sarquis LMM. Absenteeism due to musculoskeletal disorders in Brazilian workers: thousands of days missed at work. Rev Bras Epidemiol. 2018;21:e180003.. Ta l situação gera perda de produtividade e custos elevados à saúde pública77 Carregaro RL, Tottoli CR, Rodrigues D da S, Bosmans JE, da Silva EN, van Tulder M. Low back pain should be considered a health and research priority in Brazil: Lost productivity and healthcare costs between 2012 to 2016. PLoS One. 2020;15(4):e0230902..

A DME em trabalhadores está relacionada ao seu estilo de vida88 Nahas M V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 7a ed. Florianópolis: Ed. do Autor; 2017. 362p., incluindo baixo nível de atividade física (AF), hábitos alimentares inadequados, massa corporal elevada, difícil controle de estresse, comportamento sedentário e fatores sociais como a atividade laboral exercida88 Nahas M V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 7a ed. Florianópolis: Ed. do Autor; 2017. 362p., 99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
, 1010 Kok J, Vroonhof P, Snijders J, Roullis G, Clarke M, Peereboom K, et al. Work-related musculoskeletal disorders: prevalence, costs and demographics in the EU. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/m...
, 1111 Shiri R, Lallukka T, Rahkonen O, Leino-Arjas P. Excess body mass and leisure time physical activity in the incidence and persistence of chronic pain. Pain Med. 2020;21(11):3094-101.. Em relação a trabalhadores sedentários, a literatura mostra que, além de longos períodos na posição sentada e posturas corporais inadequadas, outros fatores como A F, obesidade e fatores psicossociais (estresse, baixo suporte social e problemas de saúde mental) estão relacionados ao surgimento da DME99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1212 Celik S, Celik K, Dirimese E, Taşdemir N, Arik T, Büyükkara İ. Determination of pain in musculoskeletal system reported by ofice workers and the pain risk factors. Int J Occup Med Environ Health. 2018;31(1):91-111.,1313 Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, Wippert P-M, et al. Low back pain and its relationship with sitting behaviour among sedentary ofice workers. Appl Ergon. 2019;81:102894..

Um estudo de revisão de escopo realizado pela European Agency for Safety and Health at Work (EU-OSHA)99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
com a população trabalhadora de 28 países da comunidade europeia mostrou que 30% dos trabalhadores passam entre 25% e 75% do tempo de seu turno de trabalho na postura sentada, a qual é um fator de risco para o surgimento da dor, principalmente nas regiões do pescoço, ombros, membros superiores, lombar e parte superior das costas99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1212 Celik S, Celik K, Dirimese E, Taşdemir N, Arik T, Büyükkara İ. Determination of pain in musculoskeletal system reported by ofice workers and the pain risk factors. Int J Occup Med Environ Health. 2018;31(1):91-111.,1313 Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, Wippert P-M, et al. Low back pain and its relationship with sitting behaviour among sedentary ofice workers. Appl Ergon. 2019;81:102894..

Nesse contexto, o local de trabalho aparece como um ambiente propício para intervenções em benefício da saúde dos trabalhadores1414 Ogata AJN. Promoção da saúde no ambiente de trabalho. Rev Bras Med Trab. 2018;16(s1):41-2., o que é reconhecido pela World Health Organization1515 World Health Organization. Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity. WHO/World Economic Forum Report of a Joint Event. World Health Organization / World Economic Forum, Geneva [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2008 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1.
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
e pela EU-OSHA99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
, como um local adequado para promoção de A F, alimentação saudável e para diminuição da DME, principalmente em trabalhadores sedentários ou de escritório99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1515 World Health Organization. Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity. WHO/World Economic Forum Report of a Joint Event. World Health Organization / World Economic Forum, Geneva [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2008 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1.
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
,1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
. Em relação à dor, as estratégias para redução devem considerar os fatores de risco e de proteção contra o agravo, como mudanças no estilo de vida (AF, hábitos alimentares, redução do consumo de álcool e tabaco, e controle do estresse), e abordar questões relacionadas ao trabalho e aos trabalhadores, como tempo sentado e controle postural na posição sentada99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
.

Estas estratégias devem ser na forma de aconselhamentos, palestras, cursos, conversas em grupo1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
, oferta de alimentos saudáveis nos refeitórios do local de trabalho, disponibilização de espaços de convivência para prática de A F, de equipamentos de ginástica no espaço do escritório1515 World Health Organization. Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity. WHO/World Economic Forum Report of a Joint Event. World Health Organization / World Economic Forum, Geneva [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2008 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1.
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
, oferta de programas de exercícios físicos e de educação sobre fatores de risco psicossociais para DME relacionados à vida dos indivíduos, ao ambiente de trabalho, bem como ao controle do estresse99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1717 Bülow K, Lindberg K, Vaegter HB, Juhl CB. Efectiveness of pain neurophysiology education on musculoskeletal pain: a systematic review and meta-analysis. Pain Med. 2021;22(4):891-904.,1818 da Costa FM, de Barros N F, de Oliveira HC, Alexandre NMC. Efects of an intervention program with health education and hatha yoga on the health of professionals with musculoskeletal symptoms. Rev Bras Med Trab. 2020;18(2):114-24..

Contudo, um estudo de revisão sistemática de revisões mostrou que grande parte das intervenções para mudanças no estilo de vida, realizadas no local de trabalho, utilizavam estratégias baseadas em indivíduos ou em ajustes no ambiente. Além disso, poucos estudos de revisão avaliaram estratégias de intervenção amplas visando a saúde total do trabalhador, o que também foi observado em estudos que avaliaram a DME como desfecho, principalmente em trabalhadores sedentários1919 Proper KI, van Oostrom SH. The effectiveness of workplace health promotion interventions on physical and mental health outcomes - a systematic review of reviews. Scand J Work Environ Health. 2019;45(6):546-59..

Outros estudos de revisão que avaliaram intervenções sobre a DME no local de trabalho, nesta população, não apresentaram consenso sobre os modelos de intervenção e sua efetividade2020 Parry S P, Coenen P, Shrestha N, O’Sullivan PB, Maher CG, Straker LM. Workplace interventions for increasing standing or walking for decreasing musculoskeletal symptoms in sedentary workers. Cochrane Database Syst Rev. 2019;2019(11):CD012487.,2121 Hoe VC, Urquhart DM, Kelsall HL, Zamri EN, Sim MR. Ergonomic interventions for preventing work-related musculoskeletal disorders of the upper limb and neck among ofice workers. Cochrane Database Syst Rev. 2018;10(10):CD008570.. Portanto, o objetivo foi analisar as evidências dos estudos de intervenção que incluíram estratégias de educação para mudança do estilo de vida de trabalhadores sedentários, a fim de obter uma redução da DME.

CONTEÚDO

Esta revisão sistemática seguiu as recomendações da Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA) 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews2222 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9. (lista de verificação – Anexo 1). Está registrada na base de dados International prospective register of systematic reviews (PROSPERO), número CRD420223426362323 Jerônimo J, Lopes S, Siqueira F, Silva M. Counseling for musculoskeletal pain in sedentary workers: a systematic review [Internet]. 2022 [citado 15 de julho de 2022]. Disponível em: https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?Recor-dID=342636.
https://www.crd.york.ac.uk/prospero/disp...
. Partiu da seguinte questão norteadora: quais as características de estudos de intervenção que utilizaram, entre outras estratégias, o aconselhamento de mudança no estilo de vida de trabalhadores sedentários para evitar a dor musculoesquelética?

Estratégia de busca

Foram realizadas buscas em inglês na base de dados eletrônica Medline/Pubmed (14/04/2021), em inglês e português, no Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde/BIREME (14/04/2021) e na Scientific Eletronic Library Online/SciELO (15/04/2021). Foi aplicado o limite temporal entre 1º de janeiro de 1999 até as datas das buscas, em abril de 2021.

Para as buscas, foram utilizados descritores indexados no Medical Subject Headings (MeSH) e no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), com as seguintes combinações: 1) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND pain; 2) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND musculoskeletal pain; 3) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND musculoskeletal pain AND counseling; 4) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND musculoskeletal pain AND universities; 5) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND musculoskeletal pain AND healthy diet; 6) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND musculoskeletal pain AND body composition; 7) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND pain AND healthy diet; 8) motor activity OR physical activity OR exercise AND occupational health AND pain AND body composition.

Critérios de elegibilidade

Foram definidos critérios de inclusão e exclusão segundo a estratégia PICOS2222 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9.,2424 Moher D, Shamseer L, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4(1):2-9. (Participantes, Intervenções, Comparadores, Outcome/desfecho e Study/estudo). Os participantes deveriam ser trabalhadores sedentários (que executassem suas atividades na posição sentada, como serviços administrativos ou de escritório) na ativa, de 18 anos ou mais de idade, recrutados no local de trabalho, sem diagnóstico médico por qualquer tipo de doença ou problema relacionado a DME e que não estivessem em tratamento no período do estudo. As intervenções deveriam ser no local ou no horário de trabalho e conter aconselhamentos (independente do meio utilizado) para mudança do estilo de vida (AF, hábitos alimentares, controle do estresse, comportamento sedentário). Os estudos deveriam apresentar, além do grupo com intervenção, um ou mais grupos para comparações (controle ou outra intervenção) e ter como desfecho primário ou secundário a redução da DME avaliada em, pelo menos, dois períodos. Eram elegíveis estudos de intervenção (estudos clínicos randomizados ou não randomizados)2525 Del Duca G, Hallal P. Introdução à epidemiologia. Em: Florindo AA, Hallal PC, organizadores Epidemiologia da Atividade Física. São Paulo: Editora Atheneu; 2011. 1-24p., publicados em inglês ou português.

Foram excluídos estudos transversais, coortes, revisões, casos-controle, diretrizes, estudos de validação de instrumentos/questionários, estudos com pacientes em tratamento, protocolos de pesquisas, entrevistas, livros, teses, dissertações, monografias, cartas ao editor e ensaios teóricos. Também foram excluídos estudos de intervenção que não foram conduzidos com trabalhadores sedentários, estudos em que a intervenção ou parte da intervenção tenha sido realizada fora do local ou do horário de trabalho, estudos com intervenções multicomponentes que não apresentassem componentes para mudança de comportamentos no estilo de vida, (por exemplo, somente aplicação de AF ou exercício físico ou somente mudanças no ambiente de trabalho), estudos que não avaliaram DME, estudos repetidos (mesma amostra e mesma intervenção) e estudos escritos em idiomas diferentes do inglês ou português.

Processo de seleção, extração de dados e risco de viés

O processo de seleção dos estudos, extração de dados e avaliação do risco de viés foi realizado de forma independente por dois revisores (JSJ e SVL), sendo as dúvidas resolvidas por consenso e, quando necessário, com o auxílio de um terceiro revisor (MCS). Os registros identificados nas bases de dados eletrônicas foram exportados para o gerenciador de referências EndNote X4. Após a exclusão dos duplicados, foram lidos títulos, resumos e textos completos dos artigos elegíveis. Foram realizadas buscas manuais nas listas de referências dos estudos selecionados e aplicado o mesmo processo de seleção. Os dados foram extraídos e registrados em um formulário criado pelos autores, o qual continha as variáveis de interesse: autor, ano de publicação, país de realização, tipo de estudo, objetivo, tamanho da amostra, população, idade, sexo, características da intervenção (número de grupos, estratégia, período e número de avaliações) e resultados sobre a DME (quantificação e regiões corporais). Os dados foram sintetizados e apresentados na forma de texto; fluxograma para a seleção dos estudos; uma tabela para a descrição das intervenções; principais resultados (proporções e valor p para o grau de significância de diferença entre os grupos); e uma tabela para o risco de viés. Para avaliar o risco de viés dos estudos incluídos na revisão, foi utilizada a escala Physiotherapy Evidence Database (PEDro)2626 Shiwa SR, Costa LOP, Costa L da CM, Moseley A, Hespanhol Junior LC, Venâncio R, et al. Reproducibility of the Portuguese version of the PEDro Scale. Cad Saúde Pública. 2011;27(10):2063-8., a qual apresenta 11 critérios que mensuram a validade interna e se os estudos mostram informações estatísticas suficientes para que os resultados sejam interpretados. O primeiro critério da escala não é computado, assim os estudos podem receber uma pontuação de zero a 10 pontos, sendo que, quanto maior a pontuação, menor o risco de viés. A escala PEDro foi traduzida para o português do Brasil e testada em relação à versão em inglês, demonstrando adequada reprodutibilidade e similaridade2626 Shiwa SR, Costa LOP, Costa L da CM, Moseley A, Hespanhol Junior LC, Venâncio R, et al. Reproducibility of the Portuguese version of the PEDro Scale. Cad Saúde Pública. 2011;27(10):2063-8.. Além disso, esta escala apresenta concordância moderada com o instrumento de avaliação de risco de viés utilizado pela Cochrane Library4949 Moseley AM, Rahman P, Wells GA, Zadro JR, Sherrington C, Toupin-April K, et al. Agreement between the Cochrane risk of bias tool and Physiotherapy Evidence Database (PEDro) scale: A meta-epidemiological study of randomized controlled trials of physical therapy interventions. PLoS One. 2019;14(9):e0222770.. Embora a escala seja eficiente e de fácil aplicação, não permite inferências quanto ao grau das evidências.

RESULTADOS

As buscas identificaram 3.670 títulos. Após a exclusão dos duplicados, foram rastreados 2.026 estudos, dos quais foram lidos 28 textos completos elegíveis. Nas buscas manuais, foram identificados 291 títulos e lidos sete textos completos elegíveis. De acordo com os critérios de elegibilidade, foram excluídos 27 textos completos e selecionados oito estudos (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma PRISMA2222 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9. de seleção dos estudos.

Os estudos selecionados foram publicados no período de 2004 a 2020. Todos foram caracterizados como estudos clínicos randomizados2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., com dois ou mais grupos, e tiveram a DME como desfecho primário. As regiões corporais avaliadas foram: cervical2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., ombros2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., membros superiores2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., coluna torácica3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. e lombar3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Envolveram um total de 1.871 sujeitos, com idade entre 35 e 52 anos, que trabalhavam em escritórios de diferentes locais: administração pública2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., universidades3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., serviços públicos de telecomunicações3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76. e companhia aérea3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7..

Em cinco estudos, observou-se maior frequência de mulheres nas amostras: 64%2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 76% no grupo intervenção e 78% no grupo controle3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 56%3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 78%3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. e 69%3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Dentre estes, quatro ensaios apresentaram efeitos redução de intensidade de dor nas regiões cervical2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., do ombro e coluna torácica3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., e da lombar3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7..

Em seis estudos selecionados2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. havia pacientes com diferentes graus de DME, inclusive sem dor alguma, os quais foram analisados em conjunto, tanto nos grupos intervenção quanto nos grupos de controle. Ou seja, em ambos os tipos de grupo, nestes seis estudos, haviam sujeitos com DME (sintomáticos) e sujeitos sem DME (assintomáticos). Em dois estudos3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., os sujeitos eram sintomáticos e assintomáticos, respectivamente (Tabela 1). No primeiro, o critério de inclusão era apresentar dor crônica (≥ a 3 meses) e no segundo era não ter tido dor nos últimos 12 meses.

Tabela 1
Descrição dos estudos selecionados na revisão (n = 8)

As intervenções tiveram período de duração de duas semanas3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. a 12 meses2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90. e utilizaram estratégias de intervenção contendo aconselhamentos para estilo de vida (AF2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., alimentação2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., estresse2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., consumo de álcool2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. e tabagismo2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.); prática de exercícios físicos2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9. e meios eletrônicos com informações sobre controle do estresse, promoção da saúde3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76. e sobre como aumentar o número de passos diários3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.. Além destes componentes, três estudos utilizaram aconselhamentos relacionados a características do trabalho (tempo sentado3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., comportamento sedentário3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., postura corporal durante o trabalho2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.) e três abordaram questões relacionadas à DME (sintomas2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., anatomia do pescoço e ombro3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. e autogerenciamento da dor3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.).

Os oito estudos selecionados continham aconselhamentos para a prática de AF2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9. ou aplicação de exercícios físicos2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Seis apresentaram efeitos estatisticamente significativos na intensidade e na frequência de DME2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., dos quais cinco apresentaram redução da dor dos trabalhadores nas regiões cervical2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., ombros2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., coluna torácica3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. e lombar3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.. Um estudo apresentou menor frequência de dor cervical3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.. A tabela 1 apresenta as características dos estudos selecionados, bem como a descrição detalhada da intervenção e seus principais resultados sobre a DME.

Em relação ao risco de viés, de acordo com a escala PEDro, a pontuação dos estudos selecionados variou de quatro pontos em dois estudos2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. a oito pontos em outros dois3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,34. Os demais atingiram cinco3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106. ou seis pontos2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.. Dos oito estudos selecionados, seis apresentaram risco de viés médio/baixo (≥ cinco pontos)2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Por outro lado, metade dos estudos2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. não alcançou um acompanhamento adequado dos participantes e três estudos não utilizaram análise de intenção de tratar2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.. A tabela 2 apresenta a pontuação detalhada para cada um dos critérios.

Tabela 2
Análise do risco de viés dos estudos incluídos na revisão (n=8)

DISCUSSÃO

Além dos aconselhamentos para mudança do estilo de vida, os estudos selecionados aplicaram estratégias de educação sobre características do trabalho e sobre DME, como sugerido pela literatura referente a intervenções no local de trabalho para trabalhadores sedentários99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1515 World Health Organization. Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity. WHO/World Economic Forum Report of a Joint Event. World Health Organization / World Economic Forum, Geneva [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2008 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1.
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
,1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
. Tal fato mostra que todos os estudos selecionados apresentam aspecto educacional no local de trabalho, o que, segundo a EU-OSHA1616 EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders.
https://osha.europa.eu/en/publications/c...
, pode apresentar resultados muito satisfatórios na prevenção da DME.

Dos oito estudos incluídos, cinco apresentaram maior frequência de mulheres nas amostras2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Esses resultados talvez indiquem que mulheres apresentem maior relação com o desfecho DME que homens, ou por apresentarem maior sintomatologia de problemas musculoesqueléticos, ou por serem em maior número em trabalhos administrativos e sedentários. Neste sentido, os relatórios da EU-OSHA mostram que mulheres são mais acometidas por problemas musculoesqueléticos que homens1010 Kok J, Vroonhof P, Snijders J, Roullis G, Clarke M, Peereboom K, et al. Work-related musculoskeletal disorders: prevalence, costs and demographics in the EU. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/m...
, e entre os fatores de risco para a DME estão o sexo e o tempo na postura sentada durante o traba− lho99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
. A agência afirmou que, embora homens sejam mais propensos a relatar problemas relacionados à DME, principalmente dor nas costas, as mulheres apresentam maior prevalência de problemas no pescoço, ombros e membros superiores99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,1010 Kok J, Vroonhof P, Snijders J, Roullis G, Clarke M, Peereboom K, et al. Work-related musculoskeletal disorders: prevalence, costs and demographics in the EU. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/m...
.

Entretanto, um dos estudos incluídos na revisão da EU-OSHA99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
, o qual avaliou 12.426 trabalhadores de 18 países, incluindo trabalhadores de escritório, identificou associação significativa entre sexo feminino e incapacidade por dor lombar. Além disso, o relatório mostrou que 31% das mulheres trabalhadoras da comunidade europeia relatam passar mais que 75% do período de trabalho sentadas, enquanto a frequência de homens para o tempo sentado no trabalho foi de 25%99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
.

Nesse sentido, um estudo3535 Chen Y, Moutal A, Navratilova E, Kopruszinski C, Yue X, Ikegami M, et al. The prolactin receptor long isoform regulates nociceptor sensitization and opioid-induced hyperalgesia selectively in females. Sci Transl Med. 2020;12(529):eaay7550. mostrou que o hormônio prolactina, produzido por mulheres durante a gestação, é liberado em excesso em situações de estresse. Os autores observaram que nessas situações, o aumento desse hormônio pode produzir maior sensação de dor inespecífica, o que não determina, mas pode contribuir para explicação multifatorial do fato de mulheres sentirem mais dor do que homens, resultando em maiores frequências de DME no sexo feminino.

Outros estudos com intervenções no local de trabalho realizados com trabalhadores sedentários, também apresentaram maior frequência de mulheres nas amostras. Em um estudo3636 Edwardson CL, Yates T, Biddle SJH, Davies MJ, Dunstan DW, Esliger DW, et al. Efectiveness of the Stand More AT (SMArT) Work intervention: cluster randomised controlled trial. BMJ. 2018;363:k3870., 79% da amostra foi composta por mulheres e foram observadas reduções no tempo na postura sentada e nos problemas musculoesqueléticos. Em outro estudo1313 Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, Wippert P-M, et al. Low back pain and its relationship with sitting behaviour among sedentary ofice workers. Appl Ergon. 2019;81:102894., 62,5% dos participantes eram do sexo feminino, os autores verificaram uma associação direta entre tempo na posição sentada e lombalgia crônica. Outro estudo3737 Kettunen O, Vuorimaa T, Vasankari T. A 12-month exercise intervention decreased stress symptoms and increased mental resources among working adults - Results perceived after a 12-month follow-up. Int J Occup Med Environ Health. 2015;28(1):157-68. apresentou 61,7% da amostra composta por mulheres.

Embora esses resultados refitam a realidade de trabalhadoras europeias, corroboram os achados da presente revisão sistemática, mostrando que mulheres trabalhadoras de escritório em outros continentes também são mais acometidas por dores musculoesqueléticas que homens, já que quatro dos cinco estudos com maior número de mulheres foram realizados fora do continente europeu3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Além disso, os achados também mostraram que tanto exercícios específ− cos para as regiões do pescoço, ombro e lombar2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9. quanto aconselhamentos para prática de AF genérica, como caminhadas2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., podem ser eficazes na redução da DME em mulheres.

Os oito estudos selecionados continham componentes relacionados à A F, com aconselhamentos para a prática de AF2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53., 2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., 2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., 3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9. ou prática de exercícios físicos2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9., dos quais seis estudos2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. apresentaram redução da dor de trabalhadores. As exposições à prática ou aos aconselhamentos para a prática, variaram de duas semanas de aplicação de exercícios, com recomendações para prosseguir a prática por um período de três meses3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., até doze meses2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.. Em três estudos2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., os exercícios foram para as regiões cervical (fexão, extensão e rotação) e ombros (elevação lateral e frontal) e para relaxamento, para serem realizados de três vezes por semana (três séries de quinze repetições)2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90. a todos os dias, de uma a duas vezes ao dia (10 repetições em sessões de 15-20 minutos)3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.. Já em outro estudo3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., os aconselhamentos para a prática de exercícios de relaxamento foram através de um dispositivo eletrônico acessível durante todo o tempo do estudo. Os outros três estudos2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. ofereceram recomendações para AF geral de intensidade moderada a vigorosa nos domínios do deslocamento, ocupacional, doméstico e lazer (caminhada, ciclismo, jardinagem, tarefas domésticas, esportes e aumento de passos diários).

Esses achados sugerem que houve adesão à prática de AF e vão ao encontro do reportado na literatura sobre prática de AF e redução da dor3838 Rice D, Nijs J, Kosek E, Wideman T, Hasenbring MI, Koltyn K, et al. Exercise-induced hypoalgesia in pain-free and chronic pain populations: state of the art and future directions. J Pain. 2019;20(11):1249-66.. A explicação neurofisiológica para a hipoalgesia pós-AF ocorre pela produção de opioides endógenos e pelo aumento de neurotransmissores, as catecolaminas (dopamina e noradrenalina). Esse mecanismo neurofisiológico ocasiona o aumento no limiar de dor devido à redução da excitabilidade da membrana plasmática do neurônio, principalmente nas fibras nervosas aferentes do tipo A que apresentam maior sensibilidade. Com isso, quanto maior o nível de AF do indivíduo maior a produção β-endorfinas (opioides endógenos), os quais agem nos mecanismos descendentes na medula espinhal reduzindo a percepção da dor3838 Rice D, Nijs J, Kosek E, Wideman T, Hasenbring MI, Koltyn K, et al. Exercise-induced hypoalgesia in pain-free and chronic pain populations: state of the art and future directions. J Pain. 2019;20(11):1249-66..

Dos seis estudos que apresentaram reduções significativas na DME dos trabalhadores, quatro foram efetivos para a redução da intensidade da dor2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., sendo três destes na intensidade da dor cervical2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., os quais continham em suas intervenções componentes sobre postura cervical, AF, exercícios de resistência para o pescoço e gestão do estresse. Como já mostrado a ocorrência de DME em trabalhadores sedentários é infuenciada por fatores de seu estilo de vida (AF, índice de massa corporal-IMC, controle do estresse) e de trabalho (tempo sentado e posturas corporais inadequadas)88 Nahas M V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 7a ed. Florianópolis: Ed. do Autor; 2017. 362p., 99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
, 1010 Kok J, Vroonhof P, Snijders J, Roullis G, Clarke M, Peereboom K, et al. Work-related musculoskeletal disorders: prevalence, costs and demographics in the EU. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/m...
, 1111 Shiri R, Lallukka T, Rahkonen O, Leino-Arjas P. Excess body mass and leisure time physical activity in the incidence and persistence of chronic pain. Pain Med. 2020;21(11):3094-101., 1212 Celik S, Celik K, Dirimese E, Taşdemir N, Arik T, Büyükkara İ. Determination of pain in musculoskeletal system reported by ofice workers and the pain risk factors. Int J Occup Med Environ Health. 2018;31(1):91-111., 1313 Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, Wippert P-M, et al. Low back pain and its relationship with sitting behaviour among sedentary ofice workers. Appl Ergon. 2019;81:102894.. Esses resultados são confirmados por um estudo de coorte prospectiva1111 Shiri R, Lallukka T, Rahkonen O, Leino-Arjas P. Excess body mass and leisure time physical activity in the incidence and persistence of chronic pain. Pain Med. 2020;21(11):3094-101., com 18.562 trabalhadores, o qual mostrou proteção para DME em qualquer região corporal, em sujeitos ativos fisicamente e risco em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Além disso, sujeitos inativos fisicamente e com obesidade apresentaram maior risco de dor crônica. Um outro estudo3939 Chowdhury SK, Zhou Y, Wan B, Reddy C, Zhang X. Neck strength and endurance and associated personal and work-related factors. Hum Factors. 2021 [citado 28 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://journals.sagepub.com/ doi/10.1177/0018720820983635. Epub ahead of print.
https://journals.sagepub.com/ doi/10.117...
mostrou que, em trabalhadores sedentários, a postura do pescoço é um determinante para a produção de força e resistência na região cervical, capacidades físicas que estão relacionadas ao surgimento de dor neste ponto corporal. Os autores sugerem que se identificado tal fator relacionado ao trabalho, é possível modificá-lo e, assim, reduzir o surgimento de cervicalgia relacionada ao trabalho na população em questão.

Contudo, outros fatores estão relacionados ao manejo da DME em trabalhadores, como controle de estresse dentro e fora do local de trabalho. Três estudos incluídos nesta revisão ofereceram aos sujeitos informações sobre manejo do estresse, os quais apresentaram reduções da frequência e da intensidade da dor nas regiões lombar, cervical e do ombro2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.. Um desses estudos2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46., que ofereceu aos sujeitos informações sobre controle do estresse no trabalho, mostrou redução da presença de DME, tanto no grupo intervenção (recebeu material impresso e palestras) quanto no controle, que recebeu apenas um material impresso com as mesmas informações, o que demonstra a relevância da informação sobre gestão do estresse para redução da DME.

Por outro lado, os outros dois estudos que utilizaram abordagem sobre controle do estresse mostraram reduções significativas da intensidade da dor3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.. Cabe destacar o estudo3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., que comparou dois grupos intervenção e um controle. Diferentemente dos outros dois estudos2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., este3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76. entregou intervenções focadas na gestão do estresse com abordagem ampla de promoção da saúde, incluindo exercícios de relaxamento e encontrou redução da intensidade da dor para ambos os grupos em relação ao controle. Os achados apresentados por esses três estudos2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. mostram que intervenções múltiplas que relacionam promoção da saúde e estilos de vida, incluindo gestão do estresse dentro e fora do local de trabalho, podem ser efetivas para a redução da frequência e da intensidade de DME, apresentando melhores resultados quando a intervenção é focada no controle do estresse3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76..

Nesse sentido, um estudo de revisão1717 Bülow K, Lindberg K, Vaegter HB, Juhl CB. Efectiveness of pain neurophysiology education on musculoskeletal pain: a systematic review and meta-analysis. Pain Med. 2021;22(4):891-904. mostrou que processos educacionais sobre dor podem diminuir intensidade de DME e de sofrimento psíquico, fator que está relacionado ao estresse4040 Miranda FBG, Yamamura M, Pereira SS, Pereira C dos S, Protti-Zanatta S T, Costa MK, et al. Sofrimento psíquico entre os profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19: Scoping Review. Esc Anna Nery. 2021;25(spe):e20200363.. Um estudo randomizado1818 da Costa FM, de Barros N F, de Oliveira HC, Alexandre NMC. Efects of an intervention program with health education and hatha yoga on the health of professionals with musculoskeletal symptoms. Rev Bras Med Trab. 2020;18(2):114-24. mostrou que educação sobre DME, aliada a exercícios que contribuem para o controle de estresse, como os praticados na ioga, também podem diminuir a DME em trabalhadores, incluindo os sedentários1818 da Costa FM, de Barros N F, de Oliveira HC, Alexandre NMC. Efects of an intervention program with health education and hatha yoga on the health of professionals with musculoskeletal symptoms. Rev Bras Med Trab. 2020;18(2):114-24.. Ta l achado corrobora os resultados dos três estudos incluídos nesta revisão que utilizaram, como estratégia de intervenção, informações sobre controle do estresse2828 Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7..

Apesar dos resultados descritos, a relação entre os fatores citados e a intensidade de DME ainda é uma questão controversa. Um estudo de revisão sistemática realizado pelo grupo Cochrane, com intervenções no local de trabalho em trabalhadores sedentários, não encontrou relação entre aumento do nível de AF durante o turno de trabalho (ficar em pé ou caminhar) e redução da intensidade de DME2020 Parry S P, Coenen P, Shrestha N, O’Sullivan PB, Maher CG, Straker LM. Workplace interventions for increasing standing or walking for decreasing musculoskeletal symptoms in sedentary workers. Cochrane Database Syst Rev. 2019;2019(11):CD012487.. Tal achado contraria metade dos estudos selecionados nesta revisão, pois quatro estudos que continham nas intervenções componentes para aumento da AF e que avaliaram a intensidade da DME, demonstraram diferenças entre os grupos, com reduções significativas2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7..

A revisão proposta pelo grupo Cochrane analisou 10 estudos com diferentes delineamentos e diferentes estratégias de intervenção2020 Parry S P, Coenen P, Shrestha N, O’Sullivan PB, Maher CG, Straker LM. Workplace interventions for increasing standing or walking for decreasing musculoskeletal symptoms in sedentary workers. Cochrane Database Syst Rev. 2019;2019(11):CD012487.. Dos estudos que avaliaram a intensidade da DME, quatro continham estratégias de intervenção focadas em mudanças no ambiente físico de trabalho, como fornecer mesas com esteiras ou estações de trabalho em pé e dois estudos eram com estratégias individuais, como fornecer um rastreador de AF ou um pedômetro, o que pode explicar a falta de associação entre o aumento do nível de AF e a intensidade da DME. Cabe salientar que as revisões realizadas pela Cochrane empregam métodos que analisam os estudos selecionados em conjunto, verificando a força da evidência de forma conjunta.

No entanto, cinco estudos selecionados na presente revisão mostraram redução da intensidade de DME, os quais aplicaram intervenções direcionadas aos indivíduos de forma ampliada, envolvendo, além da AF no domínio ocupacional, os domínios do deslocamento, lazer e doméstico2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.,3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Isso pode indicar que abordagens que envolvam os quatro domínios da AF e que sugiram mudanças no estilo de vida dos sujeitos, apresentem efetividade na redução da intensidade da dor. De acordo com a EU-OSHA99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
, as intervenções para diminuição da DME devem considerar o caráter multifatorial da dor, superar a perspectiva biomecânica e incorporar estratégias de intervenção que busquem compreender e atingir o fenômeno da DME em sua totalidade, envolvendo questões relacionadas ao estilo de vida e de trabalho dos sujeitos.

Além disso, a literatura apresenta outros estudos clínicos randomizados que avaliaram trabalhadores de escritório e que continham na intervenção o componente para aumento da A F, os quais mostraram redução da intensidade de dor4141 Brakenridge CL, Chong YY, Winkler EAH, Hadgraft NT, Fjeldsoe BS, Johnston V, et al. Evaluating short-term musculoskeletal pain changes in desk-based workers receiving a workplace sitting-reduction intervention. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(9):1975.,4242 Li Y, Tse MYM. An online pain education program for working adults: pilot randomized controlled trial. J Med Internet Res. 2020;22(1):e15071.. Estes estudos também utilizaram estratégias amplas com abordagens que envolveram aspectos relacionados ao aumento da A F, incluindo processos educacionais sobre os fatores de risco e de proteção para prevenir a DME, como prolongado tempo sentado, conhecimento sobre DME (definição e sintomas, patogenia da dor, relação com doenças e impactos físicos e psicológicos), tratamentos não farmacológicos (exercícios, postura corporal, nutrição) e gerenciamento do sono e do humor, com momentos para discussões sobre as temáticas abordadas4141 Brakenridge CL, Chong YY, Winkler EAH, Hadgraft NT, Fjeldsoe BS, Johnston V, et al. Evaluating short-term musculoskeletal pain changes in desk-based workers receiving a workplace sitting-reduction intervention. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(9):1975.,4242 Li Y, Tse MYM. An online pain education program for working adults: pilot randomized controlled trial. J Med Internet Res. 2020;22(1):e15071., estratégias semelhantes as utilizadas pelos autores3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7..

Três estudos apresentaram maior efetividade na redução da intensidade da dor com seis meses de intervenção e com estratégias amplas, através de processos educacionais e aconselhamentos que sugerem a autogestão de comportamentos relacionados com a saúde, como prática de AF no lazer e deslocamento, controle alimentar, redução no consumo de álcool, redução no hábito de fumar e autogestão do estresse, dentro e fora do local de trabalho2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.. Isso também pôde ser observado no estudo2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53. que mostrou, através de reuniões interativas sobre postura corporal e estilo de vida, redução da intensidade de DME. Entretanto, a redução foi observada após o período da intervenção, ou seja, no seguimento de seis meses. Ta l achado sugere que os indivíduos autogerenciaram as informações que lhes foram passadas.

Além disso, estudos2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7. sugerem que intervenções com períodos de acompanhamento maiores que seis meses podem favorecer a assimilação das informações e facilitar a aquisição e a autogestão de hábitos saudáveis. Nesse sentido, a literatura mostra que a prática autosselecionada de exercício pode apresentar respostas afetivas positivas e maior prazer durante a prática4343 Lage FX de A, Amorim PR dos S, Moreira OC, Oliveira RAR de, Marins JCB. Exercício aeróbico e intensidade autosselecionada por mulheres: uma revisão sistemática. Saúde (Santa Maria). 2020;46(2):1-22., e, talvez, os processos de escolhas e de respostas afetivas e prazerosas possam explicar os resultados apresentados.

Esses resultados indicam que a autogestão da informação sobre DME e sobre aspectos relacionados (incluindo AF e outros fatores do estilo de vida), bem como a liberdade de escolha dos participantes, dentro e fora do ambiente de trabalho, são fatores importantes a serem considerados em intervenções que visem redução da intensidade de dor. Em relação à prática de exercícios físicos, três estudos continham esse componente na intervenção, um para a região lombar3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9. e dois2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. para as regiões cervical e ombro. No que se refere à região lombar, não foi encontrada diferença entre os grupos avaliados3434 Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.. Os dois estudos que analisaram dor nas regiões cervical e do ombro utilizaram, como estratégia de intervenção, exercícios de resistência específicos para essas áreas, mostrando redução da intensidade2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90. e da frequência3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. de dor. Tais achados corroboram os resultados apresentados na literatura. Um estudo de revisão sistemática que analisou intervenções realizadas no local de trabalho em trabalhadores de escritório concluiu que exercícios para ombros e pescoço realizados três vezes por semana utilizando pesos leves ou bandas elásticas durante 10 semanas foram eficazes para a diminuição da dor4444 Chen X, Coombes BK, Sjøgaard G, Jun D, O’Leary S, Johnston V. Workplace-based interventions for neck pain in ofice workers: systematic review and meta-analysis. Phys Ter. 2018;98(1):40-62.. Ta l resultado foi ratificado pelo estudo2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90. que utilizou uma estratégia de intervenção semelhante à descrita anteriormente (tiras elásticas e pesos leves três vezes por semana), observando redução da intensidade de dor na região cervical. Por outro lado, outro estudo3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. também identificou redução no percentual de sujeitos com dor nos ombros e coluna torácica, porém, em sua intervenção, os exercícios eram realizados diariamente com supervisão de um fisioterapeuta e os sujeitos que a realizavam não utilizavam qualquer tipo de material para execução das atividades. Na presente revisão, não foram encontrados estudos latino-americanos e somente dois foram realizados em países de baixa e média renda3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.,3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.. Entretanto, a literatura mostrou que em populações de países de baixa e média renda, assim como em países de alta renda, fatores do estilo de vida dos indivíduos, como IMC elevado ou obesidade, consumo de tabaco, baixo nível de AF e postura corporal inadequada estão relacionados a DME99 Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view.
https://osha.europa.eu/en/publications/w...
,4545 Green BN, Johnson CD, Haldeman S, Kane EJ, Clay MB, Grifth EA, et al. The global spine care initiative: public health and prevention interventions for common spine disorders in low- and middle-income communities. Eur Spine J. 2018;27(6):838-50.. Como medidas de prevenção da DME em populações de países de baixa e média renda, a literatura sugere a implementação de intervenções na comunidade que visem mudanças comportamentais com criação e manutenção de hábitos saudáveis4545 Green BN, Johnson CD, Haldeman S, Kane EJ, Clay MB, Grifth EA, et al. The global spine care initiative: public health and prevention interventions for common spine disorders in low- and middle-income communities. Eur Spine J. 2018;27(6):838-50.. Contudo, há necessidade de condução de maiores estudos em países com essas características.

Um ponto interessante a destacar é que os estudos incluídos nesta revisão apresentaram estratégias de intervenção que podem ser aplicadas em outros contextos, principalmente considerando o momento pandêmico por Covid-19, no qual se observa o aumento do trabalho remoto ou domiciliar4646 Buomprisco G, Ricci S, Perri R, De Sio S. Health and telework: new challenges after COVID-19 pandemic. Eur J Env Publi. 2021;5(2):em0073., período no qual relatos de mulheres indicaram um aumento da sobrecarga de trabalho em razão da sobreposição de tarefas (trabalho, flhos e casa). Contudo, elas também relataram aproximação com flhos e maridos e maior tempo para prática de AF4747 Lemos AHDC, Barbosa ADO, Monzato P P. Mulheres em home ofice durante a pandemia da covid-19 e as configurações do confito trabalho-família. Rev Adm Empres. 2020;60(6):388-99.. Por outro lado, no trabalho em casa durante a pandemia, também se observou tanto aumento da presença de DME, principalmente dor lombar e cervical4848 Moretti A, Menna F, Aulicino M, Paoletta M, Liguori S, Iolascon G. Characterization of home working population during COVID-19 emergency: a cross-sectional analysis. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(17):6284., quanto do risco para desenvolver problemas musculoesqueléticos4646 Buomprisco G, Ricci S, Perri R, De Sio S. Health and telework: new challenges after COVID-19 pandemic. Eur J Env Publi. 2021;5(2):em0073., o que sugere a necessidade de intervenções que possam ser realizadas nesse contexto. Em relação à avaliação do risco de viés, cabe ressaltar que os estudos incluídos utilizaram processos educacionais sobre DME, o que dificulta o cegamento dos participantes e dos terapeutas, o que sugere que a avaliação deva ser analisada de forma relativa.

Esta revisão apresenta limitações e alguns pontos fortes que merecem ser destacados. Primeiramente, não foi conduzida uma metaná-lise, nem avaliação do grau de certeza das evidências, o que difficulta afirmar o efeito do conjunto das mesmas sobre o desfecho. Além disso, dos seis estudos que apresentaram efeitos estatisticamente significativos sobre a DME2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7., 3333 Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7., em cinco2727 Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.,2929 Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90., 3030 Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76., 3131 Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106., 3232 Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7. haviam sujeitos assintomáticos e sintomáticos, os quais foram analisados em conjunto, o que pode ter direcionado o sentido do efeito das intervenções. Outros fatores a relatar foram as buscas, realizadas em três bases de dados e com limite temporal entre 1999 a 2021, o que pode gerar um viés de publicação dos estudos selecionados. Além disso, um critério de inclusão desta revisão foi que os estudos deveriam ser publicados em inglês ou português, critério que pode contribuir para o referido viés. Apesar disso, as bases utilizadas para pesquisa estão entre as principais da América Latina, Caribe e do contexto internacional da saúde, o que minimiza a chance de artigos referentes a essa temática não terem sido incluídos na seleção.

Como pontos fortes, pode-se destacar o uso de técnicas sólidas de revisão metodológica, como a utilização das diretrizes PRISMA2222 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9. para a escrita deste relatório e o preenchimento da sua lista de verificação (Anexo 1), o registro da revisão na base PROSPERO2323 Jerônimo J, Lopes S, Siqueira F, Silva M. Counseling for musculoskeletal pain in sedentary workers: a systematic review [Internet]. 2022 [citado 15 de julho de 2022]. Disponível em: https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?Recor-dID=342636.
https://www.crd.york.ac.uk/prospero/disp...
, a utilização de descritores de busca indexados no MeSH e no DeCS, a definição de critérios de elegibilidade segundo a estratégia PICOS2222 Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9.,2424 Moher D, Shamseer L, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4(1):2-9., o processo de seleção dos estudos e demais etapas da revisão realizados por dois revisores independentes, o uso de uma ferramenta para avaliação do risco de viés em estudos2626 Shiwa SR, Costa LOP, Costa L da CM, Moseley A, Hespanhol Junior LC, Venâncio R, et al. Reproducibility of the Portuguese version of the PEDro Scale. Cad Saúde Pública. 2011;27(10):2063-8. e as conclusões ponderadas com base na qualidade das evidências. Futuros estudos de intervenção para a redução da DME em trabalhadores sedentários devem ater-se à potencialidade de estratégias de educação sobre DME entregues no local de trabalho e ser voltados para mudanças do estilo de vida destes indivíduos. Além disso, os pesquisadores devem direcionar maior atenção a possíveis perdas de sujeitos durante o estudo e, para minimizar o efeito de tais perdas, empregar a análise de intenção de tratar.

CONCLUSÃO

As intervenções multicomponentes realizadas no local de trabalho e que incluem estratégias de educação e aconselhamentos para mudanças do estilo de vida, são efetivas para a redução da intensidade e da frequência das dores cervical, nos ombros, nos membros superiores e na região lombar, em trabalhadores sedentários. Destaca-se a necessidade de mais estudos de intervenção com trabalhadores latino-americanos e de países de baixa e média renda. Considerando a heterogeneidade dos estudos em relação às formas de mensuração do desfecho DME, a generalização dos achados desta revisão deve ser avaliada com cautela.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Escola Superior de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ao Grupo de Estudos em Fisiologia do Exercício (GEFEX) e ao Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física (GEEAF).

  • Fontes de fomento: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) -Código de Financiamento 001.

REFERENCES

  • 1
    World Health Organization. Musculoskeletal conditions [Internet]. 2021 [citado 22 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/musculoskeletal-conditions
    » https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/musculoskeletal-conditions
  • 2
    Cieza A, Causey K, Kamenov K, Hanson S W, Chatterji S, Vos T. Global estimates of the need for rehabilitation based on the Global Burden of Disease study 2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet. 2021;396(10267):2006-17.
  • 3
    Jin Z, Wang D, Zhang H, Liang J, Feng X, Zhao J, Sun L. Incidence trend of five common musculoskeletal disorders from 1990 to 2017 at the global, regional and national level: results from the global burden of disease study 2017. Ann Rheum Dis. 2020;79(8):1014-22.
  • 4
    Aguiar D P, Souza C P, Barbosa WJ, Santos-Júnior F F, Oliveira AS. Prevalence of chronic pain in Brazil: systematic review. BrJP. 2021;4(3):257-67.
  • 5
    Oliveira PRA, Portela MC, Corrêa Filho HR, Souza WR. Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP): risco das sete atividades econômicas e condições incapacitantes mais frequentes, Brasil, 2000-2016. Cad Saúde Pública. 2021;37(5):e00191119.
  • 6
    Haefiner R, Kalinke L P, Felli VEA, Mantovani M F, Consonni D, Sarquis LMM. Absenteeism due to musculoskeletal disorders in Brazilian workers: thousands of days missed at work. Rev Bras Epidemiol. 2018;21:e180003.
  • 7
    Carregaro RL, Tottoli CR, Rodrigues D da S, Bosmans JE, da Silva EN, van Tulder M. Low back pain should be considered a health and research priority in Brazil: Lost productivity and healthcare costs between 2012 to 2016. PLoS One. 2020;15(4):e0230902.
  • 8
    Nahas M V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 7a ed. Florianópolis: Ed. do Autor; 2017. 362p.
  • 9
    Crawford J, Davis A. Work-related musculoskeletal disorders: why are they still so prevalent? Evidence from a literature review [Internet]. European Agency for Safety and Health at Work – EU-OSHA. 2020 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view
    » https://osha.europa.eu/en/publications/work-related-musculoskeletal-disorders-why-are-they-still-so-prevalent-evidence/view
  • 10
    Kok J, Vroonhof P, Snijders J, Roullis G, Clarke M, Peereboom K, et al. Work-related musculoskeletal disorders: prevalence, costs and demographics in the EU. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view
    » https://osha.europa.eu/en/publications/msds-facts-and-figures-overview-pre-valence-costs-and-demographics-msds-europe/view
  • 11
    Shiri R, Lallukka T, Rahkonen O, Leino-Arjas P. Excess body mass and leisure time physical activity in the incidence and persistence of chronic pain. Pain Med. 2020;21(11):3094-101.
  • 12
    Celik S, Celik K, Dirimese E, Taşdemir N, Arik T, Büyükkara İ. Determination of pain in musculoskeletal system reported by ofice workers and the pain risk factors. Int J Occup Med Environ Health. 2018;31(1):91-111.
  • 13
    Bontrup C, Taylor WR, Fliesser M, Visscher R, Green T, Wippert P-M, et al. Low back pain and its relationship with sitting behaviour among sedentary ofice workers. Appl Ergon. 2019;81:102894.
  • 14
    Ogata AJN. Promoção da saúde no ambiente de trabalho. Rev Bras Med Trab. 2018;16(s1):41-2.
  • 15
    World Health Organization. Preventing Noncommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity. WHO/World Economic Forum Report of a Joint Event. World Health Organization / World Economic Forum, Geneva [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2008 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1
    » https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43825/9789241596329_eng.pdf;jsessionid=4A6074B9BE2CCD95BE7696C8BEC62893?sequence=1
  • 16
    EU-OSHA. European Agency for Safety and Health at Work (European Union). Conversation starters for workplace discussions about musculoskeletal disorders. Safety and health at work EU-OSHA [Internet]. 2019 [citado 6 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders
    » https://osha.europa.eu/en/publications/conversation-starters-wor-kplace-discussions-about-musculoskeletal-disorders
  • 17
    Bülow K, Lindberg K, Vaegter HB, Juhl CB. Efectiveness of pain neurophysiology education on musculoskeletal pain: a systematic review and meta-analysis. Pain Med. 2021;22(4):891-904.
  • 18
    da Costa FM, de Barros N F, de Oliveira HC, Alexandre NMC. Efects of an intervention program with health education and hatha yoga on the health of professionals with musculoskeletal symptoms. Rev Bras Med Trab. 2020;18(2):114-24.
  • 19
    Proper KI, van Oostrom SH. The effectiveness of workplace health promotion interventions on physical and mental health outcomes - a systematic review of reviews. Scand J Work Environ Health. 2019;45(6):546-59.
  • 20
    Parry S P, Coenen P, Shrestha N, O’Sullivan PB, Maher CG, Straker LM. Workplace interventions for increasing standing or walking for decreasing musculoskeletal symptoms in sedentary workers. Cochrane Database Syst Rev. 2019;2019(11):CD012487.
  • 21
    Hoe VC, Urquhart DM, Kelsall HL, Zamri EN, Sim MR. Ergonomic interventions for preventing work-related musculoskeletal disorders of the upper limb and neck among ofice workers. Cochrane Database Syst Rev. 2018;10(10):CD008570.
  • 22
    Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372(n71):1-9.
  • 23
    Jerônimo J, Lopes S, Siqueira F, Silva M. Counseling for musculoskeletal pain in sedentary workers: a systematic review [Internet]. 2022 [citado 15 de julho de 2022]. Disponível em: https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?Recor-dID=342636
    » https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?Recor-dID=342636
  • 24
    Moher D, Shamseer L, Clarke M, Ghersi D, Liberati A, Petticrew M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4(1):2-9.
  • 25
    Del Duca G, Hallal P. Introdução à epidemiologia. Em: Florindo AA, Hallal PC, organizadores Epidemiologia da Atividade Física. São Paulo: Editora Atheneu; 2011. 1-24p.
  • 26
    Shiwa SR, Costa LOP, Costa L da CM, Moseley A, Hespanhol Junior LC, Venâncio R, et al. Reproducibility of the Portuguese version of the PEDro Scale. Cad Saúde Pública. 2011;27(10):2063-8.
  • 27
    Bernaards CM, Ariëns GAM, Knol DL, Hildebrandt VH. The effectiveness of a work style intervention and a lifestyle physical activity intervention on the recovery from neck and upper limb symptoms in computer workers. Pain. 2007;132(1-2):142-53.
  • 28
    Proper KI, de Bruyne MC, Hildebrandt VH, van der Beek AJ, Meerding WJ, van Mechelen W. Costs, benefts and effectiveness of worksite physical activity counseling from the employer’s perspective. Scand J Work Environ Health. 2004;30(1):36-46.
  • 29
    Andersen LL, Jørgensen MB, Blangsted AK, Pedersen MT, Hansen EA, Sjøgaard G. A Randomized controlled intervention trial to relieve and prevent neck/shoulder pain. Med Sci Sports Exerc. 2008;40(6):983-90.
  • 30
    Schell E, Teorell T, Hasson D, Arnetz B, Saraste H. Impact of a web-based stress management and health promotion program on neck-shoulder-back pain in knowledge workers? 12 month prospective controlled follow-up. J Occup Environ Med. 2008;50(6):667-76.
  • 31
    Sitthipornvorakul E, Sihawong R, Waongenngarm P, Janwantanakul P. The effects of walking intervention on preventing neck pain in ofice workers: a randomized controlled trial. J Occup Health. 2020;62(1):e12106.
  • 32
    Tsauo JY, Lee HY, Hsu JH, Chen CY, Chen CJ. Physical exercise and health education for neck and shoulder complaints among sedentary workers. J Rehabil Med. 2004;36(6):253-7.
  • 33
    Barone Gibbs B, Hergenroeder AL, Perdomo SJ, Kowalsky RJ, Delitto A, Jakicic JM. Reducing sedentary behaviour to decrease chronic low back pain: the stand back randomised trial. Occup Environ Med. 2018;75(5):321-7.
  • 34
    Johnston V, Gane EM, Brown W, Vicenzino B, Healy GN, Gilson N, Smith MD. Feasibility and impact of sit-stand workstations with and without exercise in ofice workers at risk of low back pain: a pilot comparative effectiveness trial. Appl Ergon. 2019;76:82-9.
  • 35
    Chen Y, Moutal A, Navratilova E, Kopruszinski C, Yue X, Ikegami M, et al. The prolactin receptor long isoform regulates nociceptor sensitization and opioid-induced hyperalgesia selectively in females. Sci Transl Med. 2020;12(529):eaay7550.
  • 36
    Edwardson CL, Yates T, Biddle SJH, Davies MJ, Dunstan DW, Esliger DW, et al. Efectiveness of the Stand More AT (SMArT) Work intervention: cluster randomised controlled trial. BMJ. 2018;363:k3870.
  • 37
    Kettunen O, Vuorimaa T, Vasankari T. A 12-month exercise intervention decreased stress symptoms and increased mental resources among working adults - Results perceived after a 12-month follow-up. Int J Occup Med Environ Health. 2015;28(1):157-68.
  • 38
    Rice D, Nijs J, Kosek E, Wideman T, Hasenbring MI, Koltyn K, et al. Exercise-induced hypoalgesia in pain-free and chronic pain populations: state of the art and future directions. J Pain. 2019;20(11):1249-66.
  • 39
    Chowdhury SK, Zhou Y, Wan B, Reddy C, Zhang X. Neck strength and endurance and associated personal and work-related factors. Hum Factors. 2021 [citado 28 de dezembro de 2021]. Disponível em: https://journals.sagepub.com/ doi/10.1177/0018720820983635 Epub ahead of print.
    » https://journals.sagepub.com/ doi/10.1177/0018720820983635
  • 40
    Miranda FBG, Yamamura M, Pereira SS, Pereira C dos S, Protti-Zanatta S T, Costa MK, et al. Sofrimento psíquico entre os profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19: Scoping Review. Esc Anna Nery. 2021;25(spe):e20200363.
  • 41
    Brakenridge CL, Chong YY, Winkler EAH, Hadgraft NT, Fjeldsoe BS, Johnston V, et al. Evaluating short-term musculoskeletal pain changes in desk-based workers receiving a workplace sitting-reduction intervention. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(9):1975.
  • 42
    Li Y, Tse MYM. An online pain education program for working adults: pilot randomized controlled trial. J Med Internet Res. 2020;22(1):e15071.
  • 43
    Lage FX de A, Amorim PR dos S, Moreira OC, Oliveira RAR de, Marins JCB. Exercício aeróbico e intensidade autosselecionada por mulheres: uma revisão sistemática. Saúde (Santa Maria). 2020;46(2):1-22.
  • 44
    Chen X, Coombes BK, Sjøgaard G, Jun D, O’Leary S, Johnston V. Workplace-based interventions for neck pain in ofice workers: systematic review and meta-analysis. Phys Ter. 2018;98(1):40-62.
  • 45
    Green BN, Johnson CD, Haldeman S, Kane EJ, Clay MB, Grifth EA, et al. The global spine care initiative: public health and prevention interventions for common spine disorders in low- and middle-income communities. Eur Spine J. 2018;27(6):838-50.
  • 46
    Buomprisco G, Ricci S, Perri R, De Sio S. Health and telework: new challenges after COVID-19 pandemic. Eur J Env Publi. 2021;5(2):em0073.
  • 47
    Lemos AHDC, Barbosa ADO, Monzato P P. Mulheres em home ofice durante a pandemia da covid-19 e as configurações do confito trabalho-família. Rev Adm Empres. 2020;60(6):388-99.
  • 48
    Moretti A, Menna F, Aulicino M, Paoletta M, Liguori S, Iolascon G. Characterization of home working population during COVID-19 emergency: a cross-sectional analysis. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(17):6284.
  • 49
    Moseley AM, Rahman P, Wells GA, Zadro JR, Sherrington C, Toupin-April K, et al. Agreement between the Cochrane risk of bias tool and Physiotherapy Evidence Database (PEDro) scale: A meta-epidemiological study of randomized controlled trials of physical therapy interventions. PLoS One. 2019;14(9):e0222770.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2022

Histórico

  • Recebido
    29 Dez 2021
  • Aceito
    18 Ago 2022
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 Cj2 - Vila Mariana, CEP: 04014-012, São Paulo, SP - Brasil, Telefones: , (55) 11 5904-2881/3959 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br