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Caracterização da dor em pacientes hospitalizados: revisão narrativa

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A dor pode ser infuenciada pelo período de internação hospitalar, acarretando diferentes prejuízos ao paciente. Os profissionais devem coletar e registrar adequadamente esse dado para tratar a dor. O objetivo deste estudo foi investigar as diferentes características da dor em pacientes hospitalizados.

MÉTODOS:

Foi realizada uma revisão sistematizada nas bases de dados Medline, LILACS e Pubmed, com base nos descritores “dor” AND “pacientes” AND “internados” com seus respectivos termos em inglês até outubro de 2020. Encontrou-se, no total, 2.085 artigos, dos quais 2.064 passaram por criteriosa avaliação e 20 foram selecionados para compor esta revisão com base nos critérios de inclusão e exclusão delineados.

RESULTADOS:

A dor é mais comum e mais intensa em alas de pós-operatórios (90,8%) e de cuidados paliativos, sobretudo, é frequentemente relatada por mulheres jovens. Tem duração superior a três meses em muitos pacientes e interfere nas atividades de vida diária. Uma adequada analgesia representa grande importância nesse cenário. Os instrumentos unidimensionais são mais utilizados para avaliar a dor em hospitais. Chama atenção a ausência ou omissão de terapias não farmacológicas para o manejo da dor, a qual pode ser considerada uma alternativa segura sem aumentar o uso de fármacos.

CONCLUSÃO:

A dor se mostrou muito presente e intensa em pacientes hospitalizados, demonstrando haver falha nos protocolos hospitalares de analgesia em todo o mundo. Por sobrecarga de trabalho dos profissionais, a dor ainda é subavaliada.

DESTAQUES

  • No ambiente hospitalar, a dor ainda não recebe a devida atenção. Há falhas nos quesitos de avaliação sistematizada, apropriada e confança dos profissionais nos relados dos pacientes, sobretudo o registro nos prontuários e tratamento analgésico adequado.

  • A dor está muito presente nos pacientes internados, independentemente do motivo da hospitalização e, com isso, limita a qualidade de vida e as atividades diárias, além de causar alterações biopsicossociais.

  • Recomenda-se fortemente a capacitação para equipe interprofissional dos hospitais para melhorar o manejo da dor nesse cenário.

INTRODUÇÃO

A dor é definida como uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial. O relato de uma pessoa sobre uma experiência dolorosa deve ser respeitado, uma vez que a dor é sempre pessoal, podendo ser infuenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais11 DeSantana JM, Perissinotti DM, Oliveira Junior JO, Correia LM, Oliveira CM, Fonseca PR. Definição da dor revisada após quatro décadas. BrJP. 2020;3(3):197-8..

A dor é considerada um problema de saúde universal, sendo transversal a várias doenças. Sua subjetividade gera dificuldade em descrevê-la e, se não for tratada, pode conduzir a vários efeitos adversos22 Silva EJ, Dixe MA. Prevalência e características de dor em pacientes internados em hospital português. Rev Dor. 2013;14(4):245-50.. Tendo em vista as diferentes formas de percepção e apreciação da dor, que mudam de pessoa para pessoa, é fundamental que os profissionais se atentem a esse fenômeno para melhor avaliação e atenção integral aos pacientes33 Nascimento LA, Kreling MCGD. Assessment of pain as the ffth vital sign: opinion of nurses. Acta Paul Enferm. 2011;24(1):50-4..

A falta de instrumentos objetivos para mensurar a dor ou possíveis erros que podem provir de uma subavaliação podem comprometer a qualidade de assistência, além de contribuir para morbidades e aumento do tempo de internação44 Department of Health and Human Services (US). National Institutes of Health. NIH Consensus Development Program. The integrated approach to the management of pain [Internet]. Consensus Development Conference Statement; 1986 May 19-21; Kensington (MD) [cited 2012 May]. Disponível em: http://consensus.nih.gov/1986/1986PainManagement055html.htm
http://consensus.nih.gov/1986/1986PainMa...
. Durante a internação, os pacientes são expostos a variadas situações e fatores que podem infuenciar a forma com que a dor é percebida, o que pode resultar em melhora ou piora da queixa55 Oliveira CM, Carvalho DV, Matos SS, Soares SM, Malheiros JA, Arantes Jr AA. Pain in hospitalized elders with musculoskeletical dysfunction. Rev Med Minas Gerais 2013;23(1):31-6..

Estima-se que a prevalência mundial de dor crônica (DC) é de 10,1% a 55,5% e, segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), a média é de 35,5%66 Harstall C, Ospina M. How prevalent is chronic pain? Pain: Clinical Updates. 2003;11(2):1-4.. No Brasil, existem poucos estudos epidemiológicos, impossibilitando uma estimativa precisa e homogênea, entretanto algumas pesquisas confirmam que a incidência de DC é semelhante à estimada pela IASP, variando de 29,3% a 73,3%, afetando cerca de 40% de adultos e idosos, com predominância para o sexo feminino e região dorsal/lombar77 Vasconcelos FH, Araújo GCD. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. Br J Pain. 2018 apr-jun;1(2):176-9.,88 de Souza JB, Grossmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso I P. Prevalence of chronic pain, treatments, perception, and interferences on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.. Também se sabe que a principal causa relatada por pacientes nos atendimentos ambulatoriais é a DC99 Ponte ST, Machado A, Dutra A P. Dor como queixa principal no serviço de pronto-atendimento do hospital municipal de São Pedro do Sul. RS. Rev Dor. 2008;9(4):1345-9..

O presente estudo contribui para a ampliação do conhecimento da dor hospitalar. Investigar essa temática permite compreender a heterogeneidade do assunto nos diferentes hospitais do mundo. A falta de uniformidade na abordagem da dor nesse contexto motiva a explorá-lo e orientar os leitores para a necessidade de discussões mais robustas e pesquisas clínicas com ações educativas, avaliativas e intervencionistas, considerando as particularidades do ambiente hospitalar. O objetivo deste estudo foi determinar as diferentes características da dor em pacientes hospitalizados.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão narrativa com busca sistematizada referente à dor em pacientes internados, com a finalidade de reunir e sintetizar as evidências encontradas em artigos originais sobre o tema em questão.

A revisão abrangeu apenas publicações disponíveis na íntegra nas bases de dados Medline, LILACS e Pubmed. Os descritores definidos no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e no MeSH (Medical Subject Headings) foram: “dor” AND “pacientes” AND “internados” com seus respectivos descritores em inglês.

Os critérios de inclusão foram estudos originais que retratassem a dor em ambiente hospitalar, que envolvessem apenas adultos com dor, sem comorbidades, disponíveis gratuitamente na íntegra nas bases de dados e idiomas selecionados, publicados no período de 2015 a outubro de 2020, a serem avaliados por dois autores independentes. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos, outras revisões de literatura, trabalhos cuja população estudada fosse composta por crianças ou por idosos, pesquisas sobre a eficácia de tratamentos experimentais, artigos publicados fora do recorte temporal e artigos que citassem dor em pacientes não hospitalizados.

RESULTADOS

Um total de 2.085 artigos passou por três etapas: (1) análise de títulos, (2) análise de resumos e (3) análise de objetivos. Após esse processo, restaram 1.037 publicações, sendo então fltradas conforme os critérios de inclusão estabelecidos: 1.017 publicações foram excluídas, 11 por não apresentarem texto completo disponível, 3 por estarem duplicados, 422 por não terem sido publicadas dentro do recorte temporal estabelecido, 278 cuja população pesquisada era composta de crianças ou idosos, 157 que pesquisaram tratamentos para a dor e 94 que retratavam dor em pacientes não hospitalizados. Além disso, também foram excluídos 52 artigos de revisão. Finalmente, 20 estudos contemplaram os critérios de inclusão (Figura 1). Os estudos apresentam grande variação quanto ao tamanho amostral, sendo que as menores amostras são de 16 participantes, enquanto a maior é de 88 mil escores de dor. Além disso, objetivos e avaliações da dor também divergem de um para outro. Os artigos selecionados foram organizados e estão evidenciados na tabela 1.

Figura 1
Fluxograma da seleção dos artigos

Tabela 1
Síntese dos estudos selecionados

DISCUSSÃO

É crescente o consenso de preconização da dor como o quinto sinal vital, determinando que ela deve ser investigada, analisada e registrada com a mesma importância dada aos demais sinais vitais. A percepção da dor é multidimensional, apresentando diversidade quanto à qualidade e intensidade sensorial, além de variáveis afetivo-emocionais, e por isso vem apinhada de subjetividade3030 Sousa FA. Dor: o quinto sinal vital. Rev Latinoam Enferm. 2002;10(3):446-7..

Um fardo comum associado a toda e qualquer doença é a dor. Estudo1212 Peng LH, Jing JY, Qin P P, Su M. A Multi-centered cross-sectional study of disease burden of pain of inpatients in Southwest China. Chin Med J (Engl). 2016;129(8):936-41., envolvendo pacientes de 17 hospitais da China, observou queixa dolorosa aguda em 90,8% dos participantes em repouso no pós-operatório, concluindo que a analgesia pós-operatória ainda precisa ser melhorada. A dor cirúrgica é um importante fator no ambiente hospitalar por ser mais intensa que a não cirúrgica e deve ser levada em consideração.

Além disso, estudo1616 Jabusch KM, Lewthwaite BJ, Mandzuk LL, Schnell-Hoehn KN, Wheeler BJ. The pain experience of inpatients in a teaching hospital: revisiting a strategic priority. Pain Manag Nurs. 2015;16(1):69-76. mostrou que a prevalência de dor em adultos hospitalizados ocorreu em taxas inaceitáveis. Dos 88 pacientes entrevistados, 70,4% relatam quadro álgico presente no momento do inquérito, desses, 30% relataram duração de dor menor que 7 dias e 26% uma duração que superava três meses. Seus resultados ainda mostraram importante relação entre dor e sua interferência nas atividades diárias.

A prevalência de dor pós-operatória permaneceu consistentemente alta (39%) durante as duas últimas décadas, mesmo após uma dose de fármaco analgésico99 Ponte ST, Machado A, Dutra A P. Dor como queixa principal no serviço de pronto-atendimento do hospital municipal de São Pedro do Sul. RS. Rev Dor. 2008;9(4):1345-9., e um dos fatores contribuintes para esse achado é a insuficiente medição da dor em hospitais. Quando a experiência dolorosa do paciente é totalmente compreendida, um melhor tratamento se torna possível. Pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) hospitalizados experimentam complicações físicas e psicológicas da dor (aguda e crônica), por isso os autores1919 Bernhofer EI, Masina VM, Sorrell J, Modic MB. The pain experience of patients hospitalized with inflammatory bowel disease. Gastroenterol Nurs. 2017;40(3):200-7. entrevistaram 16 pacientes de diferentes idades, sexo, tempo de permanência no hospital e tempo de diagnóstico de DII, a fim de compreender a dor desses pacientes e cuidados ou cirurgias relacionadas. O desfecho foi que esses pacientes apresentam complexas necessidades físicas e emocionais, apresentam quadro álgico diário e frustração com o controle da dor, além de relatarem sentimento de serem desacreditados em relação à sua dor por enfermeiros e médicos. Também foram coletados1919 Bernhofer EI, Masina VM, Sorrell J, Modic MB. The pain experience of patients hospitalized with inflammatory bowel disease. Gastroenterol Nurs. 2017;40(3):200-7. vários relatos de sofrimentos desnecessários, porque o enfermeiro ou médico não estavam familiarizados com técnicas eficazes do controle da dor. Em contrapartida, quando a queixa foi ouvida e atendida adequadamente, houve relatos de conforto experimentados pelos pacientes após o uso do fármaco. Somado a isso, os autores2727 Panazzolo PS, Siqueira FD, Portella M P, Stumm EMF, Colet CD. Pain evaluation at the post-anesthetic care unit of a tertiary hospital. Rev Dor. 2017;18(1):38-42. estudaram pacientes em pós-operatório imediato, constatando que analgésicos como o tramadol e a dipirona foram os mais prescritos e utilizados para amenizar a queixa dolorosa relatada pelos pacientes na recuperação pós-anestésica. Também verificaram associação entre fazer uso de algum fármaco opioide no pós-operatório e não apresentar dor, mais uma vez reforçando a importância da prática anestésica para o bem-estar do paciente recém-operado.

Paralelamente, foram analisados3131 Silva YBD, Pimenta CADM. Análise dos registros de enfermagem sobre dor e analgesia em doentes hospitalizados. Rev Esc Enferm USP. 2003;37(2):109-18. registros de enfermagem em um hospital oncológico, observando-se anotações de presença de dor em mais de 71% dos prontuários que compuseram a amostra. Além disso, a prevalência de dor neuropática (DN) em pacientes japoneses com câncer terminal de uma unidade de cuidados paliativos foi de 18,6%, segundo os autores2323 Harada S, Tamura F, Ota S. The prevalence of neuropathic pain in terminally ill patients with cancer admitted to a palliative care unit. Am J Hosp Palliat Care. 2016;33(6):594-8.. A DN foi diagnosticada pelos autores de acordo com o algoritmo da IASP.

A fim de examinar a experiência dolorosa de 16 pacientes hospitalizados com câncer avançado, os autores2121 Erol O, Unsar S, Yacan L, Pelin M, Kurt S, Erdogan B. Pain experiences of patients with advanced cancer: A qualitative descriptive study. Eur J Oncol Nurs. 2018;33(1):28-34. permitiram que falassem livremente, usando suas próprias palavras para descrever sua percepção da dor. Os resultados mostraram que esses pacientes experimentam ansiedade, desamparo, desesperança e muitas restrições na vida diária, bem como incapacidade de lidar com a dor. Para mais, foi mostrado que eles precisam de mais atenção dos enfermeiros, já que a maior parte da amostra não estava satisfeita com os cuidados recebidos no que diz respeito ao enfrentamento da dor2121 Erol O, Unsar S, Yacan L, Pelin M, Kurt S, Erdogan B. Pain experiences of patients with advanced cancer: A qualitative descriptive study. Eur J Oncol Nurs. 2018;33(1):28-34..

Vale ressaltar que o profissional responsável pelo cuidado direto da sensação da dor é o enfermeiro, uma vez que permanece mais tempo próximo do paciente e deve, por isso, assumir o manuseio correto da dor, isto é, tornar a avaliação da dor uma prioridade, a fim de proporcionar alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida (QV) ao paciente oncológico3333 Tulli AC, Pinheiro CS, Teixeira SZ. Dor oncológica: os cuidados de enfermagem. Rev Bras Cancerol. 1999. Disponível em: http://portaldeenfermagem.blogspot.com.br/2008/07/artigo-dor-oncolgica-os-cuidados-de.html. Acesso em 12 janeiro 2021.
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A associação entre dor e QV foi pesquisada no estudo1313 Mikan F, Wada M, Yamada M, Takahashi A, Onishi H, Ishida M, Sato K, Shimizu S, Matoba M, Miyashita M. The association between pain and quality of life for patients with cancer in an outpatient clinic, an inpatient oncology ward, and inpatient palliative care units. Am J Hosp Palliat Care. 2016;33(8):782-90. em três ambientes de cuidados oncológicos: no ambulatório, na enfermaria e na unidade de cuidados paliativos. Os resultados para “dor média” ou “pior dor” foram semelhantes quando associados aos principais aspectos da QV, enquanto para “menor dor” a associação foi relativamente pequena. A dor tem uma associação com a QV física e emocional, sendo menor nos pacientes com câncer da unidade de cuidados paliativos do que nos pacientes ambulatoriais ou internados1313 Mikan F, Wada M, Yamada M, Takahashi A, Onishi H, Ishida M, Sato K, Shimizu S, Matoba M, Miyashita M. The association between pain and quality of life for patients with cancer in an outpatient clinic, an inpatient oncology ward, and inpatient palliative care units. Am J Hosp Palliat Care. 2016;33(8):782-90..

Um indivíduo geralmente prefere ter um membro da sua família presente durante intervenções médicas ou de enfermagem, por isso se presumia que a presença da família reduzia os níveis de ansiedade e dor dos pacientes. Entretanto, os autores2222 İşlekdemir B, Kaya N. Efect of family presence on pain and anxiety during invasive nursing procedures in an emergency department: a randomized controlled experimental study. Int Emerg Nurs. 2016;24:39-45. pesquisaram 138 pacientes alocados aleatoriamente em um grupo experimental (que contou com a presença da família) e em um grupo controle (que permaneceu sem nenhum familiar) e observaram que os estados de ansiedade e dor durante procedimentos invasivos de enfermagem não diferiram de um grupo para o outro, sendo assim, a presença da família não infuencia esses escores, podendo, então, ser baseada puramente na preferência dos pacientes.

Ademais, a intensidade de dor foi avaliada1111 Van Hecke A, Van Lancker A, De Clercq B, De Meyere C, Dequeker S, Devulder J. Pain intensity in hospitalized adults: a multilevel analysis of barriers and facilitators of pain management. Nurs Res. 2016;65(4):290-300. a fim de examinar sua associação com pacientes, enfermeiros e o sistema barreiras/facilitadores para o seu tratamento. A prevalência de dor encontrada nos pacientes das enfermarias incluídas na pesquisa foi de 64,4%, dos quais a maior parte (36,7%) apresentou dor leve. Dos enfermeiros que responderam ao questionário, mais da metade (66,8%) estimou seu conhecimento sobre a dor como “moderado”1111 Van Hecke A, Van Lancker A, De Clercq B, De Meyere C, Dequeker S, Devulder J. Pain intensity in hospitalized adults: a multilevel analysis of barriers and facilitators of pain management. Nurs Res. 2016;65(4):290-300..

As principais barreiras percebidas pelos pacientes foram relutância para ingestão de fármacos opioides (51%), medo de efeitos adversos (47%) e não querer ser um fardo para os enfermeiros (47%). Já em relação aos enfermeiros, a maior parte percebeu a dor como uma prioridade (92,4%) e relatou que há analgésicos na enfermaria (84,6%). A barreira percebida por 30,6% dos enfermeiros foi tempo insuficiente para ouvir o paciente1111 Van Hecke A, Van Lancker A, De Clercq B, De Meyere C, Dequeker S, Devulder J. Pain intensity in hospitalized adults: a multilevel analysis of barriers and facilitators of pain management. Nurs Res. 2016;65(4):290-300..

Os resultados indicam que 12,1% da variação na intensidade de dor relatada pelos pacientes pode ser explicada em nível da enfermaria, significando que as melhorias no manejo da dor devem se concentrar tanto nos pacientes como nos profissionais de saúde, pois ambos contribuíram para essa variação. Este estudo1111 Van Hecke A, Van Lancker A, De Clercq B, De Meyere C, Dequeker S, Devulder J. Pain intensity in hospitalized adults: a multilevel analysis of barriers and facilitators of pain management. Nurs Res. 2016;65(4):290-300. identificou duas barreiras que explicam 10,7% de toda a variância, a saber, o nível educacional dos enfermeiros e o medo dos enfermeiros de efeitos adversos, ficando apenas uma pequena proporção de variação sem ser explicada.

O estudo2020 Dequeker S, Van Lancker A, Van Hecke A. Hospitalized patients’ vs. nurses’ assessments of pain intensity and barriers to pain management. J Adv Nurs. 2017;74(1):160-71. investigou as barreiras relacionadas ao paciente para o manejo da dor; 40,7% declaram ter dificuldade com a sua avaliação e 37,9% relutância em relatar a dor. Entretanto, na percepção dos enfermeiros, esses percentuais foram 12,6% e 10,5%, respectivamente, mostrando que os enfermeiros subestimam significativamente a gestão dolorosa por parte dos pacientes. Para melhorar essas falhas, os enfermeiros devem ser capacitados e mais encorajados a explorar ativamente as barreiras relacionadas ao paciente para o manejo da dor. Com isso, os pacientes poderão ser educados de forma a reduzi-las. Avaliações rotineiras da intensidade de dor também devem ser encorajadas, já que muitos pacientes só relatam a dor quando solicitados. Por fim, os pacientes devem ser instruídos sobre como usar escalas de avaliação de dor nas enfermarias e hospitais2020 Dequeker S, Van Lancker A, Van Hecke A. Hospitalized patients’ vs. nurses’ assessments of pain intensity and barriers to pain management. J Adv Nurs. 2017;74(1):160-71..

Estudo2929 Sousa-Muñoz RL, Rocha GES, Garcia BB, Maia AD. Dor e adequação analgésica em pacientes hospitalizados. Medicina (Ribeirão Preto). 2015;48(6):539-48. com o objetivo de avaliar a prevalência de dor em pacientes hospitalizados caracterizou que o tempo médio de duração do quadro doloroso é de 8,8 meses e a presença de dor aguda é presente em 50,4% da amostra. Um diferencial desse estudo2929 Sousa-Muñoz RL, Rocha GES, Garcia BB, Maia AD. Dor e adequação analgésica em pacientes hospitalizados. Medicina (Ribeirão Preto). 2015;48(6):539-48. foi a observação do predomínio do sexo feminino, tanto para dor aguda (65,5%) quanto crônica (57,9%). Vinte e oito participantes (24,3%) relataram a dor como queixa principal que motivou a hospitalização. A região abdominal (34,8%) e pélvica (33%) foram mais frequentemente apontadas para dor aguda e crônica neste estudo. Predominaram relatos de níveis dolorosos mais intensos, sendo 7,3 a intensidade média para toda a amostra. Dor intensa foi apresentada por 60 pacientes, representando 52,2%, enquanto 39 registraram dor moderada (33,9%). A avaliação da concordância entre o autorrelato álgico e os dados registrados nos prontuários mostrou que em apenas 45 (39,1%) deles foram registradas informações sobre dor no momento da admissão e em 42 (36,1%) durante a evolução2929 Sousa-Muñoz RL, Rocha GES, Garcia BB, Maia AD. Dor e adequação analgésica em pacientes hospitalizados. Medicina (Ribeirão Preto). 2015;48(6):539-48..

Por fim, observou-se prescrição inadequada de analgésicos para 78,3% dos pacientes, sendo que 13 esquemas terapêuticos foram adequados para dor leve, nove para dor moderada e dois para dor intensa. Prevaleceu o emprego da monoterapia com uso de analgésicos não opioides e anti-infamatórios não hormonais (87,8%)2929 Sousa-Muñoz RL, Rocha GES, Garcia BB, Maia AD. Dor e adequação analgésica em pacientes hospitalizados. Medicina (Ribeirão Preto). 2015;48(6):539-48..

A dor é pouco avaliada e subtratada nas enfermarias clínicas, além de haver discrepância entre o autorrelato doloroso e os registros dos prontuários; os esquemas terapêuticos implementados se mostraram inadequados2929 Sousa-Muñoz RL, Rocha GES, Garcia BB, Maia AD. Dor e adequação analgésica em pacientes hospitalizados. Medicina (Ribeirão Preto). 2015;48(6):539-48., erro causado principalmente pela falta de conhecimento e habilidade sobre o controle analgésico, seguido pela preocupação com os efeitos e possibilidade de drogadição, além da relutância em entender as queixas dolorosas. Todos esses achados evidenciam a necessidade de maior conhecimento farmacológico por parte das equipes de saúde.

Observou-se que, apesar dos avanços na área da saúde, a dor ainda se apresenta como um problema pouco investigado e até subestimado por profissionais da saúde durante os atendimentos. Os obstáculos mais frequentes são falta de conhecimento e habilidade para obtenção do controle analgésico, preocupação com os efeitos adversos dos opioides, medo da possibilidade de drogadição e a relutância em entender as queixas dolorosas como respostas humanas passíveis de intervenção. A conclusão é que o profissional tem dificuldade na avaliação e documentação rotineira da dor3232 Lopes LB, Souza MI, Pereira ME. Dor - 5º sinal vital: Análise do Conhecimento da Equipe de Enfermagem. 57º Congresso Brasileiro de Enfermagem. Goiânia, 2005..

A dor aguda é um sintoma valioso para investigar e definir o diagnóstico do paciente. Estudo2828 Bertoncello KCG, Xavier LB, Nascimento ERPD, Amante LN. Dor aguda na emergência: avaliação e controle com o instrumento de MacCafery e Beebe. J Health Sci. 2016;18(4):251-6. que acompanhou a evolução álgica de 24 pacientes internados na Unidade de Emergência utilizando a Escala Numérica Verbal (ENV) e o instrumento proposto por Mc-Cafery e Beebe para avaliar e controlar a dor aguda percebeu que as dores de forte intensidade estão mais presentes nas queixas referidas pelos pacientes.

O processo álgico é mais frequentemente precedido por dores na região lombar, abdominal, membros inferiores e cefaleia segundo a prevalência de procura por atendimento na unidade de emergência, as quais são aliviadas, em sua maioria, por analgesias simples que apresentam um bom efeito no controle da dor, seguidas por opioides e, por fim, anti-inflamatórios não hormonais. A utilização de ENV para mensuração do quadro doloroso auxiliou positivamente a interação entre paciente e enfermeiro no momento da pontuação da dor, apesar de alguns pacientes ainda apresentarem dificuldade para quantificá-la.

Além disso, já se sabe que a dor causada por procedimentos é comum em pacientes hospitalizados e que a dor relacionada ao cuidado (DRC) é subvalorizada e pouco se sabe sobre os cuidados direcionados a ela, além do fato de não ser considerada nem gerida adequadamente. Para melhorar esse fato, os autores1818 Ambrogi V, Tezebas du Montcel S, Collin E, Coutaux A, Bourgeois P, Bourdillon F. Care-related pain in hospitalized patients: severity and patient perception of management. Eur J Pain. 2015;19(3):313-21. sugerem que os profissionais de saúde devem ser capacitados especificamente para melhorar o gerenciamento da DRC e que deve ser dada uma atenção especial aos pacientes hospitalizados com risco de dor intensa relacionada ao tratamento.

Percebeu-se que, mais do que um sintoma, a dor é uma doença, é um evento orgânico subjetivo, de difícil aferição, cujo controle deve estar incluído no tratamento do paciente, tendo em vista sua capacidade de causar alterações biológicas, psicossociais e psicossomáticas. Dentre os sintomas orgânicos mais comuns estão a perda de sono, prejuízo no trabalho, na movimentação e deambulação, alterações de humor, da capacidade de concentração e da relação familiar, além de alterações da atividade sexual e outras questões de saúde mental3434 Araujo LC, Romero B. Dor: avaliação do 5º sinal vital. Uma reflexão teórica. Rev Dor. 2015;16(4):291-6.. Alterações respiratórias, hemodinâmicas e metabólicas podem ser causadas pela dor não controlada, predispondo o paciente à instabilidade cardiovascular, maior consumo energético e proteico, dificuldade na deambulação precoce que favorece o aparecimento de trombose venosa profunda, principalmente em idosos, também causando insônia, maior desgaste metabólico, fadiga e menor cooperação com o tratamento3535 Pimenta CA, Partinoi AG. Dor e cultura. In: Carvalho MM (organizador). Dor: um estudo multidisciplinar. São Paulo; Summus: 1999. 159-73p..

Estudos mostram que a dor continua presente em pacientes hospitalizados, significando que há falha nos protocolos de analgesia em hospitais de diversas partes do mundo. A utilização de instrumentos e métodos corretos para avaliar a dor facilita a identificação de sua gênese, o que é necessário para oferecer um tratamento individualizado e centrado na necessidade de conforto e bem-estar do paciente. A principal barreira para manejo adequado da dor é uma boa avaliação por parte do profissional, o que demanda tempo e confança no relato dos pacientes, pois somente assim poderão instituir terapêuticas para minimizar a queixa.

Percebe-se a necessidade de maior interlocução e aprofundamento sobre o assunto, envolvendo uma equipe interprofissional, com intuito de desenvolver métodos de tratamento e alívio da dor, direcionada para o perfil e característica dos pacientes de cada hospital. Por fim, considerando o ambiente hospitalar, chama atenção a ausência ou omissão de terapias não farmacológicas para o manejo da dor, além da falta de estudos sobre recursos fisioterapêuticos utilizados para tratar e aliviar a dor em pacientes hospitalizados.

As principais limitações deste estudo foram a falta de rigor metodológico dos artigos originais que a compuseram, isso se deu pela estreita quantidade de artigos encontrados sobre o tema proposto e o curto período de tempo estabelecido para a busca dos artigos nas bases de dados.

CONCLUSÃO

Neste estudo, observou-se que a dor é mais comum em alas de pós-operatórios e de cuidados paliativos, onde também se mostrou mais intensa, além de ser mais frequentemente relatada por mulheres jovens. A prevalência de prescrição inadequada de fármacos para tratar a dor ainda se mostra alta. A dor ainda é pouco avaliada no âmbito hospitalar devido à falta de tempo e pela dificuldade do profissional em questionar adequadamente o paciente e documentar a dor.

  • Fontes de fomento: não há.

REFERENCES

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2022

Histórico

  • Recebido
    26 Abr 2021
  • Aceito
    18 Ago 2022
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