RESUMO
Propõe-se neste artigo examinar o processo de conversão de dados, considerados objetivos e quantificáveis, em formas discursivas visuais e sincréticas voltadas a mobilizar experienciações dos sentidos veiculados. Para além de tornar visível o invisível, discute o modo de se dar a ver o indizível, pela análise da sobredeterminação do efeito de intensidade, proximidade e presença aos conteúdos noticiosos. Para tanto, trabalha com empíricos de práticas infográficas circuladas pelos jornais The New York Times (NYT) e Folha de S.Paulo sobre a pandemia covid-19, porque nesse domínio os dados objetificados em fluxos de números e cifras atuam sob a forma do parecer verdadeiro e, no período, a infografia tornou-se recorrente em todas as mídias como mecanismo eficaz de compreensão dos fatos. A metodologia de abordagem dos empíricos ancora-se na perspectiva da semiótica tensiva que fornece fundamentos teóricos para estudo da dimensão sensível dos processos interacionais.
Palavras-chave
Intensidade perceptiva; Experiência no jornalismo de dados; Infografia;
The New York Times
;
Folha de S.Paulo