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NEOEXTRATIVISMO E DESASTRE DA SAMARCO: CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA VULNERABILIDADE MINÉRIO-DEPENDENTE EM ANCHIETA (ES, BRASIL)

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a vulnerabilidade de Anchieta (ES) como processo histórico, considerando a instalação da Samarco na década de 1970 como parte da política nacional de grandes projetos industriais no estado. Pressupõe-se que, juntamente com a modernização, os riscos de desastres são construídos num contexto de vulnerabilidade territorial, cujos efeitos não se limitam a um dado momento ou território. Com base em entrevistas à população local e consultas a dados macroeconômicos o estudo aponta que: (1) a vulnerabilidade anchietense tem correlação com o processo de modernização mundial, o modelo centro-periferia implementado na América-Latina e a minério-dependência neoextrativista; (2) a heteronomia territorial situa Anchieta num processo de dependência frente às atividades da Samarco. Diante do desastre relacionado ao rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), o caso de Anchieta revela sua vulnerabilidade após a paralisação das atividades da empresa.

Palavras-chave:
Vulnerabilidade; Neoextrativismo; Minério-dependência; Desastre; Anchieta/ES

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