Desinfecção de incubadoras usadas em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais: revisão integrativa

Brito, Eva Anny Wélly de Souza; Martins, Mariana Cavalcante; Guedes, Nirla Gomes; Oriá, Mônica Oliveira Batista; Castro, Régia Christina Moura Barbosa; Sousa, Weslley Monteiro Amora; Silva, Leonardo Alexandrino da; Carneiro, Thais Aquino

doi:10.37689/acta-ape/2022AR003397

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Acta Paulista de Enfermagem

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Sumário

Artigo de Revisão • Acta Paul Enferm 35 • 2022 • https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AR003397 copiar

Desinfecção de incubadoras usadas em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais: revisão integrativa

Desinfección de incubadoras usadas en Unidades de Cuidados Intensivos Neonatales: revisión integradora

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Objetivo

Analisar as evidências científicas de práticas de desinfecção de incubadoras usadas em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais.

Métodos

Revisão integrativa de literatura, realizada de junho a julho de 2020, nas bases de dados: LILACS, SciELO, CINAHL, SCOPUS, Web of Science e MEDLINE. Os achados foram organizados conforme o fluxograma PRISMA e discutidos de acordo com a literatura pertinente.

Resultados

Dos 780 artigos encontrados, apenas cinco contemplaram os critérios de inclusão. Os saneantes utilizados foram: cloreto de didecildimetilamônio, polihexametilenobiguanida e Peróxido de Hidrogênio (VHP); cloreto de didecildimetilamônio; N-(3-aminopropyl)-N-dodécylpropane-1,3-diamine; cloreto de didecildimetilamônio e limpeza a vapor; água com detergente para limpeza no balde e água sanitária (200mg/L) e desinfectante Umonium38® a 2,5%. Há diversidade de opções para desinfecção das incubadoras, com variação de métodos e frequência de limpeza. Os saneantes utilizados foram eficazes, apontando para redução da carga microbiana.

Conclusão

Observou-se uma variedade de procedimentos e produtos que podem ser utilizados para limpeza e desinfecção das incubadoras. Os procedimentos de desinfecção favoreceram a redução da contaminação da superfície. No entanto, a presença de micro-organismos, mesmo que reduzida, alerta sobre o risco à segurança do paciente.

Incubadoras; Recém-nascido; Terapia intensiva neonatal; Desinfecção; Infecção hospitalar

Autores, ano, país	Produtos utilizados	Frequência da desinfecção	Resultado
Li et al. 2017. China. (A1)	Panos embebidos com desinfetante (substância não informada), após higienização do ambiente com água sanitária	Diária	Redução das IRAS
Fattorini et al. 2018. Itália. (A2)	Desinfectante Umonium³⁸® Neutralis	<6dias internação: Após alta/transferência >7dias internação: semanal	Redução das Unidades Formadoras de Colônias
Chiguer et al.; 2019; Marrocos (A3)	Lenços descartáveis umedecidos com cloreto de didecildimetilamônio associado ao PHMB, seguido da utilização de peróxido de hidrogênio	Intervenção pontual	Redução das Unidades Formadoras de Colônias
Cadot et al., 2019. França. (A4)	Cloreto de didecildimetilamônio (1), associado a Surfanios® (2), além de limpeza a vapor (2)	Diária (1) e semanal (2)	Redução da contaminação
Ory et al., 2019. França. (A5)	Desinfecção por vapor d’água (Sanivap SV2900)	Não especificado	Redução da incidência de casos de S. capitis

Estudo	Objetivos	Higienização/Material (Etapas seguidas)	Resultados/Conclusões	Níveis de evidência
A1	Avaliar a abrangência do impacto da realocação da ala para uma nova instalação e das práticas de limpeza ambiental alteradas para reduzir MRSA^a em superfícies inanimadas e a taxa de incidentes de IRAS durante o período de cinco anos.	1.Troca de panos de algodão reutilizáveis para todas as superfícies da unidade, incluindo os espaços da ilha do RN, uma vez ao dia para utilização de panos individuais embebidos com substância desinfectante, após higienização do ambiente com água sanitária (200mg/L), duas vezes ao dia. Obs. Substância desinfectante não especificada.	Houve redução significativa na incidência de IRAS pós-intervenção (P<0,001), todavia, houve aumento da incidência de infecções relacionadas a PICC^b (P=0,019).	VI
A2	Avaliar a eficácia de um protocolo para desinfecção de incubadoras neonatais em ambiente clínico para diferentes micro-organismos potencialmente implicados na difusão de IRAS.	1. Protocolo de limpeza, consistindo em cinco fases: a) máquina é desligada e retirada da fonte de energia; b) retirada das partes removíveis; c) desinfecção das partes removíveis; d) desinfecção das partes fixas; e) montagem das partes removíveis. 2. A cada sete dias, o RN era transferido para uma nova incubadora. 3. Utilizado desinfectante Umonium³⁸ ® Neutralis^c com recomendação do fabricante de 2,5% e tempo de contato por 10 minutos.	Diminuição de pelo menos 91,2% de UFC^d, apresentando menores índices de crescimento bacteriano nas amostras referentes às superfícies internas pós-desinfecção.	VI
A3	Avaliar a eficácia do processo de limpeza aprimorada para reduzir a contaminação de bactérias no ambiente da UTIN.	1º dia: rotina padrão de limpeza da unidade com cloreto de didecildimetilamônio em panos lisos reutilizáveis. 2º dia: implementação da rotina de desinfecção com lenços descartáveis umedecidos com Cloreto de didecildimetilamônio associado ao PHMB^e. 3º dia: utilização do VHP^f para toda a ala.	Houve diminuição estatisticamente significante da UFC^d, após aplicação das mudanças apenas do momento 1 para o 2 (P<0,0001), decaindo de 24 UFC para 2. Do momento 2 para o 3, houve queda de 2 para 0 UFC^d.	VI
A4	Apresentar o processo de investigação e práticas adotadas de higienização com foco na incubadora para controlar um surto de K. pneumoniae produtora de beta-lactamase.	1º Momento: avaliação das práticas de precaução padrão, contato e desinfecção. 2º Momento: acrescido ao protocolo pré-estabelecido (limpeza diária da incubadora com Anios ND 7.85 II®^g; semanalmente, os RN são transferidos de incubadora, sendo realizado processo de desinfecção com Surfanios®^h, e limpeza a vapor [SV 4000A, Sanivap, France] da incubadora e do colchão) Surfanios®^h, após limpeza a vapor. 3º Momento: troca de todos os colchões, devido às rachaduras (reavaliação após 1 mês). Limpeza a vapor para o acrílico das incubadoras e produtos químicos para os colchões. 4º Momento: reavaliação após sete meses.	Após aplicação das intervenções, houve redução do nível de contaminação das incubadoras, decrescendo de 35,6% para 4,9% e dos colchões de 61,2% para 9,8% de amostras positivadas.	VI
A5	Avaliar o impacto das intervenções para controle de infecção para reduzir o número de casos de S. capitis NRCS-A durante período de cinco anos em uma UTIN.	1. Substituição da desinfecção por detergentes moleculares para desinfecção por vapor d’água (Sanivap SV2900ⁱ). 2. Protocolo seguiu quatro períodos: P1) pré-aquisição da limpadora a vapor; P2) uso da limpadora; P3) mau funcionamento do maquinário; P4) conserto e reutilização da limpadora.	A incidência de casos de infecção por S. capitis, durante os períodos de uso (P2 e P4), apresentou-se menor que os de não uso (P1 e P3), com diferença estatística significante (P<0,001), ocorrendo zero infecções em P4.	VI

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[1] Autor correspondente: Mariana Cavalcante Martins E-mail: marianaenfermagem@hotmail.com