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Qualidade de vida no trabalho: avaliação da produção científica na enfermagem brasileira

Resumos

OBJETIVO: Analisar como tem sido estudada a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a satisfação profissional na enfermagem brasileira. MÉTODOS: Para a seleção dos artigos utilizaram-se as seguintes bases de dados: LILACS; CAPES; DEDALUS; UNICAMP; UNIFESP e UNESP. Os estudos selecionados foram analisados empregando alguns critérios de avaliação utilizados em estudos sobre Qualidade de Vida: conceito e domínios, instrumentos utilizados e população investigada. RESULTADOS: Dos 47 estudos encontrados, 17 (36,1%) atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. O termo QVT foi conceituado em oito publicações (47,0 %) e 11 (64,7%) apontaram os domínios analisados. O conceito de QVT esteve mais relacionado à satisfação profissional, enquanto o domínio mais abordado foi a remuneração. Foram identificados sete instrumentos, sendo o Índice de Satisfação Profissional o mais usado (23,5%). CONCLUSÃO: De modo geral não existiu consenso entre os autores das pesquisas analisadas quanto ao conceito de QVT e aos domínios do trabalho avaliados.

Qualidade de vida; Trabalho; Satisfação no emprego; Publicações científicas e técnicas


OBJECTIVE: To analyze how Quality of Working Life (QWL) / Quality of Life at Work (QLW) has been studied, and assess the Brazilian nursing professionals' satisfaction. METHODS: Articles were selected using the following databases: LILACS; CAPES; DEDALUS; UNICAMP; UNIFESP; and UNESP. The selected studies were analyzed based on some evaluation criteria used in studies about Quality of Life: concepts and domains, used instruments and investigated population. RESULTS: Of the 47 studies found, 17 (36.1%) met the established inclusion criteria. The term QWL/QLW was conceptualized in eight articles (47.0%). Eleven papers (64.7%) pointed out the analyzed domains. The QWL/QLW concept was more related to professional satisfaction, while the most approached domain was payment. Seven instruments were found, and the Index of Professional Satisfaction was the most used (23.5%). CONCLUSION: Generally, there was no consensus among the researched authors regarding the QWL/QLW concept and the domains of the evaluated studies.

Quality of life; Work; Job satisfaction; Scientific and technical publications


OBJETIVO: Analizar cómo ha sido estudiada la calidad de Vida en el Trabajo (CVT) y la satisfacción profesional en la enfermería brasileña. MÉTODOS: Para la selección de los artículos se utilizaron las siguientes bases de datos: LILACS; CAPES; DEDALUS; UNICAMP; UNIFESP y UNESP. Los estudios seleccionados fueron analizados empleando algunos criterios de evaluación utilizados en estudios sobre Calidad de Vida: concepto y dominios, instrumentos utilizados y población investigada. RESULTADOS: De los 47 estudios encontrados, 17 (36,1%) atendieron a los criterios de inclusión establecidos. El término CVT fue conceptualizado en ocho publicaciones (47,0 %) y 11 (64,7%) apuntaron los dominios analizados. El concepto de CVT estuvo más relacionado a la satisfacción profesional y el dominio más abordado fue la remuneración. Fueron identificados siete instrumentos, siendo el Índice de Satisfacción Profesional el más usado (23,5%). CONCLUSIÓN: De modo general no existió consenso entre los autores de las investigaciones analizadas respecto al concepto de CVT y a los dominios del trabajo evaluados.

Calidad de vida; Trabajo; Satisfacción en el empleo; Publicaciones científicas y técnicas


ARTIGOS DE REVISÃO


Qualidade de vida no trabalho: avaliação da produção científica na enfermagem brasileira

Calidad de vida en el trabajo: evaluación de la producción científica en la enfermería Brasileña

Denise Rodrigues Costa SchmidtI; Rosana Aparecida Spadoti DantasII; Maria Helena Palucci MarzialeIII

IPós-graduanda em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo USP - Ribeirão Preto (SP), Brasil; Enfermeira do Centro Cirúrgico do Hospital Universitário de Londrina (PR), Brasil

IIDoutora, Professora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo USP - Ribeirão Preto (SP), Brasil

IIIProfessora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo USP - Ribeirão Preto (SP), Brasil

Autor Correspondente

RESUMO

OBJETIVO: Analisar como tem sido estudada a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a satisfação profissional na enfermagem brasileira.

MÉTODOS: Para a seleção dos artigos utilizaram-se as seguintes bases de dados: LILACS; CAPES; DEDALUS; UNICAMP; UNIFESP e UNESP. Os estudos selecionados foram analisados empregando alguns critérios de avaliação utilizados em estudos sobre Qualidade de Vida: conceito e domínios, instrumentos utilizados e população investigada.

RESULTADOS: Dos 47 estudos encontrados, 17 (36,1%) atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. O termo QVT foi conceituado em oito publicações (47,0 %) e 11 (64,7%) apontaram os domínios analisados. O conceito de QVT esteve mais relacionado à satisfação profissional, enquanto o domínio mais abordado foi a remuneração. Foram identificados sete instrumentos, sendo o Índice de Satisfação Profissional o mais usado (23,5%).

CONCLUSÃO: De modo geral não existiu consenso entre os autores das pesquisas analisadas quanto ao conceito de QVT e aos domínios do trabalho avaliados.

Descritores: Qualidade de vida; Trabalho; Satisfação no emprego; Publicações científicas e técnicas

RESUMEN

OBJETIVO: Analizar cómo ha sido estudiada la calidad de Vida en el Trabajo (CVT) y la satisfacción profesional en la enfermería brasileña.

MÉTODOS: Para la selección de los artículos se utilizaron las siguientes bases de datos: LILACS; CAPES; DEDALUS; UNICAMP; UNIFESP y UNESP. Los estudios seleccionados fueron analizados empleando algunos criterios de evaluación utilizados en estudios sobre Calidad de Vida: concepto y dominios, instrumentos utilizados y población investigada.

RESULTADOS: De los 47 estudios encontrados, 17 (36,1%) atendieron a los criterios de inclusión establecidos. El término CVT fue conceptualizado en ocho publicaciones (47,0 %) y 11 (64,7%) apuntaron los dominios analizados. El concepto de CVT estuvo más relacionado a la satisfacción profesional y el dominio más abordado fue la remuneración. Fueron identificados siete instrumentos, siendo el Índice de Satisfacción Profesional el más usado (23,5%).

CONCLUSIÓN: De modo general no existió consenso entre los autores de las investigaciones analizadas respecto al concepto de CVT y a los dominios del trabajo evaluados.

Descriptores: Calidad de vida; Trabajo; Satisfacción en el empleo; Publicaciones científicas y técnicas

INTRODUÇÃO

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem sido objeto de preocupação entre profissionais de diferentes áreas e muitas vezes é avaliada como sendo a satisfação e o bem- estar do trabalhador durante a execução de sua tarefa(1).

Vários pesquisadores contribuíram para os estudos sobre a satisfação do indivíduo no trabalho, dentre os quais podemos citar Elton Mayo, cuja pesquisa foi pioneira e de grande relevância para os estudos do comportamento humano, da motivação e da qualidade de vida do trabalhador(1-2).

Embora os estudos sobre a QVT sejam realizados desde o início do século XX, até hoje não há um consenso sobre o real significado deste termo. No entanto, há um consenso entre os pesquisadores da área, os quais referem que a QVT é um construto subjetivo e dinâmico(3).

Nos últimos anos a QVT tem sido entendida como a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem- estar do trabalhador e na produtividade da empresa, ora associando-se às características intrínsecas das tecnologias introduzidas nas empresas e ao seu impacto; ora aos elementos econômicos, como salário, incentivos, abonos, ou ainda aos fatores ligados à saúde física, mental e à segurança e, em geral, ao bem estar dos trabalhadores(4).

Além da questão conceitual, outro aspecto que tem sido priorizado pelos estudiosos do tema, diz respeito às categorias necessárias para avaliação da QVT e de que maneira elas estão inter-relacionadas(1).

Um dos primeiros estudos que abordou este aspecto foi elaborado em 1973, propondo oito categorias conceituais com o intuito de fornecer uma estrutura para avaliar a QVT. São elas: compensação adequada e justa; condições de segurança e saúde do trabalho; oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da capacidade humana; oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança; integração social na organização de trabalho; constitucionalismo na organização do trabalho; o trabalho e o espaço total da vida; e a relevância social da vida do trabalhador(5).

Outros autores que também contribuíram para melhor compreensão das questões relacionadas à QVT foram Westley em 1979, Nadler e Lawler em 1983, Huse e Cummings e Hackman e Oldham em 1985, entre outros(1).

A satisfação no trabalho tem se tornado um conceito chave dentro das pesquisas de QVT e em pesquisas da área de enfermagem em todo o mundo(6-8). Alguns estudos têm apontado a importância da mensuração da satisfação profissional e sugerido a associação da satisfação no trabalho com melhor qualidade de vida(9), menor índice de estresse relacionado ao trabalho(10) e menor prevalência de sintomas da Síndrome de Burnout(11).

Em relação à medida de QVT entre profissionais de enfermagem, vários instrumentos têm sido criados e utilizados, sendo que muitos deles trazem a satisfação profissional como definição principal da QVT.

Há instrumentos classificados como gerais, que são usados para medir a satisfação profissional de trabalhadores de várias áreas, como o Job Satisfaction Survey(12). E os instrumentos específicos para a medida da satisfação no trabalho de enfermeiros, como o Index of Work Satisfaction(13), o Nurse Stress Index(14), o Muller/McCloskey Satisfaction(15), o Nurse Satisfaction Scale(16), o The Measure of Job Satisfaction(17) e, mais recentemente, o Job Satisfaction in Nursing(8).

As escalas gerais, elaboradas inicialmente para medida de satisfação no trabalho entre trabalhadores da indústria e comércio, já foram utilizadas para avaliação da satisfação no trabalho entre enfermeiros e podem ser apropriadas para comparação da satisfação de trabalhadores de diferentes tipos de organização(17). Os instrumentos específicos, no entanto, podem delinear melhor os componentes que são mais relevantes para a satisfação profissional de determinados grupos de trabalhadores(15).

A diversidade de instrumentos de medidas fundamentados em conceitos distintos sobre o que é QVT pode dificultar a comparação dos resultados nacionais com os resultados de estudos conduzidos em outros países.

Assim, nosso estudo tem como propósito analisar como tem sido estudado o termo QVT e a satisfação no trabalho no Brasil, identificando na produção científica os conceitos e domínios da QVT e da satisfação profissional propostos, os instrumentos utilizados e as populações de trabalhadores investigadas na enfermagem.

METÓDOS

Estudo de revisão da produção científica publicada no Brasil sobre o tema QVT e satisfação no trabalho de profissionais de enfermagem, divulgada por meio de resumos publicados em anais de eventos científicos, artigos, teses e dissertações, publicados na íntegra ou em suas versões resumidas.

Para identificar os estudos que fariam parte desta pesquisa estipulamos os seguintes critérios de inclusão: estudos que avaliaram a QVT ou satisfação no trabalho de enfermeiros ou profissionais de enfermagem de nível médio, por meio de instrumentos específicos ou gerais e por meio de questionários com questões abertas e fechadas, mas que apresentassem uma abordagem quantitativa; estudos metodológicos sobre a elaboração de instrumentos de QVT ou satisfação no trabalho para enfermeiros ou profissionais da enfermagem.

Foram excluídos os estudos que avaliaram a qualidade de vida de profissionais da enfermagem e de docentes de enfermagem que atuavam em instituições hospitalares ou unidade básica de saúde. Este critério foi adotado, pois o conceito de qualidade de vida, embora muito explorado em todo o mundo, apresenta características distintas em relação ao conceito de qualidade de vida no trabalho e satisfação profissional. Assim, neste primeiro momento nosso interesse esteve voltado à QVT e à satisfação no trabalho de enfermeiros ou profissionais de enfermagem de nível médio, não englobando a qualidade de vida desses profissionais, a qualidade de vida, a qualidade de vida no trabalho e a satisfação profissional dos enfermeiros docentes, as quais poderão ser investigadas em outros estudos.

Não foi delimitado um período específico de início da busca, sendo investigada toda a produção, indexada na Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS)(18), disponível no banco de teses da CAPES, USP-DEDALUS(19), UNICAMP-ACERVUS(20), UNIFESP(21), UNESP-ATHENA(22). A busca foi finalizada em dezembro de 2006 e foram usados os seguintes descritores: qualidade de vida, trabalho, satisfação no trabalho e enfermagem.

A coleta de dados foi realizada por uma das autoras, utilizando um instrumento que continha informações sobre os autores da pesquisa, a base de dados, o tipo de publicação, o detalhamento metodológico (instrumento utilizado, domínios da QVT ou satisfação profissional avaliados, utilização de questão global para avaliação da QVT), o detalhamento amostral, a intervenção estudada (objetivo do estudo, conceito de QVT ou satisfação no trabalho utilizado), resultados e conclusões dos estudos.

Dos 47 estudos encontrados, apenas 17 alcançaram os critérios de inclusão descritos. Assim, esses 17 estudos foram avaliados seguindo a proposta de Gill; Feinstein(23) sobre a temática qualidade de vida. Estes autores propõem 10 critérios que avaliam tanto questões relacionadas aos investigadores (conceito adotado, justificativa para escolha do instrumento de avaliação), como relacionadas ao instrumento de medida propriamente dito. Para nosso estudo utilizamos sete dos dez critérios propostos, modificando-os para o enfoque da QVT.

Critérios utilizados para avaliação dos estudos selecionados:

1. O investigador identifica o conceito que utilizará para QVT?

2. O investigador identifica os domínios da QVT que serão mensurados?

3. O investigador justifica as razões para a escolha do instrumento de medida?

4. O investigador reúne os resultados dos domínios do instrumento em um único escore de QVT?

5. Os trabalhadores respondem a uma questão global de QVT?

6. Os trabalhadores são investigados sobre a importância dos domínios da QVT?

7. Se sim, estes resultados são incorporados ao resultado final do estudo?

RESULTADOS

Foram identificadas 47 pesquisas que apresentavam como tema principal a QVT ou a satisfação no trabalho de profissionais de enfermagem. Destes estudos, excluímos 23 por não atenderem aos critérios de inclusão. Também foram excluídos outros sete estudos: dois por não apresentarem o tipo de instrumento utilizado, três por se tratarem de artigos extraídos de dissertações ou teses (neste caso, optamos por avaliar os estudos em suas formas mais detalhadas) e dois por não ter sido possível acessá-los, seja na versão integral ou resumida.

Das 17 pesquisas selecionadas para o estudo, sete eram artigos científicos, todos localizados na íntegra; sete dissertações de mestrado, das quais quatro foram localizadas na íntegra e três teses de doutorado, também em suas versões na íntegra. Quanto ao ano de publicação, encontramos estudos publicados desde 1989(19).

Apresentam-se a seguir os 17 estudos analisados, segundo os autores e ano de publicação, instrumentos utilizados, número de itens e de domínios e a presença de avaliação a respeito da satisfação e da importância do trabalho.

De acordo com os sete critérios estabelecidos para a análise das pesquisas, constatamos que não houve um consenso entre os pesquisadores sobre o conceito e os domínios de QVT a serem abordados. Assim, o conceito de QVT empregado, ora esteve associado à satisfação com alguns componentes do trabalho(32,35,38-39), como remuneração, autonomia, status profissional, entre outros; ora à maior participação do trabalhador dentro da organização(26), corroborando com outros autores que referem que os estudos brasileiros adotam a temática QVT sob enfoques distintos(36,41).

Quatro estudos utilizaram o termo QVT, dos quais três apresentaram a definição que estaria sendo usada na pesquisa(26,36,39). O termo satisfação no trabalho foi empregado em 13 estudos, mas somente cinco(27,30,32,35,38) apresentaram o conceito aplicado. Observamos que nas dissertações e nas teses(26-27,32,35,36,38-39), avaliadas na íntegra, os autores apresentaram os conceitos adotados. O mesmo não ocorreu nos artigos avaliados, nos quais a maioria dos autores não se preocupou em apresentar a definição que estaria utilizando no estudo. Os autores dos resumos(25,31,33) encontrados não apresentaram a definição do termo utilizado em seus estudos, porém este aspecto pode estar relacionado às exigências quanto ao tamanho do resumo para publicação.

Os domínios da QVT foram apontados em 11 estudos(24,26-29,32,35-36,38-40). O número de domínios nos instrumentos variou de 6 a 13, dos quais os mais abordados foram: remuneração, interação, status profissional, requisitos ou objetivos do trabalho, autonomia, política ou normas organizacionais e oportunidade de crescimento.

Quadro 1


No que se refere aos instrumentos de avaliação, sete instrumentos distintos foram encontrados, dos quais o Índice de Satisfação Profissional foi utilizado em quatro estudos(32,35,38-39) e o Questionário de Medida de Satisfação no Trabalho em dois(27,40). Seis autores(25,30-31,33-34,37) elaboraram questionários com questões fechadas e abertas sobre o tema abordado.

A elaboração de um instrumento específico para avaliar a QVT de enfermeiros foi proposta em dois estudos(29,36) e a adaptação transcultural de instrumento de medida da satisfação profissional foi tema de outra investigação(32).

O maior problema detectado nos estudos revisados, com relação aos instrumentos utilizados, esteve relacionado aos resultados da validação dos mesmos. Alguns autores apresentaram apenas a determinação da validade de conteúdo(24), a consistência interna(26), a análise semântica(27), ou a análise fatorial(29) dos instrumentos usados.

Outra forma importante para avaliação da qualidade dos estudos de QVT trata-se da justificativa para a escolha do instrumento de medida, a qual foi apresentada em seis estudos(27-28,32,36,38-39). As justificativas apresentadas referiam-se às propriedades psicométricas dos instrumentos, à utilização em outros estudos, ao número de itens e, ainda, à falta de outra medida específica para enfermeiros hospitalares.

Em seis estudos(24,26,32,35-36,38) os trabalhadores foram questionados sobre a importância relacionada aos aspectos do trabalho ou da profissão por meio de várias questões e em outros dois(27,40), os autores utilizaram um instrumento cuja importância foi avaliada por uma única questão.

A importância com relação aos aspectos do trabalho foi apresentada de duas formas. Alguns estudos trouxeram comparações pareadas(32,35,38), cuja técnica estabelece o julgamento comparativo, dois a dois, entre os componentes do trabalho. Outros pesquisadores optaram por usar escalas do tipo Likert de seis ou sete pontos, cujas opções de resposta variaram de nenhuma ou mínima importância a total ou máxima importância(24,26,36) e discordo totalmente a concordo totalmente(27,40). Este formato consiste de vários enunciados declarativos que expressam um ponto de vista sobre um tópico e permite que o trabalhador expresse a importância de cada um dos itens que compõe o instrumento(32). Em dois estudos(27,40) a análise da questão que mensura importância no instrumento não foi realizada de forma independente, sendo incorporada ao resultado geral de satisfação.

O uso de uma questão global para a avaliação da QVT foi observada em apenas um estudo(36), porém os trabalhadores responderam a esta questão em uma escala de Likert de 7 pontos.

Quanto à população dos estudos, os enfermeiros foram os mais investigados. Onze pesquisas abordaram com exclusividade esta categoria(24,26-32,36,38,40), cinco(25,33,35,37,39) incluíram todos os trabalhadores de enfermagem e apenas uma(34) abordou a questão da satisfação dos profissionais de nível médio.

DISCUSSÃO

No Brasil, tem sido observada uma preocupação em investigar a QVT entre os profissionais de enfermagem, medida também como satisfação no trabalho. Verificamos uma realidade bastante similar à encontrada internacionalmente, ou seja, há estudos que avaliaram a QVT por meio de instrumentos gerais(26-28,40) ou específicos(35,38-39), que adaptaram instrumentos elaborados por pesquisadores de outros países(32) e que construíram novos instrumentos específicos para enfermeiros(29,36).

Apesar de termos localizado trabalhos realizados no final da década de 80(24) e início de 90(25) o resultado deste estudo sugere que ainda há a necessidade de maiores investigações sobre a QVT entre profissionais de enfermagem, uma vez que se trata de um tema de interesse tanto dos trabalhadores como das organizações. Tais estudos colaboram para modificar a maneira pela qual os trabalhadores realizam suas tarefas, facilitando e trazendo maior satisfação aos mesmos e contribuindo para o melhor gerenciamento das instituições.

Os enfermeiros foram os mais investigados nos estudos selecionados, sendo que apenas uma pesquisa investigou exclusivamente os profissionais de nível médio. Este aspecto demonstra que as investigações relacionadas ao tema apresentam diferentes perspectivas e que podem ser influenciadas por interesses institucionais e pessoais. No entanto, entende-se que a QVT e a satisfação profissional será obtida quando todos os níveis hierárquicos alcançarem os mesmos objetivos e a mesma valorização.

No entanto, este aspecto pode trazer conseqüências para as pesquisas realizadas no Brasil, uma vez que em outros países, como os EUA, a inexistência de categorias de enfermagem, poderia dificultar as comparações dos resultados dos estudos de QVT dos profissionais de nível médio e também dos enfermeiros em nosso país, uma vez que as situações de trabalho se tornam muito diferentes em outros países.

No que diz respeito aos resultados obtidos segundo os critérios para a avaliação dos 17 estudos selecionados, observamos que não houve consenso sobre o que significa QVT. Os diversos conceitos relacionados à QVT reforçam nossa percepção inicial quanto à complexidade e às várias correntes de pensamento entre os pesquisadores. A alta ocorrência do termo satisfação profissional, como conceito de QVT, reforça também o que já havia sido apontado em outro estudo(39), o qual descreveu que a satisfação profissional tem sido a forma mais corriqueiramente utilizada por enfermeiros quando se referem à QVT.

Neste sentido, alguns autores(23,42), que abordam o tema qualidade de vida, colocam que a confusão na literatura quanto ao significado de termos altamente subjetivos poderia ser reduzida se os investigadores definissem qual o conceito abordado em suas investigações.

Os autores das teses e dissertações apontaram os conceitos utilizados em seus estudos, enquanto a maioria dos outros pesquisadores não descreveu a definição adotada. Consideramos que há ainda vários aspectos relacionados aos estudos sobre a QVT que precisam ser implementados para que haja um maior desenvolvimento do tema no cenário nacional, sendo esta uma característica importante na avaliação da qualidade dos estudos sobre a temática, assim como a apresentação dos domínios investigados.

Um domínio ou componente de um instrumento de avaliação é o que identifica o foco particular de atenção do estudo. Um domínio pode compreender um único item ou vários itens relacionados(23). Em nossa análise constatamos que mais de 50% dos estudos revisados apresentaram os domínios da QVT que estavam sendo investigados, sendo que os mais abordados foram a remuneração, a interação, o status profissional, os requisitos ou objetivos do trabalho, a autonomia, a política ou normas organizacionais e a oportunidade de crescimento. Todos esses domínios são citados na maioria dos instrumentos utilizados.

Não houve consenso, no entanto, sobre quais componentes do trabalho avaliar, o que se observou é que o tipo de instrumento de medida e os componentes propostos foram influenciados pela base teórica que fundamentou a investigação.

Os instrumentos mais usados foram o Índice de Satisfação Profissional (ISP)(32,35,38-39) e o Questionário de Medida de Satisfação no Trabalho(27,40), os quais apresentavam seis e sete dominós respectivamente, dentre os quais se encontravam a remuneração, status profissional e autonomia.

Também encontramos estudos que adotaram questões fechadas e abertas(25,30-31,33-34,37) sobre o tema abordado, o que tem sido desestimulado por alguns autores, uma vez que não há como determinar a precisão e a validade desses instrumentos e, ainda, por dificuldade de comparação dos resultados com os de outros estudos(42). A apresentação da validade e da precisão do instrumento é um dos critérios que determina a qualidade do estudo(42).

A construção de um instrumento de medida implica na realização de procedimentos teóricos, empíricos e analíticos. Os procedimentos teóricos incluem a fase de explicitação da teoria sobre o construto e da operacionalização do construto em itens, os empíricos e analíticos constituem a fase de validação do instrumento, sendo que os empíricos compreendem as etapas e técnicas para a coleta de dados, com vistas à análise da qualidade psicométrica do instrumento; enquanto que os analíticos compreendem os procedimentos estatísticos que demonstram que o instrumento é válido e preciso(43).

Para a análise da confiabilidade ou precisão, que se refere à consistência dos escores obtidos pelas mesmas pessoas quando elas são reexaminadas com o mesmo teste em ocasiões diferentes, pode-se adotar a seguinte estratégia: fidedignidade de teste-reteste(44).

A validade de um instrumento refere-se àquilo que o teste mede e quão bem ele faz isso, ou seja, se o instrumento mede aquilo que pretende medir. Os testes de validade utilizados normalmente referem-se à validade aparente, de conteúdo, construto (análise fatorial) e de critério(44).

Dois instrumentos analisados, o ISP(32) e o Instrumento de Medida de QVT de Enfermeiras(36), apresentaram-se válidos e confiáveis, pois mostraram as etapas citadas anteriormente. Além disso, foram considerados adequados para os estudos propostos e embora o instrumento elaborado para Medida de QVT de Enfermeiras tenha preenchido todos os critérios de validação, seu longo formato, com 65 itens, pode estar limitando sua utilização, sugerindo a realização de uma versão breve.

O uso de uma questão global para a avaliação da QVT foi observado em apenas um estudo(36). Para alguns autores(23,42) uma questão global formulada de forma aberta pode refletir valores diferentes e preferências individuais entre os indivíduos, porém, determinar o surgimento de várias categorias que dificultam a análise dos resultados e, desta forma, limitar sua utilização. No estudo revisado(36), a autora utilizou uma escala do tipo Likert de 7 pontos para avaliar as respostas dos trabalhadores. Essa estratégia facilitou o uso da questão global e permitiu comparações com o escore total do instrumento. Outra forma de emprego da questão global foi sugerida em estudo sobre a qualidade de vida, o qual refere a utilização da mesma com as respostas fornecidas por meio de uma Escala Analógica Visual(42), o que tem sido bastante utilizado na atualidade.

CONCLUSÃO

Dos 47 estudos encontrados sobre o tema QVT e satisfação profissional, somente 17 atenderam aos critérios de seleção determinados para esse estudo.

Segundo os sete critérios de avaliação propostos, observamos que nem todos os autores definiram QVT ou satisfação no trabalho em seus estudos, apenas oito conceituaram o termo, sendo que na maioria deles o conceito de QVT estava relacionado à satisfação profissional. Não houve consenso também entre os componentes do trabalho investigados, apesar de 11 estudos apresentarem as dimensões avaliadas.

Os componentes mais abordados nos 17 estudos foram: remuneração, status profissional, requisitos do trabalho, autonomia, política organizacional e oportunidade de crescimento.

Apesar de termos encontrado sete instrumentos distintos para medida da QVT, constatamos que a utilização de questionários com questões abertas e fechadas com finalidades restritas aos estudos propostos ainda é uma prática bastante difundida no país. Dos instrumentos encontrados, apenas dois atenderam aos critérios considerados adequados de validade e precisão, o ISP e o Instrumento de Medida de QVT de Enfermeiras, embora todos tenham sido adequados para atender os objetivos dos estudos. O instrumento mais utilizado foi o ISP, utilizado em quatro investigações.

A importância quanto aos componentes do trabalho não foi abordada em todos os estudos, apenas em oito. A questão global sobre QVT foi apresentada em uma única pesquisa.

Os enfermeiros foram avaliados, predominantemente, expressando a necessidade de mais pesquisas que envolvam as demais categorias da enfermagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos e das recomendações que tem sido feitas pelos pesquisadores da temática qualidade de vida e qualidade de vida relacionada à saúde, sugerimos que os estudos futuros apresentem de forma clara o que estão considerando como QVT, ou seja, qual a definição ou conceito usado no estudo. A escolha dos instrumentos deve estar pautada não apenas na existência de sua versão na língua/cultura em que o estudo será realizado, mas na avaliação das suas propriedades psicométricas (validade e confiabilidade) e, fundamentalmente, que seja adequado para responder as questões do estudo a ser realizado.

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  • Corresponding Author:
    Denise Rodrigues Costa Schmidt
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Jul 2008
    • Data do Fascículo
      2008

    Histórico

    • Recebido
      03 Maio 2007
    • Aceito
      29 Nov 2007
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