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ANÁLISES DE LIVROS

Aron Diament

TUBEROUS SCLEROSIS COMPLEX: FROM BASIC SCIENCE TO CLINICAL PHENOTYPES. PAOLO CURATOLO (EDITOR). UM VOLUME (16 x 24 cm) ENCADERNADO, COM 314 PÁGINAS. ISBN 1 898683 39 5. LONDON UK, 2003: MAC KEITH PRESS (HIGH HOLBOM HOUSE, 52-54 HIGH HOLBORN, LONDON WC1V 6RL, ENGLAND UK) FOR THE INTERNATIONAL CHILD NEUROLOGY ASSOCIATION.

Meu conhecimento com Paulo Curatolo remonta aos inícios dos anos 80, quando já começara a estudar a esclerose tuberosa (ET), e desde então, nos sucessivos encontros nossos nos Congressos da ICNA (International Child Neurology Association) acompanhei o progresso de seus estudos sobre esta entidade, cercando-se de vários colaboradores na Universidade Tor Vergata de Roma.

O livro em questão pode se considerar o ápice, até o momento, de sua contribuição para o conhecimento da ET. Para organizá-lo cercou-se de seus colaboradores e outro pesquisador da Itália, como também, valendo-se de sua ascendente posição (Secretário Geral e, agora, Presidente) na ICNA - onde manteve contato permanente com pesquisadores de outros países - atribuiu os vários capítulos, em número de 17, para especialistas de diferentes áreas. Assim, da Itália, participou, com sua equipe composta de 3 autores da mesma Universidade e um colaborador da La Sapienza Universidade de Roma; além disso, escreveu isoladamente os 2 primeiros capítulos, a saber: Capítulo 1 - Revisão histórica (Historical backgound) e Capítulo 2 - Critérios diagnósticos (Diagnostic criteria) e, em colaboração, nos seguintes Capítulos: 3, 4, 7 e 17.

Dos especialistas de outros países colaboraram, como veremos adiante, da Europa, 3 da Grã-Bretanha e 1 da Polônia; dos Estados Unidos da América do Norte, 10 participantes e, da Ásia, 2 japoneses.

O Histórico foi muito bem esmiuçado por P. Curatolo, em que, além, de definir a ET como um "complexo" procurou associar os fenótipos clínicos aos achados patológicos, de imagem e os da genética. No 2° Capítulo - Critérios diagósticos - P. Curatolo revê os critérios por grupos etários (abaixo de 2 anos de idade e até 14- 18 anos), apresentando também vários estudos sobre prevalência e ocorrência no mundo.

O Capítulo 3 - Manifestações neurológicas (Neurological manifestations) - escrito por P. Curatolo e M. Verdecchia (psiquiatra da Univ. Tor Vergata) - praticamente esgota todas as características neuropsiquiátricas do complexo ET, relacionando-as aos 2 genes supressores descritos como causadores da ET (genes TSC1 e TSC2), apresentando casuística própria sob os aspectos clínico, de imagem e de estudos eletrofisiológicos. No Capítulo 4, P. Curatolo, em colaboração com S. Seri (também da Univ. Tor Vergata), mostram com aprofundado detalhe, não somente as manifestações variadas da epilepsia na ET, assim como os estudos sobre eletrogênese e eletrofisiológicos (EEG ictais ou não); abordam também o tratamento medicamentoso e o cirúrgico da epilepsia na ET, neste último item citando o preparo pré-cirúrgico mediante emprego da magnetoeletrencefalografia e do Pet-scan (neste caso, citando estudos de Chugani & cols.). Referem-se também ao emprego da dieta cetogênica nos casos de crises refratárias.

O Capítulo 5 - Deterioração intelectual e cognitiva (Intellectual and cognitive impairments) - escrito por B. Bolton (psiquiatra do King' s College de Londres) - faz uma extensa revisão destes tópicos; além de apresentar experiência pessoal; refere-se também aos vários testes neuropsiquiátricos que se empregam nestes estudos. O Capítulo 6 - Autismo (Autism) - escrito por Michael Dowling, juntamente com P. Curatolo - vem complementar o capítulo anterior, com extensa revisão sobre este distúrbio, com estudos epidemiológicos, de associação com a localização dos túberos, além das co-morbidades como a epilepsia e sua evolução após intervenção cognitiva/comportamental. O Capítulo 7 - Neuroimagem (Neuroimaging) - escrito por A. Bozzao (da Univ. La Sapienza), G. Manenti e P. Curatolo (ambos da Univ.Tor Vergata) - revela uma experiência extensa e bem documentada de neuroimagem (tomografia, ressonância, além de estudos vasculares). O Capítulo 9 - Tomografia por emissão de pósitrons (Positron emission tomography) - escrito pelo casal Chugani, juntamente com E. Asano (todos da Wayne State Univ., de Michigan) - caracteriza-se pela profusão de detalhes que este tipo de imagem fornece conforme se use FDG (18F-fluoro-D-glicose) ou AMT(11C-metil-L-triptofano), mostrando diferenças de captação dos túberos, conforme se trate de ET com ou sem manifestação de autismo.

Os capítulos seguintes, de nos 9,10,11 ,12 e 13 abordam, respectivamente, as manifestações dermatológicas e estomatológicas, oftalmológicas, renais, cardíacas e vasculares, hepáticas, pulmonares, esplênicas e pancreáticas, todos eles com a colaboração de especialistas em suas respectivas áreas, tendo P. Curatolo colaborado somente no Capítulo 13.

O Capítulo 14 - Genética molecular (Molecular genetics) - em que colaboraram pequisadores renomados de Boston (D.J. Kwiatkowski e M.P. Reeve) e de Cardiff (J.P. Cheedle e J.R. Sampson) - mostra os avanços nessa área: a) a localização e o mapeamento dos 2 genes da ET, a saber: TSC1, localizado em 9q34, responsável por 10 a 15% dos pacientes, e produtor da hamartina e o TSC2, localizado em 16p.12.3, responsável por 70% dos casos esporádicos e produtor da tuberina; b) fazem ampla correlação dos estudos genótipo / fenótipo, além das mutações e das funções dos genes, advindo daí a proposta de serem genes supressores, explicando a incidência de tumores nos pacientes com ET. Este capítulo é complementado pelo Capítulo 16 - Neurobiologia molecular (Molecular neurobiology), escrito por P.B. Crino (do Epilepsy Center da Univ. da Pennsylvannia) - que faz a correlação das lesões neuropatológicas com a neurobiologia molecular e a patogênese do desenvolvimento dos túberos, SEN (lesões nodulares que fazem protrusão nos ventrículos e assintomáticas) e SEGA (as mesmas lesões causando também hidrocefalia) e que também complementa o Capítulo 15 - Neuropatologia (Neuropathology), escrito por M. Misuguchi (do Departamento de Pediatria de Tochigi e O. Hino (do Cancer Institute de Tokio) - com ampla revisão das lesões patológicas do SN e de vários órgãos, com casuística própria.

Esta monografia é encerrada por P. Curatolo e N. Bottini (do Burnham Institute de La Jolla, California) com o Capítulo 17 - Objetivos futuros (Future directions), propugnando por estudos e experimentos relacionados à função dos genes, aos mecanismos patofisiológicos, neurobiologia dos fenótipos comportamentais e tratamento precoce racional das manifestações epilépticas.

Recomendo a leitura desta maravilhosa monografia, não somente aos neuropediatras e neurologistas, como também aos pediatras e clínicos, em vista da complexidade sintomatológica do complexo ET, servindo assim ao diagnóstico diferencial com muitas entidades.

Nádia Nader Mangini

MANUAL DE EEG E POLISSONOGRAFIA NEONATAL: ATLAS DE TRAÇADOS. MAGDA LAHORGUE NUNES, JADERSON COSTA DA COSTA (ORGANIZADORES). UM VOLUME (21,0 x 29,5 cm) ESPIRAL COM 253 PÁGINAS. ISBN 85-7430-385-2. PORTO ALEGRE, 2003: EDIPUCRS (E-MAIL: edipucrs@pucrs.br).

Em comemoração aos 25 anos do Laboratório de Neurofisiologia Clínica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, os organizadores Magda Lahorgue Nunes e Jaderson Costa da Costa editaram este Manual de Eletroencefalografia e Polissonografia Neonatal e Atlas de Traçados, com a colaboração de Andréa Julião de Oliveira, Lilia Curzi-Dascalova e Regina Maria França Fernandes.

O livro é composto de 2 partes didaticamente elaboradas, oferecendo ao leitor noções básicas da interpretação do eletroencefalograma (EEG) e da polissonografia neonatal, divididas em 13 capítulos e um atlas com 166 pranchas, algumas com traçados eletrencefalográficos seqüenciais, todos obtidos de exames realizados no Laboratório de Neurofisiologia Clínica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Os capítulos abordam a história do EEG neonatal e os aspectos técnicos da obtenção do exame, a ontogênese do sono no período neonatal, a interpretação do EEG e os padrões fisiológicos normais. As classificações do EEG neonatal anormal propostas por diferentes pesquisadores são apresentadas e discutidas. A seguir, são abordadas as alterações registradas no EEG anormal do recém nascido em vigília e durante as diferentes fases do sono, além da avaliação da arquitetura do sono e o padrão respiratório no período neonatal, assim como as crises convulsivas e o diagnóstico das síndromes epilépticas neonatais, e por fim, as alterações eletrencefalográficas no recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica e o EEG na elaboração do prognóstico do recém-nascido de alto risco. No decorrer do texto são feitas referências a traçados que compõem o atlas, o que proporciona ao leitor, ilustração didática e elucidativa da parte teórica do livro. Cada capítulo é dividido em itens como revisão da literatura, comentários dos organizadores, quadro sinóptico com os dados fundamentais constantes no texto e sugestão de leitura complementar.

O atlas, que corresponde à segunda parte do livro, contém amostras selecionadas de registros eletrencefalográficos obtidos durante vigília e nas diferentes fases do sono, de recém-nascidos normais, prematuros e a termo, demonstrando todos os grafoelementos próprios desta faixa etária. A partir da prancha 37 do atlas, até a 166, são exemplificadas situações anormais dos recém-nascidos, constando em cada amostra, legenda, idade e dados clínicos, ressaltando a interpretação dos achados eletrencefalográficos e de polissonografia.

Este livro representa uma fonte de consulta para os neurofisiologistas clínicos e estagiários da especialidade. Trata-se de uma obra completa, didática e elucidativa, muito bem elaborada, fruto da experiência adquirida por pesquisadores brasileiros, responsáveis por programas de treinamento em eletrencefalografia e polissonografia neonatal, que representa um capítulo especial na Neurofisiologia Clínica.

Antonio Spina-França

SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA. MAGDA LAHORGUE NUNES, ANTONIO CARLOS HUF MARRONE (ORGANIZADORES). UM VOLUME (14 x 21 cm) EM BROCHURA, COM 600 PÁGINAS. ISBN 85 7430 320 8. PORTO ALEGRE, 2002: EDIPUCRS, AVENIDA IPIRANGA 6681 / PRÉDIO 233, CAIXA POSTAL 1429, 90619-900 PORTO ALEGRE RS (E-MAIL: edipucrs@pucrs.br).

Magda Lahorgue Nunes e Antonio Carlos Huf Marrone, organizadores deste compêndio, são membros do Serviço de Neurologia da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), modelar serviço dirigido pelo Professor Jaderson Costa da Costa. Este, no Prefácio, salienta que um dos méritos dos dois organizadores foi saber escolher aqueles 37 colegas - em sua maioria gaúchos e na maior parte ligados à PUCRS - que, com eles, prepararam as doze partes desta obra.

Após Introdução, de que constam aspectos da anamnese e aspectos relevantes do exame físico geral no paciente neurológico, são sucessivamente analisados aspectos relevantes de neuroanatomia e do exame neurológico da motricidade, sensibilidade, nervos cranianos, funções superiores, nível de consciência, sistema neurovegetativo. Seguem-se os capítulos sobre a semiologia neurológica pediátrica e a semiologia neurológica geriátrica. Síndromes específicas e exames complementares em neurologia são os capítulos que encerram o livro. Dois anexos completam a matéria: o primeiro contém modelo de anamnese e exame neurológico e o segundo, de ficha de avaliação neurológica do recém-nascido. Tabelas e ilustrações (quadros ou figuras) enriquecem os capítulos, ampliando seu alcance didático.

A meta dos organizadores do livro é aquele que se inicia em neurologia e em neurociências aplicadas. Tal meta é alcançada, pois o público-alvo encontra a matéria exposta de modo claro e o conteúdo de cada capítulo é atual, enriquecido por referências bibliográficas úteis.

Antonio Spina-França

MALFORMAÇÕES OCCIPITOCERVICAIS. JOSÉ ALBERTO GONÇALVES DA SILVA. UM VOLUME (16 x 23 cm) EM BROCHURA, COM 509 PÁGINAS. RECIFE, 2003: EDITORA UNIVERSITÁRIA / UFPE (RUA ACADÊMICO HÉLIO RAMOS 20, 50740-530 RECIFE PE. Fax 81 371 8395).

Vem finalmente a lume este livro, graças à elevada compreensão e espírito científico da Comissão Editorial da Universidade Federal de Pernambuco, presidida pela Professora Célia Maria Médicis Maranhão Campos. Pronto e revisto o manuscrito, muito lutou para vê-lo publicado o seu autor, o Prof. Dr. José Alberto Gonçalves da Silva. Essa luta retrata um impasse cultural brasileiro, pois só as nossas universidades destinam verbas para obras de cunho realmente científico, como esta. Graças à UFPE ela alcança o leitor. Quantas outras obras de igual valor também permanecem nas mãos de seu autor, que procura um editor? É uma dolorosa questão que permanece em aberto no panorama sócio-econômico que enfrentamos no Brasil, em cujas características o fator econômico prepondera, seguramente.

Tendo sido honrado com o convite do autor para apresentar este livro, escrevi o que segue em seu Prefácio.

"MALFORMAÇÕES OCCIPITOCERVICAIS oferece uma oportunidade ímpar de enriquecer seus conhecimentos ao cultor das neurociências por apresentar uma visão conjunta do tema, por salientar a contribuição brasileira ao estudo dele, por apresentar os melhores caminhos a seguir na conduta dessa neurodisplasia. Este livro contém oito capítulos de conteúdo delineado e cuidadosamente aprimorado por seu autor, José Alberto Gonçalves da Silva. Ele mesmo preparou e cuidou de três deles, os capítulos 1, 3 e 4, que tratam do histórico (escrito com José Correia de Farias Brito), da platibasia e da impressão basilar. O capítulo 2, sobre a anatomopatologia, é da autoria de Roberto Vieira de Melo, de Pernambuco; o capítulo 5, malformação de Chiari, de Mário Augusto Taricco, de São Paulo; o capítulo 6, tratamento da siringomielia associada à malformação de Chiari, de José Arnaldo Mota de Arruda, do Ceará; o capítulo 7, siringomielia associada a fatores medulares, de Marcos Masini, do Distrito Federal; o último, capítulo 8, acesso anterior no tratamento da invaginação basilar, de Geraldo de Sá Carneiro Filho. Todos os capítulos são ricamente ilustrados e muitas dessas ilustrações são apresentadas a cor.

Acima está a súmula do que contém o livro. Mas, ele contém muito mais. Ele retrata a experiência no tema de cada um dos colaboradores e, de modo todo particular, do autor do livro. Faz ele do assunto o motivo principal de suas pesquisas ao longo de sua vida. Levaram-no a enfrentar o desafio dessa tão difícil patologia, tanto a complexidade cirúrgica que caracteriza a conduta como a elevada prevalência do quadro entre os que buscam cuidados neurocirúrgicos na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e no Hospital Santa Isabel, em João Pessoa, onde ele atua com sua equipe, de que participa seu colaborador neste livro, Farias Brito."

Os profissionais da área da saúde, particularmente o neurologista e o neurocirurgião, encontram neste livro o conhecimento necessário e atualizado sobre o tema, nele abordado de modo a garantir ao livro uma presença internacional.

Antonio Spina-França

CONDUTAS EM NEUROLOGIA INFANTIL. UNICAMP. MARIA VALERIANA LEME DE MOURA-RIBEIRO, LISIANE SEGUTI FERREIRA. Um volume (16 x 23 cm) em brochura, com 352 páginas. ISBN 85 7309 781 7. Rio de Janeiro, 2003: Revinter (Rua do Matoso 170, 20270-130 Rio de Janeiro RJ. E-mail: livraria@revinter.com.br).

Agradecendo a colaboração dos cerca de cinqüenta profissionais da área da saúde que participaram da elaboração do livro, todos de uma forma ou de outra ligados à Disciplina de Neurologia Infantil do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de São Paulo (FCM/UNICAMP), na Apresentação suas autoras salientam o respectivo caráter prático. Este é voltado ao ensino e ao aprimoramento na área de neurologia infantil, sempre visando assistir o paciente. É dessa forma que as autoras visualizam o objetivo deste livro, por elas corporificado reunindo as contribuições da equipe da FCM/UNICAMP a que se integram. A primeira, Maria Valeriana Leme de Moura-Ribeiro, é a Professora Titular da Disciplina; a segunda, Lisiane Seguti Ferreira, Doutora em Neurologia pela mesma escola, a FCM/ UNICAMP.

O livro contém onze capítulos, seguidos de índice remissivo. Sucessivamente, esses capítulos abrangem a matéria, na ordem do interesse que têm para a assistência neuropediátrica. Assim, o primeiro capítulo trata da Infecção e dele constam textos sobre meningite bacteriana, encefalites, neurocisticercose, neurotuberculose, HIV, abscesso cerebral, discite e neuroesquistossomose. Epilepsia é a matéria do Capítulo 2, de que constam textos sobre: tratamento, convulsão febril, estado de mal epiléptico, epilepsias mioclônicas progressivas, eventos não-epilépticos. Doenças neuromusculares, do terceiro, com os temas: polirradiculoneuropatias, miastenia grave e dermatomiosite. Afecções vasculares, do quarto, abrangendo: condutas e trombose venosa. Neurocirurgia, com: cranioestenose, trauma cranioenfefálico, hidrocefalia, tumores, trauma raquimedular, abscessos cerebrais. Anormalidades neonatais, com: infecções congênitas, crises neonatais, encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal. Aspectos comportamentais: distúrbios de aprendizagem, distúrbio do déficit de atenção com hiperatividade, abordagem psicológica da criança com cefaléia. Outros temas, Capítulo 8, abrange: cefaléia, paralisa cerebral, distúrbios do movimento, sonambulismo - terror noturno, doenças desmielinizantes, doenças metabólicas, coma não traumático. Reabilitação, com temas de fisioterapia e fonoaudiologia. Radiologia, com os tópicos: neurorradiologia pediátrica e ultra-som em neurologia infantil. Apêndice, o último capítulo, apresenta roteiros, esquemas e tabelas de utilidade na prática neuropediática, iniciando-se pelo exame neurológico evolutivo. Ao final de cada tema dos capítulos, constam referências bibliográficas apropriadas.

Os que se especializam neurologia infantil vão encontrar neste livro a experiente vivência de cada um dos colaboradores e, em conjunto, a experiência vivida por uma escola, a segura escola de neurologia infantil da UNICAMP.

Antonio Spina-França

MANUAL DE INICIAÇÃO EM NEUROCIRURGIA. FERNANDO CAMPOS GOMES PINTO. Um volume (17 x 24 cm) em brochura, com 232 páginas. São Paulo, 2003: Lemos Editorial (Rua Dona Brígida 701, 04111-081 São Paulo SP. E-mail: editorasantos@editorasantos.com.br).

Prefaciado por Marcos Masini, Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, este livro foi produzido para sanear a falta de um texto didático para os que se iniciam na especialidade, como aponta na Apresentação o seu autor, Fernando Campos Gomes Pinto. Este é pós-graduando da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em cujo Hospital das Clínicas (HC) completou sua Residência em Neurocirurgia, foi o Preceptor da Residência em Neurocirurgia e é, atualmente, Médico Colaborador da área de Neurocirurgia Pediátrica. As atividades de assistência e de ensino que continuamente ele exerce no Pronto Socorro (PS) do HC/ FMUSP o motivaram no sentido de preparar este texto de iniciação. Para tanto, contou ele com o apoio de Almir Ferreira de Andrade, médico chefe do PS de Neurocirurgia (PSNC) do HC/FMUSP, e de Raul Marino Júnior, Professor Titular de Neurocirurgia da FMUSP e chefe da Divisão de Neurocirurgia do HC/ FMUSP. Para levar a cabo a tarefa de preparar o conteúdo do livro, contou com a colaboração do pessoal do PSNC e, também, de estudantes da FMUSP participantes da Liga de Neurocirurgia do HC/ FMUSP.

A matéria abrange dezesseis capítulos. Seguem-se os temas neles tratados. Avaliação Neurológica do Paciente em Coma, Hipertensão Intracraniana, Traumatismo Craniencefálico (TCE) - Lesões Focais, TCE - Lesões Difusas, Tomografia Computadorizada no TCE, Trauma Raquimedular, Hidrocefalia na Infância, Hemorragia Subaracnóidea, Hérnia de Disco, Meningites Agudas Bacterianas, Gliomas Malignos, Dor. A estes doze primeiros, seguem-se os de Fisioterapia no Paciente com TCE, Assistência de Enfermagem ao Paciente Neurocirúico na UTI, Atuação Fonoaudiológica na Neurocirurgia. Um último capítulo apresenta, para avaliar a matéria, Questões de Múltipla Escolha - Testes. Referências bibliográficas essenciais encerram cada capítulo, cujo conteúdo é complementado por tabelas e ilustrações.

Trata-se de um livro didático, voltado ao treinamento neurocirúrgico. A experiência dos autores dos autores dos seus capítulos guiou a exposição. Essa experiência foi ou é vivida por todos eles no PSNC do HC-FMUSP.

Antonio Spina-França

COMITE OMS D'EXPERTS DE LA PHARMACODEPENDANCE: 33. RAPORT. Um volume (16 x 24 cm) em brochura, com 29 páginas. ISBN 92 4 2209 15 5. Genebra, 2003: Organisation Mondiale de la Santé (1211 Genève 27, Suisse).

Este é o 33º relatório oficial da OMS sobre o tema, documento resultante da reunião do Comitê de Fármacodependência da OMS, em 2002.

A matéria do relatório é apresentada em seis partes: introdução, critérios, exame crítico das substâncias psicoativas, pré-exame das substâncias psicoativas, terminologia empregada na notificação das reações indesejáveis aos medicamentos ligados a abusos, outras questões. Seguem-se os de Agradecimentos, Bibliografia e Anexo (Terminologia). Esta é a versão em idioma francês do relatório. Os cultores do tema podem também obter a verão em inglês, dirigindo-se à OMS. Os neurologistas e psiquiatras que lidam com farmacodependência encontram, neste relatório, o posicionamento oficial da OMS sobre o problema.

A.H. Chapman; Simone A. Teixeira

NISE DA SILVEIRA. WALTER MELO. Um volume (14 x 21 cm) com 161 páginas. ISBN 85 312 0775 4. Rio de Janeiro, 2001: Imago Editora (Rua Santos Rodrigues 201 A, 20250-430 Rio de Janeiro RJ).

Trata-se de um estudo bem escrito sobre as idéias e o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), uma das pioneiras e líder inspiradora do movimento jungiano no Brasil, que teve um interesse especial nas obras de arte dos esquizofrênicos, organizando exposições notáveis no Brasil e na Europa. Passou quase toda a sua carreira no Rio de Janeiro e defendia o tratamento dos pacientes psiquiátricos em ambientes que oferecessem mais liberdade de movimento, fossem em hospitais ou na comunidade. Tal livro descreve o movimento jungiano no Rio de Janeiro e outras partes do Brasil durante o século XX e despertará maior atenção naqueles que aceitam e aplicam tais teorias no seu cotidiano de trabalho. Embora os dados básicos da vida de Nise da Silveira estejam incluídos, ano a ano, em um dos apêndices, este livro trata mais das atividades profissionais e das muitas honrarias e prêmios recebidos durante os 73 anos de sua carreira, não se constituindo numa biografia detalhada.

Caso este livro chegue a uma segunda impressão, sugerimos a inclusão de fotografias da referida estudiosa, publicadas no Scientifc American Brasil em outubro de 2002.

A.H. Chapman

THE MIND DOESN'T WORK THAT WAY: THE SCOPE AND LIMITS OF COMPUTATIONAL PSYCHOLOGY. JERRY FODOR. ISBN 0 262 56146 8. Um volume (13 x 20 cm) com 126 páginas. Cambridge, Massachusetts, 2000: Massachusetts Institute of Technology Press (Cambridge, 02142 Massachusetts USA).

Neste livro, o autor contra-argumenta o conceito de que a mente é basicamente um computador e funciona como tal, operando com bases, processamento de dados e todos os outros mecanismos da referida máquina. Defende que a mente não é formada por grandes números de módulos discretos, onde cada um processa exclusivamente o tipo de informação para que foi designado. Opõe-se, também, à teoria de que a mente evoluiu durante milhões de anos no desenvolvimento de todas as suas capacidades computacionais. E quais são os conceitos de Fodor sobre a mente humana? Ele nos apresenta no final do livro. Durante os primeiros quarenta anos (desde a introdução dos computadores) "o que a nossa ciência cognitiva tem feito é revelar o quanto não sabemos e a vastidão da nossa ignorância, na verdade nós não sabemos como a mente funciona".

O Professor Fodor acha que todos os conceitos dos empiricistas são falsos ou, ao menos, não são relevantes. Um empiricista acha que todo o saber é derivado da experiência sensorial, isto é, o que durante toda a vida uma pessoa vê, ouve, cheira, saboreia e percebe com as outras sensações. Mas a medicina é uma ciência exemplarmente empiricista. Um médico desconfia de qualquer idéia ou coisa que não pode ser provada por observações e pesquisas sensoriais. Eu (e provavelmente a grande maioria dos leitores desta análise) considero os pontos de vista de Fodor inaceitáveis. Assim, porque ler este livro? Por curiosidade, para saber o que outras pessoas eruditas pensam sobre a mente. Que, de maneira ou outra, examinamos e tratamos neurologicamente ou psiquiatricamente, a cada dia em nosso trabalho.

O livro é bem escrito e, o que é raro em livros deste tipo, apresenta frequentes toques de humor. Entretanto, a sua leitura exige consultas frequentes ao dicionário (como foi feito por nós), pois o Professor Fodor e seus colaboradores utilizam um vocabulário exótico, a exemplo, nativismo, módulos mentais, abdução intelectual, neo-Darwinismo, etc., o que dificulta a leitura, tornando-a lenta e necessitando de frequentes períodos de reflexão.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Abr 2004
  • Data do Fascículo
    Mar 2004
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