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Contribuições da comunicação alternativa no desenvolvimento da comunicação de criança com transtorno do espectro do autismo

RESUMO

Este artigo apresenta as contribuições do uso de um sistema de Comunicação Aumentativa e Alternativa de alta tecnologia no desenvolvimento das habilidades comunicacionais de uma criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Para isso, foi realizado um estudo de caso com uma criança de 2 anos e 2 meses, durante 24 sessões de terapia, ao longo de oito meses. Como instrumentos de avaliação, foram utilizados o Autism Treatment Evaluation Checklist e o protocolo Avaliação da Comunicação no Transtorno do Espectro do Autismo. Durante as intervenções, utilizou-se o método Desenvolvimento das Habilidades Comunicacionais no Autismo e, como recurso de Comunicação Aumentativa e Alternativa, a prancha de alta tecnologia do aplicativo aBoard. De acordo com os resultados, após as intervenções foram observadas melhoras nos escores dos instrumentos de avaliação, quanto às habilidades de expressão, compreensão e interação social. Além disso, observou-se aumento do vocabulário da criança, com aquisição de novas categorias lexicais; realização de solicitações de objetos fora do alcance visual, utilizando a Comunicação Aumentativa e Alternativa, e melhor comunicação social no contexto familiar e educacional. De acordo com os resultados obtidos, puderam ser observadas as contribuições do uso de um sistema de alta tecnologia assistiva de Comunicação Aumentativa e Alternativa no desenvolvimento das habilidades comunicacionais de uma criança com TEA.

Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista; Sistemas de comunicação alternativos e aumentativos; Tecnologia assistiva; Fonoaudiologia; Linguagem infantil

ABSTRACT

This article presents the contributions of using a high-tech Augmentative and Alternative Communication (AAC) system in the development of the communication skills of a child with Autistic Spectrum Disorder (ASD). For this, a case study was carried out with a two-year-and-two-month-old child during 24 therapy sessions over 8 months. As assessment instruments, the Autism Treatment Evaluation Checklist (ATEC) and the protocol for Communication Assessment in Autism Spectrum Disorder (COATEA) were used. During the interventions, the Development of Communication Skills in Autism (DCSA) method was used and, as an AAC resource, the high-tech board from the aBoard app. Postintervention results showed improvements in the scores of the evaluation instruments for skills of expression, comprehension, and social interaction. The child’s vocabulary also increased, with the acquisition of new lexical categories; initiative to request objects beyond his visual reach with the AAC; and better social communication in the family and educational context. The results point to contributions of the use of a high-tech assistive system of AAC in the development of communication skills of a child with ASD.

Keywords:
Autism Spectrum Disorder; Augmentative and alternative communications systems; Assistive technology; Speech, Language and Hearing Sciences; Child language

INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental, com crescente número de casos, caracterizado por deficit persistentes na comunicação e interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades(11 American Psychiatric Association. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed; 2014.).

Os primeiros sintomas do TEA são identificados, na maioria dos casos, pelos familiares e cuidadores, sendo as dificuldades de comunicação um dos principais motivos de preocupação dos pais(22 Montenegro ACA, Xavier IALN, Lima R. Autismo comunica: comunicação alternativa promovendo acessibilidade comunicacional. In: Araújo NA, Lucena JA, Studart-Pereira L, editores. Relatos de experiências em Fonoaudiologia. Recife: Editora UFPE; 2021.,33 Backes B, Zanon RB, Bosa CA. A relação entre regressão da linguagem e desenvolvimento sociocomunicativo de crianças com transtorno do espectro do autismo. CoDAS. 2013;25(3):268-73. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000300013. PMid:24408339.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013...
). Atrasos na aquisição e desenvolvimento da linguagem são comuns em indivíduos com TEA e os comprometimentos linguísticos desses indivíduos podem estar presentes na morfologia, fonologia, sintaxe, semântica e pragmática(33 Backes B, Zanon RB, Bosa CA. A relação entre regressão da linguagem e desenvolvimento sociocomunicativo de crianças com transtorno do espectro do autismo. CoDAS. 2013;25(3):268-73. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000300013. PMid:24408339.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013...
).

Dentre as propostas de intervenção para desenvolvimento da comunicação funcional em crianças com TEA, está a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), sistema de comunicação que disponibiliza uma diversidade de técnicas, recursos e estratégias para compensar e facilitar, temporária ou permanentemente, a comunicação e interação de pessoas com necessidades comunicativas complexas(44 Nunes D, Walter C. AAC and autism in Brazil: a descriptive review. Int J Disabil Dev Educ. 2020;67(3):263-79. http://dx.doi.org/10.1080/1034912X.2018.1515424.
http://dx.doi.org/10.1080/1034912X.2018....
).

Com o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades de comunicação com o uso da CAA, foi desenvolvido o método Desenvolvimento das Habilidades da Comunicação no Autismo (DHACA), que tem como pressuposto teórico a abordagem sociopragmática de Tomasello(55 Tomasello M. Origens culturais da aquisição do conhecimento humano. São Paulo: Martins Fontes; 2003.).

O DHACA descreve as habilidades comunicativas que devem ser desenvolvidas e os respectivos objetivos para alcançá-las. Apresenta duas versões: uma para ser utilizada com a prancha de comunicação com figuras móveis; outra para a prancha de comunicação com figuras fixas, o flipbook. Ambas as versões podem ser aplicadas com recurso de baixa ou alta tecnologia(22 Montenegro ACA, Xavier IALN, Lima R. Autismo comunica: comunicação alternativa promovendo acessibilidade comunicacional. In: Araújo NA, Lucena JA, Studart-Pereira L, editores. Relatos de experiências em Fonoaudiologia. Recife: Editora UFPE; 2021.).

Neste estudo, foi utilizado o recurso de alta tecnologia, com o aplicativo aBoard(66 Lima T, Silva E, Lima A, Franco N, Fidalgo R. aBoard: uma plataforma computacional na nuvem para comunicação alternativa e educação inclusiva. In: Anais dos Workshops do Congresso Brasileiro de Informática na Educação; 2017; Recife, PE. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação; 2017. p. 102-9.). O aBoard faz parte de uma plataforma computacional para CAA, baseada em pictogramas e desenvolvida para auxiliar pessoas com necessidades complexas de comunicação. A interface gráfica do aplicativo aBoard possui duas áreas principais: uma para exibir o vocabulário, que pode ser customizado por mediadores (p.ex., profissionais de saúde/educação ou familiares), em um editor disponibilizado na plataforma, e outra para construir frases, o que permite visualizar o processo de construção da comunicação. Vale ressaltar que o aplicativo provê feedback visual e sonoro quando selecionado qualquer pictograma ou demais botões, o que funciona como um reforço para o usuário.

Estudos evidenciam a eficácia da intervenção de CAA com alta tecnologia em pessoas com TEA, para ampliar a comunicação funcional(55 Tomasello M. Origens culturais da aquisição do conhecimento humano. São Paulo: Martins Fontes; 2003.,77 Schirmer CR. Pesquisas em recursos de alta tecnologia para comunicação e transtorno do espectro autista. ETD: Educaçao Temática Digital. 2020;22:68-85.). No Brasil, entretanto, há escassez de pesquisas sobre CAA, principalmente no que se refere ao uso dos dispositivos de alta tecnologia(55 Tomasello M. Origens culturais da aquisição do conhecimento humano. São Paulo: Martins Fontes; 2003.). Diante disso, este relato de caso teve como objetivo demonstrar o impacto do uso de um sistema de comunicação alternativa de alta tecnologia no desenvolvimento das habilidades comunicacionais em uma criança com TEA.

APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CEP-UFPE), sob o número 2.106.800, e realizada na Clínica de Fonoaudiologia da UFPE, situada no município de Recife (PE). É um estudo de caso, de intervenção longitudinal em uma criança de 2 anos e 2 meses, sexo masculino, diagnosticada por psiquiatra infantil com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), de acordo com os critérios do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais)(11 American Psychiatric Association. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed; 2014.).

A entrevista inicial teve como informante a mãe, responsável direta pela criança e a ela foram dadas explicações quanto ao projeto, com apresentação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Na entrevista, investigaram-se aspectos biopsicossociais da criança, desde a gestação até o presente. De acordo com o relato da mãe, não houve intercorrências na gestação, nem no parto (cesárea). Sobre o histórico familiar, houve relato de um primo com diagnóstico de TEA. Quanto à alimentação, a criança foi amamentada até os 4 meses de vida, com história de refluxo gastroesofágico dos 3 aos 18 meses e dificuldade na transição alimentar, recusando-se aos alimentos pastosos, o que persiste até hoje. O início da produção verbal ocorreu aos 12 meses (“vovó”, “titi”, “vovô”, “mainha”); em seguida, houve regressão dessa habilidade. Segundo a mãe, na época da entrevista, ele só falava os números “um”, “três” e “dez” e a palavra “carro”. Não houve relato de atraso no desenvolvimento motor, as atividades de autocuidado eram realizadas com auxílio de um adulto e a criança ainda não apresentava controle esfincteriano. A mãe referiu que a criança era agitada, às vezes agressiva, que fazia birra quando irritada e que apresentava hipersensibilidade a sons altos, cobrindo as orelhas com as mãos, nessas ocasiões.

No segundo encontro, foi aplicado o protocolo Avaliação de Preferência Indireta do projeto, que consiste em um roteiro de entrevista para investigar as preferências de atividades, brinquedos e rotinas sociais da criança, para ser utilizado durante o processo terapêutico. Segundo a genitora, a criança gostava de bola, carro e água. Também tinha interesse pelo odor, textura ou partes de objetos e por atividades repetitivas, como girar e alinhar os brinquedos e preferia brincar sozinho.

Em seguida, nesse mesmo encontro, foi aplicado o protocolo Autism Treatment Evaluation Checklist (ATEC)(88 Rimland B, Edelson M. Autism treatment evaluation checklist. San Diego: Autism Research Institute; 1999.), desenvolvido para crianças com mais de 2 anos. O ATEC é um questionário que deve ser respondido pelos pais e é composto por 4 subescalas: 1) Fala, Linguagem e Comunicação (14 itens com escore entre 0 e 28); 2) Sociabilidade (20 itens com escore entre 0 e 40); 3) Percepção Sensorial e Cognitiva (18 itens com escore entre 0 e 36); 4) Saúde, Aspectos Físicos e Comportamento (25 itens com escore entre 0 e 75).

No total, o ATEC engloba 77 itens com escore variando entre 0 e 180, em que valores mais baixos são considerados melhores. Neste caso clínico, o ATEC foi respondido pelos pais durante uma entrevista mediada pelo pesquisador, na qual se obteve um escore inicial de 85.

Para a avaliação das habilidades comunicativas, foi aplicado o protocolo-piloto Avaliação da Comunicação no Transtorno do Espectro do Autismo (ACOTEA) (Anexo 1), que possui 34 questões relacionadas à comunicação expressiva, compreensiva e comportamento social. Assim, a pontuação varia de 0 a 34 e, quanto maior a pontuação, melhor o desempenho da comunicação funcional.

Para seu preenchimento, é necessário que o terapeuta busque estabelecer situações comunicativas junto à criança, por meio de atividades lúdicas, com utilização de brinquedos e atividades de seu interesse, conforme o protocolo Avaliação de Preferência Indireta. A avaliação ocorreu durante duas sessões semanais, de quarenta minutos cada, estando presentes a terapeuta titular e a auxiliar, além da estagiária que acompanhava pelo espelho de observação, registrando suas impressões. O protocolo foi preenchido pelo grupo após as sessões e a pontuação inicial obtida foi 10.

As informações obtidas na entrevista e análise dos dados dos protocolos de avaliação possibilitaram a elaboração do plano de intervenção baseado no método DHACA, sendo utilizado o recurso de alta tecnologia — tablet, com a prancha de comunicação alternativa do aplicativo aBoard — adaptado para inserção gradativa dos pictogramas a partir das habilidades comunicativas a serem desenvolvidas.

Foram realizadas 24 sessões, sendo 20 de intervenção e as demais para entrevista e avaliação. As sessões ocorreram semanalmente, com duração de quarenta minutos cada, em sala que possuía um tapete emborrachado no chão, que era o espaço em que ocorriam as atividades, além de uma mesa com três cadeiras, um armário de duas portas com os brinquedos, uma pia e o espelho de observação em uma das paredes da sala. Para a dinâmica das atividades, sempre havia a presença de um terapeuta titular e um auxiliar.

O início da intervenção ocorreu com o estímulo da habilidade CFEQXID (Construção de Frases com Eu + Quero + uma palavra na prancha), do método DHACA(22 Montenegro ACA, Xavier IALN, Lima R. Autismo comunica: comunicação alternativa promovendo acessibilidade comunicacional. In: Araújo NA, Lucena JA, Studart-Pereira L, editores. Relatos de experiências em Fonoaudiologia. Recife: Editora UFPE; 2021.), que foi adquirida na terceira sessão. Nas quatro sessões seguintes, foi promovida a generalização dessa habilidade e a ampliação do vocabulário. Em seguida, houve o recesso acadêmico durante seis semanas.

Na retomada dos atendimentos, iniciou-se a promoção do desenvolvimento da habilidade CFEQXXID (Construção de Frases com Eu + Quero + duas palavras), o que correspondeu à oitava sessão. A habilidade foi adquirida após três sessões e generalizada com uso de outros pictogramas de categorias lexicais diversas, até a décima segunda sessão da intervenção, quando iniciou-se o desenvolvimento da habilidade CF4OP (Construção de Frases com Quatro ou mais Palavras). Após quatro sessões, a distribuição dos pictogramas foi reorganizada, em razão da diversidade de pastas com categorias lexicais, e consequente retorno à habilidade anterior (CFEQXXID), para que a criança se adaptasse à nova configuração. A habilidade CF4OP foi retomada na décima oitava sessão, e generalizada, conforme registros, na vigésima sessão.

Durante o intervalo de três sessões, a criança ficou sem utilizar o tablet, devido a atualizações do sistema do dispositivo, porém, no decorrer desse período, conseguiu um bom desempenho, utilizando recurso de baixa tecnologia. Por volta da décima sétima sessão, observou-se que a criança verbalizava frases com três palavras como “eu quero lego” e “cadê a roda?” sem o uso do tablet. Entretanto, com o uso do recurso de alta tecnologia CAA, ela verbalizava frases com quatro ou mais palavras.

Durante as sessões, foram utilizadas estratégias facilitadoras para o aprendizado das habilidades comunicativas com a prancha de comunicação, tais como atividades selecionadas conforme as preferências da criança e uso de dicas físicas, visuais e/ou verbais, de acordo com a sua necessidade.

Vale ressaltar, ainda, o uso da estratégia de modelagem, em que o terapeuta utilizava a prancha de CAA para se comunicar com a criança ou com outro interlocutor, dando o modelo para a criança. A modelagem também foi utilizada pelos pais, em casa.

Ao final de cada sessão, os pais recebiam informações quanto às atividades realizadas e orientações sobre como dar continuidade em casa, possibilitando a generalização em ambientes diversos, além do terapêutico. Periodicamente, os pais também observavam a sessão pelo espelho de observação da sala, enquanto a terapeuta auxiliar orientava sobre o procedimento, ou, ainda, eram convidados a participar da sessão.

Considerando a importância da família no processo terapêutico, também foram realizadas reuniões periódicas com os pais, momentos em que eram esclarecidas as dúvidas. Neste caso relatado, o trabalho em conjunto com os pais, que eram engajados e participativos, colaborou significativamente para a evolução da criança.

No final do período de intervenção, observou-se que a criança utilizava o tablet para solicitar objetos fora de seu alcance visual e que adquiriu diversas categorias semântico-lexicais: animais, alimentos, brinquedos, desenhos/canal do Youtube, atividades de vida diária, cores, letras, números, saudações (expressões sociais), lugares e advérbios de lugar.

Outros aspectos relevantes, segundo o relato da mãe, foram a maior qualidade na socialização com outras crianças no ambiente educacional, além de comunicação mais eficiente com o filho, como compreender melhor quando ele solicita algum objeto, alimento, ou quando solicita para usar o banheiro ou realizar ações no que diz respeito à higiene pessoal.

Identificou-se o impacto positivo da intervenção também nos dados quantitativos. Os resultados obtidos na aplicação do protocolo ATEC demonstraram alteração no escore, sendo alcançados 76 pontos, em uma escala de 0 a 180, o que corresponde à diminuição de 9 pontos em relação ao escore inicial. Vale ressaltar que no ATEC, quanto menor a pontuação, melhor o resultado. Sendo assim, a variação obtida correspondeu a uma melhora de 12% em relação ao escore inicial.

Neste estudo, que enfatizou o desenvolvimento das habilidades de comunicação com uso da CAA, foram destacados os resultados da subescala Fala, Linguagem e Comunicação do ATEC (Tabela 1).

Tabela 1
Descrição das respostas iniciais e finais da subescala Fala, Linguagem e Comunicação do Autism Treatment Evaluation Checklist

Os dados obtidos na reavaliação com o ACOTEA também indicaram avanços (Tabela 2). O resultado da reavaliação atingiu 29,5, o que representa uma variação de 195% em relação à pontuação inicial.

Tabela 2
Avaliação inicial e final da comunicação expressiva, receptiva e comportamento social, por meio da aplicação do protocolo Avaliação da Comunicação no Transtorno do Espectro do Autismo

O item do ACOTEA que apresentou maior variação entre a avaliação inicial e final foi a comunicação expressiva, que evoluiu de 5 para 20 pontos, representando 300% de variação (Tabela 3). A comunicação receptiva variou 75% e o comportamento social, 100%.

Tabela 3
Valores comparativos dos resultados do protocolo Avaliação da Comunicação no Transtorno do Espectro do Autismo antes e após a intervenção fonoaudiológica

DISCUSSÃO

Dentre os dados obtidos na entrevista, destaca-se o relato de regressão na linguagem, aspecto comum aos indivíduos com TEA. Há evidências de que a linguagem oral é a habilidade mais comumente afetada, ocorrendo em aproximadamente 25% desses indivíduos. Entretanto, os resultados das avaliações demonstraram que a regressão da linguagem não comprometeu o desenvolvimento das habilidades comunicativas com o uso da CAA, resultado que confirma estudo anterior, em que não há achados que tenham correlacionado a ocorrência de regressão da linguagem oral e o comprometimento posterior do desenvolvimento sociocomunicativo de crianças com TEA(33 Backes B, Zanon RB, Bosa CA. A relação entre regressão da linguagem e desenvolvimento sociocomunicativo de crianças com transtorno do espectro do autismo. CoDAS. 2013;25(3):268-73. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000300013. PMid:24408339.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013...
).

Os resultados obtidos no ATEC mostraram redução de 9 pontos entre as avaliações inicial e final, representando uma variação positiva de 12%. Na subescala Fala, Linguagem e Comunicação, que compreende aspectos relacionados à linguagem receptiva e expressiva, a redução foi de 13 pontos, refletindo uma variação de 100%. As intervenções com CAA apresentam resultados positivos em todos os aspectos comportamentais almejados, porém, as habilidades de comunicação apresentam maiores efeitos que outras categorias de habilidades(99 Ganz JB, Earles-Vollrath TL, Heath AK, Parker RI, Rispoli MJ, Duran JB. A meta-analysis of single case research studies on aided augmentative and alternative communication systems with individuals with Autism Spectrum Disorders. J Autism Dev Disord. 2012;42(1):60-74. http://dx.doi.org/10.1007/s10803-011-1212-2. PMid:21380612.
http://dx.doi.org/10.1007/s10803-011-121...
).

Quanto às habilidades pré-linguísticas, identificou-se que a Atenção Compartilhada (AC), uma das habilidades deficitárias no TEA(1010 Zaqueu LCC, Teixeira MCTV, Alckmin-Carvalho F, Paula CS. Associações entre sinais precoces de autismo, atenção compartilhada e atrasos no desenvolvimento infantil. Psicol, Teor Pesqui. 2015;31(3):293-302. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722015032243293302.
http://dx.doi.org/10.1590/0102-377220150...
), foi desenvolvida após intervenção fonoaudiológica com CAA, conforme resultado apresentado no subitem comportamento social, do ACOTEA. Tal habilidade é fundamental ao desenvolvimento da linguagem, pois possibilita que a criança compreenda o outro como agente intencional e, consequentemente, entenda o objetivo do ato sociocomunicativo(22 Montenegro ACA, Xavier IALN, Lima R. Autismo comunica: comunicação alternativa promovendo acessibilidade comunicacional. In: Araújo NA, Lucena JA, Studart-Pereira L, editores. Relatos de experiências em Fonoaudiologia. Recife: Editora UFPE; 2021.).

Quanto às habilidades de comunicação expressiva, os dados do ACOTEA mostraram maior variação, que foi de 5 para 20 pontos. Esse resultado é reforçado pelos dados obtidos na evolução, que descrevem que a criança, após a intervenção, passou a verbalizar e apresentar iniciativas de comunicação por meio da fala espontânea, o que não acontecia no início da intervenção. Além disso, passou a utilizar a CAA não apenas com função de protesto ou pedido, mas também para cumprimentar, oferecer coisas ou compartilhar, expressar interesse nas pessoas, ou seja, para as categorias pragmáticas de interação social, descritas como as mais prejudicadas nas crianças com TEA(44 Nunes D, Walter C. AAC and autism in Brazil: a descriptive review. Int J Disabil Dev Educ. 2020;67(3):263-79. http://dx.doi.org/10.1080/1034912X.2018.1515424.
http://dx.doi.org/10.1080/1034912X.2018....
).

Observou-se que a intervenção fonoaudiológica precoce com uso de CAA possibilitou a ampliação do vocabulário, com inclusão gradativa de novas categorias lexicais, bem como ampliação da estrutura frasal, concordando com estudo de relato de casos, que também identificou ganhos na frequência de verbalizações, assim como utilização de componentes semânticos e morfossintáticos(1111 Monnerat T, Walter CCF. A estimulação precoce e a Comunicação Alternativa para crianças com Transtorno do Espectro do autismo: relatos de casos utilizando o PECS adaptado. In: Deliberato D, Nunes DRP, Gonçalves MJ, editores. Trilhando juntos a comunicação alternativa. Natal: ABPEE; 2017. p. 257-72.).

A implantação precoce da CAA é essencial para o desenvolvimento da linguagem, especialmente para o desenvolvimento das habilidades expressivas(1212 Pires SCF. A comunicação suplementar e alternativa na estimulação precoce para a aquisição da competência comunicativa. In: Deliberato D, Nunes DRP, Gonçalves MJ, editores. Trilhando juntos a comunicação alternativa. Natal: ABPEE; 2017. p. 245-56.). Destaca-se, dentre os resultados obtidos no ATEC e ACOTEA, que a criança apresentou evolução da comunicação mista, ou seja, passou a produzir frases com duas e três palavras juntas, verbalmente, porém, com o recurso de CAA utilizava sentenças maiores, de quatro ou mais palavras.

A aquisição da habilidade CF4OP do DHACA, com o uso do aBoard, possibilitou o emprego de frases mais complexas, com a construção de sentenças mais elaboradas e aumento das funções pragmáticas. A criança, além de solicitar e responder, passou a fazer perguntas e comentários, utilizando a comunicação funcional, o que não ocorria no início da intervenção, quando apresentava um repertório reduzido. Esse resultado demonstra o avanço nas habilidades do método de intervenção, o que ainda é pouco descrito na literatura, sendo comum encontrar resultados que descrevem somente as primeiras fases dos métodos de intervenção, não avançando para a utilização de funções mais complexas da linguagem(1111 Monnerat T, Walter CCF. A estimulação precoce e a Comunicação Alternativa para crianças com Transtorno do Espectro do autismo: relatos de casos utilizando o PECS adaptado. In: Deliberato D, Nunes DRP, Gonçalves MJ, editores. Trilhando juntos a comunicação alternativa. Natal: ABPEE; 2017. p. 257-72.).

Os dados do ACOTEA mostraram que a criança também passou a utilizar produções sociais educadas, como “oi”, “obrigada” e “tchau”, por meio do uso do dispositivo e produção da fala, concordando com outro estudo de caso, em que foi utilizado um recurso de alta tecnologia no desenvolvimento das habilidades de comunicação(1313 Mohan V, Kunnath SK, Philip VS, Mohan LS, Thampi N. Capitalizing on technology for developing communication skills in autism spectrum disorder: a single case study. Disabil Rehabil Assist Technol. 2019;14(1):75-81. http://dx.doi.org/10.1080/17483107.2017.1413144. PMid:29241371.
http://dx.doi.org/10.1080/17483107.2017....
).

O ACOTEA também demonstrou que criança começou a se expressar e brincar funcionalmente e engajada com o outro. Um estudo realizado com 58 crianças que tinham entre 5 e 8 anos de idade, e tiveram, no mínimo, dois anos de intervenção antes de participarem da pesquisa, evidenciou que, muitas delas, após seis meses realizando uma intervenção mais naturalística somada a um dispositivo gerador de fala, começaram a apresentar brincadeiras simbólicas e aumentaram as habilidades de linguagem expressiva(1414 Chang Y-C, Shih W, Landa R, Kaiser A, Kasari C. Symbolic play in school-aged minimally verbal children with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2018;48(5):1436-45. http://dx.doi.org/10.1007/s10803-017-3388-6. PMid:29170936.
http://dx.doi.org/10.1007/s10803-017-338...
).

Contribuíram também para a aquisição de novas habilidades, o uso de dicas físicas, visuais e/ou verbais. O uso de dicas concretas, como pistas visuais e táteis, aumenta a eficiência no ensino de novas habilidades para crianças com TEA, garantindo maior compreensão e motivação para realização das atividades propostas, considerando a facilidade que essas crianças apresentam para interagir com os estímulos visuais(22 Montenegro ACA, Xavier IALN, Lima R. Autismo comunica: comunicação alternativa promovendo acessibilidade comunicacional. In: Araújo NA, Lucena JA, Studart-Pereira L, editores. Relatos de experiências em Fonoaudiologia. Recife: Editora UFPE; 2021.).

Fatores como a participação da família, colaborando como sequenciadores, isto é, levando as atividades para além do ambiente clínico, e a idade da criança ao iniciar a terapia contribuíram para a evolução das habilidades do DHACA. Os pais são essenciais no processo terapêutico e, quando treinados e orientados, aumentam a eficácia da intervenção(1515 Karst JS, Van Hecke AV. Parent and family impact of autism spectrum disorders: A review and proposed model for intervention evaluation. Clin Child Fam Psychol Rev. 2012;15(3):247-77. http://dx.doi.org/10.1007/s10567-012-0119-6. PMid:22869324.
http://dx.doi.org/10.1007/s10567-012-011...
). Além disso, a intervenção precoce com CAA, especialmente nos três primeiros anos de vida, favorece o desenvolvimento de linguagem da criança, garante a iniciativa e intenção comunicativa, promovendo seu desenvolvimento e interação adequados em seus contextos sociais, independente do tempo que leve para conquistar a autonomia pelo meio verbal(1212 Pires SCF. A comunicação suplementar e alternativa na estimulação precoce para a aquisição da competência comunicativa. In: Deliberato D, Nunes DRP, Gonçalves MJ, editores. Trilhando juntos a comunicação alternativa. Natal: ABPEE; 2017. p. 245-56.).

Outro aspecto favorável à implantação da CAA, bem como ao desenvolvimento das habilidades de comunicação, foi o uso do sistema de alta tecnologia. As facilidades observadas foram similares às de um estudo de revisão(77 Schirmer CR. Pesquisas em recursos de alta tecnologia para comunicação e transtorno do espectro autista. ETD: Educaçao Temática Digital. 2020;22:68-85.) que indicou, dentre outros fatores, a maior agilidade na programação e acesso ao aplicativo, possibilitando a inserção dos pictogramas de maneira mais fácil e rápida, inclusive durante atividades cotidianas, e sempre que surge a necessidade de acréscimo de vocabulário.

Além disso, o feedback sonoro apresentado pelo aplicativo favoreceu o desenvolvimento da fala da criança, visto que, inicialmente, ela apresentava ecolalia imediata ao estímulo sonoro do aplicativo, inclusive da entonação, que, posteriormente, foi substituída pela prosódia de fala espontânea.

Com relação às limitações deste trabalho, ressalta-se que é um estudo de caso, não sendo uma amostra significativa, além da frequência das sessões de intervenção, que ocorriam apenas uma vez por semana. Apesar de ser um estudo longitudinal, não houve possibilidade de dar continuidade à intervenção em um período mais prolongado.

Apesar dos resultados obtidos, mais pesquisas são necessárias com o uso de sistemas de CAA de alta tecnologia. É essencial que sejam realizados estudos nacionais na área, que contemplem a cultura e a realidade brasileiras, além dos recursos tecnológicos produzidos no país. É fundamental, ainda, elaborar programas de intervenção que busquem desenvolver habilidades comunicativas mais complexas.

COMENTÁRIOS FINAIS

Os resultados alcançados neste estudo de caso, evidenciados pelo avanço nas habilidades do método DHACA e pela variação nos escores do ATEC e do ACOTEA, indicam o impacto do uso de um sistema de CAA de alta tecnologia no desenvolvimento das habilidades comunicativas de crianças com TEA nos aspectos morfossintático, semântico e pragmático, bem como na ampliação do tempo de atenção compartilhada e melhora da qualidade de interação social.

Anexo 1. Avaliação da Comunicação nos Transtornos do Espectro do Autismo (ACOTEA)

ACOTEA

Avaliação da Comunicação nos Transtornos do Espectro do Autismo

Nome:
Data:
Terapeuta:
COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA
1. Expressa incomodo quando sente dor, quando está molhado, com fome, ou assustado
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
2. Protesta para mostrar que não quer algo ou quando lhe é negado algo
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
3. Demostra que gosta das coisas
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
4. Expressa interesse em outras pessoas
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
5. Solicita para que seja dado continuidade quando uma atividade, gesto ou brincadeira é interrompida
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
6. Solicita quando é retirado algum objeto dela ou quando ela quer mais algum alimento
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
7. Chama a sua atenção
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
8. Solicita algo que que você nunca lhe tenha oferecido, mas que esteja dentro do seu alcance visual, auditivo, tátil
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
9. Solicita objetos que que não estejam à vista
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
10. Expressa afeto, carinho
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
11. Cumprimenta as pessoas
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
12. Oferece coisas ou as compartilha
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
13 Mostra algo a você
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
14. Utiliza expressões sociais (oi, obrigada, tchau)
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
15. Faz perguntas
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
16. Nomeia objetos ou pessoas, espontaneamente ou em resposta a sua pergunta
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
17. Faz comentários
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
18. Utiliza frases com quatro ou mais palavras
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
19. Respeita turnos e mantém uma conversa
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
20. Apresenta birras
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Quando?_______________________________________________________________________________
21. Sorrir
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Em quais situações?____________________________________________________________________
COMUNICAÇÃO RECEPTIVA
22. Responde pelo nome
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
23. Dirige o olhar quando você aponta, olha ou mostra algo
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
24. Obedece ao “não”
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
26. Compreende e executa ordem simples
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
COMPORTAMENTO SOCIAL
27. Escolhe intencionalmente algo entre outros objetos
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
28. Apresenta atenção compartilhada
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
29. Apresenta contato visual
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
30. Apresenta estereotipias
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
31. Possui alterações sensoriais (visuais, auditivos, táteis, palatais, aromáticos, vestibulares)
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
32. Apresenta iniciativa para realizar alguma atividade
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
33. Apresenta fixação a algum objeto, situação, alimento
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
34. Brinca funcionalmente (com brinquedos, ou realiza atividades mais abstratas, “faz de conta”)
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________
35. Brinca engajado com o outro
()SIM ()NÃO () ÀS VEZES
Como?_______________________________________________________________________________

AGRADECIMENTOS

Aos órgãos financiadores, que possibilitaram a realização da pesquisa.

  • Trabalho realizado na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE – Recife (PE), Brasil.
  • Financiamento: PibEx-UFPE n. 337028.1833.268534.15072019.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    20 Nov 2020
  • Aceito
    15 Fev 2021
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