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GASTROCIRURGIA

001

AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DO ESTÔMAGO DE RATOS APÓS BANDAGEM GÁSTRICA

MACROSCOPIC EVALUATION OF RATS' STOMACH AFTER GASTRIC BANDING

Gois VC, Sepúlveda F, Okada M, Carneiro Neto JA, Moitinho V, Peixoto E

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Núcleo de Pesquisas em Cirurgia Experimental, Salvador-BA, Brasil.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A insustentabilidade da perda ponderal em humanos após bandagem tem sido relacionada a alterações gástricas adaptativas, portanto objetiva-se avaliar macroscopicamente o estômago de ratos após bandagem gástrica.

MÉTODOS: 22 ratos machos Wistar formaram 2 grupos: no experimento (E) (n=11) realizou-se bandagem gástrica com cinta cardíaca na divisão entre as porções glandular e aglandular do estômago, reduzindo o volume do mesmo a 19,39%; no controle (C) (n=11) realizou-se uma simulação da cirurgia anterior. Foram avaliados os comprimentos total do estômago, das porções glandular e aglandular, e larguras das porções glandular, aglandular e da divisão entre ambas, anteriormente à cirurgia e após 10 dias. Determinou-se o percentual de alteração dos itens mensurados após este período.

RESULTADOS: O comprimento total do estômago apresentou-se maior no grupo experimento após a bandagem (E=3,6cm±1,57, C=2cm±0,17; M±D.P.; p<0,00001) e deveu-se às custas de dilatação da porção aglandular (E=2,7cm±1,95, C=0,7cm±0,14; p=0,004). Encontrou-se o mesmo quanto a largura da porção aglandular (C=2,2cm±1,14, E=0,7cm±0,07; p=0,003). No grupo experimento, o comprimento total elevou-se em 60%±68 (p=0,03), devido ao aumento de 298%±365 (p=0,007) no comprimento da porção aglandular. A largura desta aumentou em 209%±209 (p=0,004).

CONCLUSÃO: A restrição induzida pela bandagem gástrica leva a alteração macroscópica adaptativa, com dilatação do segmento anterior à banda.

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002

MODELO EXPERIMENTAL DE BANDAGEM GÁSTRICA EM RATOS

EXPERIMENTAL MODEL OF GASTRIC BANDING IN RATS

Sepúlveda F, Okada M, Carneiro Neto JA, Lins, LGM, Moitinho V, Peixoto E

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Núcleo de Pesquisas em Cirurgia Experimental, Salvador-BA, Brasil.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A bandagem gástrica vem sendo utilizada com sucesso no tratamento da obesidade mórbida, porém, seu estudo experimental deve ser realizado, no intuito de esclarecer eventuais complicações. Portanto, objetiva-se desenvolver um modelo experimental de bandagem gástrica em ratos.

MÉTODOS: 29 ratos machos Wistar foram utilizados. Em 10 animais avaliou-se o volume gástrico às pressões de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 cmH2O. Em 8 animais, o estômago foi envolvido na junção das porções glandular e aglandular com uma cinta cardíaca, e o volume da porção aglandular medido às mesmas pressões citadas. Avaliou-se a percentagem residual do estômago após bandagem, comparada ao volume original. Em 11 animais realizou-se apenas a bandagem gástrica com cinta cardíaca, com o orifício de comunicação entre as porções medindo 1,98mm de diâmetro, sendo os mesmos mantidos vivos.

RESULTADOS: O volume gástrico diminuiu após a bandagem, em todas as pressões medidas (p<0,005). A cinta cardíaca limitou o volume gástrico a 19,39% do volume original, na pressão de 15 cmH2O (8,25mL±4.5, 1,6mL±1.2; M±D.P; p=0,0007) Apenas 1 animal morreu durante o procedimento de bandagem gástrica, de intercorrência anestésica.

CONCLUSÃO: O modelo desenvolvido é de fácil realização, baixo custo e útil na realização de pesquisas sobre bandagem gástrica em ratos.

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003

EVOLUÇÃO PONDERAL APÓS BANDAGEM GÁSTRICA EM RATOS

WEIGHT EVOLUTION AFTER GASTRIC BANDING IN RATS

Okada M, Sepúlveda F, Amâncio RM, Lins LGM, Moitinho V, Peixoto E

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Núcleo de Pesquisas em Cirurgia Experimental, Salvador-BA, Brasil.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Apesar da perda ponderal inicial após bandagem gástrica em humanos, sua sustentabilidade é questionável. Portanto objetiva-se avaliar a evolução ponderal de ratos submetidos à bandagem gástrica.

MÉTODOS: 22 ratos machos Wistar, pesando entre 130g e 375g foram alocados a 2 grupos: no experimento (n=11) realizou-se a bandagem gástrica com cinta cardíaca, na divisão entre as porções glandular e aglandular do estômago, reduzindo o volume do mesmo a 19,39%; no controle (n=11) realizou-se uma simulação da cirurgia anterior, sem a bandagem propriamente dita. O peso dos animais foi diariamente avaliado durante 9 dias após a cirurgia, determinando-se o percentual de perda ou ganho de peso, em cada dia, comparado ao peso inicial.

RESULTADOS: Durante os 9 dias, apenas o grupo experimento apresentou redução do peso original. Ao fim dos 9 dias, o grupo experimento apresentou peso menor que o controle (203g±35, 276g±56; p=0,03). O percentual de perda no grupo experimento foi de 2,8%±24 (M±D.P.), enquanto o grupo controle obteve ganho de 20,9%±11, p=0,02.

O período de maior perda ponderal correspondeu ao 5º dia após a cirurgia (8,3%±9,4; p= 0.0006).

CONCLUSÃO: A bandagem gástrica foi eficaz na redução ponderal de ratos, sendo inicialmente gradativa, porém não sustentável, provavelmente.

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004

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DE BANDAGEM GÁSTRICA EM RATOS

EXPERIMENTAL EVALUATION OF GASTRIC BANDING IN RATS

Carneiro Neto JA, Nossa L, Mazurkiewicz G, Fernandes Jr WB, Moitinho V, Peixoto E

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Núcleo de Pesquisas em Cirurgia Experimental, Salvador-BA, Brasil.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A bandagem gástrica em humanos não é isenta de complicações. Portanto objetiva-se avaliar as complicações da bandagem gástrica em ratos.

MÉTODOS: 22 ratos machos Wistar foram alocados a 2 grupos: no experimento (n=11) realizou-se a bandagem gástrica com cinta cardíaca, na divisão entre as porções glandular e aglandular do estômago, reduzindo o volume do mesmo a 19,39%; no controle (n=11) realizou-se uma simulação da cirurgia anterior, sem a bandagem. Avaliou-se as complicações do procedimento cirúrgico e do pós-operatório durante 10 dias, mortalidade com respectiva causa, localização e integridade da cinta, além da presença de aderências.

RESULTADOS: A mortalidade em 10 dias foi de 54,5% (n=6) no grupo experimento (E) e de 9,1% (n=1) no grupo controle (C) (p=0,02). As mortes deveram-se a complicações do procedimento cirúrgico (E, n=1), (C, n=1), ruptura gástrica (n=2), evisceração intestinal, hematoma de parede abdominal e obstrução gástrica (n=1). Observou-se dilatação gástrica no grupo experimento nos 2º (44,4%, p=0,03), 3º (44,4%, p=0,03), 7º (42,9%, p= 0,05) e 9º (50%, p=0,03) dias de pós operatório. As cintas estavam íntegras e em seu sítio original, exceto uma, localizada no piloro. A presença de aderência esplênica foi maior no grupo experimento (75%, p=0,01).

CONCLUSÃO: As complicações da bandagem gástrica em ratos relacionaram-se à elevada mortalidade.

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005

MORFOCINÉTICA DO EPITÉLIO DA MUCOSA DE ÍLEO DESNERVADO PELO CLORETO DE BENZALCÔNEO: ESTUDO EM RATOS

MORPHOKINETIC STUDY OF INTRINSICALLY DENERVATED ILEUM OF RATS

Silva, M.T.; Garcia, S.B.; Vinhadelli, W.S.; Zucoloto, S.

Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Apoiado por: CNPq – PIBIC

INTRODUÇÃO: O Sistema Nervoso Autônomo controla as funções intestinais através de suas divisões extrínseca e intrínseca. A neuropatia autonômica, uma das principais alterações neurológicas associadas a distúrbios gastrointestinais, leva a visceromegalias, geralmente de esôfago e cólon, com etiologia chagásica, entre outras. O megaíleo é raro, tendo apenas uma descrição na literatura.

O Cloreto de Benzalcôneo desnerva a víscera lesando neurônios do plexo intramural. Após a desnervação, ocorre hipertrofia de parede muscular e hiperplasia de mucosa. No íleo ocorre aumento de área da mucosa e microvilosidades dos enterócitos. Pretende-se estudar a influência da desnervação intrínseca na proliferação celular epitelial da mucosa ileal.

MÉTODOS: Utilizaram-se 16 ratos Wistar, divididos em grupos CB e Controle, que foram submetidos a laparotomia e aplicação de solução de CB (0,3%) ou solução salina no íleo distal, seguido de lavagem da cavidade e fechamento da parede abdominal. Após 3 meses, os animais receberam injeção intraperitoneal de vincristina e foram sacrificados após 2 horas. Segmentos de íleo distal foram retirados e processados histologicamente; os cortes foram corados com Hematoxilina-PAS e Cresil-Violeta. Realizou-se contagem do número de neurônios, células caliciformes, enterócitos e mitoses por cripta ileal. Os grupos foram comparados e analisados pelo teste de Mann-Witney.

RESULTADOS: Observou-se diminuição neuronal no grupo CB (377,1±51,5) em relação a C (821,5±87,1). Embora tenha ocorrido aumento de mitoses no grupo CB (15,23±3,25) em relação a C (2,48±1,15), não houve variação nas populações de enterócitos: CB (81,84±18,10) e C (81,10±19,09) ou de células caliciformes: CB (8,08±2,78) e C (9,00±3,83).

CONCLUSÃO: A desnervação do íleo produz estímulo de proliferação celular do epitélio da mucosa, mas não interfere nas populações celulares epiteliais.

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006

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE TÉCNICAS DE SUTURA DO TUBO DIGESTIVO EM PLANO ÚNICO

COMPARATIVE STUDY BETWEEN SINGLE LAYER SUTURE TECHNIQUES OF DIGESTIVE TRACT

Resener, V. A.; Corrêa, M.; Carreirão, W.N.; Rosa, M.B.; Piazera, F.Z.; Heil, R.I.

Universidade Regional de Blumenau / Centro de Ciências da Saúde / Departamento de Clínica Cirúrgica / Laboratório de Técnica Cirúrgica

INTRODUÇÃO: A anastomose intestinal em plano único mostra-se tão eficaz quanto à em dois planos, fornecendo maior luz intestinal e menor tensão, resultando em cicatrização mais rápida.

OBJETIVO: Avaliar comparativamente duas técnicas de anastomose jejunal em plano único, em cães, sendo uma das suturas extramucosa e outra total, através de análise histológica das alças anastomosadas.

MÉTODOS: Em 12 cães foram realizadas duas secções transversas em jejuno, uma a 20cm e outra a 40cm da flexura duodenojejunal, seguidas de anastomoses em plano único extramucoso e outra total, com pontos separados, utilizando-se fio de polipropileno 4-0. Em 6 animais a anastomose total foi proximal e a extramucosa distal, nos restantes, a situação foi inversa. Após 14 dias, os animais foram reoperados para retirada dos segmentos anastomosados e estes foram enviados ao serviço de patologia.

RESULTADOS: Nas anastomoses em plano único total o edema foi escasso em 16,7%, em 83,3% moderado; colágeno moderado em 75% e em 25% abundante; neovascularização moderada em 75% e em 25% abundante; 58,3% moderada, 25% escassa e 16,7% abundante quantidade de células inflamatórias. Nas anastomoses em plano único extramucoso 66,7% apresentaram moderado e 33,3% escasso edema; 66,7% colágeno moderado e 33,3% abundante; neovascularizações escassas em 33,3%, moderadas em 58,3% e abundantes em 8,4%; células inflamatórias foram moderadas em 66.7% e em 33,3% abundante.

CONCLUSÃO: Segundo os critérios usados para avaliação anátomo-patológica - edema, neovascularização, colágeno e células inflamatórias - não houve diferença significativa entre as técnicas.

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007

INFLUÊNCIA DO BUFLOMEDIL EM RETALHOS CUTÂNEOS ISQUÊMICOS: Estudo experimental em ratos

INFLUENCE OF BUFLOMEDIL IN ISQUEMIC CUTANEOUS PIECES: I EXPERIMENTAL STUDY IN RATS

Biondo-Simões MLP; Greca FH; Paula JB, Chin EWK; Andrade dos Santos E, Stalhschmidt F

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

INTRODUÇÃO/OBJETIVO: Drogas vasoativas têm sido empregadas na tentativa de aumentar a viabilidade de retalhos cutâneos isquêmicos. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da droga vasoativa, buflomedil, na prevenção da isquemia em retalhos cutâneos de ratos.

MÉTODOS: Utilizaram-se 20 ratos machos, divididos em dois grupos, um controle (A) e outro experimento (B). No grupo B foi administrado buflomedil na dose de 3 mg/kg, via intraperitoneal a cada 12 horas por 2 dias antes da cirurgia e por 7 dias após a cirurgia. Utilizou-se um modelo de retalho cutâneo abdominal de 9 x 4 cm com base cefálica. A avaliação consistiu na fluxometria a laser do retalho em pontos pré-determinados com leitura no pré e no pós-operatório imediato e no 7.º dia de pós-operatório. Realizou-se análise planimétrica da área total do retalho, da área vascularizada e da área necrótica no 7.º dia de pós-operatório.

RESULTADOS: Observou-se presença de necrose inferior do retalho em todos os animais dos dois grupos. A análise estatística dos resultados obtidos não demonstrou na planimetria diferença significante entre os grupos controle e experimento. A fluxometria não apresentou diferença significante, em relação a média dos pontos, entre os dois grupos.

CONCLUSÃO: A utilização do buflomedil não foi capaz de diminuir a necrose em retalhos cutâneos isquêmicos de ratos.

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008

PNEUMOPERITÔNEO E A TRANSLOCAÇÃO BACTERIANA EM RATOS COM PERITONITE INDUZIDA

PNEUMOPERITONEUM AND THE BACTERIAL TRANSLOCATION IN RATS WITH INDUCED PERITONITIS

Nogueira GF, Biondo-Simões MLP, Fedrizzi F, Greca FH, Guirello CM, Stalhschmidt F

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO: Pacientes com peritonite podem muitas vezes desenvolver complicações pulmonares e sistêmicas. Acredita-se que essas complicações possam ser exacerbadas através de pneumoperitôneo por aumento da translocação bacteriana. O objetivo do presente estudo é verificar a relação existente entre pneumoperitôneo induzido em ratos e translocação bacteriana para o tecido pulmonar e sangue.

MÉTODOS: Utilizaram-se 20 ratos Wistar, fêmeas, divididos em 2 grupos de dez animais. Sob anestesia inalatória de éter etílico inoculou-se 5 ml de uma solução contendo uma subpopulação de E. coli (H70157d+) na quantidade de 108 UFC intraperitoneal. Os 10 animais do grupo A, serviram de controle e nestes não promoveu-se pneumoperitôneo. Nos do grupo B desenvolveu-se pneumoperiutôneo com CO2 via cateter de Swan-Ganz e equipamento estéril. Conseguiu-se a aferição da pressão por polígrafo da marca Beseâ 7.0 por 15 minutos mantendo-se a pressão em 10 mm Hg. Coletaram-se amostras de sangue e fez-se biópsia pulmonar aberta para cultura e identificação bioquímica da cepa bacteriana inoculada.

RESULTADO: A cepa bacteriana foi identificada de maneira presuntiva por análise bioquímica em duas amostras do grupo controle e em uma do grupo experimento.

CONCLUSÃO: Translocação bacteriana sangüínea e pulmonar não são afetadas por pneumoperitonêo com pressão de 10 mm de Hg, em ratos.

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009

CORREÇÃO DE DEFEITO CRIADO NA PAREDE ABDOMINAL DE CÃES COM MESH-PLUG: ESTUDO HISTOPATOLÓGICO

CORRECTION OF MAKED DEFECT IN THE ABDOMINAL WALL OF DOGS WITH MESH-PLUG: HYSTOPATOLOGICAL STUDY

Greca, FH.; Biondo-Simões, MLP.; Ioshii, SO.; Andrade dos Santos, EA.; Baggio, MR.; El Tawil, I.I.; Stalhschmidt, FL.

Disciplina de Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental - PUCPR

INTRODUÇÃO/ OBJETIVO: A correção cirúrgica de defeitos da parede abdominal, requer muitas vezes o uso de materiais sintéticos. A utilização de "mesh-plug" constitui artifício moderno para a correção de defeitos abdominais, com diâmetro de até 3 cm, principalmente hérnias inguinais recidivadas.: O objetivo do presente estudo foi comparar a reação inflamatória e incorporação de colágeno na cicatrização de defeito criado na parede abdominal de cães, corrigido com dois diferentes tipos de "mesh-plug".

MÉTODOS: Foram utilizados 8 cães adultos. Realizou-se, cirurgicamente, defeito da parede abdominal ventral e bilateralmente simétricos em relação à linha média no plano músculo-aponeurótico, com diâmetro de 3cm e sem comprometimento do peritôneo. Utilizou-se dois (2) tipos de mesh-plug para correção do defeito criado. Em um dos lados utilizou-se o mesh-plug de tela X (porosidade = 4mm x 3mm, espessura = 0,2mm), e contralateralmente o mesh-plug de tela de ProleneÒ (porosidade = 620m x 620m, espessura = 0,7mm). No 30.º dia de pós-operatório os animais foram sacrificados. A reação tecidual foi avaliada macro e microscopicamente (Hematoxilina-Eosina e coloração pelo picrosírius).

RESULTADOS: Macroscopicamente não evidenciou-se diferenças significativas entre as próteses. No estudo histopatológico, os dois tipos de mesh-plug não apresentaram diferenças quanto ao infiltrado inflamatório, granuloma e proliferação fibroblástica, existindo apenas diferença quanto ao processo de fibrose, o qual foi mais acentuado na tela macroporosa. Considerando a incorporação de colágeno, houve maior incorporação de colágeno maduro no mesh-plug X em relação ao do ProleneÒ (p=0,001), não havendo diferença significativa quanto ao colágeno imaturo (p=0,2210).

CONCLUSÃO: Não houve diferença nos parâmetros macroscópicos, histopatológicos e incorporação de colágeno imaturo entre as duas próteses. O "mesh-plug" macroporoso (Tela X) incorporou mais colágeno maduro (p=0,001) e colágeno total (p=0,0140)

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010

ENXERTO DE SUBMUCOSA INTESTINAL PARA REPARO DE PAREDE DE INTESTINO DELGADO EM CÃES

GRAFT OF INTESTINAL SUBMUCOSA FOR REPAIR OF WALL OF SMALL BOWEL IN DOGS

Greca FH; Biondo-Simões MLP;Ioshii S Chin EWK;Kimura LY; El Tawil II; Berlatto F.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. da PUCPR

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O uso de materiais de matriz extra-celular para o reparo de tecidos tem recebido considerável atenção na literatura médica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a evolução de um enxerto autólogo de submucosa de intestino delgado no próprio intestino de cães, como alternativa às enteroplastias convencionais para aumento do diâmetro da alça intestinal.

MÉTODOS: Submeteu-se 8 cães, mestiços, de ambos os sexos, a uma enterectomia de 10 cm no jejuno proximal. Com o segmento ressecado, obteve-se um segmento de submucosa intestinal, em forma de quadrado com 3 cm de lado. A seguir, fez-se uma secção longitudinal de 3 cm na borda antimesentérica do jejuno, distante 40 cm da anastomose, que foi reparada com o enxerto. A 20 cm do local onde foi implantada a submucosa, novo segmento de jejuno foi isolado e procedeu-se à abertura da alça nos mesmos moldes já descritos, fechando-a com sutura contínua em plano extra-mucoso, em sentido transversal, com o intuito de aumentar o diâmetro da luz intestinal. No 30.º dia de pós-operatório, avaliou-se a presença de aderências, as condições do enxerto de submucosa e o local da plastia. Ressecou-se a porção contendo o enxerto (região A) e a plastia (região B) e a região controle (C = porção intestinal adjacente ao implante de submucosa, livre de qualquer procedimento). Após a medida da pressão de ruptura e do perímetro da alça, enviou-se as peças para estudo histopatológico.

RESULTADOS: Nenhum óbito ocorreu até o dia da avaliação. A presença de aderências foi semelhante em todos os cães e não se evidenciou a presença de abscessos, fístulas, deiscências ou estenoses. As médias da pressão de ruptura foram de 205.62 mmHg na região A, 230.8 mmHg na B e de 212.6 mmHg na C, portanto sem diferença estatisticamente significante. A média do perímetro da peça na região A foi de 4.98cm, na B de 4.58cm e na C de 4.42 cm, demonstrando diferença significante entre a região controle e aquela onde a submucosa foi implantada, como também entre o segmento A e B. Um animal foi excluído da análise histológica por falha na inclusão da peça. O conteúdo de colágeno maduro, imaturo e total foi semelhante nas regiões A e B. A reação inflamatória foi predominantemente crônica na região A, comparado com a B (p=0.0256). A proliferação fibroblástica foi semelhante nas 2 áreas (p=0.2144). A reepitelização foi maior no local da enteroplastia (p=0,0088).

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Evidenciou-se do ponto de vista mecânico e histológico que a enxertia de submucosa se comporta de maneira semelhante à enteroplastia simples, todavia produzindo um aumento maior do perímetro intestinal em relação à porção controle.

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011

UTILIZAÇÃO DE ENXERTO DE SUBMUCOSA DE INTESTINO DELGADO PORCINO PARA A CORREÇÃO DE DEFEITOS DA PAREDE ABDOMINAL: ESTUDO EXPERIMENTAL EM CÃES

Greca FH; Biondo-Simões MLP; Dal Lin F; Martynetz FA; Leonel I;Longhi P; Ioshii S

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO/OBJETIVO: O tratamento cirúrgico representa a única opção para a correção de defeitos da parede abdominal decorrentes de hérnias incisionais, processos neoplásicos, infecção, trauma ou ainda de natureza congênita. Índices proibitivos de recidivas após a sutura pura e simples da parede abdominal para a correção das hérnias incisionais motivam os cirurgiões ao uso de próteses biológicas ou sintéticas, no sentido de realizar a devida correção do defeito sem os inconvenientes da tensão. Vários métodos tem sido utilizados para a correção destes defeitos porém não são totalmente livres de complicações. Recentemente, uma nova opção para a correção desses defeitos têm sido investigada, a submucosa de intestino delgado, constituída de matriz extracelular que não apresenta tendências à rejeição, é capaz de permitir o crescimento de vasos sanguíneos, participar em processos de diferenciação celular e ser resistente às infecções. O objetivo do presente estudo foi avaliar o comportamento histológico e funcional do enxerto de submucosa intestinal porcina como meio de correção de defeitos da parede abdominal.

MÉTODOS: Foram utilizados oito cães mestiços, machos, do Biotério Central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Criou-se um defeito na parede abdominal, medindo 3,0 x 10.0cm comprometendo toda a espessura da parede abdominal que foi reparado com um segmento de 3,0 x 1.0cm de submucosa de intestino delgado porcino. Fixou-se o implante com sutura contínua, em plano total de fio de poliglecaprone 25, 3.0. Realizou-se a avaliação no 30.º dia de pós-operatório. No estudo macroscópico verificou-se: presença de seroma, hematoma, abscesso, fístula, aderência e não-incorporação da tela. No estudo microscópico analisou-se: reação inflamatória, células gigantes e infiltração fibroblástica além da incorporação qualitativa e quantitativa de colágeno aos implantes. No estudo tensiométrico aferiu-se a força máxima e a deformação.

RESULTADOS: No estudo macroscópico ocorreu incorporação perfeita de todos os implantes, tornando-os quase indistinguíveis das outras áreas da parede abdominal. A palpação cuidadosa demonstrou leve espessamento no local do implante. Foram observadas aderências discretas do peritôneo parietal anterior. Não foram observados seroma, hematoma e abscesso. Os dados observados demonstraram boa incorporação dos implantes, tolerância biológica satisfatória e adequada resistência pós operatória.

CONCLUSÃO: A submucosa pode ser uma alternativa viável no reparo de defeitos da parede abdominal.

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012

UTILIZAÇÃO DE SUBMUCOSA DE INTESTINO DELGADO PORCINO COMO RETALHO PARA AUMENTO DA CAPACIDADE VESICAL

ESTUDO EXPERIMENTAL EM CÃES

Greca FH; Biondo-Simões MLB; Dal Lin F; Martynetz F; Leonel I;Longhi P; Ioshii S

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A necessidade de encontrar uma alternativa para reconstrução de lesões do aparelho urinário, envolvendo a regeneração e a reconstrução vesical tem sido pesquisada. Aloplastia e uso de materiais biodegradáveis têm sido estudados para regeneração vesical, entretanto altas taxas de complicações foram observadas.A reconstrução com sucesso do trato genitourinário requer técnica, criatividade e uso de tecidos, na grande maioria, não genitourinários. Tecidos do trato gastrointestinal são usados em reconstruções de lesões do aparelho genitourinário, tanto na população adulta quanto na população pediátrica. Mas efeitos nocivos como infecção, anormalidades hidroeletrolíticas, perfuração e carcinogênese, entre outros, foram detectados. A reconstrução vesical necessita de um material que aumente a sua complascência e o seu volume, sem no entanto causar alterações imunológicas no receptor do enxerto. Uma nova opção têm sido investigada, o uso da submucosa de intestino delgado (SIS) que é constituída de uma matriz extracelular que não apresenta tendências à rejeição, é capaz de permitir o crescimento de vasos sanguíneos, participar processos de diferenciação celular e ser resistente contra o desenvolvimento de processos infecciosos. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento histológico e funcional do enxerto de submucosa intestinal porcina como meio de ampliação da capacidade vesical.

MÉTODOS: Foram utilizados oito cães mestiços, machos, com idade entre oito a doze anos, com peso variando de 8 à 15 kg, do Biotério Central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Realizou-se laparotomia paramediana infraumbilical esquerda visando identificar, puncionar e esvaziar a bexiga. Com bisturi elétrico, procedeu-se a abertura da bexiga através de incisão mediana de 3cm em sua face ântero-superior até se atingir a luz do órgão. Um segmento de submucosa de intestino delgado porcino, medindo 3cm x 3cm foi implantado na parede da bexiga com sutura contínua, em plano total com fio de poliglecaprone 25, 4.0. No 30.º dia de pós-operatório, os animais foram submetidos a uma segunda intervenção cirúrgica realizando-se estudo macroscópico. Avaliava-se: seroma; hematoma; abscesso; fístula; deiscência; aderências; litíase e a não-incorporação do implante. No estudo microscópico analisava-se: reação inflamatória aguda e crônica, células gigantes, fibroblastos, fibras musculares lisas reconstituídas e organizadas, epitelização, neovascularização e reabsorção da submucosa implantada além da incorporação qualitativa e quantitativa de colágeno à submucosa.

RESULTADOS: Ocorreu incorporação perfeita de todos os implantes, tornando-os quase indistinguíveis das outras áreas da bexiga. A palpação cuidadosa demonstrou leve espessamento no local do implante. Encontraram-se aderências discretas do peritônIo parietal anterior. Não se observou seroma, hematoma, abscesso, litíase, fístula ou deiscência.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que ocorre regeneração da bexiga quando se utiliza a submucosa de intestino delgado porcino como substrato e que esta pode ser uma alternativa viável na reconstrução da bexiga urinária.

DESCRITORES: Submucosa de intestino delgado. Bexiga. Bioprótese.

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013

O PAPEL DA ICTERÍCIA NA CICATRIZAÇÃO DA PAREDE ABDOMINAL DE RATOS

THE INLUENCE OF THE JAUNDICE IN THE HEALING OF THE ABDOMINAL WALL IN RATS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S, Weingärtner J, Guirello C, Martynetz F.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Entre os fatores que podem prejudicar o processo de reparação das feridas laparotômicas encontra-se a icterícia. Os síndromes ictéricos acompanham doenças benignas e malignas. As informações da literatura são muito confusas e pouco esclarecedoras. O presente estudo visa reconhecer a interferência da hiperbilirrubinemia no processo de cicatrização da parede abdominal de ratos.

MÉTODOS: Utilizaram-se 42 ratos Wistar, machos, divididos em 2 grupos de 21 animais cada. Sob anestesia inalatória, fez-se uma laparotomia para-mediana, supra-umbelical. Nos ratos do grupo experimento procedeu-se à secção entre ligaduras do ducto biliar comum seguida de laparorrafia. Após 5 dias realizou-se uma nova laparotomia, agora mediana infra-umbelical, com aproximadamente 4 cm. Seguiu-se laparorrafia com dois planos de síntese, o primeiro peritônio-músculo-aponevrótico e o segundo, o da pele, com sutura contínua de fio monofilamentar de náilon 4-0. Fizeram-se as avaliações no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Após a eutanásia, ressecou-se separadamente dois retalhos, o da pele e o do peritônio-músculo-aponevrótico, contendo as cicatrizes. Desprezaram-se as extremidades da feridas e dividiu-se os retalhos em outros 3 menores e iguais. Submeteu-se o retalho central à ensaio tensiométrico e o superior e o inferior à estudo histopatológico. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno.

RESULTADOS: No 5.º dia os ratos se apresentavam francamente ictéricos. As cicatrizes ganharam resistência de forma semelhante nos dois grupos, tanto na ferida da pele como na do plano peritônio-músculo-aponevrótico. O conteúdo de colágeno total, maduro e imaturo foi significantemente maior no grupo controle, nos 3 tempos estudados, tanto na cicatriz da pele quanto no plano peritônio-músculo-aponevrótico.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que a icterícia, embora tenha determinado menor concentração de colágeno não modificou a resistência das cicatrizes diminui a resistência e a concentração de colágeno total em anastomoses de cólon, em ratos.

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EFEITOS DA ISQUEMIA E REPERFUSÃO NA CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES INTESTINAIS: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

EFFECTS OF ISQUEMIA AND REPERFUSION IN THE HEALING OF INTESTINAL ANASTOMOSIS: EXPERIMENTAL STUDY IN RATS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S, Chin EWK, Kimura LY, Lemos MC.

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Considerando queos efeitos da reperfusão na cicatrização de anastomoses ainda não estão bem estabelecidos, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito da lesão isquêmica transitória na cicatrização de anastomoses intestinais submetidas à reperfusão após um período de isquemia.

MÉTODOS: Utilizaram-se 60 ratas Wistar, com idade entre 100 e 120 dias e peso médio de 230,7 g divididas em 3 lotes com 20 ratas cada, que compuseram os grupos A, B e C, subdivididos conforme o dia de aferição (3º ou 7º dia) em grupos A3, A7, B3, B7, C3 e C7. Laparotomizados, procedeu-se à identificação e isolamento da artéria mesentérica cefálica (AMC). Nos animais do grupo A, realizou-se enterectomia a 20 cm do piloro e anastomoses intestinal imediata, enquanto que nos grupos B e C ocluíu-se a AMC e depois de 30 e 45 minutos, respectivamente, realizou-se a reperfusão seguida de enterectomia e anastomose intestinal. Anotaram-se as alterações da cavidade peritoneal, classificou-se as aderências e ressecou-se 4,0 cm de intestino contendo a anastomose. Mediu-se a pressão de ruptura e realizou-se estudo histopatológico.

RESULTADOS: Registrou-se o óbito de 10 animais do grupo experimento. À necropsia apresentavam alças edemaciadas e enegrecidas, com presença de líquido livre na cavidade abdominal, caracterizando peritonite difusa e necrose de alças intestinais. Entre os sobreviventes não houve deiscências. As aderências foram semelhantes nos 3 grupos. A capacidade de suportar pressão foi maior nos 3 grupos no 7º dia. Predominou reação inflamatória aguda nos 6 subgrupos. A fibrose foi mais intensa no 7º dia quando as fibras colágenas apresentavam-se em organização.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que quanto maior o tempo de isquemia, maior a taxa de mortalidade, sendo que a grande complicação das anastomoses intestinais realizadas em situação de isquemia seguida de reperfusãoé a necrose intestinal, evoluindo para o óbito.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jun 2002
  • Data do Fascículo
    2001
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