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Riscos da associação de marapuama com anorexígenos em fórmulas para emagrecer

CARTAS AO EDITOR

Riscos da associação de marapuama com anorexígenos em fórmulas para emagrecer

Luciano Teixeira

Professor de Endocrinologia, Mestre em Medicina Interna, UFPE

Pós-Graduação - Emory University School of Medicine (USA)

Diplomado pelo American Board of Internal Medicine

Sr. Editor,

VENHO, POR MEIO DESTA, expor um alerta à comunidade médica que assiduamente lê os "Arquivos"

Como nós Endocrinologistas sabemos, o uso indiscriminado de fórmulas ditas "mágicas" para emagrecimento é uma prática comum no país e, muitas vezes, prescrita por outros especialistas que desconhecem o perigo da associação destes medicamentos.

Recentemente, aqui no Recife, temos encontrado várias "fórmulas anorexígenas" que associam as raízes da Ptychopetalum olacoides Bentham (Olacaceae), conhecida como Marapuama, com anfetamínicos. Nossa preocupação é que estes médicos desconheçam as evidências médicas, dos malefícios da associação entre a Marapuama e anfetamínicos. Estudos em camundongos albinos revelou um aumento significante da toxicidade desta associação, que pode levar a convulsões, cianose e até a morte (1-4).

Recentemente, após nálise do perfil psicofarmacológico da Marapuama, foi constatado que os compostos presentes no seu extrato etanólico bruto (EEB), podem interagir com os sistemas dopaminérgico e/ou adrenégico, e que tem efeitos no sistema nervoso central (2). Os efeitos ansiogênicos da Marapuama são comparáveis ao do pentylenetetrazol (4). Quando a Marapuama foi avaliada no teste de estereotipia induzida por anfetaminas em camundongos albinos, os animais apresentaram convulsão, cianose e morte (3). O mesmo aconteceu quando a Marapuama foi testada quanto a proteção da letalidade induzida por anfetamina em camundongos. A letalidade foi notada 24h após a administração da anfetamina (2). Esta combinação, associada à espirulina, hidroclorotiazida e cáscara sagrada, é uma das mais encontradas nas formulações ditas naturais para emagrecer.

Acho que nenhuma comissão de ética no mundo iria permitir o uso da Marapuama associada a anfetamínicos no homem, com a informação desta toxicidade nos animais cobaias.

REFERÊNCIAS

1. Siqueira IR. Contribuição ao estudo etnofarmacológico de Ptychopetalum olacoides Bentham (Marapuama): Propriedades psicofarmacológicas. Porto Alegre, Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Fisiologia), UFRGS, 1997.

2. Siqueira IR, Lara DR, Silva D, Gaieski FS, Nunes DS, Elisabetsky E. Psychopharmacological properties of Ptychopetalum olacoides Bentham (Olacaceae). Pharmaceut Biol 1998;36:327-34.

3. Elizabetsky E, Siqueira I. Marapuama. Revista da Racine 1998;43(Mar/Abr):16-9.

4. da Silva AL, Bardini S, Nunes DS, Elizabetsky E. Anxiogenic properties of Ptychopetalum olacoides Bentham (Marapuama). Phytother Res 2002;16:223-6.

Cesar Luiz Boguszewski

Editor-convidado dos ABE&M; Edição Especial: Neuroendocrinologia

Prezado Dr. Claudio E. Kater

Com relação ao artigo original "Deficiência de GH em Adultos: Resultados do Estudo Multicêntrico Brasileiro", publicado na Edição Especial: Neuroendocrinologia dos ABE&M de Agosto de 2003 (volume 47, nº 4, pags. 312-322), venho através desta esclarecer que por uma falha minha no processo de correção do manuscrito, os nomes dos pesquisadores Rosane Resende de Lima Oliveira Brasil, Débora Vieira Soares, Luciana Spina, Priscila M. Lobo, Eliana Maria Carvalho, Raquel Soares Jallad, Maria Edna de Melo, Miriam Capirchio Gomes e Victor Fernando Lopez Arce, sairam incorretamente nos "Agradecimentos" do artigo, quando na verdade deveriam ter sido listados como co-autores do trabalho.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jan 2004
  • Data do Fascículo
    Out 2003
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