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Enfarte do Miocárdio com Elevação do Segmento ST em Artérias Coronárias com Dilatação Ectásica Maciça

Palavras-chave:
Síndrome Coronário Agudo; Doença Arterial Coronária; Trombectomia; Aneurisma Coronário

Um doente do sexo masculino, 69 anos de idade, caucasiano, com antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e tabagismo, foi internado devido a enfarte agudo do miocárdio com elevação inferior do segmento ST, com duas horas de evolução. Após tratamento com doses de carga de aspirina, clopidogrel e a heparina não-fracionada, foi submetido a coronariografia emergente via transradial. Documentou-se dilatação ectásica quer do tronco comum, quer da descendente anterior e circunflexa, com fluxo distal TIMI 2 (Figura 1A). A coronária direita (CD) encontrava-se maciçamente dilatada proximamente e obstruída no segmento médio (Figura 1B).

Figura 1

Foi efetuada uma tentativa de intervenção coronária percutânea na CD, utilizando-se um cateter AL1 6 Fr. Após trombectomia aspirativa e dilatação com balão nos segmentos médio e distal, verificou-se recuperação do fluxo distal (TIMI 2) (Figura 1C). Contudo, considerando a ectasia maciça, não se procedeu a implantação de stent. A coronariografia foi repetida após cinco dias de terapia tripla (aspirina, clopidogrel e varfarina): o ecocardiograma intracoronário revelou uma CD dilatada, com trombo recanalizado. O diâmetro máximo proximal era de 14 mm e o do segmento médio 8 mm (no local da oclusão prévia) (Figura 1D).

Optou-se por tratamento conservador do doente, com manutenção de anticoagulação a longo prazo.

Os aneurismas gigantes das artérias coronárias são raros e apresentam um risco de síndrome coronário agudo, geralmente devido a trombose local. Além da terapêutica antiplaquetar, a anticoagulação é recomendada. A excisão cirúrgica ou percutânea dos aneurisma é preconizada nos doentes com isquemia ou com uma mudança significativa na dimensão do aneurisma ao longo do tempo. Neste caso, dado o caráter difuso das lesões, essa abordagem não era adequada. Em casos recorrentes, a utilização de stents periféricos auto expansíveis pode ser considerada.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2016

Histórico

  • Recebido
    08 Mar 2016
  • Revisado
    29 Mar 2016
  • Aceito
    01 Abr 2016
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