2021 |
Jenks |
PBK; CNC; MAIS |
Trinta e três porcento apresentaram reconhecimento auditivo em conjunto aberto após 4 a 5 meses de uso do IC; 13,33% alcançaram o reconhecimento auditivo de monossílabos em conjunto fechado, enquanto 40% não apresentaram mudança no escore da escala MAIS, mesmo com melhora dos limiares auditivos com IC. |
Trinta porcento utilizavam linguagem falada após o IC; 13,33% fala com auxílio de sinais e 13,33% uso de Língua de Sinais; 13,33% utilizavam CAA e 26,66% não utilizavam modo formal de comunicação. |
O desenvolvimento da linguagem é afetado significativamente pelo TEA e, como consequência, poucas crianças alcançam a oralização e a inclusão escolar. No entanto, apoia-se que o uso do IC tem potencial na melhoraria das habilidades auditivas e de linguagem e na interação, em ao menos parte dessa população. |
2021 |
Mancini |
CAP; CL; MAIS; IT-MAIS; MacArthur Bates; CDI; PPVT; Common Protocol of Evaluation in Rehabilitation Audiology; TROG-2 |
Do total, 13,6% não apresentaram benefícios com o IC, em termos de reconhecimento auditivo; 31,8% tornaram-se capazes de reconhecer sons ambientais ou vocábulos; e 22,5% alcançaram a habilidade de compreensão auditiva da fala. |
Do total, 45,5% não apresentaram benefícios quanto à linguagem oral, 72,7% não adquiriram linguagem falada ou emitiam somente vocábulos isolados e 18,2% passaram a emitir frases simples. |
O IC pode ser benéfico para crianças com surdez e TEA, embora os resultados na percepção da fala e no desenvolvimento da linguagem fiquem aquém daqueles encontrados em crianças implantadas com condições sem deficiências adicionais. Uma melhora limitada nas habilidades de linguagem foi encontrada na maioria das crianças que apresentava formas mais graves de TEA. |
2018 |
Mesallam |
MAIS; MUSS |
Média de pontuação no MAIS: 18,88%; o grupo com TEA apresentou pior resultado de percepção auditiva da fala entre as demais crianças com comorbidades avaliadas. |
Média de pontuação no MUSS: 7,33%; 8 das 9 crianças avaliadas não utilizavam linguagem falada para se comunicar após o IC. |
Os benefícios do IC em crianças surdas com TEA são limitados e não podem ser comparados aos resultados obtidos em crianças sem deficiências adicionais. |
2019 |
Scarabello |
MUSS; ABFW (vocabulário); PPVT; MacArthur; OCC; DDST I; Categorias de Linguagem |
Não avaliada |
Desempenho aquém ao esperado no vocabulário expressivo do teste ABFW, com mínimo de 0% de designação verbal dos vocábulos até os 5 anos de idade, quando houve pontuação média de 9% na categoria “meios de transporte”. Todos os participantes obtiveram resultado de 0 no vocabulário receptivo. A maioria (n=8) permaneceu na Categoria de Linguagem 1 - ausência de fala. Nenhum participante atingiu a emissão de frases com mais de 3 elementos. Média de 18,7% no MUSS. |
O desempenho comunicativo de crianças com surdez e TEA com o uso do IC apresenta-se aquém do esperado, apesar de discreta evolução. Há pior desempenho nessa população do que na população usuária de IC sem deficiências adicionais. |
2018 |
Motegi |
Enjoji Scale of Infant Analytical Development |
Não avaliada |
Crianças com TEA, DA e DI apresentaram atraso significativo no desenvolvimento da linguagem e maior atraso no desenvolvimento do comportamento emocional e social, quando comparadas a crianças dos grupos somente com DI. |
Há atraso no desenvolvimento característico das comorbidades subjacentes em crianças usuárias de IC. |
2016 |
Lachowska |
Reação à música; Teste dos 6 Sons de Ling; Reação ao próprio nome; Teste de palavras onomatopeicas; Questionário para os pais com perguntas sobre comportamento auditivo |
Três das 6 crianças apresentaram reconhecimento auditivo do próprio nome, segundo os pais. Não houve sensibilidade ao som em decorrência do uso do IC. Os pais relataram não observar melhora no contato visual e nem na ansiedade da criança. Somente uma criança, mais velha, conseguiu realizar audiometria em campo livre. |
Somente uma das 6 crianças avaliadas, a mais velha, utilizava vocábulos isolados para se comunicar. As demais crianças emitiam somente gritos. |
Métodos tradicionais de avaliação das habilidades de crianças usuárias de IC sem comorbidades não são suficientes para avaliar crianças usuárias de IC que apresentam TEA. |
2016 |
Valero |
CAP; CL |
Cinquenta e nove porcento das crianças rejeitaram o IC em alguns momentos, resultando no uso intermitente do dispositivo e 27,2% das crianças deixaram de utilizar o IC. A rejeição completa do processador foi relatada em média aos sete anos de idade, variando de 2 meses a 10 anos após a cirurgia de IC. Destes, 2% apresentaram hiperacusia. |
A maioria das crianças comunicava-se por mais de um método (ex: fala, sinais e/ou CAA); 27,2% faziam uso exclusivo de comunicação não verbal; 18% utilizavam a fala como principal modo de comunicação; 41% eram capazes de emitir algumas frases ou vocábulos para se comunicar. |
Pesquisas adicionais são necessárias para desenvolver e/ou modificar avaliações de TEA para crianças usuárias de IC. Além disso, estudos longitudinais dos resultados de expressão/percepção de fala para crianças com TEA antes e depois da implantação são necessários. |
2016 |
Mikic |
CAP; SIR |
Em crianças diagnosticadas posteriormente com TEA, as habilidades auditivas se desenvolveram lentamente. Dependendo das capacidades individuais, aos 6 anos de idade algumas crianças tornaram-se capazes de identificar os sons ambientais ou discriminar sons da fala. |
A inteligibilidade de fala em crianças com TEA foi, na melhor das hipóteses, classificada como categoria 2, com muito pouco ou nenhum progresso até os seis anos de idade, apesar do intenso trabalho de terapia de fala e linguagem. |
As habilidades de comunicação foram fortemente afetadas por um grau de expressão de características autísticas. Instrumentos de triagem precisos e válidos para bebês e crianças pequenas são necessários no futuro para diminuir a idade de detecção de TEA em crianças com surdez congênita e devem ser incluídos na avaliação pré-operatória de rotina antes do IC. |
2015 |
Eshraghi |
Early Speech Perception Test; Multisyllabic Lexical Neighborhood Test; PBK; Questionário para os pais |
Sessenta e sete porcento das crianças evoluíram para o reconhecimento de frases simples ou compreensão auditiva, enquanto 33% evoluíram para a detecção auditiva da fala. |
Sessenta porcento tornaram-se capazes de se comunicar usando frases simples e algumas sentenças, enquanto 33% permaneceram na categoria 1 (vocalizações). |
O uso do IC pode favorecer a linguagem expressiva e receptiva de crianças com deficiência auditiva e TEA, mesmo que essas crianças não desenvolvam as habilidades da mesma forma que outras sem comorbidades. |
2014 |
Meinzen-Derr |
Revised Gesell Developmental Schedules; PLS-4; CELF; VABS |
Pouco mais de um terço das crianças foram consideradas comunicadores orais. |
Os escores de linguagem receptiva variaram de 19 a 22%; as crianças não apresentaram o mesmo desenvolvimento observado em usuárias de IC sem comorbidades. |
É fundamental considerar os atrasos de linguagem e de comunicação em crianças usuárias de IC e não assumir que são resultados diretos da surdez em todas as situações. Com os déficits comumente vistos em crianças com surdez e TEA, concentrar-se somente em uma abordagem (ex: oralismo) não é suficiente para auxiliar no progresso comunicativo dessa população. |
2013 |
Robertson |
CAP; SIR |
Das 10 crianças avaliadas, 6 faziam uso consistente do IC, 2 faziam uso inconsistente e 2 deixaram de usar. Uma criança alcançou a compreensão de frases simples/familiares após 7 anos de uso do IC. |
Seis das 10 crianças permaneceram não verbais após o IC. Somente 1 passou a fazer uso da linguagem falada. |
Os resultados após o IC em crianças com TEA podem variar, sendo possível obter benefício com o tempo e suporte adequado. Algumas podem rejeitar completamente o uso do dispositivo. Se houver suspeita ou confirmação de TEA antes do IC, é importante o aconselhamento adequado dos pais em relação às expectativas. |
2013 |
Ozdemir |
MAIS; LiP |
Das quatro crianças com autismo, três apresentaram uso limitado do IC, enquanto uma não utilizou o dispositivo. Observou-se progresso nos resultados dos testes auditivos após 24 meses de implantação, com desempenhos semelhantes entre as crianças com uso limitado do dispositivo e menor pontuação para a criança que não utilizou o IC. |
Não avaliada |
Fatores como o TEA podem resultar no não uso ou no uso limitado do IC. Nestes cenários tona-se essencial o trabalho combinado entre o terapeuta, a família e a escola, a fim de alcançar resultados mais efetivos sobre o desenvolvimento da audição, da linguagem e da qualidade de vida. |
2008 |
Johnson |
RDLS, MacArthur-Bates; CDI; Gravação de 10 minutos em situação lúdica livre com a mãe e 5 minutos sozinha |
Não avaliada. |
A criança já apresentava emissões orais antes do IC, com apoio de sinais para a comunicação. Aos 5 anos e 4 meses de idade cronológica, após 12 meses de ativação do IC, foram observados escores de linguagem receptiva e expressiva equivalentes à idade de 23 meses e maior envolvimento em brincadeiras simbólicas. |
Crianças com múltiplas deficiências apresentam desafios únicos para a avaliação dos resultados pós-IC. Tarefas de interação pais-filhos são uma representação válida das habilidades de interação para crianças com surdez e deficiências adicionais. |
2006 |
Daneshi |
Persian auditory perception test for the hearing impaired |
Identificou-se melhora limitada e sem diferenças estatisticamente significantes na percepção auditiva da fala para o grupo de crianças com TEA, antes e após o uso do IC. |
Não avaliada |
As particularidades que envolvem o prognóstico de crianças com variadas deficiências associadas à surdez são expressivas e indicam limitação no desenvolvimento da audição, gerando desafios nos aspectos de avaliação, planejamento e implementação da reabilitação. |
2004 |
Donaldson |
MAIS, MacArthur; CDI; PPVT, GASP, Questionário com os pais |
A maior diferença observada pelos pais foi o prazer pela música. Foi relatado que todas as 7 crianças vocalizaram, reagiram ao som e demonstraram satisfação por músicas, ao menos algumas vezes após o IC. Somente 2 das 7 crianças conseguiram responder ao GASP e uma das crianças alcançou 100% de reconhecimento de vocábulos no teste após 2 anos de uso do IC. O escore do MAIS aumentou 30% após o IC. |
Somente uma criança se comunicava pela fala. Foi possível avaliar o vocabulário expressivo em somente de 3 das 7 crianças participantes, sendo que 1 delas apresentou melhora após 2 anos de uso do IC. |
Os ganhos obtidos após o IC foram pequenos. No entanto, quando comparadas consigo mesmas no pré-operatório, essas crianças demonstraram progresso. As melhorias nos comportamentos e na interação apontam para um benefício de qualidade de vida após o IC, sendo este difícil de quantificar. |
2000 |
Hamzavi |
EARS |
Após 1 ano conseguia entender ‘‘quente’’, ‘‘vem’’, ‘‘não’’, ‘‘vai’’, ‘‘sapato’’, ‘‘mamãe’’ e ‘‘papai’’. Três anos após a cirurgia uma das crianças atingiu escores de 83,3% no reconhecimento de vocábulos e um vocabulário de 30 palavras. |
Três meses após a ativação do IC uma das crianças começou a usar a voz para se comunicar. A outra criança com TEA passou a emitir vocalizações. |
Crianças com diagnósticos adicionais não são contraindicadas para o IC, mas nem todas são consideradas boas candidatas. A vida dos pais e crianças pode ser mudada positivamente após o IC, mas os pais devem ter expectativas realistas. |