Resumo
A família e as relações familiares são um objeto de intervenção da geriatria quando a especialidade diagnostica e cuida das demências. Por meio de uma etnografia das práticas médicas, observo como as categorias “insuficiência familiar” e “sobrecarga da cuidadora” são diagnosticadas como parte do “conjunto” no qual se irá intervir. Tais diagnósticos orientam e movimentam as decisões terapêuticas de modo bastante amplo, modificando as escolhas sobre quais medicamentos utilizar e em qual quantidade. Famílias com tais diagnósticos podem experimentar maiores dosagens, o que as afasta do ideal de cuidado pretendido. Observo, ainda, o histórico do manejo dessa categoria por uma área que se pretende “biopsicossocial”.
Palavras-chave:
Geriatria; Demências; Família; Medicamentos